Capítulo 9
Não sabia que horas eram. Amanda não me largava um minuto sequer. Estávamos sentadas num corredor de hospital a mais de quatro horas. Foi assim quando meu pai morreu. Esperamos inconformadas eu e minha mãe por notícias dele. Um homem alto com o estetoscópio pendurado no pescoço parou na nossa frente.
-- Sinto muito.
Aquelas duas palavras queimavam como fogo em meus ouvidos. A moça pequena me abraçou fortemente tentando amenizar a dor daquele momento. O surreal daquilo tudo era que não acreditava que a mulher que havia salvado minha vida tinha ido sem se despedir de mim. Perdi a noção de tudo. O meu mundo... A minha vida... Um click... Como na passagem de uma foto... Um estalo como o osso colocado no lugar... Um toque no controle da TV mudando o canal... Era assim que sentia as coisas que vinham acontecendo naqueles últimos dias. Pior era a maneira como lidava com isso... Como se não fosse comigo.
-- Guilhermina...
A voz... O tumulto causado por ela... A ira invadindo até o mais profundo de mim.
-- O que esta mulher faz aqui, Amanda?! -- indaguei à menina loura sem sequer olhar a figura de pé perto de nós.
-- Ela ligou para seu celular. Eu atendi e informei do que aconteceu. -- Amanda dizia sem entender o que acontecia.
-- Quero ela longe daqui! Leve-a daqui ou não respondo por mim!!
-- Guilhermina me escute... -- Lílian ainda tentou sem sucesso.
Minha raiva chegara ao extremo e avancei para ela com ímpetos assassinos.
-- Saia daqui!!! Não tem mais nada a ver comigo, professora!!! -- gritei desesperada. -- Me deixa em paz!!! Já fez sua escolha!!! Sua vadia egoísta!!! Covarde!!!
Um enfermeiro apareceu preocupado pedindo silêncio e me segurando pelos braços me pedindo calma. Ouvi Amanda pedir um tranquilizante a ele. O homem, mais forte que eu, me arrastou dali com dificuldade. Vi Amanda consolando aquela mulher, antes que o enfermeiro me colocasse numa sala e me dopasse com uma injeção de sedativo.
Diferente dos enterros dos romances, o dia não estava cinzento, nem chovia... Pelo contrário, o sol brilhava. Era um dia bonito. Não quis velório. O caixão já dormia na cova e o padre já despejara sua ladainha. Presentes, apenas eu, Amanda, seu pai e uma amiga de minha mãe.
Ouvi passos aproximarem-se e, por instinto, sabia de quem se tratava. Não ergui minha face da contemplação de onde estava minha mãe. Era hora de jogar-lhe a terra por cima. A cova ficava bem ao lado de onde meu pai havia sido enterrado. Agachei-me e apanhei um punhado de areia na mão.
-- Não sei por que Deus quis assim para mim, mãe... Mas acho que ele deve estar querendo me dizer algo muito importante... -- pausei para me refazer do choro. -- Prometo a Ele e a você que não vou mais me lamentar por nada... Vou seguir com a vida e te dar muito orgulho... Como você e meu pai sempre quiseram... Dá um abraço nele por mim... Diz que vou fazer como ele faria. O melhor. Até qualquer dia...
Joguei a areia em cima do caixão e me retirei, acompanhada por Amanda. Senti que ela nos seguia. Virei-me rápida. Vi o susto em seu semblante.
-- Não te enxotei daqui em memória de minha mãe que gostava de você! Mas não abuse de minha paciência, professora!!! Qual parte do “me deixe em paz” você não entendeu?!! E por que está chorando?!! -- gritei quando vi as lágrimas cobrindo seu rosto. -- Guarde o choro para quando seu marido lhe espancar!!
Peguei a mão de Amanda na minha e andei ligeira para onde um táxi nos esperava. Dentro do carro ela acolheu minha mão fria na sua.
-- Você a ama e ela ama você também...
-- Ela não ama ninguém! Nem a ela mesma. -- resmunguei olhando pela janela.
-- Quer ir a algum lugar? Uma praça... Uma lanchonete... Você quase não comeu esses dias.
Parei de olhar a janela para encarar aqueles olhinhos índigo e acomodei-a junto ao meu corpo.
-- Qualquer lugar desde que esteja comigo, coalazinha.
Depois de comermos numa lanchonete em um shopping e conversarmos muito, pegamos um táxi e deixei-a na casa dela.
-- Tem certeza que não quer ficar aqui comigo? -- fez aquela carinha de cachorro pidão.
-- Tenho que organizar muita coisa para a viagem, Maluquinha. Só tenho quatro dias, mas prometo que vou te dar um dia inteirinho da minha companhia chata, antes de viajar.
Quis sorrir, mas o nó já se formava na garganta. Não resisti e o pranto se iniciou enquanto a recebia em meus braços.
-- Obrigada, minha amiga. Nunca vou te esquecer. Esteja eu onde estiver. Agora sou eu que te digo: o que seria de mim sem você, minha Coala?
Deitei-me no sofá, talvez esperando que minha mãe viesse me fazer carinho e espantar os fantasmas. Só. Sem parentes. Completaria dezoito no começo do ano. Nomeei o pai de Amanda como meu tutor temporário. Ele era advogado e já estava resolvendo sobre a venda da casa e todos os trâmites necessários para que eu pudesse viajar tranquila. A casa me parecia estranha sem as presenças das pessoas que mais amava. Uma fisgada espontânea fez com que me sentasse. Lílian... Lílian... Sofria... Meu peito se contraía em dor. Não podia acreditar nisso. Era apenas a minha solitária verdade. Fiquei olhando as coisas dentro da casa. Queria que a mulher bondosa viesse me por para dormir contando histórias de fadas e mágicos.
-- Mãe... -- sussurrei antes de pegar no sono ali mesmo no sofá.
xxxx
-- Hoje é seu dia, Coala!
Falei assim que ela abriu a porta para me receber daquele jeito que eu amava.
-- Quero fazer muuuuitas coisas hoje, viu? -- fechou a porta atrás de si e me levou pela mão.
Fomos primeiro à praia. Duas almas penadas afugentando o sol! A brancura de nossas peles logo virou um vermelhão. Corremos pra um restaurante onde comemos frutos do mar com uma enorme taça de sorvete para ela, como sobremesa, e um pudim de leite para mim. Passamos rápido em casa pra trocar de roupa e fomos para o cinema. Agarradinhas, nos emocionamos com Toy Story 3.
Comemos uma massa maravilhosa, regada a conversas despropositadas. Em certo momento até esqueci-me de tudo.
-- Pra onde vamos agora? -- perguntei enquanto pagava a despesa.
A mão miúda pousou sobre a minha...
-- Um lugar onde eu possa te dar um presente de despedida. Meus pais vão passar a noite fora e só voltam amanhã de tarde. Podemos ouvir música...
Os dedos dela brincavam de enlaçar os meus. Sabia o que ela esperava de mim e resolvi que também queria esse tempo à sós com ela.
-- Vamos... -- disse sem pestanejar.
Ela sentada em meu colo. A música suave de Sarah McLachlan em “Fallen” nos acalentava. Os dedos macios em meus cabelos me dando uma paz necessária. Não falávamos. O rosto dela foi afundando bem devagar em meu pescoço e a língua soltou-se dos lábios, traçando um caminho moroso até minha orelha e dessa vez foi Colbie Caillat sussurrando “I Never Told You”.
-- Quero te dar meu presente... -- despejou em meu ouvido com a voz rouca.
Levantei-me com ela nos braços e caminhei lentamente em direção ao seu quarto. No caminho nossas bocas se encontraram e não pude deixar de comparar, me recriminando arduamente por isso. Fechei as portas para as imagens de Lílian. Deitei-a com cuidado na cama.
-- Quero te dar a minha primeira vez com alguém, Guilhermina... -- viu meus olhos marejados. -- Sei que não me ama... Não importa... -- mantinha meus cabelos presos pelo seu afago. -- Quando te vi no primeiro dia de aula, me perguntei intimamente se estava vendo coisas. Eu que sempre gostei dos meninos e não sabia o porquê nenhum deles me cabia. Descobri a resposta... Estava esperando você... Nenhum homem e nem mulher me tinha prendido em um único olhar.
-- Mas te via com muitos garotos da escola. -- quis saber mais.
Ela sorriu, tão lindo que me enterneci na hora e busquei seus lábios com carinho.
-- Pra me convencer de que não estava louca... Inútil...
Ela não esperou que eu comentasse qualquer coisa. As mãos calmas retiravam a baby look que eu usava e se aventuraram para desabotoar meu jeans
-- Maluquinha... -- minha respiração não era normal. -- Tem certeza?
Puxou meu rosto para encará-la de frente.
-- Sei que não me ama. -- quis argumentar e dedos pequenos em meus lábios impediram. -- Sei que está pensando nela.
-- Amanda... -- a boca envolveu a minha mais uma vez evitando que eu continuasse.
-- Sabe o que estou fazendo aqui, Gui. Você não é o meu destino, eu sei disso. Não quero para mim quem não me ama, mas quero isso. Esse nosso momento... Só nosso... Não importa que ela esteja entre nós. Se você quiser assim, que seja. Só quero a minha lembrança. Lembrança de meu primeiro amor...
Minha boca apossou-se da dela novamente. Após retirar-lhe o vestido fino e o sutiã delicado, apoderei-me dos seios enlouquecidamente. Meu jeans era sutilmente desalojado de mim. Nossas peles estavam se conhecendo.
-- Tira a calcinha. -- pedi sugando o mamilo róseo, enrijecido pelo tesão.
Ela obedeceu se livrando da dela simultaneamente. Minha mão alcançou o sex* inundado. Olhei-a momentaneamente. Os olhos fechados, a boca entreaberta aguardando a minha. Passeei com meus dedos em sua vulva. A cada comichão, meus braços a socorriam. Posicionei o dedo na sua entrada.
-- Vou entrar... Vou entrar agora, maluquinha... -- circulei entre a entrada e seu clit*ris tímido.
Num movimento rápido, prendeu minha mão na sua e a enfiou de vez, emitindo o grito de dor e prazer. Sabendo de seu sofrimento investi com mais intensidade. Beijando sua boca. Lambendo e sugando seus seios delicados. Junto com o líquido em suas pernas visualizei a raiz de sangue comprovando a veracidade de sua virgindade. Continuei com os dedos incansáveis até que ela alcançasse o paraíso e desfalecesse com um meio sorriso no rosto belo.
Fim do capítulo
Voltando. Espero que alguém ainda se interesse pela história. Um abraço a todas.
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