Capítulo 14
Ao perceber a filha chorando agarrada no celular, Paula se aproximou sem chamar atenção dos outros que conversavam animadamente.
- Não me diga que vocês brigaram, em plena noite de natal?! - ao olhar mais atentamente para filha, Paula pode perceber que aquele choro não era de tristeza.
- Eu acho que ela tem o dom de ler meus pensamentos, mãe. - sorriu em meio as lágrimas. - Ela se declarou pra mim, de uma forma tão doce, tão sincera, não me lembro qual foi o dia que me senti tão feliz, tão completa… - Paula abraçou a filha com todo amor de mãe que existia em si.
- Essa minha nora é porreta mesmo! - segurou o rosto de Priscila entre as mãos. - Viu, que as vezes a gente só precisa de um pouco de paciência e se deixar levar. Eu tenho certeza, que vocês duas serão muito felizes juntas, por muito tempo. Por mais que pareça existir um abismo entre vocês, sempre há um meio de se construir uma ponte. Vamos voltar pra festa antes que seus tios e primos enxeridos comecem a cobrar explicações. - ambas sorriram.
- Feliz?!
- Muito, tia! O que acabei de ouvir… nunca minha vida esteve tão boa. Ela me ama, tia! Ela me ama!
- E você tinha alguma dúvida, minha querida? Está no olhar de vocês duas. Só vocês que não se permitiam perceber isso. Vamos, amar dar fome. E sei que você deve está faminta. - Beatriz abraçou a mulher que a tanto tempo negligenciava, sua tia era sua fortaleza, só sentia por ter percebido isso tarde demais.
Os dias vinte e cinco, vinte e seis e vinte e sete, pareciam ter sido os mais longos do ano, da década, do século. Quando finalmente o dia vinte e oito chegou.
“- Oi! Já estou em casa!” - sentiu a respiração de Beatriz mudar no mesmo instante.
“- Chego já, aí!”
Se arrumaram como se fosse o primeiro encontro. Priscila, assim como Beatriz tomou um banho bem demorado, deixou a água morna cair sobre seu corpo para tirar o cansaço da viagem. Enquanto Beatriz escolhia uma roupa que a deixasse, sexy, como Priscila costumava dizer, essa por sua vez, passava um óleo de maracujá por todo corpo, deixando a pele ainda mais macia, escolheu uma lingerie e uma camisola que havia comprado para um “momento especial” e aquele, sem dúvida, era um momento especial, sabia o quanto Beatriz era fissurada nisso, o quanto gostava de despi-la. Escovou os cabelos, mas os deixou molhado, foi aí que percebeu o quanto já sabia dos gostos da namorada. Entre ela e Thaís nunca houve essa cumplicidade, intimidade, mesmo namorando por mais de dois anos. Beatriz se deu uma última olhada no espelho, gostou do que viu, estava confiante. Sorriu ao se sentir assim, parecia sua primeira vez com Priscila. Apenas mais uma ajeitada no cabelo e o toque final com o perfume favorito da namorada. Antes de ir ao seu destino, passou em uma floricultura e comprou outro buquê de rosas vermelhas, estava em dívida.
Enquanto estava no elevador, a caminho do apartamento de Priscila, Beatriz sentiu seu coração acelerar, aquele frio na barriga se apossou dela mais uma vez, tocou a campainha, após a porta se abrir:
- Oi! - falou Priscila num fio de voz, a tensão que antecedia o momento era palpável. Beatriz a analisou com aqueles olhos clínicos, que ela tanto se orgulhava em dizer que tinha, seu olhar era lascivo, transbordava desejo.
- Oi! São pra você! - entregou as rosas para Priscila que abriu um enorme sorriso. Ainda estavam na porta.
- São lindas! Entra! - colocou as rosas sobre a mesa. - Você está absurdamente linda! Seu cheiro está me invadindo inteira.
- A intenção era essa! Não é a toa que fiz um pequeno estoque desse perfume, por ser o seu favorito… e quanto a você. Eu não tenho nem palavras pra descrever o quanto você está linda, sedutora, cheirosa, macia… - Beatriz já tinha Priscila entre os braços, roçava os lábios em seu pescoço, algo que a deixou completamente mole, soltando pequenos gemidos a cada roçar de lábios.
- Saudade de você, Bia! - segurou o rosto de Beatriz entre as mãos e a beijou com toda urgência que tinha guardada dentro de si. Estavam com os corpos colados, Beatriz deslizava as mãos sobre o tecido delicado da camisola de Priscila, não estava com pressa, queria saboreá-la vagarosamente. Chegaram até o quarto ainda coladas uma na outra, as respirações já estavam pesadas, as mãos tinham vontade própria. Delicadamente, Beatriz deslizou as alças da camisola de Priscila pelos ombros, fazendo com que a peça fosse ao chão. Tomou um pouco de distância, para olhar o que se apresentava a sua frente.
- Nossa! Você ficou perfeita… - enquanto admirava Priscila apenas de sutiã e calcinha, essa fez uma leve pressão em Beatriz, fazendo-a deitar na cama, subiu na cama e sentou-se sobre o ventre de Beatriz, desabotoou cada um dos botões da camisa que a namorada vestia, depositando beijos a medida que cada pedacinho de pele era descoberto, inclinou-se sobre Beatriz e depositou mais um beijo de tirar o fôlego de ambas.
Beatriz sentou na cama, com Priscila encaixada em sua cintura, com apenas umas das mãos desabotoou o sutiã dela, massageava, ch*pava, lambia os seios de Priscila, arrancando-lhe pequenos gemidos, ao mesmo tempo que já se contorcia entre os braços de Beatriz e mesmo ainda estando de calcinha, era possível já sentir a umidade de sua excitação. Beatriz permaneceu naquela provocação, alternando entre pescoço, boca e seios por um tempo. Colocou Priscila de pé, a sua frente, desceu a calcinha bem lentamente, constatando que ela estava completamente encharcada. Com apenas um movimento de cabeça, Priscila entendeu exatamente o que Beatriz queria. Subiu na cama e ajoelhou-se, segurando na cabeceira, empinou bem os quadris, fechou os olhos, esperando o contato que ela tanto conhecia e adorava, aquela era uma de suas posições preferidas. Enquanto tirava os tênis e a calça, Beatriz ficou admirando aquela cena, percebeu o corpo da namorada arrepiado, involuntariamente os quadris dela se movimentavam, como que antecipasse o que aconteceria. O contato veio, mas não da forma que Priscila esperava, Beatriz encaixou sua cabeça entre as pernas dela, e ao sentir seu sex* ser tomado pela boca de sua amada, soltou um gemido alto e longo, como se ela tivesse acertado em cheio exatamente o que ela precisava, mas não sabia que queria. Enquanto arranhava as costas com umas das mãos, a outra se encarregava de massagear o seio de Priscila, ao mesmo tempo que a ch*pava e a penetrava com a língua, alternando sempre compassadamente os movimentos. O corpo de Priscila estava entregue a um movimento cadenciado, sempre tentando aumentar o contato entre seu sex* e a boca que o “castigava”, gemia despudoradamente, falava palavras desconexas, o que só fazia aumentar ainda mais o desejo de Beatriz. Quando sentiu dois dedos deslizando para dentro de si, Priscila perdeu o resto de auto controle que ainda tinha. Beatriz a penetrava e com a língua, massageava o clítoris com movimentos circulares.
- Bia… amor… - o gozo veio intenso, tomou conta de todo seu corpo, era como se recebesse pequenas descargas elétricas por todo ele. Soltou um gemido rouco, enquanto segurava com toda força a cabeceira da cama, Beatriz sorvia cada gota do que era oferecido, seus dedos e boca estavam inundados pelo prazer de Priscila, que apesar de lânguida, continuava de joelhos, escorando a testa na parede e recuperando o fôlego, sentiu o corpo de Beatriz colar no seu.
- Quer deitar? - sussurrou Beatriz em seu ouvido.
- Não… Quero você goz*ndo colada em mim. - falava com a respiração ainda ofegante, empinou bem a bunda e como recompensa teve um gemido de Beatriz, que ao sentir aquele contato, se apossou da cintura de Priscila, pressionando os quadris dela contra seu sex*. Beatriz estava no seu limite, envolveu Priscila em um abraço, onde com uma das mãos enlaçava sua cintura e a outra segurava firmemente seu seio, ao sentir o corpo de Beatriz estremecer, anunciando o orgasmo que viria, Priscila falou:
- Goz* no meu rabo… inunda tudo com teu gozo, vai! - aquilo soou como uma ordem, Beatriz abafava o gemido no ombro de Priscila, estavam suadas, coladas uma na outra, Priscila sentia os espasmos do corpo e do sex* de Beatriz em suas nádegas, sorria satisfeita com o efeito que conseguira causar, sorriso esse que foi substituído por um morder de lábio e um gemido rouco, ao sentir mais uma vez dois dedos atrevidos invadindo sua intimidade sem pudor nenhum. Beatriz a penetrava com estocadas firmes, sabia exatamente como e onde tocar e mais uma vez, Priscila sentiu uma onda de prazer tomar conta de seu corpo. Se segurava na nuca de Beatriz para não desfalecer por completo e era amparada pela mesma.
Beatriz desfez o contato dos corpos lentamente, deitando ao lado de onde estavam, imediatamente, Priscila deitou sobre seu corpo, repousando sua cabeça em um dos ombros de Beatriz, suas respirações, assim como seus corações, ainda estavam descompassados. Beatriz acariciava os cabelos de Priscila e tinha os seus acarinhados por ela.
- Eu te amo! - falou levantando a cabeça, para olhar nos olhos da mulher que a tinha entre os braços.
- Eu te amo! - retribuiu Beatriz, após um enorme sorriso iluminar seu rosto por ter ouvido aquelas três palavrinhas, agora pessoalmente. Selaram aquela declaração com um beijo vagaroso e cheio de ternura, adormeceram naquela posição.
Os dias vinte e nove e trinta, reservaram para si. Passavam horas fazendo amor, ara preciso apenas um pequeno contato, um olhar mais atrevido para incendiar tudo novamente.
No dia trinta e um, a tarde:
- Bia, tem certeza que é uma boa ideia a gente ir?
- Por que não? Você já foi no réveillon promovido pela boate que eu sei… e mais de uma vez, inclusive. Já nos encontramos lá.
- Eu sei, mas…
- Do que você tem medo? - Beatriz a olhava com seriedade.
- Não é medo. Mas vamos encontrar pessoas que não querem nos ver juntas.
- Quem? A Laura? É a única pessoa que eu consigo pensar que possa nos causar algum inconveniente. Tem alguma coisa que eu não sei?
- Não, claro que não! Mas eu não queria estragar esse momento nosso.
- Pri, a gente uma hora ou outra vai ter que sair em público, frequentar lugares que as outras pessoas vão. Ou o problema é esse, você não quer ser vista comigo?
- O que? Ficou louca, Bia? Tá vendo, já estamos nos estranhando.
- Ei moça, calma! Está tudo bem. Só te fiz uma pergunta. Vamos fazer o seguinte: a gente vai até lá e se de repente, alguém tentar azedar nossa noite, a gente toma outro rumo. Faz tempo que não saio com os meninos. Vai ser bom, você vai ver.
- Letícia vai também?
- Vai, com a namorada dela! Desencana disso Pri. Não existe mais nada entre eu e a Lê, além de uma amizade que estamos tentando resgatar. Você e Jéssica têm que parar com essa cisma besta!
- Besta!? Vocês duas conhecem uma a outra melhor que qualquer pessoa nesse universo! Como competir com isso? Eu via, ela sempre tinha a palavra certa pra lhe acalmar e olha que vocês ainda estão afastadas…
- Competir?! E você acha que tem alguma coisa pra competir? Meu amor, meus pensamentos, minha vida, são inteiramente seus. Não precisa se preocupar com isso. Letícia e eu convivemos desde pequenas, normal essa afinidade. Nós duas, eu e você, também estamos construindo nossa cumplicidade, afinidade… você me decifra pelo olhar Priscila, você sabe disso. - Priscila se encaixou entre os braços de Beatriz num abraço forte.
- Eu tenho ciúmes dela sim. Mesmo vocês não me dando motivo pra isso. Tenho medo de nunca conseguir ser pra você o que ela é.. ou foi.
- Ela é minha amiga, apenas isso. E você é muito mais do que qualquer pessoa já foi na minha vida.
Mesmo com toda resistência de Priscila, se arrumaram e foram “curtir” a virada do ano com os amigos, de Beatriz.
Priscila estava completamente travada, Bruno tentava puxar assunto, incluir ela nas conversas, mas havia um clima de resistência dos dois lados. Ela sempre foi tudo que as pessoas que faziam parte do círculo social de Beatriz, abominava: cheia de si, arrogante, e porque não muitas vezes traiçoeira, criando situações que menosprezavam alguém. Enquanto Beatriz conversava animadamente com pessoas que não via a meses, Priscila saiu um pouco e foi para uma varanda, precisava de ar.
- Pelo visto a noite não está sendo muito agradável para você. - falou Jéssica, enquanto entregava uma cerveja para Priscila.
- Tirando Beatriz, ninguém ali vai com a minha cara.
- E você também não vai com a cara de ninguém. São mundos opostos entrando em colisão.
- Não ia, mas não estou tendo oportunidade de conhecer alguém.
- Você sabe que isso é culpa exclusivamente sua. Eu sinceramente me surpreendo de Beatriz ter superado tudo que aconteceu, não só o que aconteceu na praia, mas todos os anos de “rejeição” sua.
- Você está conseguindo me animar bastante.
- Olha, eu não sou de ficar bajulando ninguém, principalmente alguém com seu histórico, vê se para de criar drama. Beatriz está disposta a te incluir na vida dela de todas as formas, eu nem vou com a cara dela, mas tenho que ser honesta, pelo que Letícia me fala, ela mudou… então seria bom você tentar.
- Sei… você diz isso porque tem medo que ela fique sozinha e acabe se jogando pra cima de Letícia de novo e sabe muito bem que a ruiva não vai pensar duas vezes. - Jéssica estreitou os olhos.
- Se eu tivesse essa dúvida, nem com Letícia estaria. Eu conheço e respeito a mulher que tenho. Já você… - foram interrompidas pela chegada de Beatriz.
- Aconteceu alguma coisa? Você disse que ia ao banheiro e sumiu?
- Vim só tomar um ar, Jéssica estava apenas me fazendo companhia, formamos o grupo das excluídas. - sorriu dissimuladamente para Beatriz.
- Você hoje está difícil! Vem, vamos pra lá, dançar um pouco pra ver se esse mau humor passa. Assim que tiver o “feliz ano novo” a gente vai embora, prometo!
Saiu levando Priscila emburrada pelo salão.
- O que foi? - perguntou Letícia após dar um beijo em Jéssica.
- Eu detesto dizer isso, mas acredito que logo, logo, Beatriz vá precisar de vocês.
- Por quê?
- Priscila continua a mesma egoísta manipuladora de sempre, a diferença é que agora ela não está mais em bando. Quando Beatriz descobrir isso, será tarde demais. - Letícia ficou pensativa, mas não queria estragar a noite dela com isso, outro dia conversaria com Mauro, para conversarem com Beatriz.
E como prometera, assim que a contagem regressiva terminou e todos se cumprimentaram, Beatriz arranjou uma desculpa qualquer e foi embora. Passou o trajeto inteiro ouvindo reclamações de Priscila.
- Imagine se eu te forçasse a ficar perto das meninas com quem andava!
- Se elas me tratassem bem como todo mundo te tratou hoje, não teria problema algum.
- Eles me suportaram, é diferente, não quero mais fazer parte disso.
- Então a gente vai se isolar do mundo?
- Não, mas podemos ir a lugares onde seus amigos não estejam, amigos esses, que quando você mais precisou sumiram, não é mesmo?!
Beatriz permaneceu em silêncio, não queria estender a discussão e Priscila estava começando a agir de maneira grosseira demais.
- Me leva pra casa! - Beatriz a olhou incrédula. - Eu quero ficar sozinha.
- Devido?
- Você ainda pergunta, Beatriz? Eu tive que abrir mão das minhas amizades pra poder ficar com você, aí numa noite como hoje, você me joga no meio de um bando de leões…
- Pode parar, eu não pedi pra você se afastar de ninguém. O pessoal nunca te fez mal, já suas amigas sempre tiravam sarro da minha cara, a vida toda.
- Eu também fiz isso, e não vejo você se importar nem um pouco quando está na cama comigo.
- Sério isso? Você vai mesmo me tratar desse jeito. - Priscila massageava a testa com a mão.
- Me leva pra casa. Eu preciso ficar sozinha. - Beatriz não disse mais nada, a deixou em casa, esperou que entrasse no prédio e foi para seu apartamento.
Refez toda noite mentalmente e não encontrou um motivo sequer para Priscila ter dado aquele chilique, ainda mais por estarem num momento tão bom. Talvez o fato de ter contrariado sua vontade, tenha sido o principal problema. Tomou um banho e foi dormir. Agradecia aos céus o remédio que tomava para suas noites insones, ajudava a não se maltratar mentalmente por muitas coisas.
No dia seguinte, Beatriz acordou com uma sensação de ressaca, apesar de não ter bebido nada alcoólico, olhou para o celular, já passava das nove da manhã, não havia nenhuma mensagem, ou ligação perdida de Priscila, resolveu que também não enviara mensagem ou ligaria para mesma, afinal, não foi ela que começou a confusão e se tinha uma coisa que Beatriz sabia ser, era orgulhosa, até além da conta. Ligou para tia, disfarçou que estava tudo bem. Disse a ela que no dia três estaria lá no haras. Passou o dia assistindo TV e jogando videogame, Priscila não deu sinal de vida.
No dia seguinte, a mesma coisa, o silêncio continuava de ambas as partes, de um lado Beatriz convicta que não havia feito absolutamente nada para aquela atitude, do outro Priscila, se sentindo ofendida e traída, pelo fato de Beatriz ter preferido ficar com os amigos, do que apenas com ela.
Dia três a rotina do escritório voltou ao normal, os funcionários estavam bem alegres, pelo breve descanso do período natalino e do ano novo, puderam viajar despreocupados. O clima estava leve e ainda festivo.
- Você não está com uma cara muito boa, aconteceu algo? - indagou Sara enquanto recebia algumas recomendações de Priscila.
- Só Beatriz me tirando do sério, pra variar. - Sara não quis se intrometer, percebeu que Priscila estava muito aborrecida, nunca havia visto ela daquela maneira.
- Se quiser desabafar, estou aqui.
- Obrigada, Sara! Mas o melhor que temos a fazer é trabalhar. - a conversa mudou de rumo imediatamente.
Já no haras.
- Está acontecendo alguma coisa, Beatriz? Você parece bem incomodada.
- Nada tia, só Priscila que resolveu dar chilique sem motivos.
- Como assim? - Beatriz explicou toda situação para tia.
- Ela deve está com ciúmes dos seus amigos, só isso. Vocês ficaram muito tempo de lados opostos, deve ser difícil pra ela, ter que lidar com isso. - tentava apaziguar Sílvia.
- Eu entendo, tia. Sério, entendo mesmo. Mas ninguém a tratou mal, eu jamais deixaria que fizessem isso, e ela também não precisava surtar daquela forma. Mas vamos mudar de assunto, que vou ajudar Roberto a domar um cavalo, preciso está bem pra isso, se não vou piorar a situação do bicho.
- A gente pode fazer isso outro dia, dona Beatriz. Pega Mérida e vai dar uma andada, vocês duas estão precisando.
- Roberto, agora que sou sua sobrinha, tira o “dona”, antes do meu nome. - Roberto ficou todo sem graça. - Vou aceitar seu conselho, vou pegar aquela ruiva e sair pra dar uma espairecida.
Enquanto cavalgava com Mérida, num trote bem suave, o celular de Beatriz tocou.
“- Bom dia, Beatriz!” - Beatriz revirou os olhos, Priscila iria dificultar as coisas.
“- Bom dia, Priscila!”
“- Chegaram algumas propostas de compra das fazendas que enviei os relatórios para Mauro. Vou enviar para o seu e-mail, gostaria de saber também se a instalação da fábrica de ração lá do Indomável ainda será feita, o galpão já ficou pronto.”
“- Ok. Vou checar meu e-mail e a instalação é pra ser concluída sim. Mais algumas coisa?”
“- Não, no momento só isso mesmo.”
“- Tem certeza que você não tem mais nada a me dizer?” - Priscila respirou fundo, para então responder.
“- Quando eu quiser tratar de assuntos pessoais com você, eu ligo do meu número particular. Nesse momento é sua funcionária que está falando e tudo que eu tinha a dizer, já disse. A senhora tem mais alguma pergunta?” - Beatriz engoliu a seco, a frieza com que Priscila a tratava, parecia que ela havia cometido algum tipo de crime contra ela.
“- Não, Priscila, não tenho mais pergunta nenhuma. Passar bem!”
“- Igualmente, dona Beatriz!”
Encerraram a ligação e cada uma ficou perdida em seus pensamentos.
Na noite daquele mesmo dia.
- Resolveu vir me pedir desculpas, finalmente?
- Não, Priscila, resolvi vir saber pessoalmente o que está de fato acontecendo pra essa sua mudança repentina de humor e de agir comigo?
- Esses dias foram bons pra eu colocar o pensamento em ordem sabe, Beatriz. Eu acho que a gente super valorizou o que estava acontecendo entre a gente.
- Como é?
- Isso mesmo. Fizemos uma romantização exacerbada desse nosso namorico.
- Namorico? Você disse que me amava…
- Com tantos paparicos, como não amar, não é mesmo?
- Você tem ideia do que você está fazendo?
- Tenho. Aquela noite, me fez perceber que jamais eu serei suficiente para você, agora que você está melhor, recuperada, achou seu rumo, já começou a querer voltar pra velha vida que levava.
- Que tipo de droga você andou usando?
- Nenhuma, talvez tenha caído na real. - Beatriz balançava a cabeça negativamente.
- Eu não sei o que deu em você e pelo visto você não vai me contar. Mas eu tenho a minha consciência tranquila. Eu não fiz nada pra te deixar desse jeito.
- Sempre vítima, não é mesmo? Essa parte a gente pode pular que eu já conheço.
- Como você quiser. - Beatriz, levantou do sofá onde estava sentada e saiu porta a fora. Priscila ficou olhando o desenrolar da cena e se xingando mentalmente, não conseguia entender porque estava tratando Beatriz daquele jeito, mas se ela realmente a amasse, iria ceder e fariam as pazes, mas o pedido de desculpas deveria parti dela, Beatriz.
Fim do capítulo
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Vanderly
Em: 21/09/2019
Garota insuportável essa Priscila viu cara! Que loucura sem pé nem cabeça é essa? Filha duma égua!
Sinceramente,se eu fosse a Beatriz dava um pé na bunda dessa idiota e ia ser feliz. Que garota mal criada! Está merecendo umas chineladas de dona Paula.
Beijos.
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