Capítulo 11
Os primeiros quinze dias foram intensos. Lá da fazenda, Priscila comandava os trâmites das demissões e das novas contratações, Sara foi uma peça fundamental no escritório central, conseguindo executar de forma competente tudo que era necessário para a coisa funcionar com a maior fluidez possível.
Letícia, por outro lado, estava tendo uma sobrecarga de trabalho gigantesca, enquanto Beatriz não arrumava um veterinário para ajudá-la, muitos animais doentes, muita rotina de manejo para ser refeita. Enquanto isso, Beatriz e Zé cuidavam das melhorias e organização dos poucos funcionários que tinham para manter os dois módulos em ordem. Uma das primeiras atitudes de Beatriz para melhor fluidez, foi arrumar a estrada de acesso aos estábulos, contratou uma empresa especializada em abrir estradas e asfaltar, gastava-se muito tempo indo e vindo a cavalo, fora que quando chegavam caminhões carregados com produtos ou equipamentos, o atoleiro era certo.
As coisas estavam fluindo, mas as intimações de cunho trabalhista começavam a chegar ao escritório de advocacia, Andrade a mantinha informada sobre tudo, em breve começariam as audiências de conciliação, como uma forma de “punição” o sindicato não deu entrada de maneira coletiva, e sim individual, já eram mais de vinte notificações até o momento.
- Bia, agora que as coisas já estão mais ou menos organizadas, que você já arrumou um veterinário, eu poderia dar um pulo em casa? A gente já está aqui a mais de vinte dias, preciso resolver umas coias. - Beatriz respirou fundo, sabia que estava exigindo demais, tanto de Letícia, quanto de Priscila.
- Eu vou ligar para Roberto vir buscar vocês.
- Vocês?!
- Sim, tenho notado Priscila bem estressada aqui também. Vocês estão com uma sobrecarga de trabalho gigantesca.
- Mas não está sendo fácil pra você também. Apesar de estarem aqui, eu vejo que você e Priscila mal se vêm, e porque diabos vocês estão dormindo em quartos separados?
- Estamos trabalhando, não é bom misturar as coisas. - Letícia a olhou incrédula.
- Misturar as coisas? Beatriz, é sua namorada! A vida é sua, você faz dela o que quiser. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Quer dizer que se vocês duas fossem casadas, você iria dormir separada dela também, pra não misturar as coisas?
- O que? Mas o que deu em vocês? Já não basta Priscila me cobrando isso, agora você também!? Eu estou tentando manter o foco…
- Você está obcecada em se tornar alguém que não é. Admiro demais a pessoa que você tem se tornado, responsável, humana, generosa com seus funcionários, mas Bia, não precisa ser assim. Você está deixando todo resto de lado, negligenciando seu relacionamento com Priscila, sua vida social, seu tratamento…
- Letícia, tá bom, chega, tá? Tia Sílvia e Priscila já têm me alertado sobre isso até demais.
- Vai ver que é porque elas se preocupam com você. Você não precisa seguir os passos de seu pai, até onde sei ele sempre foi presente na sua vida e de sua mãe. Não negligencie as pessoas que te amam, em busca de uma perfeição que você acha que por obrigação tem que ter. Você tem superado muita coisa Bia, mas pega leve. Pra tudo não desmoronar de novo ao seu redor. Não cometa os mesmos erros por motivos diferentes. - Priscila escutava tudo do lado de fora, estava em uma posição que não daria pra ser notada por nenhuma das duas, caso saíssem do escritório.
A noite.
- O que a senhorita está fazendo aí sozinha… Beatriz você?
- Não, Pri… apesar do copo está cheio e a garrafa na minha frente eu não bebi. - Beatriz soltou um longo suspiro de cansaço.
- O que está acontecendo? Por que não tomou seu remédio? Essa hora era pra você está desmaiada já.
- Tomei, mas não fez efeito. Eu estou uma pilha de nervos. Você vai embora amanhã, eu não sei se vou aguentar ficar aqui sozinha.
- Então vem comigo!
- Não dá, as audiências começarão em breve, eu preciso está aqui.
- E depois disso, qual será a desculpa? - Beatriz a olhou confusa. - Mais de vinte dias aqui com você e a gente mal troca um beijo de boa noite. Tem sempre alguma coisa mais importante.
- Eu entendo sua frustração, não está sendo fácil pra mim também. Mas eu estou tentando fazer o que é certo, pela primeira vez em muito tempo.
- E pra isso você precisa abrir mão do nosso relacionamento?
- Pri…
- Tudo bem! Não vou te pressionar. Você não está bem. Vem, pelo menos hoje dorme comigo! - Beatriz segurou a mão de Priscila e a seguiu até o quarto.
Priscila estava decidida a não resistir as investidas de Beatriz, sabia que passariam um bom tempo separadas, estava com saudades dos carinhos, dos beijos, do cheiro, do gosto da namorada. Não demorou muito, para que um inocente beijo se transformasse em um incêndio. As respirações já estavam pesadas, as mãos já agiam por conta própria.
- Bia…
- Eu sei, eu sei… vou me acalmar. - Priscila a olhou de forma faminta.
- Nem ouse fazer isso! Quero você! - aquilo soou como uma ordem para Beatriz.
Foi tirando vagarosamente cada peça de roupa que cobria o corpo de Priscila, beijando e mordiscando cada parte que ia ficando exposta. Estavam a meses sem sex*, o desejo ali era palpável. Cada beijo, cada mordida, fazia com que Priscila soltasse um gemido e contorcesse o corpo, passou um bom tempo se dedicando aos seios dela, lambendo, ch*pando, apertando.
- Desce Bia… quero sentir você, desce amor… por favor!!
Ao tomar o sex* de Priscila em sua boca, foi a vez de Beatriz soltar um gemido de satisfação, estava encharcado, tinha um gosto delicioso, gosto que a muito tempo ela não sentia. A penetrava com a língua e ia alternando em movimentos circulares em seu clit*ris, o que a fazia gem*r cada vez mais alto, enquanto a ch*pava de forma habilidosa, acariciava e apertava os seios delas com uma das mãos. Priscila começou a intensificar os movimentos dos quadris, tentando aumentar o contato de seu sex* com a boca de Beatriz, segurava firme em seus cabelos.
-Vem Bia… vem… - não segurou mais, gozou de forma intensa na boca de Beatriz, que sorvia tudo aquilo que lhe era oferecido, seu corpo inteiro foi tomado por espasmos, estava ofegante, achava incrível o poder que Beatriz tinha sobre seu corpo, ela sabia exatamente onde tocar, como tocar, com qual intensidade tocar. Ainda em meio a seus devaneios, sentiu o peso do corpo de Beatriz sobre o seu, peso que ela adorava, mal havia se recuperado do primeiro orgasmo, seu corpo já dava sinais que estava pronto para o próximo.
- Me deixa entrar?! - sussurrou Beatriz num fio de voz em seu ouvido.
- É toda sua, meu amor. - não havia ainda nem terminado a frase, sentiu-se preenchida por dois dedos de Beatriz, arranhou suas costas na mesma intensidade do prazer que sentia com aquele gesto, Beatriz a penetrava com estocadas firmes, fazendo Priscila perder completamente a compostura.
- É assim que você gosta? Hummm?
- É sim amor, mete assim gostoso, mete… - já sentia de novo, outra onda de prazer invadindo seu corpo, Beatriz sentia a pressão do sex* de Priscila cada vez maior, sabia que não iria demorar muito… realmente não demorou. Unhas foram cravadas em suas costas, assim como um gemido rouco e longo preencheu seu ouvido.
- Gostosa! - falava baixinho no ouvido de Priscila, enquanto ela recuperava o fôlego.
- Minha vez… ou melhor sua vez! - Priscila tinha um olhar predatório, Beatriz segurou a respiração, estava no seu limite. Priscila foi presenteada com um sex* latejante, inundado e bem inchado de tanto tesão. Sabia exatamente do que Beatriz mais gostava, e se deteu lá, naquele pedacinho entumecido que implorava por atenção. O prendia suavemente entre os lábios, lambia, dava pequenos ch*pões, vinha de baixo até em cima lambendo e se mantinha ali, intensificou as lambidas com movimentos circulares, fazendo Beatriz enlouquecer.
- Ch*pa Pri… vem buscar o que é seu, vem. - só de sentir a pressão dos lábios de Priscila em seu clit*ris mais uma vez, Beatriz entregou tudo que estava guardado, todo aquele desejo reprimido por meses. Foi intenso, por um momento achou que iria desfalecer. Priscila se encaixou em cima dela, a beijava de forma suave, estavam completamente encaixadas uma na outra, o contato dos corpos trazia uma sensação de plenitude indescritível.
- Que saudade de você, minha loira!
- Que saudade de você, meu amor! Eu não quero mais ficar sem você, Bia. Volta com a gente, por favor! Eu quero ter você todo dia na minha cama, na minha vida.
- Eu também quero! Prometo que vou tentar resolver as coisas aqui o mais rápido possível. Agora, me abraça apertado, eu já estou com saudades! - Priscila não conseguiu deixar que uma lágrima escapasse, a distância que separaria as duas seria enorme, tanto pelo tempo, quanto a distância em si, afinal eram cinco horas de viagem para se chegar até ali.
Na manhã seguinte.
- Tem certeza que não vai?
- Eu não vou demorar, prometo! Fica bem, tá? Quando chegar, me liga!
- Lê, obrigada por tudo! Desculpa a sobrecarga, não vai acontecer de novo. - Letícia aproximou a boca do ouvido de Beatriz.
- Cuida da tua guria, antes que ela encontre alguém que cuide. Isso aqui, se mantém de pé sozinho, amor, não. - afastou um pouco. - Fica bem cabeça dura!
- Sua tia não vai gostar nada de você ficar aqui sozinha, menina.
- Eu sei Roberto, mas eu tenho pendências aqui. Em breve estou de volta.
- Mérida está que é puro estresse. Não demore e se cuide!
- Pode deixar. - se voltando para Priscila que já estava dentro do carro no banco de trás com uma cara de choro. - Não fica assim! Isso me parte o coração.
- Então volta com a gente! Eu quero ter tempo de poder ficar com você Bia! - Beatriz a beijou com ternura.
- Vai passar rápido. Você vai ver. - Priscila não falou mais nada, apenas enxugava as lágrimas que teimavam em cair.
O tempo realmente passou rápido, já fazia pouco mais de dois meses que Beatriz havia ficado na fazenda, só havia ido a cidade onde morava para resolver a papelada da escola das meninas, depois de Priscila muito insistir. Praticamente não ficaram juntas nos três dias que Beatriz esteve lá e o único momento que tiveram juntas acabaram brigando.
- As audiências acabaram, qual é o motivo agora?
- Comecei uma obra pra um novo estábulo, maior, mais moderno, mais confortável…
- E você não pode acompanhar isso daqui não?
- Claro que não! Olha no que deu acompanhar tudo de longe. - Priscila andava de um lado para o outro do apartamento.
- Se nas outras está dando certo, por que nessa não pode dar? Estamos com tudo sob controle nas outras propriedades Beatriz!
- Porque essa necessita de mais cuidado, reformas maiores, os animais ainda estão debilitados… Por que você não vai pra lá passar um tempo comigo?
- O que? Pra você sair de manhã e só voltar a noite? E mesmo assim a gente dormir em quartos separados? Você largou tudo que tinha aqui, seu tratamento, sua tia, sua “ruiva”, eu!
- Você está sendo tão egoísta, Priscila!
- Eu egoísta?! E você? Covarde de novo?
- Como é?
- Beatriz, você está usando esse seu compromisso de recuperar a fazenda que era a preferida do seu pai, pra fugir do nosso relacionamento. Não se vive de passado Beatriz. Seus pais se foram, você está fazendo de tudo pra honrar a memória deles e esquecendo de se manter “viva” na memória dos que estão vivos! Eu não quero mais migalhas, não quero mais esse relacionamento por telefone, sabendo que eu posso ter algo real. Eu quero você aqui, não tem mais sentido algum você ficar lá, que não seja o de fugir de mim! O Zé está lá, tem um veterinário excelente, as coisas estão fluindo, temos o controle de tudo daqui através do programa e do videomonitoramento. Me dê apenas um motivo que realmente faça sentido.
- Não vou mais discutir com você, já começou a falar besteira. Já que a única coisa, que pelo visto vamos fazer hoje é discutir, eu vou pra o meu apartamento e amanhã cedo viajo.
- Tenta arrumar uma puta por lá, porque aí você nem precisa vir aqui pra se “aliviar” - Beatriz olhou de cenho franzido para Priscila.
- Então você acha que é isso? Que eu venho aqui apenas atrás de sex*? Que eu viajo cinco horas pra dar uma trepada com você, sério isso?
- É, pelo visto nem pra isso eu valho a pena.
- Priscila, para! A gente vai acabar se machucando, mais ainda.
- Eu não vou mais tolerar essa situação, Beatriz. Ou você começa a viver no presente, deixando de se importar tanto em fazer as coisas, que na sua cabeça agradariam seu pai, ou a gente termina por aqui. Você não pode viver presa ao passado. Você apenas mudou o “modus operandi”, de se sabotar e continuar no seu luto. E isso é devido a falta da terapia.
- Faça como você achar melhor. Eu vou embora. Quando você estiver menos histérica, a gente conversa. - Priscila ficou furiosa. Bateu a porta com toda força que tinha depois que Beatriz saiu.
Ficaram mais de quinze dias sem se falar. Até mesmo as ligações relacionadas a empresa ficaram a encargo de Sara. Priscila estava muito magoada e Beatriz era orgulhosa demais para voltar atrás.
“- Fala, Letícia!”
“- Me responde uma coisa, apenas uma única coisa, filha da puta: imagina o seguinte, você perdeu a fazenda, isso teria que impacto na sua vida? Você conseguiria conviver com isso? Agora imagina outra coisa: você perdeu de vez qualquer chance de ficar com Priscila, a mulher por quem você sempre foi apaixonada, você conseguiria conviver com isso? Quando você vai parar de bancar a idiota e voltar pra sua vida, aliás, se dá o direito de construir uma vida?”
“- Você enlouqueceu ou fumou do mesmo baseado de Mauro? Porque não tem uma hora que ele me ligou me enchendo o saco pelo mesmo motivo e outros mais. E você está esquecendo que sou sua chefe, pra falar assim comigo?”
“- Pega teu emprego, tua chefia e enfia no rabo! Eu estou cansada dessa sua infantilidade. Eu achei que você havia mudado, mas continua aquela velha Beatriz de sempre, se escondendo agora atrás da “empresária responsável que quer recuperar a glória da família”, quer saber, foda-se! Eu espero de coração, que Priscila coloque um belo par de chifres em você, aliás, não seria traição uma vez que você a abandonou aqui.” - antes que Beatriz pudesse responder Letícia desligou.
- Mas o que diabos deu nesse povo?! - falava Beatriz enquanto coçava a cabeça.
No começo da noite, Beatriz avisou a Zé que viajaria pela manhã e ele ficaria responsável por tudo. Que não sabia ao certo quando voltaria, mas se algo de mais urgente acontecesse, ele entrasse em contato com o escritório que Priscila resolveria.
Passou sete horas dirigindo, saiu as quatro da manhã, chegou no haras de sua tia pouco antes do meio dia, não parou sequer para comer ou ir ao banheiro, levou alguns salgados que Inês havia feito e comprou alguns refrigerantes e água quando parou para abastecer.
- Beatriz?! Por que não avisou que viria? Eu tinha mandado Roberto ir lhe buscar, você veio direto?
- Vim tia. Estou a quase oito horas na estrada.
- Você enlouqueceu de vez menina?!
- Tia, me diz uma coisa: com todas as melhorias que fizemos nas fazendas, nós praticamente duplicamos o valor delas de mercado. O que a senhora me diz de vendermos as mais distantes e as de gado, de porteira fechada, e ficarmos apenas com esse haras e o que a gente está transformando em resort, que fica a uma hora daqui? A gente investe esse dinheiro das vendas, eu trago alguns cavalos que me interessam lá do Indomável e a gente fica só com isso para administrar, a medida que for aparecendo oportunidade a gente cria novos negócios, não sei. Mas eu não quero mais ficar viajando, eu não quero mais ficar longe de vocês. - Sílvia foi pega de surpresa, não esperava ouvir aquela proposta de Beatriz, já pensava a algum em sugerir isso a sobrinha, mas sempre que tocava no assunto, era um desgaste só.
- Só assim você consegue usar aquele trambolho que você comprou e só ligou uma vez. - Beatriz sorriu.
- Vou pedir para Mauro e o pessoal da advocacia agilizar tudo, não quero me estressar com isso. Agora preciso ir.
- Pra onde você vai?
- Falar com Priscila. Estamos sem nos falar a mais de quinze dias, me recuso a fazer as pazes por telefone ou esperar até amanhã.
- Beatriz, deixa que Roberto te leva.
- Não tia, eu estou bem. E outra coisa, quando é que vocês dois vão assumir esse namoro? Parece que é um mal de família isso, Roberto! - os dois se olharam surpresos. - Não precisam fazer essa cara não, eu fico feliz de saber que a senhora teve alguém cuidando da senhora todo esse tempo, só não sei se me acostumo a lhe chamar de tio, mas seja bem-vindo a família! Agora eu preciso ir!
- Vai com cuidado!
- Sempre!
Parou em um posto para abastecer e comeu um sanduíche, estava com o estômago doendo, aproveitou e comprou alguns biscoitos pra ir comendo no caminho e mais alguns refrigerantes. Chegou na cidade por volta das três da tarde, foi direto para casa, queria tomar um banho, estava suada e com a mesma roupa a quase doze horas, queria estar apresentável para Priscila. Sabia que ela só chegaria em casa lá pelas seis da tarde, resolveu tirar um cochilo, colocou o celular para despertar. Umas cinco e meia acordou, tomou um banho demorado, colocou uma roupa bonita e o perfume favorito de Priscila. Se dirigiu ao apartamento dela sem avisar que iria. Como já era conhecida, o porteiro a deixou entrar sem interfonar.
- Ué! Quem será, o porteiro não interfonou? - comentou Priscila antes de abrir a porta ao ouvir a campainha.
- Oi! - Beatriz estava com um buquê de rosas vermelhas e um sorriso tímido. Não deixou passar despercebido a camisola minúscula que Priscila estava usando, sentiu um arrepio em todo corpo.
- Bia?! - Priscila estava visivelmente surpresa e estática. Antes que Beatriz esboçasse qualquer reação, aparece alguém vindo do quarto de Priscila totalmente alheia a situação.
- Pri, eu não sei em que época você vestiu uma camiseta desse tamanho, cabem três de você aqui, ficou um vestido em mim, olha? Mas eu gostei, é super confortável! - a desconhecida estava apenas de camiseta e calcinha, a camiseta que pertencia a Beatriz. O semblante de Beatriz mudou no mesmo instante.
- É pelo visto demorei demais! - Beatriz deu as costas e saiu andando a passos firmes. Priscila meio que saiu do transe em que se encontrava.
- Bia, espera! Não é nada disso! - mas Beatriz já havia entrado no elevador.
- Quem era?
- A dona da camiseta e provavelmente agora, minha ex namorada.
- Eita caralh*! Vai atrás dela maluca!
- Desse jeito?! - apontou para as vestes.
- Não, prova uns cinco modelitos antes. Vai atrás dela!
Priscila saiu correndo, de chinelos e só com aquela mini camisola, antes pegou um papel que estava em cima da mesa. Pegou o outro elevador, como o de Beatriz parou em alguns andares para subir e descer pessoas, Priscila conseguiu chegar praticamente junto com ela ao hall de entrada do prédio.
- Bia, espera! Volta aqui Beatriz! - Beatriz continuava andando como se não ouvisse nada. Entrou no carro e antes que pudesse dar a partida, Priscila se pendurou na porta do motorista. Havia muita gente na rua e a cena, estava chamando bastante atenção, a roupa de Priscila então.
- Priscila, você já se deu conta que está com uma camisola transparente, minúscula e só de calcinha no meio da rua?
- Já! Mas isso não importa agora. Não é nada disso que você está pensando. - tentava recuperar o fôlego para falar. - Sofia, é minha prima. - Beatriz levantou uma das sobrancelhas. - É sério, ela veio me trazer o convite do casamento dela, olha! - mostrou o convite a Beatriz. - Não vai embora assim, por favor!
- Você poderia ter trocado de roupa e ter me dito isso depois, não? Precisava sair só de camisola, ainda mais essa camisola pro meio da rua?! Daqui a pouco alguns velhinhos estarão infartados!
- Poderia. Mas eu lhe conheço, sei que você pensaria várias coisas, todas ruins, e até eu conseguir falar com você, você já estaria no meio do mato de novo. - Beatriz balançava a cabeça em sinal negativo com um sorriso nos lábios.
- Priscila, já tem um monte de gente na calçada olhando pra gente. Pelo amor Deus, se dê conta dessa sua camisola! - Priscila fez a volta no carro e sentou no banco do carona, ao lado de Beatriz.
- Então me leva pra algum lugar onde essa camisola, ou a falta dela não seja problema. - mais uma vez aquela sobrancelha levantada, Priscila sabia muito bem o que aquilo queria dizer, seu corpo inteiro tremeu.
Ao chegarem ao apartamento de Beatriz.
- Eu sei que a gente tem muita coisa pra conversar, mas antes disso, eu não mandei você correr atrás de mim com uma camisola dessa!. - Beatriz encostou Priscila contra a porta. A segurou com firmeza pela cintura, foi escorregando a boca por cima da minúscula peça de roupa que ela vestia, desceu sua calcinha sem cerimônia alguma, apoiou uma de suas pernas sobre seu ombro, a tomou em sua boca sem muitos rodeios, estava sedenta, uma sede urgente que precisava ser saciada a qualquer custo. Priscila já gemia e remexia os quadris sem pudor algum, Beatriz sugava, lambia, penetrava com a língua, levando Pricila ao delírio, quando Beatriz começou a se dedicar ao clit*ris de sua parceira e a penetrou com dois dedos, sentiu imediatamente as consequências, os gemidos ficaram ainda mais altos, a pressão dentro do sex* de Priscila aumentou, assim como a intensidade de lubrificação.
- Bia… é seu meu amor, todo seu. - falava entrecortado sentindo as primeiras sensações do gozo que vinha intenso. Beatriz precisou ampará-la em seus braços, estava de perna bamba, completamente extasiada.
Beatriz retirou a própria camisa, pegou Priscila em seus braços, com as pernas encaixadas em sua cintura e a levou até o quarto. A posicionou de joelhos escorada na cabeceira da cama, encaixou seu sex* sobre as nádegas de Priscila e sussurrou em seu ouvido.
- Mexe pra mim… deixa eu sentir esse rabo gostoso, mexe! - mesmo ainda entorpecida, Priscila obedeceu. Mexia os quadris, Beatriz a segurava pela cintura enquanto com a outra mão massageava um dos seios de Priscila, que já começava a gem*r ao sentir a umidade de Beatriz invadindo suas nádegas. Beatriz gemia baixinho e dizia palavras inaudíveis para Priscila, que já sentia necessidade de ter a namorada novamente dentro de si. Estavam num ritmo frenético, não demoraria muito Beatriz chegar ao ápice, mas não faria isso sozinha, começou a acariciar o clit*ris de Priscila que ao sentir aquele contato soltou um gemido que quase fez Beatriz goz*r só de escutá-lo.
- Bia… dentro de mim! Agora! - pareceu algo sincronizado, após algumas estocadas, o corpo de Priscila já tremia inteiro, Beatriz também não se aguentou, gozou tudo, sem pudor algum, apertando Priscila contra seu corpo, beijando seu pescoço e ainda dentro dela sentindo os últimos espasmos de seu sex*. Desabaram juntas na cama, com Priscila por cima de Beatriz, encostada em seu peito, ouvindo as batidas ainda descompassadas de seu coração.
- Sabia que eu estava com saudade desse seu jeito cafajeste?! - Beatriz sorriu.
- A hora que você quiser! Você desperta ele em mim sempre. Que saudade de você!
- Eu também estava, muita!
- Só lhe peço uma coisa: nunca mais saia na rua desse jeito. Tenho certeza que você deixou muito cara de p*u duro hoje. E tudo isso, é meu, não divido com ninguém.
- Então como eu vou fazer pra ir a praia?
- É completamente diferente de uma camisola dessas! Isso desperta desejo até em quem é assexuado. - Priscila gargalhou.
- Vem tomar uma ducha comigo?
- Só se eu ganhar um beijo antes!
- Quantos você quiser, minha loira. - levantaram aos beijos da cama e foram para o banheiro.
E lá Beatriz não deu sossego a Priscila de novo.
- Você não se cansa, não?
- De você, nunca! - ambas sorriram lembrando que Priscila havia feito essa mesma pergunta na primeira noite que passaram juntas, mas dessa vez, recebeu uma resposta bem diferente.
Já deitadas.
- Chegou quando?
- Aqui, por volta das três da tarde, mas antes passei no haras, precisava conversar com tia Sílvia. - Priscila levantou a cabeça para encarar Beatriz.
- De que horas você saiu de lá, do Indomável?
- As quatro da manhã. Cheguei no haras por volta do meio dia, falei o que tinha pra falar e voltei pra cá. Dormi um pouco, esperando a hora de você chegar em casa e me deparo com aquela cena. - revirou os olhos.
- É minha prima amor!
- Depois analisando direito, realmente percebi as semelhanças, as pernas grossas, cintura bem definida, cabelos e olhos claros…
- Como é Beatriz?!
- Eu tenho um olho clínico, ué! E uma memória fotográfica. - ganhou um daqueles beliscões nas costelas.
- Então deleta essa foto que você acabou de tirar de Sofia, e deixa pra usar esse olho clínico só em mim!
- E eu usei. Não é a toa que molhei a calcinha no mesmo instante que você abriu a porta. - mais um beliscão.
- Cadê minhas rosas?
- Estão no banco de trás do carro.
- Coitadinhas, vou descer lá pra buscar.
- Não vai mesmo! Eu compro outro… vários outros para você. - a beijou de forma carinhosa. - fica comigo esse fim de semana, a partir de hoje?
- Mas hoje ainda é terça-feira, Beatriz!
- Pede pra Sara te cobrir. Só dessa vez. Fica!
- Você vai embora no domingo?
- Depois a gente conversa sobre isso. Não quero discutir com você, ainda mais depois de um momento tão bom, tão intenso.
- Tá certo. Vou amanhã pela manhã e converso com Sara, a partir da tarde, serei toda sua!
- Só a partir de amanhã a tarde?
- O que você andou tomando em mocinha? - trocaram um beijo apaixonado, Beatriz estava exausta, todas as horas de viagem e toda aquela mini maratona com Priscila. Adormeceu sem nem precisar do remédio.
Fim do capítulo
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