CapÃtulo 8
Como combinado, Letícia se apresentou logo cedo na segunda-feira. Priscila checou se toda a documentação estava ok, e lhe passou o endereço da clínica para os exames médicos de admissão. Depois de toda burocracia resolvida, na quarta-feira ela já estava disponível como a mais nova funcionária do grupo.
“- Boa tarde, Letícia! Pronta para trabalhar?”
“- Prontíssima, dona Beatriz! Boa tarde!”
“- Pode dispensar o dona, fico me sentindo tia Sílvia. Olha só, amanhã Roberto vai me levar na cidade, tenho terapia logo cedo e na sexta, preciso retornar a psiquiatra, queria saber se ele pode passar pra te buscar aqui pro haras, conversando com um zootecnista, ele sugeriu que em vez de comprarmos as rações, passássemos a produzir. Quero que você converse com ele e dê uma olhada na nova estrutura do haras de uma maneira geral, caso precise fazer alguma intervenção você repassa pra mim. Tia Sílvia estará aqui e irá lhe assessorar no que for necessário. No final da tarde Roberto te leva de volta pra casa, pode ser?”
“- Pode sim, Beatriz, sem problemas.”
“- Eu vou passar seu endereço e seu telefone pra ele, estou providenciando um número vinculado a empresa pra você não precisar usar o seu particular.”
“- Eu estou no aparatamento de Jéssica, vou passar a noite aqui, mas posso ir logo cedo pra casa, esperar por ele.”
“- Não, não, de forma alguma. Me passa a localização que repasso pra ele, vou te enviar via whatsapp o número de celular dele, pra vocês ficarem em contato.”
“- Tá certo então. Fico no aguardo.”
“- Obrigada Letícia, até mais!”
“- Tchau, tchau!”
Letícia fazia questão de sempre falar com Beatriz no viva voz, principalmente quando estava na companhia de Jéssica, que havia acabado de chegar do plantão e estava matando as saudades da namorada.
- Olha, vou te dizer, se isso tudo for encenação dela, para posar de boa moça, ela está conseguindo convencer até a mim! Nem de longe parece aquele Beatriz manipuladora que eu conheci.
- É, aparentemente ela está mudando mesmo. Mas vamos deixar isso pra lá, que estávamos fazendo algo bem mais interessante.
Roberto deixou Beatriz por volta das sete da manhã em seu apartamento. Não havia levado seu carro para o haras, para ter como se locomover mais rápido nas ocasiões que precisasse ir a cidade. Iria aproveitar e levá-lo pra uma revisão durante a tarde, já que estava a muitos meses parados.
Após sair da terapia, almoçou em um shopping que ficava próximo ao consultório, ficou pensando no que sua terapeuta havia dito sobre essa sua fuga constante de relacionamentos e de colocar o sex* como solução ou demonstração de afeto. Realmente não dava mais para fugir, não era justo com Priscila deixá-la esperando, sempre angustiada, com dúvidas, já que ela, Beatriz, já tinha certeza a muito tempo do que queria, já basta o que havia acontecido entre ela e Letícia, além de jogar fora a oportunidade de vivenciar algo saudável, ainda comprometeu drasticamente uma amizade de longa data. Essa chacoalhada que levou da terapeuta a fez abrir os olhos. Depois de terminada a revisão do carro e os devidos ajustes, decidiu que era hora de colocar de vez um ponto final naquela situação entre ela e Priscila.
“- Boa tarde, Beatriz!”
“- Boa tarde, Priscila! Estou na cidade, esses dois dias, queria saber se você aceita jantar comigo, hoje a noite.” - Beatriz mordia o lábio de ansiedade.
“- Eu marquei de jantar com Sara, é o aniversário dela… mas você pode vir junto, sem problema algum.” - realmente ela havia demorado demais.
“- Não, imagina. Eu não quero te atrapalhar, outro dia a gente marca alguma coisa.” - a voz saiu meio embargada e Priscila percebeu isso.
“- Não senhora. Eu vou avisar a Sara que não vai dar pra ir, ela vai ficar chateada, mas depois eu me entendo com ela.”
“- Priscila, sério, não faz isso. Outro dia a gente...”
“- Ou você vai ou eu desmarco e a gente come pizza no meu apartamento, pronto. Vou avisar a ela.”
“- Não, não. Tudo bem eu vou, a última coisa que eu quero é atrapalhar sua noite. Me passa o endereço e o horário, que apareço lá.”
“- Eu vou esperar, viu?! Se você não for, eu vou lhe buscar em casa!” - Beatriz garantiu que iria antes de desligar. Sentiu-se derrotada, mais uma vez, era como se sempre estivesse chegando atrasada nos momento mais decisivos de sua vida, a única coisa que lhe dava prazer e satisfação era a evolução dos negócios e o bem estar da sua tia. Talvez ela devesse se apegar a isso. Não iria demorar, não seguraria vela de Priscila, mas respeitaria a sua decisão de seguir em frente.
No horário e local combinados, Beatriz apareceu pontualmente. “-Meu Deus! Vai ser na casa da moça, mas o que diabos está acontecendo comigo, pra viver me met*ndo nesse tipo de situação?” Já pensava em dar meia volta e inventar qualquer desculpa para Priscila, não aguentaria passar por aquilo. Antes que seu corpo agisse de acordo com seus pensamentos, a porta se abriu, era Priscila.
- Oi! Vi você chegando, pela janela. Estranhei não ter tocado a campainha, vim olhar se tinha algo errado.
- Ah, oi! Não, é que eu, estava pegando o celular pra confirmar se esse era realmente o local. - Beatriz estava desconfortável, não olhava Priscila nos olhos, queria sair correndo dali.
- Vem, entra! Não sou a dona da casa, mas sou folgada o suficiente pra me sentir a vontade e lhe receber.
- Folgada coisa nenhuma, você é de casa e sabe muito bem disso… - a mulher que vinha do que parecia ser a cozinha, arregalou os olhos e fitou Priscila de forma apreensiva. - Priscila, porque você não avisou que seria dona Beatriz que viria? Meu Deus, eu não preparei nada especial, nem a casa arrumei direito. Me desculpe dona Beatriz, ela não avisou. - Beatriz estava parada no meio da sala sem entender nada.
- Bia, essa é Sara, como você já percebeu ela já lhe conhece, pois trabalha no escritório comigo, é auxiliar administrativa. - quando Priscila terminou as apresentações, ouviu-se as vozes de duas crianças que desciam eufóricas as escadas.
- Tia Priscila!! - gritaram as duas, depois desceram as escadas correndo e se jogaram nos braços de Priscila.
- Oi minhas pirralhas favoritas, como vocês estão? - Priscila abraçava e beijava as duas, as meninas pareciam ter por volta de seis e oito anos de idade. Beatriz continuava acompanhando tudo em silêncio.
- Meninas, por favor, comportem-se! Temos visita hoje. Essa é dona Beatriz, a chefe da mamãe. - as meninas olharam para Beatriz, com aquele olhar que toda criança tem de inspecionar tudo que vê de novo pela frente.
- Nossa, você é grande! - falou a mais velha.
- E muito bonita também! - completou a menor. Beatriz esboçou um sorriso sincero.
- Obrigada! Mas eu ainda não sei o nome de vocês.
- Eu me chamo Rita, sou a mais velha e essa daqui é Juliana, a mais nova. - era engraçado ouvir crianças falando, Beatriz nunca havia tido contato com crianças.
- Querida você sabe onde raios eu coloquei o carregador do celular?
- Vai botar uma calça, Luís, e uma camisa de manga. Dona Beatriz está aqui. - falou Sara para o marido que aparecera de bermuda e camisa de manga curta na sala.
- Não, não, imagina! Sara, não precisa isso, vocês estão na casa de vocês, eu me sentiria mal se tivesse que causar algum desconforto. Eu não estou aqui como “dona Beatriz”, estou aqui como convidada de Priscila para comemorar seu aniversário. Não precisa se preocupar com essas formalidades, de coração. Pode deixar as meninas a vontade, Luís, não precisa colocar calça não, até eu, se pudesse também estaria de bermuda, está um calor insuportável hoje. Fiquem tranquilos, por favor! Quem tem que ficar nervosa sou eu, que sou a visita.
- É que Priscila disse que ia trazer uma amiga, mas não avisou quem seria. Nós temos poucos amigos aqui, é um jantarzinho mesmo, coisa simples. Eu fiz lasanha, se soubesse teria feito mais coisas… - Sara tentava se justificar de todas as formas.
- Eu adoro lasanha! Não existe jantar melhor… quer dizer até existe, pizza, mas estou proibida de comer todo dia. - Beatriz tentava tranquilizar Sara a todo custo, que aos poucos foi relaxando e sentindo-se menos pressionada por está na frente da chefe.
- Então, eu vou terminar de colocar a mesa, pode ficar à vontade. Priscila já é de casa, como vê nem preciso mais fazer cerimônia pra ela. - Priscila acompanhava tudo sentada confortavelmente no sofá, enquanto as meninas lhe traziam suas bonecas para brincarem de desfile de moda. Beatriz foi fazer companhia ao trio.
- Essa é pra você, pode escolher qualquer look pra ela! - falou Rita, entregando uma boneca para Beatriz e abrindo espaço para a caixa onde estavam as roupas que usariam nas bonecas. Priscila precisou segurar o riso com a cara que Beatriz fez ao pegar a boneca.
- Eu nunca brinquei de boneca, não vou saber que look montar pra ela. - as meninas se entreolharam e tamparam a boca pra não deixar escapar os risinhos infantis.
- Então você vai ser a juíza! Consegue ser a juíza, do desfile? - Perguntou Juliana, num tom preocupado.
- Consigo… acho que consigo sim. - gaguejou Beatriz.
- Tá certo. Qualquer coisa a gente deixa você como público. - Beatriz olhou para Priscila, apontando o dedo e com uma cara de interrogação diante da incredulidade das meninas em sua competência como juíza de moda de bonecas. Priscila visivelmente segurava o riso diante daquela cena.
Depois de uns dez minutos as bonecas estavam prontas.
- Podemos começar, senhora juíza? - perguntou Juliana.
- Sim, claro, fiquem à vontade!
As meninas, e Priscila, fizeram as bonecas desfilarem pelo tapete da sala. Após a apresentação de cada uma, Rita quis saber.
- E então, quem ganhou?
- Pode dar empate? - perguntava Beatriz bem insegura. Mais uma vez as meninas se entreolharam e chegaram a um acordo apenas com o olhar.
- Definitivamente você daria um ótimo público! Pode bater palmas. - Beatriz ficou ainda mais incrédula, mas, mesmo assim, bateu palmas conforme foi solicitada. Dessa vez foi impossível segurar o riso, Priscila caiu na gargalhada, caindo deitada sobre o sofá. Beatriz apenas balançava a cabeça negativamente com um sorriso nos lábios.
- O jantar está pronto! Podem ir lavar as mãos meninas.
- Vocês duas também, né? Mesmo sendo público tem que lavar as mãos.
- Rita!
- Tudo bem, Sara. Estou me divertindo com elas e realmente temos que lavar as mãos, não é mesmo? - as meninas assentiram com a cabeça.
Durante o jantar o clima estava bem descontraído, Sara já havia relaxado um pouco mais na presença da chefe, percebeu que Beatriz era uma pessoa extremamente simples, apesar de toda riqueza que possuía. As meninas não paravam de falar um instante, foi uma noite bem agradável.
- Sara, muito obrigada por me receber tão bem em sua casa! O jantar estava uma delícia! Suas filhas são meninas maravilhosas. Luís é muito engraçado… enfim, você tem uma família linda, parabéns! E me desculpe ter chegado de mãos vazias, Priscila não me deu nenhuma dica sobre um possível presente, mas vou resolver isso.
- Imagina, dona Beatriz, não precisa se preocupar. Fico feliz de tê-la recebido e pelos elogios a minha família, realmente eles são o que tenho mais valioso. - Beatriz se sentia bem, incrivelmente bem ali, seus olhos brilhavam ao olhar as meninas correndo pelo pequeno jardim da casa, enquanto a mãe se despedia das visitas.
- Tá de carro? - perguntou Beatriz a Priscila, já na calçada.
- Não. Sabia que teria motorista particular hoje. - piscou o olho pra Beatriz.
- Para o meu ou para o seu apartamento, madame? - perguntou Beatriz enquanto abria a porta do carro para Priscila entrar e fazia um gesto de reverência.
- Para o meu. - no caminho conversaram sobre o jantar e como realmente aquela família era agradável. E apesar da conversa descontraída e totalmente despretensiosa, Priscila conhecia bem aquele olhar de Beatriz, aquele olhar predador era inconfundível. Mas ela não estava disposta a ceder, não queria mais incertezas, talvez a noite que começou tão agradável, terminasse não tão boa para ambas, mas precisavam resolver a situação.
Chegando ao apartamento de Priscila.
- Quer uma água, um suco, um refrigerante? - Priscila estava nervosa, não sabia quais as intenções de Beatriz, como ela reagiria a recusa de uma possível investida.
- Quero que você se jogue aqui comigo no sofá. - já foi puxando Priscila delicadamente, a envolvendo em seus braços e se recostando em um dos braços do sofá.
- Bia…
- Eu sei. A gente precisa conversar, resolver nossa situação. Só queria sentir seu cheiro, pra ficar com ele na memória, caso essa seja a última vez que tenha essa oportunidade. Desde sexta passada, daquele nosso beijo, que a saudade que sentia de você todos os dias, só fez aumentar. Durmo agarrada a camiseta que você vestiu, todas as noites. - Priscila que estava deitada de costas sobre Beatriz, virou-se de frente pra ela, queria olhar nos olhos dela.
- Eu não sei nem por onde começar. Não teve um dia que eu também não tenha sentido sua falta, não tenha me achado uma estúpida por tudo que fiz, pela forma que tratei…
- Pri, lembra que eu te falei que não tinha como dar certo o que começou errado? - Priscila assentiu com a cabeça. - Nós nos aproximamos por motivos errados. Mesmo eu sendo apaixonado por você durante muito tempo, eu vivia uma confusão de sentimentos que acabava destruindo tudo ao meu redor. O vazio que eu sentia pela ausência dos meus pais, eu comecei a tentar preencher da pior forma possível, com sex* e usava isso como uma forma de fugir e negar o que sentia por você e não tinha coragem de assumir. - Beatriz fez uma pequena pausa, sorriu meio que de lado.- Não foi fácil ouvir aqueles áudios, eles ficaram na minha mente por meses, sempre que a gente se falava ao telefone para tratar algum assunto da empresa, sua voz martelava na minha mente repetindo tudo aquilo. Só que eu estou muito longe de ser a única vítima dessa confusão toda que eu mesma fiz pra mim. Comprometi uma amizade de anos com Letícia, por algo que no fim não era o que eu pensava. Ela me fazia bem, a companhia dela me fazia feliz, mas de forma inconsciente eu achava que por sentir tudo aquilo, a gente tinha que ir além da amizade que tínhamos. Eu realmente a amava, como amiga e não como mulher e eu só vim perceber isso, no dia que a gente fez amor na sua casa de praia.
- Como assim?
- Eu me senti preenchida, diferente do que eu sentia quando estava com ela. A sensação que eu tive com você naquele dia, foi além de qualquer coisa que eu já havia sentido. Meu corpo queria estar ali, minha mente queria estar ali, meu coração e minha alma queriam estar ali. Eu me sentia sua e eu nunca havia me sentido assim com ninguém, nem mesmo com Letícia, houve tanta intensidade, tanta necessidade de pertencer a alguém como eu senti de pertencer a você. Eu fui sacana contigo, o tempo todo, lhe usei como um objeto, eu sei disso e assumo isso, não sei se tem como apagar tudo isso, amenizar essa mágoa. Eu não entendia porque você voltava, assim como não entendia porque te aceitava, usei a bebida como desculpa descaradamente, esses meses de terapia, de tentar enxergar as coisas de outra forma, eu comecei a entender, que na verdade eu aceitava porque eu sempre lhe quis, mas jamais admitiria isso, não iria demonstrar fraqueza pra alguém que eu sabia que estava ali, só pra querer me usar. Pra demonstrar o poder que tinha sobre quem quisesse.
- Era pra ser realmente só uma trans*, pra me gabar que até a “rainha das trevas” havia se curvado a mim e mesmo a primeira vez ter sido do jeito que foi, com toda aquela sua truculência, eu percebia que em momento algum você queria me machucar, mesmo sem demonstrar você se preocupava se estava sendo bom ou não. Eu nunca havia goz*do tanto na minha vida. - sorriu ficando vermelha. - Isso meio que foi me viciando, era como se eu precisasse sentir que despertava algo em você, que era capaz de lhe acompanhar, com o passar do tempo, eu me vi com saudade do seu cheiro, do seu mau humor, de você dentro de mim. E em meio a isso tudo, tinha a minha relação abusiva com Laura, eu não sabia que uma amizade poderia fazer tão mal. Eu me sentia na obrigação de dar satisfação a ela, de mostrar que era superior, eu me tornei uma pessoa muito ruim, muito ruim mesmo Bia, reconheço isso. E mesmo quando você já era importante pra mim, eu fui covarde pra assumir isso, eu não queria descer do meu pedestal e acabei perdendo o que tive de mais intenso e sincero na vida. Você me desnudava por inteiro, quando você tirava minha roupa, parecia que estava despindo minha alma, eu perdia completamente a sanidade contigo…
- E como perdia… - Beatriz lhe lançou um riso safado.
- Mas naquela noite, em que a gente decidiu mostrar quem realmente éramos e o que realmente queríamos uma da outra, a sensação que eu tive não foi diferente da sua, eu me senti plena, que pertencia a algo maior, que algo maior estava surgindo ali. Eu não queria mais fingir ou fugir, muito menos abrir mão de você pra Letícia… mas aconteceu tudo aquilo e foi como se minha vida tivesse parado, cada vez que eu ouvia sua voz ao telefone, meu coração disparava, eu não sabia como seria no dia que nos reencontrássemos, eu quase não consegui prestar atenção no que o rapaz do programa dizia, seu cheiro me embriagava, eu tentava disfarçar, mas minha atenção era toda sua.
- Eu preciso de você, Priscila. Não dá mais pra esperar, eu não quero mais esperar…
- Bia, eu não estou disposta a viver num “se”, sem saber o que realmente acontece entre a gente. Se é um sex* casual, se é uma relação aberta, sabe, eu nunca fui de curtir isso, namorei a idiota da Thaís por dois anos, porque sempre achei importante me ligar a alguém, ter um compromisso… - Beatriz se ajoelhou ma frente de Priscila e segurou seu rosto entre as mãos.
- Então vamos começar do jeito certo… você quer namorar comigo? - Priscila não conteve as lágrimas.
- É sério, isso?
- Sim, é sério! Eu cansei de fugir de mim, do que sinto, de você. Eu quero ter um relacionamento sério contigo, sair pra ir ao cinema, ir pra praia, sair pra jantar… em fim, fazer coisas de casal que nunca fiz e espero que você tenha paciência de me ensinar a fazer. - sorriu nervosa, para então continuar. - Você aceita namorar comigo? - Priscila chorava de alegria e balançava a cabeça de forma positiva, depositando vários beijos em Beatriz.
- Aceito sim, meu amor! - trocaram um beijo apaixonado, parecia que estavam se entendendo, tudo de bom e de ruim que sentiam foi colocado para fora, sentiam-se leves, não havia mais nada o que esconder.
Ficaram mais algum tempo abraçadas, ali no sofá, trocando carícias, afagos, beijos. Tentando suprir a saudade daqueles oito meses de “separação”.
- Caramba!
- Que foi, Bia?
- Passou da hora do meu remédio, e passou bastante por sinal.
- Não tem nenhum contigo?
- Tenho no carro, mas não posso tomar e sair dirigindo, em dez minutos fico bem sonolenta. Chegar em casa eu tomo, um dia só que atrase não vai fazer mal.
- Fica. Dorme aqui comigo. Aquela sua roupa que eu sequestrei ainda está aqui, aí você toma seu remédio e pode relaxar.
- Eu vou pegar o remédio no carro, já volto.
Quando retornou, Priscila já estava no quarto. Beatriz deu duas leves batidas na porta.
- Entra, Bia.
- Vim pegar a roupa, já tomei o remédio, vou tomar um banho e cair na cama.
- Não vai dormir aqui comigo? Prefere o quarto de hóspedes?
- Não é isso, eu achei que você preferiria assim. - Priscila se aproximou de Beatriz, até ficar bem de frente pra ela, lhe deu um selinho demorado, para então falar.
- Não há mal algum da gente dormir juntas. Dormir, apenas isso, vamos devagar dessa vez.
- Não se preocupe, isso aqui – falou balançando o frasquinho de remédio – me apaga em no máximo quinze minutos e mesmo que não o fizesse, seria um prazer enorme poder apenas dormir com você. Seu cheiro me acalma e me faz uma falta sem igual. - Priscila sorriu satisfeita, deu mais um selinho em Beatriz e foi tomar banho, logo em seguida Beatriz fez o mesmo. Dormiram abraçadas, após mais alguns beijos e palavras de carinho. Estavam em paz finalmente.
Fim do capítulo
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Socorro de Souza
Em: 31/10/2018
Sério isso autora!??
Essa Patrícia não desce ... aff
bom, felicidades ao casal ...
ecaaaaa
Resposta do autor:
Rsrsrsrs coitada da Pri!
Paciência, minha querida, tudo se resolverá a contento.
Um abraço e obrigada por acompanhar!
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