• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Quando o passado se faz presente
  • Capítulo 5

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,491
Palavras: 51,957,181
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell
  • 34
    34
    Por Luciane Ribeiro

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • SEDUÇÃO CONSENTIDA
    SEDUÇÃO CONSENTIDA
    Por natalineriesc
  • Aeoboc
    Aeoboc
    Por May Poetisa

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Quando o passado se faz presente por Mandy Pescadora

Ver comentários: 2

Ver lista de capítulos

Palavras: 4630
Acessos: 2365   |  Postado em: 22/10/2018

Capítulo 5

Em um barzinho, em algum lugar da cidade.

- Como estão você e Jéssica?

- Não estamos. Ela falou umas besteiras bem pesadas ontem quando voltávamos pra casa, fiquei tão fula da vida que desci no meio do caminho e peguei um táxi. Hoje veio me pedir desculpas e achei melhor terminar logo isso de uma vez. Se aconteceu agora, vai acontecer sempre.

- Será que foi só a Jéssica que lhe deixou nesse mau humor que você está até agora? Ligou pra Beatriz?

- Não, Mauro, não liguei pra Beatriz, nem vou ligar. Ela está muito bem acompanhada e já tenho problemas demais na minha vida.

- Vou te falar de novo, não tire conclusões precipitadas, a coisa não é bem do jeito que você está pensando. Converse com ela. Você precisava ver como os olhos dela brilharam quando Sílvia falou que você esteve no hospital.

- Ela sabe que eu estava com Jéssica?

- Ficou sabendo hoje, por mim, antes que você pense que foi Priscila.

- E?

- Preciso mesmo dizer qual foi a reação dela?

- Não, eu consigo imaginar. Mas também ela queria o que? Ela me expulsou da vida dela, colocou aquela perua imediatamente no meu lugar, ela queria que eu ficasse chorando por acaso? Esperando por ela.

- Ela não te expulsou da vida dela, só da cama dela. E com certeza ela não substituiu você por Priscila. Eu me sinto culpado porque olhei apenas o seu lado, negligenciei ela por meses, como uma forma de puni-la, mas no dia que fui lá, eu percebi o quanto ela estava mal. Eu lhe digo com toda certeza, mulher nenhuma vai ocupar o seu lugar na vida de Beatriz.

- Eu vou pra casa. Já deu por hoje. Se cuida. Dá um beijo no Bruno por mim.

- Tá certo, darei. Se cuida você também e liga pra Bia, vai fazer bem pra vocês duas.

- Tá, vou pensar.

Letícia passou a noite quase toda em claro. Só de imaginar que Priscila poderia estar naquele momento num lugar que ela sempre considerou seu, entre os braços de Beatriz, a fazia querer gritar. Mesmo estando com Jéssica, se pegava várias vezes, relembrando os momentos que passaram juntas, um riso bobo sempre vinha em seus lábios.

Na manhã seguinte.

- Bia, celular tá tocando.

- Atende pra mim, diz que ligo daqui a pouco. - Priscila se aproximou da porta do banheiro:

- É Letícia. - Beatriz ficou pensando alguns segundos.

- Diz a ela que ligo daqui a pouco. - piscou o olho pra Priscila.

“- Alô!”

“- Bia?!” - Letícia estranhou o tom de voz.

“- Não, é Priscila, Beatriz está no banho, ela disse que quando terminar liga de volta.”

“- Ok. Diga a ela que não precisa se preocupar em retornar não.” - o tom de voz de Letícia estava bem carregado de raiva.

- Eu não deveria ter atendido, ela não ficou nem um pouco satisfeita.

- Ela vai ter que se acostumar com isso. Nós vamos passar muito tempo juntas, as três.

- Como é?

- Eu vou precisar de um veterinário também, pra me acompanhar, Letícia é veterinária, especializada em equinos por sinal. Quem melhor do que ela pra fazer um diagnóstico da saúde dos animais das fazendas?

- Você está querendo provocar a terceira guerra mundial, não é?! Você acha mesmo que Letícia vai aceitar trabalhar comigo e com você ao mesmo tempo? E outra, quem disse a você que eu vou aceitar trabalhar com aquela… - Beatriz lhe lançou um olhar de reprovação enquanto se vestia – Ruiva temperamental?

- Você já disse sim, não vale voltar atrás. Somos adultas, tenho certeza que saberemos lidar com isso.

- Acho que quando você caiu, bateu com a cabeça, fizeram um raio x da sua cabeça, porque você só pode tá com algum tipo de amnésia? Eu e Letícia não nos suportamos.

- Eu também não te suportava, nem você a mim e estamos aqui discutindo civilizadamente, depois de termos passado a noite juntas, sem trans*r, pela segunda, inclusive.

- É diferente Beatriz! Eu e Letícia queremos a mesma coisa e não estamos dispostas a abrir mão disso. - Beatriz se aproximou de Priscila, só de camiseta e calcinha.

- O que é que vocês querem mesmo? - perguntou bem de frente pra Priscila, o que a fez tremer na base.

- Você! - foi enlaçada pela cintura por Beatriz, recebeu um beijo quente e urgente. - Para Bia, sua tia está aqui ainda, esqueceu? Ela bate já na porta pra se assegurar que não estamos fazendo traquinagens. - ambas sorriram.

- Bela desculpa pra fugir. Me dá o celular, vou ligar pra Letícia. - Priscila entregou o celular a Beatriz e se dirigiu para porta.

- Vai pra onde?

- Você precisa ter essa conversa com ela sozinha. Te espero lá fora pra gente tomar café.

Letícia viu o nome de Beatriz piscando insistentemente no visor do celular, quando estava perto do último segundo de chamada:

“- Oi! Desculpa ter ligado e se te causei algum problema.”

“- Oi! Não me causou problema algum. A gente precisa conversar. Tem como você vir aqui, hoje a tarde?”

“- Beatriz eu não sei se é uma boa ideia.” - Beatriz ficou em silêncio por alguns segundos.

“- Se te deixa mais tranquila, tia Sílvia estará aqui. Eu quero, aliás, eu preciso conversar com você. O que eu não queria que acontecesse, está acontecendo, você se afastou de mim, está magoada. Me deixa tentar consertar a bagunça que eu fiz nas nossas vidas.” - Letícia respirou fundo antes de responder.

“- Tudo bem, eu vou. Umas quatro horas está bom?”

“- O horário que for melhor pra você. Não vou sair de casa, por alguns longos dias, tia Sílvia já deixou isso bem claro.”

“- Até daqui a pouco então!”

“- Não desiste, tá?”

“- Eu vou, prometo.”

Depois do café.

- De que horas ela vem?

- Por volta das quatro. - Priscila suspirou.

- Eu vou pra casa. Preciso arrumar umas coisas, passar na empresa pra assinar uma papelada e começar a montar um plano de trabalho, enquanto você estava no telefone, sua tia me passou algumas informações, mas a gente só vai ter real noção das coisas quando eu pegar os relatórios contábeis, puder ver concretamente o que está acontecendo. Ela disse que quando chegar em casa vai me enviar alguns e-mails com os arquivos que preciso, estão desatualizados, mas começo a ter uma noção das coisas.

- Tudo bem. Nos vemos a noite?

- Vai depender de como for meu dia e o seu dia. - Priscila a olhou de forma desafiadora.

- Já disse que não adianta nada você me olhar desse jeito, eu sempre acabo ganhando.

- Sua humildade me impressiona, sabia?!

- Não pensa besteira, tá? Eu não sei qual é nossa situação, está tudo acontecendo muito rápido, mas eu não vou fazer nada pra te machucar de novo, eu prometo.

- Não vou pensar. Nem eu estou conseguindo acompanhar direito o que vem rolando entre a gente nos últimos dias. Agora deixa eu ir, pra não chegar atrasada e ter olhares tortos pra mim. Te ligo mais tarde. - deu um beijo carinhoso em Beatriz e foi cumprir com seus compromissos. Por mais que tentasse disfarçar, estava receosa desse reencontro das duas.

Pontualmente as quatro da tarde.

- Oi! Entra! - Beatriz não conteve o sorriso, rever Letícia era algo que queria a muito tempo, por mais que soubesse que aquela conversa não seria fácil. Pareciam duas estranhas, pela primeira vez não sabiam como agir, nem mesmo depois da primeira trans* ficaram tão desconcertadas na presença uma da outra.

- Letícia, querida, que bom lhe ver! Estava até estranhando essa sua ausência, se bem que depois do que vi lá no hospital, suspeitei o motivo.

- Tia!!

- Calma, meu amor. Eu vou deixar vocês a sós, vou até o mercado comprar umas frutas, comida, porque ultimamente parece que essa moça transformou essa casa num bar, só tem bebida, quer dizer tinha, eu joguei tudo fora. - Beatriz arregalou os olhos.

- Tia, pelo amor de Deus, me diz que a senhora não jogou meus vinhos fora?!

- Tá vendo Letícia, quase tem um treco por causa de cachaça e fica nesse desespero todo por causa de uns vinhos. Mas fique tranquila, esses estão guardados, vão conosco pro haras. - Letícia olhou surpresa para Beatriz. - Agora deixa eu ir. E lembre-se, nada de traquinagens! - Beatriz revirava os olhos.

- Bom, agora que minha tia saiu e já causou todo constrangimento possível, senta, fica a vontade. - Letícia sentou e o silêncio se fez presente entre as duas. Beatriz não sabia por onde começar, o que dizer, como dizer, a vontade de beber se fez presente. Letícia resolveu romper o silêncio.

- Você vai pro haras, passar só uns dias, ou de vez?

- A princípio eu vou passar um bom tempo lá e nas outras fazendas também. Tia está tendo problemas em todas elas, com exceção do haras daqui, porque ela está morando lá, então ela mesmo administra. Ela já vem reclamando a algum tempo que está cansada, que tem sido muita coisa.

- Hummm! E que loucura foi essa, de você ter se entregado a bebida desse jeito?

- Não sei. Aliás, eu sei, acho que cheguei no meu limite, eu não sabia, ou não queria mais saber, do rumo que estava dando na minha vida. Passei boa parte dela fugindo das minhas responsabilidades em relação aos bens da minha família, fugindo da tia Sílvia, fugindo de mim e por fim, fugindo de você. Eu não tinha mais pra onde ir. Fiquei sem saber o que fazer, o álcool me ajudava a dormir, a esquecer…

- A trepar com a Priscila também? Ou não precisava? - Beatriz não iria fugir, não mais, estava decidida a ir até o fim e resolver de vez a situação com Letícia.

- Todas as vezes, e quando eu digo todas, são realmente todas, que nós trans*mos eu estava bêbada, mas eu não serei leviana pra usar isso como desculpa, eu estava consciente do que fazia, consciente do ato em si e não das consequências dele.

- E quais foram essas consequências? Não me diga que ela se apaixonou por você?!

- Eu tratei uma pessoa da pior forma que eu poderia tratar alguém, uma pessoa que eu não sabia nada sobre ela, que foi tratada como um objeto de luxo a vida inteira pelo pai, rotulada como a bonequinha perfeita, que teve que aguentar a rejeição desse mesmo pai quando soube da homossexualidade dela e que nem por um segundo foi capaz de oferecer o que todo pai deveria oferecer a um filho: amor, atenção, cuidado. Eu fui egoísta com você e fui covarde também, eu admito isso. Mas eu fui muito mais filha da puta com ela, fiz o que sempre detestei que fizessem, a julguei pela aparência, no fim, assim como eu, ela veste uma personagem pra conseguir sobreviver a realidade que ela tem que encarar todo dia.

- E você descobriu tudo isso enquanto trepava com ela estando bêbada? Ela te contava antes ou depois de goz*r, ou melhor, enquanto você estava enfiada nela?

- Letícia, se desarma, por favor! Eu sei que não é fácil pra você. Mas se desarma, deixa Priscila fora disso, vamos resolver o nosso problema.

- Como eu posso deixar ela fora disso, Bia?! Se eu sei que ela está no lugar que eu queria pra mim. Como você acha que eu me sinto em saber que fui trocada por uma pessoa que sempre te rejeitou? Que nunca nem sequer lhe deu um bom dia! Por mais que ela tenha os motivos dela pra ser do jeito que ela é, isso não se apaga! Como não se apaga também o fato de você ter me expulsado da sua vida dizendo que não seria capaz de ter um relacionamento sério e hoje está aí toda derretida por ela.

- Eu não estou derretida por ela, eu não troquei você por ela. Você é insubstituível na minha vida. Não teve um só dia que eu não pensasse em você. Um só dia que o vazio que existia em mim tivesse ficado ainda maior pela sua ausência. Eu fui covarde, eu tive medo de perder você como perdi meus pais! Eu amo você Letícia, mais do que qualquer coisa na vida. Mesmo que a gente continue separada, isso nunca vai mudar, nunca! Eu me assustei com a força do que crescia dentro de mim a cada dia. Quando você viajou pra fazer a especialização e passou dois meses fora, foi como se um pedaço meu tivesse sido arrancado. Na noite que a gente se encontrou lá na boate eu tive a certeza do quanto eu te amava, mas eu tive medo.

Letícia chorava, não esperava ouvir aquilo de Beatriz, não estava preparada para aquele tipo de conversa. Ela sabia que as coisas não se resolveriam num passe de mágicas.

- Vocês estão juntas?

- Eu não sei.

- Como não sabe? Ela dormiu aqui ontem não foi?

- Dormiu, apenas isso.

- Até quando?

- Eu não sei! Eu não posso simplesmente dizer: olha eu resolvi ficar com Letícia, deleta tudo que aconteceu, não seria justo…

- E quem disse que eu quero ficar com você? - ela viu o semblante de Beatriz mudar instantaneamente, o que antes era só nervosismo se transformou em tristeza.

- Muita pretensão minha mesmo, você tem razão.

- Não era pra ter saído desse jeito…

- Não, tudo bem. A gente tem que botar pra fora o que está sentindo mesmo. Não dá mais pra ficar se evitando. Eu só espero que um dia você consiga me perdoar, até porque eu preciso de você.

- Precisa de mim pra que? Você quer me deixar maluca? - Beatriz saiu de onde estava e sentou ao lado de Letícia, percebeu o quanto ela ficou vermelha, sabia o que aquilo significava, mas não iria se aproveitar da situação.

- Eu vou fazer uma fiscalização, auditoria, nas fazendas e preciso de um veterinário de confiança pra me ajudar a avaliar a saúde dos animais e me dar um parecer se tudo está sendo feito de forma correta. Você topa?

- Beatriz, eu acho que você deve ter batido com a cabeça. Como é que você me chama pra trabalhar pra você diante de uma situação como a que a gente está?

- Deus do céu, é a segunda vez que escuto isso hoje – resmungou Beatriz. - Eu não estou te chamando pra trabalhar pra mim, eu estou te chamando pra trabalhar comigo, é completamente diferente. Deixei isso bem claro pra Priscila também. - se arrependeu na mesma hora que disse isso.

- Você tá de sacanagem, só pode! Você quer que eu passe o dia inteiro vendo vocês duas se pegarem na minha frente?

- O que? É trabalho, até onde eu sei ninguém se pega no trabalho, quer dizer, pode até acontecer… a questão não é essa, eu preciso de alguém que entenda de administração, que saiba o que olhar de errado nos números e ela é formada nisso e está sem emprego.

- Coitadinha! Está sem teto também e pediu pra mudar pra cá? - o ciúme de Letícia não estava facilitando as coisas.

- Você aceita?

- Não, claro que não. Eu posso lhe recomendar algum colega de profissão em quem eu confie, mas em hipótese alguma eu vou fazer isso.

- Pelo menos pensa no assunto.

- Não, Beatriz! E se você me chamou aqui só pra isso, eu estou indo embora.

- Como assim, só pra isso? Toda a parte que eu falei sobre amar você, não conta?

- Falar que ama qualquer um fala, as ações são mais importantes. Do que adianta você dizer que eu sou a mulher da sua vida e daqui a pouco está nos braços de outra pra tentar “me esquecer”, muito conveniente.

- Tudo bem, se essa é sua opinião, eu não vou contestar, mas você me conhece o suficiente pra saber que não estou mentindo. Vou respeitar sua decisão de não me querer por perto. Se puder me indicar uma pessoa, eu agradeço, se não, sem problemas também.

- Eu vou entrar em contato com alguns colegas e te falo algo. Boa sorte na sua nova jornada.

- Se mudar de ideia…

- Não irei.

Beatriz estava se sentindo derrotada naquele momento. Definitivamente Letícia estava muito magoada com ela, e aquilo não se resolveria nem tão cedo, talvez nunca conseguissem se entender novamente. Foi para o quarto, viu a foto dos pais sobre a mesa de cabeceira, pela primeira vez em muitos anos se deu o direito de chorar com saudade deles e foi inevitável imaginar como teria sido sua vida se os dois ainda estivessem com ela. Adormeceu em meio a soluços. Quando acordou já passava das sete da noite, foi até a sala e encontrou sua tia sentada assistindo TV.

- Oi, tia! Faz tempo que a senhora voltou?

- Mais ou meno uma hora, você estava dormindo tão sossegada que não quis lhe acordar. Está tudo bem? - Beatriz sentou ao lado dela no sofá, para logo em seguida deitar no colo de sua tia, o que a deixou visivelmente comovida.

- Não tia, tá não! Eu fiz uma bagunça daquelas na minha vida. Eu amo Letícia, afastei ela de mim e agora ela não acredita mais em mim e ainda envolvi Priscila nessa zona toda. Estou me sentindo tão perdida, não sei o que fazer. - Sílvia acariciava os cabelos da sobrinha enquanto a escutava desabafar.

- Tenha paciência, minha querida. As vezes as coisas precisam de tempo para se ajustar e quanto mais a gente tenta, mais complica e embola tudo. Eu tenho certeza que na hora certa tudo vai se encaixar, se vocês tiverem que ficar juntas, irão. Cuide de si, de quem está com você agora. Não dá pra socorrer alguém quando se está precisando de socorro. Você precisa se encontrar primeiro. - Beatriz a abraçou pela cintura, se perguntava como pode se negar todo aquele carinho durante toda sua vida.

- Tia, me perdoa! A senhora foi e é uma mãe maravilhosa. Me desculpe nunca ter dito isso, nem ter deixado a senhora sentir isso. - Sílvia estava em lágrimas.

- Minha querida, não precisa pedir perdão! Eu sempre soube que você tinha um carinho muito grande por mim. O que você passou não foi fácil, não foi fácil pra mim também. Mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde, você voltaria a ser a menina adorável que sempre foi. E saiba que eu estarei do seu lado sempre. - ficaram um bom tempo ali naquela posição, curtindo a companhia uma da outra. Até o celular de Beatriz tocar.

- É Priscila.

- Ela te ligou mais cedo, quando eu disse que ia te chamar, ela pediu pra te deixar dormir. Vou fazer alguma coisa pra gente comer, diga a ela que estou mandando um beijo.

“- Oi moça! Como foi seu dia?”

“- Cansativo! Tomei um chá de espera lá na empresa. E você, como está?”

“- Bem. Vem pra cá?”

“- Eu ia, mas acabei esquecendo da hora, estou analisando umas coisas que sua tia me enviou por e-mail. E nem tão cedo largo.”

“- Fazendo hora extra, já?”

“- Quero saber onde estou pisando. Como foi com Letícia? Ela aceitou?”

“- Não. Ficou ofendida, inclusive. Mas eu não quero falar sobre isso agora.”

“- Você teve pesadelos ontem a noite. Acordou meio atordoada no meio da noite, chorosa, chamando por seus pais.”

“- Isso acontece com uma certa frequência.”

“- Bia, eu acho que você deveria procurar alguém pra resolver isso. Terapia não é sinal de fraqueza. Você tem passado por muita coisa e ainda tem essa questão com álcool.” - Priscila apesar de receosa com a resposta que poderia vir a receber, estava mais preocupada com o bem-estar de Beatriz.

“- É, você e tia Sílvia têm razão. Eu vou providenciar isso. Tentar descobrir o contato da psicóloga que me atendia quando eu era criança.” - Deu um longo suspiro ao final.

“- Vai te fazer bem. A gente se vê amanhã?”

“- Claro! É só você vir a minha torre, estou sendo mantida refém.” - falou alto o suficiente para Sílvia ouvir.

- É para o seu bem!

“- Dá um beijo na sua tia por mim. Amanhã cedo chego aí, pra fazer companhia a presidiária mais sedutora da cidade!”

“- Engraçadinha! Ela mandou outro pra você também, antes mesmo de eu atender o celular. Não fica até tarde nisso aí, se cuida. Estou com saudades!”

“- Vou já dormir, prometo. Também estou com saudades! Beijo!”

“- Beijo! Até amanhã.”

Depois do jantar, Beatriz conversou com a tia sobre voltar a fazer terapia e teve ainda mais incentivo. Prometeu a tia que na segunda-feira resolveria isso. Apesar de ter dormido bastante, se sentia cansada, talvez fosse a abstinência do álcool, não queria voltar para aquela rotina. Deu um beijo na testa da tia e foi dormir.

Na manhã seguinte, como prometido, Priscila estava lá logo cedo. Espalhou vários papéis sobre a mesa e começou a explicar o que havia achado de errado. Escolheu apenas uma das fazendas para analisar.

- Eu espero que as outras não estejam desse jeito, porque se estiverem, vocês estão com um problema e tanto nas mãos. Eu escolhi essa por ser a mais próxima e a maior também. Fico imaginando se o caos das contas se refletem na manutenção e conservação dela. - Beatriz passava a mão nos cabelos em sinal de impaciência.

- É melhor a gente ir o quanto antes confrontar o Carlos, pra ver qual é a desculpa que ele vai arrumar.

- Beatriz, acho melhor você primeiro começar a terapia, descansar um pouco o que também daria mais tempo para Priscila analisar com mais calma e ter um panorama sólido do que está acontecendo. Você vai passar por muito estresse e aborrecimento, é melhor está preparada para isso.

- Eu concordo com sua tia, Bia. Acredito que dê pra empurrar a situação por mais alguns meses, você precisa está cem por cento, não vai ser fácil. - Beatriz se sentia derrotada, incapaz. Sua tia com o olhar perspicaz que tinha, quase que lendo os pensamentos dela:

- Não fique se culpando, nem se diminuindo por isso. O mais difícil você já fez, se dispôs a mudar e virar o jogo. Eu tenho plena confiança e certeza de que você dará conta do recado, mas pra isso, você precisa primeiro cuidar de si, lembra?

- Sim. Eu já meti demais os pés pelas mãos por fazer tudo no impulso. Eu não quero decepcionar a senhora de novo.

- Você nunca me decepcionou. Cada um tem seu próprio tempo, você encontrou o seu agora. - Beatriz beijou a tia na bochecha.

- Eu vou cuidar no almoço. Vocês duas…

- Já sei tia, nada de traquinagens! - as três sorriram.

- Dona Sílvia, minha mãe convidou vocês pra passar o fim de semana lá na nossa casa de praia. - Sílvia olhou para Beatriz, imediatamente Priscila percebeu a bola fora que tinha dado. - Bia, desculpa, eu… nossa como sou idiota!

- Calma, moça! Tá tudo bem. Se tia Sílvia não se opuser, eu adoraria sair um pouco desse apartamento. Sei que estarei segura caso bata a bad no meio das minhas duas escudeiras. - Sílvia sorriu, realmente Beatriz estava disposta a dar uma guinada na vida.

- Eu aceito.

- Vou avisar a ela. Só estaremos nós quatro lá. Então vai ser bem sossegado.

Priscila passou o resto do dia explicando a Beatriz o que já havia percebido e apesar de nunca ter se interessado pelo assunto, ela estava pegando as coisas bem rápido.

- Bom eu vou para o quarto. Saímos amanhã de que horas?

- A hora que ficar bom pra vocês. Umas nove, depois do café? - olhou para Beatriz que concordou com a cabeça.

Pouco tempo depois, Sílvia voltou do quarto.

- Não custa nada relembrar. A senhora ainda está de repouso. Então, contenham-se.

- Tia!!

- Boa noite! E saibam que tenho uma audição excepcional, então…

- Deus do céu! Boa noite, tia! - Beatriz já estava se acostumando com aquelas tiradas de sua tia.

- Vai querer ir deitar, ou assistir alguma coisa?

- A gente pode assistir deitada? - Beatriz sorriu.

- Podemos sim. Você está convivendo demais com minha tia, está começando a falar com as mesmas gracinhas dela.

- Sua tia é ótima. Super alto-astral, gosto demais dela.

- E da sobrinha, você não gosta não? - falou agarrando Priscila depois de fechar a porta do quarto.

- Beatriz! Lembre o que sua tia falou.

- Eu não estou fazendo nada, apenas lhe abraçando e agora lhe beijando. - o beijo saiu terno, cheio de doçura, a relação das duas havia realmente mudado.

- Bia… não faz assim. Já é difícil sem você provocar, imagina você provocando assim. - Priscila já estava toda mole nos braços de Beatriz.

- Tá certo, eu paro. Vamos tomar banho, juntas?

- Você perdeu a noção né?

- Por que?

- Como porque, Beatriz? Pra se tomar banho as pessoas ficam nuas e…

- E? - Beatriz levantou uma das sobrancelhas, Priscila já sabia exatamente o que aquilo significava.

- E com certeza eu não vou me conter, muito menos você. Então você toma seu banho e eu tomo o meu, separadas.

- Você está muito obediente!

- Vai lá, tomar teu banho. Pra gente deitar ali e escolher alguma coisa pra assistir. - Beatriz lhe jogou um olhar bem sem vergonha. - Alguma coisa sem indecência, Beatriz! - saiu empurrando Beatriz para o banheiro.

- Pronto, estou tomada banho. Agora sua vez.

- Tem toalha nem roupão nesse banheiro não é? Pra você sair pelada!

- Você está cansada de me ver assim. - agora foi a vez de Priscila se aproximar de forma predatória de Beatriz.

- Eu nunca vou me cansar de lhe ver assim. - a beijou mordendo o lábio dela ao final. - Espero que quando eu sair do banheiro, você esteja vestida sua safada!

Ao voltar para o quarto, Priscila agradeceu mentalmente por Beatriz está vestida. Já saiu do banheiro trocada. Estava com uma camisola, que apesar de não ter nada de especial, não era nem um pouco comportada.

- Depois eu sou a sacana?!

- O que foi?

- Ainda pergunta o que foi! - Beatriz se ajoelhou na beirada da cama e puxou Priscila para junto de si. - E ainda está incrivelmente cheirosa e macia. - Priscila ferveu por dentro, aquele lado carinhoso de Beatriz, a dominava mais que seu lado selvagem.

- Assim você piora sensivelmente as coisas, dona Beatriz. Deita lá no seu cantinho, vai. Eu estou prestes a não responder por mim.

- Então não responde. - continuava beijando todo pescoço, ombros, colo de Priscila.

- Parou, ou então você vai ter que dormir com sua tia. - Beatriz se jogou na cama com cara de abuso. - Quando sua tia liberar a gente, eu prometo que deixo você fazer o que quiser comigo. - mordeu a orelha de Beatriz.

- Vocês duas estão num complô contra mim.

- De forma alguma! Só queremos seu bem. Desmancha esse bico e vem cá me dá um beijo de boa noite.

- Só um?

- Como você é impossível, menina!

Ficaram algum tempo trocando carícias, com Priscila sempre contendo a mão boba de Beatriz, aquilo era quase um suplício. Se aconchegaram uma nos braços da outra e adormeceram.

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 5 - Capítulo 5:
Vanderly
Vanderly

Em: 19/09/2019

Mas que descaracterização dessas duas viu! Kkkkkkk

Acho que essa Beatriz é bem descarada. Ama a Letícia e fica se pegando com a Priscila. Que safadeza do caralho.

Boa noite.


Resposta do autor:

Kkkkkkkkk ela só é um tanto, digamos que, indecisa, kkkkkkk

Responder

[Faça o login para poder comentar]

cidinhamanu
cidinhamanu

Em: 24/11/2018

No Review

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Socorro
Socorro

Em: 22/10/2018

E a raiva só cresce, que nojo da Beatriz...

desisto ...


Resposta do autor:

Não desista ainda rsrsrs

As pessoas mudam... a vida as faz mudar.

Obrigada por acompanhar!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web