CapÃtulo 3
Os dias foram passando, se transformaram em semanas, em meses... e Beatriz cada vez mais reclusa, a única frequentadora assídua de seu apartamento era Priscila. Era sempre a mesma coisa: sex* intenso, não trocavam uma palavra, passavam a tarde, noite, madrugada trans*ndo loucamente, apenas isso. Priscila sentia que estava viciada em Beatriz, mesmo se reprimindo se percebia na porta do apartamento dela, dormia pensando nela, acordava no meio da noite excitada, ligava perguntando se podia ir até lá e recebia um sim de forma seca. Beatriz por outro lado não entendia porque continuava alimentando aquilo, não sentia mais nada por Priscila, além de atração física, todo aquele amor adolescente se transformou em pó e para piorar a situação seu vício em bebida e cigarro haviam aumentando de forma exponencial, passava mais tempo embriagada que sóbria.
Mauro estava preocupado com todo esse silêncio por parte de Beatriz e depois do que ficou sabendo por Letícia achou melhor ser ele o porta-voz da notícia.
- Entra.
- Há quantos dias você não toma sol?
- Alguns…
- Beatriz você está péssima!
- Obrigada!
- Não é pra te ofender, eu estou preocupado com você. Eu nunca te vi assim…
- Relaxa. Eu estou viva, isso que importa, daqui a pouco saio dessa. - acendeu um cigarro e foi pra perto da janela. - A que devo a honra da sua visita? - Mauro se sentiu mal pelos meses de ausência, principalmente depois de ter percebido o estado em que a amiga se encontrava.
- Letícia está namorando. - Beatriz sorriu, encheu um copo com uísque.
- Você se deu o trabalho de vir até aqui pra me dizer isso? Eu já sabia. - sorria de forma irônica.
- Não! Eu só queria que você não fosse pega de surpresa. Quem te contou?
- Priscila. - olhou pra Mauro com aquele olhar e sorriso que ele tanto conhecia.
- Vocês estão juntas?
- Não, de forma alguma. Ela vem, a gente trepa até não aguentar mais, ela vai embora, volta no outro dia no meio da noite, a gente trepa de novo e assim estamos por alguns meses. A única coisa que ouvi dela, além das pornografias que ela fala enquanto a gente trans*, foi: “se lhe serve de consolo, sua amada já está namorando, não precisa mais se sentir culpada.”. Pela forma que ela saboreou dizer isso, eu deduzi que era verdade. - Beatriz já ia no segundo cigarro.
- Que diabos de relação doentia é essa de vocês duas? E desde quando você voltou a fumar e beber?
- Relaxa Mauro, está tudo sob controle e da maneira que deveria estar. Eu trepando com a mulher que sempre desejei, Letícia encontrou alguém que a mereça e Priscila pode continuar massageando o ego dela para as amigas dizendo que me faz de gato e sapato. Tudo está em equilíbrio no universo.
- Beatriz, você precisa procurar ajuda, essa sua depressão já passou dos limites. - Beatriz o fuzilou com o olhar.
- Você também já passou dos limites. Já deu as boas novas, pode ir embora. E não precisa se preocupar em voltar não, como você pode ver, eu sobrevivi sem vocês esses últimos meses.
- Bia…
- Mauro, vai embora! - Beatriz falava pausadamente após acender o terceiro cigarro e encher mais uma vez o copo de uísque. - Eu estou bem, não tem mais nada que você possa fazer aqui.
Mauro sabia que não adiantava contestar.
Por volta das sete da noite.
“- Você vem?”
“- Não sei...”
“- Se não sabe, então não venha.” - Priscila percebeu que além da rispidez habitual, Beatriz parecia bastante embriagada. Vinte minutos depois.
- Se vinha por que ficou fazendo doce? Estava na frente que alguma amiguinha e quis posar de poderosa foi? - Beatriz falava já tirando a própria roupa e a roupa de Priscila.
- Bia, não! Para, por favor! - Beatriz notou algo diferente, Priscila estava chorosa, vulnerável.
- O que foi?
- Eu estou menstruada, com muita cólica…
- E por que diabos você veio pra cá?
- Eu não sei. Fiquei preocupada com você. Você nunca liga, estava me sentindo só também. Foi um erro ter vindo, me desculpe! - Beatriz passou a mão no rosto e se perguntou mentalmente que tipo de pessoa estava se tornando.
- Nunca peça desculpas quando alguém for babaca com você, e eu fui babaca com você, aliás, tenho sido sempre, mas hoje me superei. Eu vou tomar um banho pra tirar essa inhaca de uísque, porque é capaz de você ficar bêbada perto de mim – Priscila sorriu em meio as lágrimas. - Vem pro quarto, deita, fica confortável, tenho umas camisetas bem folgadas, que em você vai ficar um vestido, estão na segunda gaveta do lado esquerdo, tem alguns shorts também. Vou tomar um banho e arrumar alguma coisa pra você se sentir melhor.
Priscila foi pega de surpresa com tanta gentileza. Enquanto Beatriz tomava banho, ela fez exatamente o que foi aconselhada, deitou na cama e tentou relaxar, as cólicas estavam muito fortes, deixando-a nauseada.
- Fica quietinha aí. Eu vou na cozinha e já volto.
Ao voltar para o quarto, Beatriz trazia consigo uma xícara de chá de hortelã, um comprimido que ela costumava tomar nesse período e uma bolsa de água quente.
- Isso aqui a senhorita coloca sobre a barriga, mas antes toma esse chazinho e esse comprimido que vai ajudar com essa desgraça de dor, eu passo por isso todo mês também, imagine o bicho que não viro. - conseguiu arrancar outro sorriso, mesmo que tímido de Priscila. - Trouxe água pra você tomar o remédio e o chá você toma devagar, que segundo minha tia se tomar rápido não faz efeito, vai saber.
Enquanto tomava o chá, Beatriz tomava um café que pelas caretas que fazia parecia estar bem amargo e forte.
- Pronto, agora deita, e coloca a bolsa sobre a barriga, na altura do útero, vai ajudar a dispersar os coágulos que estão aí fazendo esse inferno. Relaxa e tenta dormir. Eu vou ficar aqui de olho em você. Se precisar de qualquer coisa é só pedir.
E Beatriz realmente ficou velando o sono de Priscila, em um breve momento de lucidez se perguntou se ela também de alguma forma não estava fugindo de alguma realidade que já não conseguia mais enfrentar. Ela parecia tão sossegada, tão confortável, era como se mesmo diante de toda loucura daquele “relacionamento” das duas, aquilo fosse algo que lhe fizesse bem.
Umas quatro horas depois.
- Tá melhor? - Beatriz perguntava com um tom de voz calmo e sereno, enquanto tirava alguns fios de cabelo que teimavam em cair sobre o rosto de Priscila que acabara de acordar.
- Estou sim. A dor diminuiu bastante, não estou mais enjoada. Obrigada!
- Não precisa agradecer. Quer alguma coisa? Tá com fome? Um suco, talvez?
- Quero tomar um banho, acho que já está na hora de trocar esse absorvente.
- Tem toalha limpa no banheiro, eu deixei alguns absorventes lá também. Não sei se é do que você usa.
Parecia que ambas resolveram dar uma trégua. O tratamento já não era mais ríspido ou indiferente. Priscila tomou banho, estava realmente se sentindo bem melhor, conhecer aquele lado de Beatriz a fez repensar algumas coisas.
- Trouxe um suco de laranja, pra você tomar outro comprimido, ele tem efeito de mais ou menos umas quatro, cinco horas, antes que as cólicas voltem, é melhor você tomar outro. Quer jantar?
- Quero! Tô morrendo de fome na realidade.
Beatriz esquentou uma lasanha que havia feito para o almoço, esse era mais um de seus segredos, sabia cozinhar muito bem.
Na sala.
- Eu vou embora, já abusei demais de você. Obrigada!
- Eu nunca pensei que fosse dizer isso, mas se você não precisar ir, fica! Você não me abusou em nada.
- Tem certeza?
- Absoluta!
Ficaram no sofá terminando de assistir a um filme, Priscila deitada no colo de Beatriz, enquanto ela acariciava seus cabelos, era impossível não recordar dos momentos que passou assim com Letícia. Sentia uma dor enorme no peito, era a saudade se fazendo presente naquele momento em que estava sóbria, o álcool vinha sendo um “amigo” inseparável para esquecer daquela dor.
- Vamos pra cama, moça. A senhorita está quase dormindo. - Priscila apenas concordou com a cabeça e foi guiada até o quarto. - Se precisar de algo, ou se não estiver bem, me chama. - deu um selinho nela antes de adormecerem por completo.
Na manhã seguinte, Beatriz acordou sozinha. Se achou idiota por alguns instantes: “você esperava o que, Beatriz, flores no café da manhã?”. Quando estava se preparando para ir ao banheiro percebeu um bilhete na mesa de cabeceira, a mesma mesa onde Letícia havia deixado o seu bilhete, era como se tivesse vivendo um déjà-vu: “Não quis te acordar, você estava cansada, precisava dormir. Tinha uma reunião de trabalho hoje cedo. Obrigada por ontem! P.S.: levei sua roupa comigo, não garanto devolver. Bom dia!”. Ficou um tempo olhando aquele bilhete e rindo, passou a mão nos cabelos para então levantar e dizer…
- E lá vamos nós de novo!
Passou o dia inteiro sem beber, por mais que a vontade viesse, tentava se controlar. No meio da tarde teve uma ideia que ponderou bastante se deveria ou não levar adiante. Resolveu ir em frente, afinal, não tinha como ficar pior do que já estava.
Em algum restaurante da cidade.
- E então, como anda a domesticação da mula xucra? - todas as amigas de Priscila caíram na gargalhada, era comum tirarem um tempo para falar mal das pessoas e a pessoa da vez, era Beatriz.
- Sabe, a safada tem uma pegada gostosa, Thaís nunca conseguiu fazer comigo um décimo do que ela faz, o bom é que me aproveito disso e saio na vantagem. Ontem ela ficou toda comovida porque eu estava com cólica, por um momento cheguei a pensar que ela fosse humana. - em meio aos risos das amigas, Priscila se sentia mal por dentro por falar daquele jeito de Beatriz.
No meio da conversa, o celular de Priscila toca, mesmo querendo evitar que Laura visse de quem se tratava foi impossível.
- Atende e coloca no viva voz, vamos ver como a cadelinha está se saindo. - Priscila não sabia o que fazer, não queria causar constrangimento a Beatriz, mas também não podia perder a pose na frente das amigas.
“- Cuidado com o que fala porque estou no viva voz e cercada de gente.” - Priscila tinha novamente aquele ar de soberba na voz, ao fundo Beatriz pode ouvir várias risadas e alguns comentários maliciosos.
“- Deixa pra lá. Pelo visto você está ocupada com suas amigas, outra hora a gente se fala.”
“- É meu bem, quem não tem vida social, nem amigos é você, Priscila está muito bem servida de companhia, fica esperando aí como uma boa cadelinha obediente, que quando ela precisar dos seus serviços ela te liga” - antes que Priscila pudesse intervir, Beatriz desligou o telefone.
- Laura, por que você fez isso? - Priscila estava furiosa.
- Como assim, por que? Não é pra tirar sarro da ogra?
- As vezes você é tão idiota que eu me pergunto porque tenho alguém desse tipo como amiga. - Priscila pegou a bolsa e saiu pisando firme, Laura foi atrás.
- Pera aí! Não me diga que você está apaixonada pela rainha das trevas?! - Priscila a encarava de forma dura – Sério?! Gente, não acredito! Tá doente? Ou a maconha que vocês andam fumando está batizada? - deu uma sonora gargalhada jocosa.
- Não, eu não estou apaixonada por ela e mesmo que estivesse isso não seria problema seu. Talvez eu esteja cansada dessa futilidade, desse desprezo que a gente teima em ter pelos outros que não se enquadram no nosso mundinho perfeito…
- Gente, pelo visto a dedada dessa mulher é mágica, consegue até despertar o senso crítico em uma patricinha convicta como você! Olha, quando eu a encontrar, vou dar os parabéns pessoalmente a ela. Ô bucet* pra operar milagres.
- Idiota!
Priscila foi embora sem dizer mais nada. Durante toda tarde ligava para Beatriz e não obtinha retorno, celular sempre caindo na caixa postal, várias mensagens e nenhuma visualizada, sabia que ela estaria furiosa, que provavelmente jamais teria outra chance. Decidiu ir conversar com ela pessoalmente quando saísse do trabalho. Ao chegar no prédio, o porteiro interfonou várias vezes e nem sinal de Beatriz. Priscila conseguiu convencê-lo em deixá-la subir, Beatriz havia lhe dado uma chave pra ela aparecer quando quisesse.
Ao entrar no apartamento, encontrou Beatriz caída no chão, uma garrafa de uísque que na noite anterior estava praticamente cheia, agora encontrava-se vazia por completo, várias cartelas de analgésicos espalhadas pelo chão, Beatriz não respondia a nenhum estímulo…
“- Bia?!”
“- Não, Mauro, sou eu Priscila, estou com Beatriz no hospital. Preciso que você chame algum familiar dela, pai, mãe, não sei. A situação é grave, precisa de alguém da família aqui.” - após conseguir acalmar Mauro, Priscila contou o que havia acontecido, apenas a parte de ter encontrado Beatriz caída no apartamento, sabia que seria responsabilizada pelo que Laura fez, isso ela deixaria para outra hora. Uns quarenta minutos depois Mauro chegou no hospital.
- Como ela está?
- Não sei, eles não falam nada, só pra alguém da família.
- A tia dela está a caminho, acredito que mais ou menos daqui uns quarenta minutos ela estará por aqui.
O tempo parecia não passar, aquela espera, falta de notícias estava matando Priscila e Mauro de ansiedade. Até que meia hora após a chegada de Mauro, Sílvia chegou.
- Onde ela está?
- Levaram ela lá pra dentro e desde então não me disseram mais nada, Mauro também foi tentar saber algo e negaram informação para ele.
- Eu vou resolver isso agora! - Sílvia se dirigiu até o balcão de informação e ficou sabendo qual era o médico responsável pelo caso de Beatriz. Conversou com ele alguns minutos e voltou para os dois que estavam aflitos.
- Ele disse que no momento ela está fora de perigo. Fizeram uma lavagem gástrica devido a grande quantidade de comprimidos que ela tomou e que o teor alcoólico do sangue dela também está absurdamente alto, mas que eles já tomaram todas as medidas necessárias, que há uma grande probabilidade dela sair dessa sem nenhuma lesão.
- Graças a Deus! - falaram Mauro e Priscila ao mesmo tempo.
- Espero que ela realmente saia ilesa dessa situação, porque eu vou matar ela de tanta chinelada, desde quando criei sobrinha minha para ter síndrome de alambique?! Ahh, mas ela vai ter que me ouvir, e como vai, dessa vez ela não escapa!
Priscila olhou confusa pra Mauro, como que a tia de Beatriz poderia ser cômica numa situação daquelas? Mauro apenas fez um sinal com as mãos pra que ela relevasse.
- Quando a gente vai poder vê-la? - quis saber Priscila.
- Amanhã, hoje ela ficará em observação na UTI e amanhã pela manhã ela vai pro quarto.
- Mauro, onde ela está? - Priscila gelou na hora. Ao mesmo tempo que seu sangue fervia.
- Calma, Lê! Ela está bem. Tia Sílvia falou com os médicos, ela está bem.
Apesar de está com a namorada, era visível o desespero de Letícia, a forma como ela e Priscila se encararam deixava nítido que havia uma desavença muito séria entre as duas.
- O que ela está fazendo aqui? - perguntou Letícia pra Mauro.
- Foi ela que encontrou Bia, a trouxe pra cá e me ligou. - Sílvia acompanhava tudo disfarçadamente.
- Estão juntas? - antes que Mauro pudesse responder.
- Não, não estamos! Apenas tenho feito companhia a ela quando ela precisa, se é que você me entende. - Letícia tentava se conter, em respeito a situação e em respeito principalmente a sua namorada, mas a tensão entre as duas era nítida, havia muito ciúme envolvido ali.
- É pelo visto essa menina não abusando só do álcool não. - falou Sílvia displicentemente.
- Bom, eu já fiz minha parte, sei que agora ela está entre pessoas do convívio dela. Mauro, se não for pedir demais, me liga amanhã pra me dizer como ela está. Dona Sílvia, apesar da situação foi um prazer conhecê-la, e não pega pesado com ela não… Ela só está tendo dias ruins.
- Obrigada por ter trazido ela até aqui minha querida! E pode deixar que se Mauro não ligar, eu ligo, como é mesmo seu nome?
- Priscila.
- Vai com Deus minha filha. Você está com um carinha muito cansada. - deu um abraço em Priscila e prometeu que a deixaria informada.
Letícia apenas acompanhava tudo, com os dentes serrados. Alguns minutos depois.
- Meninos, acho melhor vocês irem pra casa descansar. Ela vai ficar na UTI a noite toda, não vai adiantar nada vocês ficarem aqui. Amanhã, assim que ela vier para o quarto e estiver acordada, depois que eu der uns tabefes nela é claro, eu ligo para vocês.
Se despediram de Sílvia e se dirigiram até o estacionamento do hospital. Mauro chamou Letícia de canto para falar com ela a sós.
- Por mais que sua preocupação com ela seja real, não acho uma boa você vir aqui amanhã. Tanto pela Bia, quanto pela Jéssica, é uma situação bem constrangedora. Eu ligo pra você, mas acho que nesse momento você tem que pensar no bem-estar da Bia e do seu relacionamento.
- Tudo bem! Eu não concordo, mas eu entendo. Até porque ela já arrumou uma substituta não é mesmo?
- Não tire conclusões precipitadas. Vocês ainda terão tempo de conversar sobre isso. Agora volta lá pra Jéssica que ela não está nem um pouco satisfeita com a situação.
- Tudo bem, vou ficar esperando sua ligação. Cuida dela!
- Pode deixar.
No caminho de volta pra casa.
- Pensei que chegariam mais viúvas.- Letícia massageou a testa que estava latejando de tanta dor de cabeça, a última coisa que ela queria era uma discussão.
- Eu entendo perfeitamente que você esteja chateada, eu agi por impulso, mas isso não lhe dá o direito de desdenhar de uma situação como essa, ainda mais por alguém que nunca lhe fez mal.
- O simples fato dela existir já me faz mal, a pior coisa é ser corna de defunto vivo.
- Jéssica, quando eu fui sincera com você sobre os meus sentimentos, não foi pra você na primeira oportunidade me jogar isso na cara. Eu nunca te dei motivos pra você agir dessa forma, falar desse jeito sobre Beatriz.
- Realmente, nunca deu… até hoje. Queria ver se fosse o contrário.
- Com certeza eu não estaria agindo como uma idiota. E antes de mais nada, nós sempre fomos amigas, ela faz parte da minha vida muito antes de se quer a gente cogitar a hipótese de trans*rmos algum dia. Então a minha preocupação não é apenas pelo que aconteceu nesse último ano e sim por tudo que já passamos juntas.
- Como competir com isso não é mesmo?
- Para o carro!
- O que?
- Isso mesmo que você ouviu: para o carro! Eu vou de táxi pra casa.
- Para com isso Letícia, eu te levo.
- Ou você para esse maldito carro, ou eu abro a porta e desço dele por conta própria. - Jéssica percebeu que Letícia não estava pra brincadeira, parou o carro em um posto de combustíveis, esperou que ela entrasse no táxi e fosse embora.
Fim do capítulo
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