Ully por May Poetisa
Convite
5.
A minha semana seguiu tranquila, já peguei o ritmo das aulas e também do trabalho.
Voltei a ver a Zípora na quarta-feira, quando ela começou a treinar na academia. Como sempre sorridente, nos cumprimentou e logo começou suas séries; ficou por lá por aproximadamente uma hora e meia. Antes de ir embora, foi toda atenciosa e simpática comigo.
- Ully, tudo bem? (Perguntou se aproximando do balcão da recepção).
- Sim e você? (Respondi direcionando o meu olhar para o rosto dela).
- Também.
- Que bom!
- Já fez passeios por Bauru, visando conhecer a cidade?
- Ainda não, por enquanto só conheço um pouco do nosso campus mesmo e fui ao centro, no calçadão, pois, precisava comprar alguns itens para casa mesmo, nada demais (expliquei).
- Entendi. Se quiser companhia, eu te mostro tudo que conheço e prometo ser uma boa guia turística (ofereceu com simpatia).
- Muito obrigada, mas, nem quero te dar trabalho (falei com certa timidez).
- Não será nenhum trabalho e temos que aproveitar que ainda estamos tranquilas com relação à faculdade.
- Isso é verdade (concordei).
- Qualquer dia marcamos algo.
- Tudo bem e obrigada.
- Disponha. Até mais.
- Até!
Adorei o convite dela, porquanto, acredito que deva ser bem interessante conhecer uma nova cidade, por intermédio, de uma encantadora e simpática, moradora local. Após este nosso breve diálogo, voltei a me concentrar no meu trabalho e logo encerrei meu expediente.
Minha aula terminou mais cedo, assistimos um documentário, redigimos uma resenha crítica e logo fomos dispensados.
Ao chegar em casa liguei para a minha família, comentamos sobre as novidades do dia-a-dia e ficamos papeando por aproximadamente uma hora, por vídeo chamada. Quando encerramos a ligação, abracei meu travesseiro, senti saudades de casa e logo adormeci.
Na quinta-feira, acordei cedo, tomei um copo de iogurte natural, arrumei minha mochila e para já aquecer meu corpo, fui correndo para a academia. Cheguei uns quinze minutos antes do treino, me troquei e fiz alguns alongamentos. Pontualmente, às sete horas da manhã, o Francisco chegou. Já percebi que ele nem é de conversar muito, já chega disposto a treinar e é uma pessoa muito determinada. Algo que me deixa feliz, esperançosa e motivada. Ter um bom treinador é fundamental para qualquer atleta.
- Ully, a sua técnica, equilíbrio físico e disciplina, são excelentes (meu mestre me elogiou, após o treino).
- Francisco, obrigada (agradeci enquanto deixávamos o tatame).
- Sábado, vou te colocar para praticar com o Bruno, ele participou do último campeonato paulista e vem se destacando nas competições que participa.
- Ele também treina aqui na academia?
- Não, é meu aluno particular (explicou).
- Entendi.
- Até sábado (ele disse se despedindo).
- Até e obrigada por hoje.
No vestiário tomei um bom banho, me arrumei, no refeitório me alimentei, comi um lanche natural e tomei um suco de laranja; na sequência comecei a trabalhar.
Minha quinta foi sossegada, tanto na academia, como também na universidade.
A sexta-feira, amanheceu chuvosa e eu senti preguiça para levantar. Enrolei um pouco na cama e nem fiz a minha corrida matinal.
Preferi me alongar e fazer musculação, logo que cheguei na academia.
Cerca de uma hora depois, joguei uma água no corpo, coloquei um agasalho, prendi meu cabelo e iniciei mais um dia de trabalho.
- Me conta o seu segredo! (Disse o meu chefe).
- Segredo? (Perguntei sem entender).
- Sim.
- Que eu saiba, nem tenho segredos não.
- Você é muito focada, como consegue? O que te move e te torna tão determinada? Olhe, estamos com o ambiente praticamente vazio, já dei até folga para um dos instrutores durante esta manhã, a demanda será baixa hoje, movimento mesmo, só vamos ter no final da tarde e começo da noite. Você é a única que já treinou.
Dei risada e nem comentei nada. O celular dele tocou e ele se afastou para atender. Comecei a ajeitar as coisas na recepção e ele tinha razão, foi um dia muito pacato.
No meio da tarde a Zípora apareceu, notei que ela tem o hábito de frequentar a academia um dia sim e outro não.
- Ully, boa tarde! Como vai?
- Bem e você?
- Também. Aos domingos, no período da tarde, gosto de ir ao Jardim Botânico Municipal e quero te convidar para ir comigo. Topa?
- Eu não sei onde fica (respondi sem jeito).
- Na rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, no bairro Tangarás.
- Que horas você vai?
- Depois do almoço.
- Mas e se estiver chovendo?
- Não seja pessimista e segundo a previsão do tempo, amanhã à tarde, já vai voltar a fazer sol. Então domingo, será possível sim fazer um agradável passeio ao ar livre.
Fiquei sem saber o que dizer, ela foi toda gentil me convidando e ao invés de aceitar, fiz comentários desnecessários.
- Bom, o convite está feito, agora vou me exercitar (ela falou antes de sair).
E eu?
Fiquei feito boba olhando para o nada. Tenho que me portar melhor, ou então, vou acabar assustando-a, ela vai achar que sou catatônica ou algo do tipo. Pensei em ir atrás dela e dizer que aceito o convite. Porém, eu estava trabalhando. Já ela colocou o fone de ouvido e começou a pedalar na bicicleta ergométrica. Terminei de preencher alguns formulários, observei que após realizar algumas séries aeróbicas, ela também fez um treino de força.
Eu estava terminando um relatório, quando ela voltou a se aproximar.
- Por hoje já chega (comentou).
- Cansou?
- Sim.
- Eu aceito o seu convite e será um prazer conhecer o jardim botânico com você (desembuchei).
- Oba! Fico feliz. Me passa o seu número.
- Por que?
- Para nos falarmos, combinarmos o melhor horário e um ponto de encontro. Se preferir, eu posso te passar o meu (explicou).
Não sei o que anda acontecendo comigo, talvez a beleza dela, além de me desconcentrar, também deve me desorientar, eu fico mais abobada do que o normal e falo coisas desnecessárias. Vergonha, me resume!
- Claro, eu te passo o meu, me desculpe, sou um tanto avoada (justifiquei).
- Desculpada (ela falou descontraída).
- Meu número é 996715520.
- Por favor, soletre o seu nome, quero salvar certinho (disse olhando para o celular).
- U de uva, L de lua, duas vezes e Y.
- Prontinho. Até breve (falou acenando em despedida).
- Tchau, até!
Eu acabei seguindo-a com o olhar e despertei do meu devaneio, quando o Fernando falou comigo.
- Fazendo amizade com a moça bonita?
- É (foi só o que consegui dizer).
- Eu preciso daquele relatório que te pedi.
- Já estou salvando, quer conferir por aqui mesmo e já imprimo ou te mando por e-mail?
- Vou aproveitar que estou aqui e já olho.
Ele se sentou ao meu lado e leu rapidamente.
- É isso e gostei da eficiência. Por favor, imprima, que já vou assinar e encaminhar para o contador.
Fiz o que ele pediu. Terminei minhas tarefas, fui para casa, lanchei, tomei banho, me arrumei e na sequência, para fechar a sexta-feira, mais uma aula de anatomia humana.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
NovaAqui
Em: 28/06/2018
Ela é avoada kkkkkkk
Esse passeio promete rsrsrs
Abraços fraternos procês aí
Resposta do autor:
Sim, avoada é quase o sobrenome dela quando o assunto é a Zípora rs
Promete? Vamos descobrir detalhes no capítulo 6.
Outro abraço fraterno e que julho seja feliz, doce e repleto de paz!
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