Capítulo 7
– Como viajo bastante, termino fazendo as duas coisas, turismo e trabalho, então tenho prazer em dobro. O material da mostra foi feito assim. Estava em Praga com mamãe. Encontramos um amigo que ia ao Paquistão a negócios. Convidou-me. Não pensei duas vezes. Sempre quis conhecer a variação cultural... O resultado você pôde ver.
– Ainda quero ver seus outros trabalhos... Além da insistência de Tina para que a acompanhasse aquela noite, fiquei impressionada com a foto do convite para o vernissage. Depois percebi que era justamente a do pôster que me mostrou.
– Sim..., já sei que não foi por mim que saiu de casa, mas pelo meu trabalho. – Riu lembrando da surpresa da outra quando se apresentou.
– ... Esse foi o furo do século... se soubesse que as fotos eram suas teria tido mais um motivo para ir... – Brincou, já familiarizada com o humor de fotógrafa.
– Mesmo?! – Perguntou, provocante.
– Hum, hum... Você ainda tem alguma dúvida? – Emendou, com voz rouca.
– Então vem cá e me mostra o que teve vontade de fazer comigo a noite toda. – Ordenou, largando a taça, fazendo com que Luana também largasse a sua e a beijasse novamente.
As línguas se procuraram ávidas. As mãos passaram a explorar os corpos. Os únicos sons emitidos foram gemidos suaves.
Luana já tirara o blazer e começara a abrir o vestido de Camille, para então poder livrá-la do soutien rendado, querendo acariciar-lhe os mamilos rijos.
Já seminuas rolando no sofá, Camille arranhava levemente as costas de Luana, que a despia lentamente entre um beijo mais ousado e outro suave, arrancando gemidos mais intensos. E tendo o corpo percorrido por pequenos espasmos.
Sem palavras, conduziu Camille para seu quarto, logo depois de beijar-lhe o pescoço e acariciar o interior de suas coxas, sentido a umidade do sex* onde, em instantes, mergulharia.
Livres de qualquer roupa, então, puderam sentir e provocar todas as sensações possíveis da paixão. Primeiro Luana a prendeu com uma das mãos enquanto com a outra a tocava, encostando o corpo ao seu, desvendando cada curva, provando de cada um dos seios.
Depois Camilla a agarrou pelos cabelos, implorando silenciosamente para que a satisfizesse imediatamente, mas a outra a torturava, beijando demoradamente cada centímetro do corpo até finalmente deliciar-se, arrancando gemidos ainda mais audíveis, e sussurros, próprios da intimidade.
Arqueando o corpo, Camille exigiu a penetração, e teve início a dança sincronizada que, depois de tempo, fez seu corpo estremecer, explodindo num longo e delicioso orgasmo.
Só então Luana percorreu o caminho inverso, beijando o corpo já conhecido. Agora, provocando arrepios e risadas. Camille puxou-a para um beijo demorado, e abriu os olhos para encontrar os da mulher que acabara de levá-la ao lugar que só os amantes conhecem.
O olhar terno e arrebatador exigiu um beijo ainda mais quente e revelador.
Decidida a dar a mulher o mesmo prazer sentido, e desvendar seus pontos erógenos, Camille girou rapidamente o corpo sobre o da outra, tomando-a como refém, sem que houvesse qualquer protesto ou tentativa de fuga.
O gozo veio rápido e violento, assim como o movimento que trouxe Camille de volta a boca que antes beijara.
Ardendo novamente, Camille ajeitou-se sobre o corpo da amada e cavalgou-a de forma selvagem. Mãos e bocas buscavam o que alcançavam, enquanto os sex*s se tocavam. A beleza e o despudor de Camille fizeram com que Luana goz*sse novamente segundos após a mulher, em sintonia quase perfeita.
Sentiu os cabelos longos sobre seu rosto, a boca procurar a sua, e o corpo sobre o seu se recostar.
– Acho que vou querer mais depois... – Camille verbalizou o que ambas sabiam que iam querer.
– Depois?! Não quer mais, agora? – Brincou, também exausta. Espalhando no rosto da mulher pequenos beijos, aproveitando para sorver o perfume, agora misturado com cheiro de sex*.
– Se conseguisse manter a performance quereria, mas estou morta....Risos. – Você se incomoda de descansarmos um pouco e, de talvez eu ficar para dormir?
– Ao contrário, não suportaria vê-la se vestir e sair agora, ou qualquer outra hora.
– Posso me acostumar com isso...
– Isso não será um problema, ao menos não pra mim.
– Então me beija e me coloca pra dormir um pouco, depois compenso. – Pediu, manhosa.
– Vou cobrar a promessa.
– Pode apostar que não será preciso.
Riram mais um pouco. As bocas se encontraram, os corpos se aconchegaram e se entregaram a um sono cálido e repousante. Os últimos sons registrados foram das vozes de Ana Carolina e Maria Bethânia cantando “Eu que não sei quase nada do mar”
“Garimpeira da beleza te achei na beira de você me achar
Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio, não vou esquecer.
Eu que não sei quase nada do mar descobri que não sei nada de mim
Clara noite rara nos levando além da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão
Clara noite rara nos levando além da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão
Me agarrei em seus cabelos, sua boca quente pra não me afogar
Tua língua correnteza lambe minhas pernas como faz o mar
E vem me bebendo toda me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio, não vou esquecer
Eu que não sei quase nada do mar descobri que não sei nada de mim...”
Luana sentiu o braço esquerdo dormente, e não conseguiu mexê-lo. Então, gradativamente, recobrou a consciência. Era dia claro, e Camille dormia confortavelmente repousada em seu ombro.
Evitou fazer qualquer movimento com medo de despertá-la e perder a oportunidade de observá-la entregue a seu calor, depois das lembranças tórridas da madrugada.
O rosto, de contornos sutis, revelava toda a beleza da mulher de personalidade forte e ousada, que atravessara sua vida e a fizera quebrar paradigmas, dentre os quais fazer sex* no segundo encontro. E pior que isso, passar a noite em sua cama sem ao menos terem um relacionamento mais concreto.
O lençol de linho egípcio não lhe cobria a nudez exuberante, então, à vontade, Luana pode deliciar-se com o encanto das curvas misturadas ao seu corpo, agora banhadas pela luz matinal.
A mão esquerda de Camille apossou-se do seio de Luana, como que se seu lugar fosse realmente aquele, ou como se esse fosse um gesto legítimo de quem há muito compartilha a mesma cama.
– Vai ficar só me olhando ou vai fazer amor comigo? – Perguntou de repente, ainda de olhos fechados, tirando Luana de seus devaneios.
– Achei que estava dormindo... – Respondeu, sendo pega de surpresa, mas achando a situação risível.
– Estava, acordei com você me querendo. Ou estou enganada? – Abriu os olhos já se precipitando sobre o corpo da outra.
A resposta em palavras não chegou aos lábios de Luana, mas suas mãos e pernas imediatamente iniciaram a dança já conhecida.
Passava das dez horas quando Camille se levantou anunciando que precisava de um bom banho gelado, desfilando nua pelo quarto em direção ao toilette, sem esperar que Luana conseguisse sair da cama depois da maratona sexual, que incluiu posições inusitadas e um emaranhado de sons e palavras, próprios de quem se permite entender.
A muito custo abandonou o leito indo ao encontro da mulher que invadira sua cama e sua intimidade, que agora a chamava.
– Descobri a baignoire e os sais de banho, agora só falta você... – Disse a outra, já com o corpo submerso.
– Você me dá uns minutos? Por favor...
– Se quiser.
– Em breve estarei com você, volto já. – Apanhou uma chemise no closed, e foi a cozinha. Era de bom tom, já que estavam há horas gastando calorias, que preparasse ao menos um café forte, e servisse uns croissants e umas frutas, embora não tivesse o hábito de tomar desjejum.
Retornou minutos depois com uma enorme bandeja com morangos, uvas, croissants, queijo branco, café e suco de laranja.
– Não sabia o que servir, então... – Anunciou ao chegar com o desjejum tardio.
– Hum, que gostoso... você é mesmo perfeita... – Fez cara de menina mimada, derretendo ainda mais a outra. – Agora entra aqui, vamos tomar café na banheira. – Acrescentou com ar de travessa. Sendo atendida logo em seguida.
– Onde estava escondida que não a encontrei antes?
– Pelo mundo, procurando por você em outras pessoas já que não a encontrava.
– Sei... Ou melhor, não sei nem quero saber. – Comentou, com uma ponta de ciúme nada típico, imaginando com quantas outras ela tinha feito as mesmas coisas.
– Não seja boba, não há comparações, nem de longe. Acredite. – Passou a ponta do dedo sobre seus lábios, sendo honesta com a mulher, que estava sendo a melhor experiência de vida dos últimos anos, apesar de tão pouco tempo.
– Troquemos de assunto. – Pediu contrariada consigo mesma por ter dado mostras do turbilhão de sentimentos.
– Luana, se quisermos dar uma chance para que venha a ser mais que uma boa trans* devemos poder conversar sobre tudo, inclusive sobre essas coisas.
– Não há necessidade. – Tentou fugir do assunto com medo de estar se precipitando.
– Não há necessidade de quê, conversar ou ser mais que sex* casual? – Encarou Luana, esperando a resposta, levemente irritada, mais por charme do que por insegurança.
– Se quisesse apenas sex* casual não a teria trazido para minha casa e permitido que passasse a noite. Muito menos estaria na banheira com você uma hora dessas. Tudo isso em menos de vinte e quatro horas... E desejando que tudo isso seja mesmo real. – Desabafou, sem esperar que a outra entendesse.
Um sorriso delicioso instalou-se nos lábios de Camille que, completamente desarmada, ofereceu-se para um beijo, mordiscando o lábio inferior, sabendo que o sinal já tinha sido decodificado pela amante.
Fim do capítulo
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Thaci
Em: 06/07/2018
Oie,autora!!!
Eu estou amando esse casal fofo. E mais uma vez nota mil pelo romance. Mais,será que vai ser sempre assim harmonia e paz?
Resposta do autor:
Oi, Thaci... que bom que estás gostando...ainda há muito pela frente...risos. Por favor, depois me de o feedback da leitura. É super importante para os demais trabalhos.
Muito obrigada, bjs. Bom final de semana!
Ghi Leonard
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