Décimo Primeiro Capítulo
Corri para o banheiro arrancando as roupas no caminho, seu cheiro ainda estava no meu corpo, mas não pensei nisso, apenas me joguei debaixo da água fria. Tudo o que queria era sair de casa, tomei o banho mais rápido do mundo, coloquei qualquer roupa, juntei minha chaves , minha carteira e meu capacete. Ontem eu não tinha guardado minha moto, ela dormiu na rua. Agradeci qualquer deus que existisse porque ela ainda estava lá quando sai disparada pela porta da frente. Vi Silvana parada na porta dela, mas não dei chance para me chamar. Montei na moto e sai disparada, no caminho o corsa do Pedro passou por mim e meu deu uma buzinada, fingi que não vi e acelerei para longe.
Algum tempo depois esmurrava a porta do apartamento de Alexia, que gritou que já iria atender, abriu a porta de mau humor, ela odiava acordar cedo. Estava com um robe meio obsceno e os cabelos todo embaraçados.
- que porr* e essa Flor? Onde diabos e o incêndio?!
Me respondeu a guisa de bom dia e me deixou entrar, notei que tinha uma camisa masculina jogada no chão da sala. A olhei pedindo desculpas com os olhos:
- desculpa Alê, vou embora.
Comecei a me dirigir para fora, estava tão atormentada que a primeira pessoa que queria ver era minha melhor amiga, mas é claro que ela estava acompanhada. Ela segurou meu braço e me olhou preocupada:
-deixa de idiotice, o bofe ta no decimo sono. Vem tomar café.
Ela me puxou para dentro da cozinha, o apartamento de Alexia era pequeno, tinha um quarto, um banheiro , a sala e a cozinha eram divididos por um balcão. Mas era aconchegante e muito bem decorado.
Me joguei no banco que fica ao redor do balcão e comecei a observa-la se mexer ao redor da cozinha para preparar o café da manhã. Depois que ela colocou a cafeteira para funcionar, se encostou no armário e olhou direto para mim. Ficamos em silêncio , até que ela suspirou e disse:
- lembrou que ela tem namorado né.
- como você sabe? - perguntei surpresa.
- não sabia, mas depois de você chegar intempestivamente a essa hora da manhã e com cara que trepou a noite toda, tive um forte palpite.
Meu rosto caiu sobre meus braços que estavam apoiados no balcão e minha voz saiu abafada quando falei a verdade do meu coração:
- foi maravilhoso Alexia, muito mais do que sonhei, e olha que nesse último ano eu sonhei muito, ela e tão ...
- gostosa?
Alexia tentou me ajudar, levantei a cabeça e disse:
- gostosa, fogosa, quente para caramba. Mas então o outro ligou e lembrei que eu não sou a única que acha isso dela.
- merd* Flor! Mas porque diabos essa mulher resolveu mudar de ideia?
Bati as mãos no rosto e tentando arrancar a angustia a força, arrastando elas fortemente pela minha face e falei com a garganta inchada:
- Não sei! Puta merd* Ale, to fodida!
A cafeteira terminou de encher, ficamos em silêncio novamente até Alexia servi duas xícaras e sentar ao meu lado, segurou minhas mãos que haviam desistido de arrancar parte do meu rosto e agora tentava arrancar meus cabelos e disse séria:
- você precisa conversar com ela Flor.
- conversar o que?
- como o que criatura? Vocês foram para cama, são amigas e você e apaixonada por ela. Precisa perguntar o que ela quer e dizer o que você sente.
- ta doida? não vou falar nada.
- Flor, essa sua mania de guardar tudo ainda vai te dar um câncer.
- esquece isso Alê, não vou falar nada. eu vou...
Travei perdida, mas Alexia insistiu:
- vai fazer o que?
- fingir que nada aconteceu.
Isso, exatamente isso, colocaria culpa na bebida, então me lembrei da sessão de amasso na parte da manhã, e dela me dizendo claramente que há tempos me queria. Então porque o Pedro ainda existia na vida dela?!
- isso vai dar super certo.
Disse minha amiga sarcástica, estávamos em uma batalha quem olha mais feio, quando um homem apareceu vindo do quarto. Sou lésbica, mas puta homem bonito. Daquele tipo que fica horas na academia e depois horas pegando sol para ficar bronzeado. Estava apenas de box azul marinho, deu um bom dia e sem se importar comigo ali e sua semi-nudez, foi até a cafeteira se servir. Vi Alexia suspirar olhando a bunda dele. Ok , hora de ir. Não iria ficar de empata foda da minha amiga. Alguém tinha que ser feliz nessa história.
- obrigada amiga, mas vou indo.
Ela fez o enorme esforço de desviar os olhos do monumento e me fitou, seu olhar carinhoso, apertou minha mão repetiu o conselho:
- Flor você precisa mesmo conversar com ela, olha não para se declarar já que não quer. Mas pelo menos para descobrir o que ela sente ou quer de você, tem a menina também, sei que você a adora.
Meu coração se apertou com a menção de Lavínia, a amava e seria muito ruim me afastar dela, delas.
- tudo bem.
Ela me abraçou e sai mais calma de quando cheguei.
Fiquei andando de moto pela cidade, amava rodar sem ter nenhum lugar especifico, na minha mente um looping de todos momentos vividos com Silvana, e um milhão de perguntas. Cheguei por volta do começo da tarde, e felizmente o carro do Pedro não estava estacionado na frente da casa dela. Guardei a moto e fiquei um tempo olhando a casa ao lado. Mas ainda não estava pronta para conversar.
Entrei em casa, com a barriga roncando, além de dois cafés não tinha comido nada, fui para o meu quarto pensando no que tinha na geladeira ou se eu iria pedir uma pizza, quando me deparei com alguém na minha cama.
Parei estática. Minha respiração cortou. Meu coração disparou. Minha boca secou. Meu sex* molhou.
Silvana estava na minha cama, deitada completamente nua, quer dizer apenas com o lençol cobrindo algumas partes do seu corpo, ela ressonava baixinho.
Acendi a luz.
Ela abriu os olhos e me encarou, um sorriso sacana começou a nascer, um sorriso com todos os dentes a mostra, o meu sorriso.
- estava te esperando.
Ela levantou o tronco e o lençol escorregou deixando aqueles seios fartos e deliciosos para a felicidade dos meus olhos. E do meu sex* que pulsou.
Então a pergunta e essa... o que você faria se a pessoa que você ama estivesse nua na sua cama?
Vocês não sei, mas eu... arranquei todas as minhas roupas e depois o lençol que a cobria. Deitei sobre aquele corpo macio e quente e a beijei deixando sem folego. Silvana se enrolou em mim como uma cobra, suas pernas se abriram para me receber, e foi a primeira vez que nossos sex*s se tocaram livremente. Desci minha boca pelo seu pescoço, depois agarrei os seus seios e os apertei, ch*pei. Não estava com vontade de me segurar, estava com tesão, com raiva , ansiosa e essa mistura me deixava selvagem. Não iria fazer amor com Silvana, iria fode-la com vontade.
Minha boca escorregou sem preâmbulos para seu sex*, a ch*pei tão forte que seu tronco arqueou e suas pernas fecharam sobre minha cabeça. Em nenhum momento ela reclamou de nada, apenas gemia loucamente.
Me certifiquei que estava lubrificada e enfie meus dedos com força. Ela puxou meu cabelo e rebolou nos meus dedos e na minha boca.
- puta que o pariuuuuuu.... vai mais fundo Flower.
E eu fui.
Escalei sobre seu corpo novamente sem deixar de penetra-la, acrescentei mais um dedo, abrir mais suas pernas. Apoie minha outra mão ao lado da sua cabeça e me impulsionei mais rápido .Silvana segurou meus ombro para não bater a cabeça na cabeceira da cama, sem deixar de acompanhar meu ritmo, seu orgasmo não demorou a acontecer. E mesmo assim continuei penetrando, a beijei na boca entrelaçando nossas línguas em uma dança erótica, e com meu polegar friccionei seu ponto sensível. Ela gozou de novo.
Então sem pensar em nada , tirei meus dedos e coloquei meu sex* sobre o dela, encaixei e comecei a friccionar. Meu coração batia tão rápido como as asas de um beija -flor, meu corpo se cobria de suor, me apoiei agora nas duas mãos e esfregava com força. Não conseguia olhar para Silvana, minha mente apenas se concentrava no que meu corpo queria, enfiei minha cabeça no seu pescoço. Mas ainda assim não estava conseguindo chegar ao meu orgasmo, meus olhos encheram-se de lágrimas e meu ritmo diminuiu.
Estava a ponto de parar , quando ela puxou meu rosto e seus olhos ainda nublados de desejo me fitaram. Ela apertou minha bunda e subiu o quadril me incentivando a continuar:
- goz* em mim Flower.
E me beijou, um beijo doce e carinhoso. E então me perdi. Meu corpo tomou conta de novo , e voltei ao ritmo até goz*r nela.
Cai deitada ao lado dela extenuada, nossas respirações ainda erráticas, meu coração começando a se acalmar. Eu fitava o teto , mas pelo canto de olho via que Silvana me encarava. Estava com raiva ainda, e isso não era um bom sentimento para ser ter depois do sex*. Fiquei pensando se ela tinha trans*do com Pedro também, se ele havia feito ela gritar como acabara de gritar comigo. Meus pensamentos começaram a enlouquecer. Porque ela estava me esperando nua porr*! Levantei abruptamente a assustando, minhas pernas meio moles ainda, coloquei minha calcinha e minha camiseta e sai do quarto, estava preste a explodir, não sabia se em choro ou gritos de acusação.
Fui para cozinha , abri a geladeira e agarrei a garrafa d'agua, tomei direto dela e com isso fui me acalmando. Senti quando ela entrou no cômodo, mas não virei. Ela parou ao meu lado e tocou meu braço tentando me fazer virar para ela. Me afastei do seu toque. Ela suspirou mais continuou do meu lado e falou:
- não transei com ele.
Senti como se um peso saísse da minhas costas, e meu coração ficou mais leve, sabia que não trans*r não era terminar com ele e se declarar para mim, mas já era alguma coisa. Recoloquei a garrafa na geladeira e depois me encostei nela, cruzei os braços e finalmente a encarei.
Ela estava adorável, ainda enrolado no meu lençol, os cabelos geralmente volumosos, estavam mais ainda por conta do sex*, sua boca inchada dos nossos beijos. Ela estava sexy também, meu sex* reagiu.
- o que é isso Silvana?
Ela mordeu o lábio inferior inteiro e pensou por alguns instantes, seus olhos procuraram os meus, e vi receio novamente, mas também vi paixão e desejo, ela falou suavemente:
- ainda não sei.
- e o que você sabe?
- quero ficar com você Flower, disso sei.
Bom vocês já sabem o que meu coração fez ao ouvir essas palavras, mas...
- você terminou com o Pedro?
Ela desviou o olhar e vi sua pele branca corar, ela balançou a cabeça negativamente.
- então você quer que eu seja o que? Sua amante? Sua peguete? A porr* do seu consolador?
Falei calma, mas minha palavras a fizeram estreitar os olhos e me olhar furiosa e rangendo os dentes falou:
- você acha que só quero sex* com você? Porr* Flower, achei que me considerava mais que isso.
- não sei Silvana, há um ano que nos conhecemos, e de repente você me quer. E não quer terminar com Pedro? não estou entendendo nada.
Falei com certo desespero, meus cabelos sofreram com minhas mãos novamente, ela se aproximou e segurou minhas mãos, entrelaçou nossos dedos e por um tempo ficamos apenas encarando nossas mãos juntas, depois ela me fitou novamente e falou resoluta:
- é minha melhor amiga Flower, por muito tempo foi assim que me senti sobre você. Ficou comigo em um dos piores momentos da minha vida, amou minha filha, me ajudou sem nem ao menos me conhecer. E eu te amei por isso.
A soltei e ela ficou decepcionada, até eu segurar sua cintura e encostar nossas testas, suas mãos foram para os meu ombros e começou acarinha-los. Deixei ela continuar:
- e quando você me contou que é lésbica, isso não importou nada, para mim você continuava minha Flower...
Meu coração seu aqueceu com o jeito possessivo dela.
- ...com um sorriso franco, olhos misteriosos e fechada como uma ostra. Mas quando vi você com aquela menina - nesse momento ela deu uma rangida nos dentes, o que achei bonitinho - fiquei puta. No começo pensei que minha raiva era porque você não confiava em mim.
- não foi isso Sil.
Ela me deu um selinho e afastou nossas cabeças, mas continuamos abraçadas:
- eu sei, mas comecei a analisar meus sentimentos, você me explicou e ficamos bem. Mas ainda tinha uma raiva absoluta dela e ficava mais puta ainda imaginando vocês juntas. Então quando me disse que não era apaixonada por ela, me senti aliviada.
Suas mãos agora sobem para o meu rosto, seus polegares alisam as minhas bochechas:
- foi quando soube que estava morrendo de ciúmes, queria que fosse eu no lugar dela. E isso me assustou para cacete FLower, nunca havia me sentido atraída por uma mulher entende.
Eu entendia, muito. Mas ela não me deixou responder, parecia que estava guardando tudo aquilo há tanto tempo que apenas precisava desabafar:
- mas também não conseguia esquecer esse sentimento. Então você terminou, e queria respeitar o seu tempo, mas você é tão linda Flower. Por dentro e por fora, sabia que seria questão de tempo para ficar com outra. E não suportaria. Eu precisava tentar.
Poderia dizer que a amava desde que nos conhecíamos, que queria ficar com ela talvez o resto da minha vida se ela quisesse, que Regina fora uma tentativa fracassada de esquece-la. Mas não consegui. De tudo o que ela me falou, em nenhum momento ela disse que estava apaixonada por mim. Ela disse que me desejava apenas.
Me afastei dela delicadamente e dessa vez ela me deu meu espaço, esfreguei o rosto tentando colocar meus pensamentos em ordem, e só depois falei:
- estou surpresa, mas feliz Sil. Há muito tempo também queria você.
Então a porr* do meu sorriso em seu rosto, ai meu coração idiota!
- verdade?
- sim, mas não iria te deixar desconfortável com qualquer investida.
- entendo.
- mas Silvana -respirei fundo, ali vinha a questão de um milhão de dólares - e o Pedro?
Dessa vez ela caminhou para longe de mim, ela amarrou mais forte o lençol no corpo e começou uma caminhada impaciente:
- eu... vou terminar com ele.
Puta que o pariu! Meu peito explodiu de felicidade, até as próximas palavras dela:
- mas tenho que ir com calma Flower, a gente ta junto há um tempo e ele me ama.
Ela se aproxima de mim, me enlaça pelo pescoço e esconde o rosto nele, seu hálito me faz arrepiar quando continua a falar:
- você tem paciência comigo. Me espera?
Não podia dizer outra coisa:
- o tempo que precisar.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Socorro
Em: 03/06/2018
Sinto que Flower vai sofrer :(((
nao senti confiança nesse fim de namoro dela não..
Sil, não acredito em vc, espero tá errada
Resposta do autor:
ola,
a vai Flower infelizmente vai passar por provações sim, mas ... vamos ver o que acontece..hahaha
Sil vai te surpreender ...
Obrigada pelo coment!
abrços.
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]