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Sonho Possível por MegLove

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Palavras: 798
Acessos: 1027   |  Postado em: 31/05/2018

Capítulo 12

"Jamais se desespere em meio as sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda".

 

 

 

       Marina, conforme orientação do médico que atendera Carlota no hospital, marcara uma consulta a médica obstetrícia dela. Mesmo contra vontade de Callie, ela decidira acompanhá-las no dia marcado. Talvez a ruiva temesse o encontro dela com Roger, uma vez que, Marina ainda não tinha noção da importância dele na vida delas. A morena decidira adiar a conversa que esclareceria tudo enquanto a saúde de mãe e filha se estabeleciam. Portanto, Mari passou a ser imparcial emocionalmente, o que lhe custava muita energia e controle emocional, pois não podia em hipótese nenhuma, demonstrar suas emoções ou desejos, e caso Roger aparecesse na consulta, era assim que agiria, entretanto não deixaria de interferir formalmente no caso de Callie se fosse necessário.

 

         Callie aguardava pacientemente sua vez de ser atendida na recepção do consultório médico com todos os resultados dos exames no colo. Ao seu lado direito, Marina estava sentada concentrada na leitura de algum relatório ou contrato. Observava discretamente a mulher morena. Eventualmente, ela fazia uma anotação, riscando ou acrescentando algo ao documento. O celular dela, sempre que tocava era ligação profissional, nunca pessoal. Desde que fora morar com Marina, tinha de admitir, que sua pressão se mantivera no "tolerável" como dissera e desejara o médico do hospital. Ela estava se alimentando melhor e a convivência entre ambas era “estranhamente” tranquila. Notara que toda demonstração de interesse que recebera no último dia que estivera no hospital, e no primeiro dia no apartamento dela desde que se mudara, cessara completamente, embora Mari permanecesse sempre cuidadosa e carinhosa, mas sem nenhuma aproximação, toque ou olhar de desejo. Era como se ela tivesse se transformado na Mari reservada da faculdade. 

 

      Uma mecha do cabelo curto de Marina, soltou-se de onde estava preso, atrás da orelha, e ficou oscilando ao lado do rosto dela. Sem pensar, Callie ergueu a mão para colocá-la no lugar. Mari mesmo concentrada, percebeu a aproximação da pequena mão, virou o rosto em direção a Callie. O que era um simples toque, transformou-se num primeiro carinho da ruiva. A palma dela deslizou sobre a face da morena. O olhar de ambas se encontraram, e por milionésimos de segundos, Callie viu nos olhos negros algo que parecia além de puro desejo. Estaria enganada?

 

        Neste exato instante, Roger chega a porta da recepção, flagrando-as nesta posição e observando a troca de olhares. Presas uma da outra, não percebem serem alvo do olhar de raiva. Seu ego masculino distorcido acentua seu desagrado. “Carlota o traíra com ela, por isso mudara com ele na faculdade desde que a conhecera”, era a conclusão que ele chegara. No âmago do seu ser, a raiva concentrou-se e o motivou a colocar um sorriso falso no rosto em quanto se aproxima da dupla, prometendo a si mesmo uma doce vingança, a começar naquele exato instante...

 

- Boa tarde, "amor" - Callie se assustou ao ouvi-lo chegar e principalmente pelo cumprimento descabível, uma vez que havia meses que eles estavam separados, mas percebeu a provocação - e para piorar, ele se inclinou e depositou um beijo na boca dela, segurando-a pela nuca, impedindo-a que se afastasse. Ela ficou sem reação, se permitindo beijar por alguns poucos minutos, até que quando ia começar a lutar para acabar com contato, Roger se antecipara parando; Depois dando um sorriso satisfeito, sentou no lado oposto a Marina, do lado esquerdo de Callie.

 

       A recepcionista sorriu diante do quadro encenado por ele, sem saber que era totalmente falso. Roger era um homem bonito por fora, pena que por dentro fosse imaturo e inescrupuloso. Nunca imaginara que aquele garoto por quem se apaixonara na adolescência se transformaria num advogado frio e calculista. Callie não queria fazer uma cena no consultório, então permaneceu calada, mas por dentro bufou de raiva. Olhou discretamente para Marina, mas esta não demostrou nenhum tipo de emoção pela cena presenciada; se Roger queria atingi-la, parece que falhara. Sabia que existia atração entre as duas, e que o fato de estar grávida não apaziguara o desejo de Marina por ela, mas Callie sempre valoriza o sex* com amor.... pelo menos até o dia que engravidara. Não sabia o que havia entre elas... Queria saber, mas temia descobrir...


      Carlota Sant-Jones pode entrar, consultório dois. Roger se ergueu prontamente tentando segurar a mão dela, para conduzi-la, mas para surpresa dele e da própria Marina, Callie não se ergueu, fugiu do contato da mão do pai da criança, e em seguida, entrelaçou os dedos da mão direita nos dedos da mão esquerda de Mari. Olhando diretamente para ela, disse: vamos?




CONTINUA..


 


Fim do capítulo


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