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Astrum por Bastiat

Ver comentários: 9

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Palavras: 3557
Acessos: 5475   |  Postado em: 25/02/2018

Capítulo 17 - As gavetas remexendo

 

Montserrat

 

    O calor do Rio de Janeiro está me matando aos poucos. Não me lembrava do calor, muito menos que sair do táxi e dar alguns passos até a porta do hospital do meu pai já me faria ficar com tanta sede. Definitivamente não estou mais acostumada com tanto calor. Passei a minha mão esquerda pelo cabelo e não gostei da textura. Esse clima também não ajuda em nada minha beleza, terei que adequar algum shampoo e condicionador se eu tiver que passar mais alguns dias por aqui.

    Fiz um coque rápido, quase chorei de emoção por entrar na recepção e sentir o confortável ar-condicionado. Cheguei até a sorrir ao caminhar até uma das meninas da recepção com a volta repentina do bom humor.

    - Boa tarde. Por favor, avise Dr. Fernando Galvão que eu cheguei.

    A menina morena sorriu e pareceu aguardar que eu falasse mais alguma coisa.

    - E a senhora seria...?

    - A filha do don... a dona disso tudo e que paga o seu salário.

    De repente uma tosse atingiu a menina que na verdade se engasgou. Sorri com deboche quando ela pegou o telefone e segundos depois estava me anunciando para o Dr. Galvão.

    Olhei em volta e notei que muitas coisas estão diferentes da minha infância. O hospital parece até maior, para ser sincera. Na última vez que estive aqui, no dia de comprar uma parte da rede, não reparei nada. Na minha olhada também respirei fundo quando caiu a ficha de que eu tenho um hospital agora. O cheiro me recorda tantas coisas. As pessoas andando de lá para cá, a correria, as macas, as ambulâncias lá fora. Tudo que fez o coração do meu pai se encher de orgulho é o que me faz sentir medo.

    - Montserrat! Sabia que você viria, mas ainda tinha dúvida quanto a isso. Seja bem-vinda ao seu hospital - Dr. Galvão estendeu a mão para mim que apertei educadamente.

    - Dr. Galvão, é um prazer revê-lo.

    - Ora, Montserrat, eu ainda sou seu tio Galvão, seu padrinho inclusive. Vamos deixar a formalidade de lado.

    - Como queira, Galvão. Só não espere que eu te chame de tio. Deixo isso com a minha filha quando apresentá-la devidamente ao senhor.

    - Sim, sim, quero muito conhecer a pequena Annie, seu pai a adorava. Ela ficou bem abalada no enterro.

    - Ela está se recuperando da perda do avô que ela também adorava. Hoje mesmo me pediu para ir à praia, mas já tinha o compromisso de visitar o hospital, então deixarei para mais tarde.

    - Se ela gosta de praia já posso considerar uma das minhas, eu adoro.

    Dr. Galvão estava sendo mais falso que nota de três reais e isso eu percebi assim que ouvi seu tom de voz baixo e gentil. Meu "tio" não gosta de mim desde que comprei isso tudo. Seu sonho era virar sócio do meu pai um dia e quando achou que ganharia, acabou sendo desbancado por mim. Ou ele quer comprar o hospital, o que eu duvido muito já que ele não tem esse dinheiro, ou ele está morrendo de medo de que eu venda e ele seja demitido. Esse puxa-saquismo me lembrou o João. Que saudade do meu ateliê. Tenho certeza de que a Charlotte está cuidando muito bem de tudo, mas não deixo de pensar nas coisas que deixei por lá.

    - Bem, o senhor me chamou aqui para apresentar-me o hospital. Vamos? - Cortei a conversa fiada.

    - Sim, sim, me acompanhe por favor.

    Dr. Galvão me levou primeiro para o prédio anexado onde há uma bela estrutura de pesquisas, fiquei realmente surpresa com o investimento do meu pai. Conheci alguns responsáveis por lá e fiquei contente com os trabalhos que eles estavam fazendo. Soube também de várias parcerias com universidades de hospitais pelo mundo e que já tiveram avanços significativos.

    Após algumas horas, Galvão insistiu em me levar até a ala da pediatria.

    - Deixe essa ala para uma outra oportunidade. Sinto-me um pouco cansada, na verdade.

    - Oh, sim, claro. Vamos para o escritório do seu pai, então, mas de todo jeito temos que passar pelo corredor que dá acesso aos quartos das crianças. Se você sentir vontade, poderemos entrar.

    - Acho que prefiro ir direto para o escritório do meu pai. Temos que conversar, não é mesmo?

    Galvão não me respondeu, apenas vi o acenar da sua cabeça. Preocupado, coçou a careca e começou a andar.

    Não demorou muito para chegar na sala tão conhecida por mim. Eu poderia muito bem chegar ali sozinha. Ficava no mesmo lugar que sempre foi e era a única porta em que contém um diploma pendurado. Fiquei imaginando um diploma de moda pendurado na porta da minha sala no ateliê e segurei uma risada.

    - Dra. Sônia, que presença oportuna, olha quem veio nos visitar.

    Olhei para aquela mulher linda. Sua feição não me é estranha, tenho a impressão de já ter visto esses olhos castanhos escuros em algum lugar. Seu cabelo cacheado bem preto amarrado em um rabo de cavalo é harmonioso com sua pele negra. Fiquei mais confusa ainda quando ela abriu o sorriso.

    - Boa tarde, senhora - foi gentil.

    - Montserrat, a dra. Sônia é chefe da ortopedia e especialista em lesões da coluna. Tem feito avanços significativos em estudos e apoia o laboratório com seus conhecimentos. Além disso, a Sônia tornou-se amiga do seu pai. Até mesmo depois da demissão da mãe porque ela trazia a filha para o hospital porque que não tinha com quem deixá-la.

    Uou! Essa mulher que está parada na minha frente com os olhos arregalados para cima do Dr. Galvão é a Soninha. A Soninha se tornou uma grande médica, como sonhava. Ainda veio trabalhar no hospital que sempre desejou.

    " - Mon, eu terei que estudar muito para ser uma grande médica. Minha mãe me disse que posso ser o que eu quiser quando crescer, então eu estou decidida a salvar vidas.

    - Ah Soninha, tomara que sua mãe esteja certa sobre poder ser o que quiser. Eu quero ser uma grande estilista, então eu tenho que aprender a costurar.

    - A minha mãe sabe, talvez um dia ela possa te ensinar. Mon, quando eu crescer quero trabalhar aqui. Minha professora disse que esse hospital é de primeiro mundo.

    - Sua mãe me ensina a costurar que quando eu crescer peço para o meu pai te contratar..."

    Nem precisou pedir nada. Sônia com a sua competência chegou onde sempre quis.

    - Soninha! - Abracei a minha amiga de infância apertado.

    - Mon! - Senti meu abraço ser correspondido com a mesma intensidade.

    Achei que nunca mais veria minha amiga, mas como o mundo é pequeno, aquele encontro estava acontecendo anos depois na sala de um dos culpados da nossa separação.

    - Soninha, não acredito que você está trabalhando aqui - disse quando nos separamos.

    - Eu que não acredito que você se lembra de mim?

    - Eu senti tanto a sua falta nesse hospital depois que você foi embora. Sinto muito por você ter sido descoberta e pelo que meus pais fizeram. Esse hospital ficou tão sem graça que três meses depois me recusei a vir aqui e tomei a decisão de que seguiria minha vontade de ser estilista.

    - E você realmente conseguiu, não? Tenho acompanhado sua carreira. Montserrat Schubert, a grande estilista da Europa. Badalada e talentosa - nós nos damos as mãos. - Sobre o que aconteceu com a minha mãe, é passado. Já perdoei tudo. Não demorou muito para a minha mãe conseguir outro emprego, então tudo bem.

    - Você virou a Dra. Sônia, olha que chique. Mas ainda posso te chamar de Soninha, não é mesmo?

    Dei mais um abraço nela. Ela parecia a mesma garota que conheci anos atrás.

   - Claro. Assim como eu te chamarei de Mon, posso?

    - Não só pode como deve.

    Dr. Galvão olhava surpreso para nós duas.

    - Por que o senhor não disse que a Soninha trabalhava aqui? - perguntei para o Dr. Galvão. - Acredita que nem o meu pai disse? Mas eu também nunca tive longas conversas com ele... - dessa vez me dirigi a Sônia.

    - Eu que pedi para o Dr. Galvão não mencionar, eu nem sabia que você se recordava de mim - a ortopedista respondeu.

    - Como não? Sônia, eu até te procurei nas redes sociais, sempre fui louca para saber como você estava.

    Sônia sorriu feliz e olhei para o Dr. Galvão que permanece estarrecido. Nos abraçamos de lado e esperamos alguma fala dele.

    - Bem... emocionante o reencontro das duas. - Sentou-se na cadeira que era do meu pai e esperou que nós duas nos sentássemos também.

    - Acho que essa cadeira que o senhor está é minha, não?! - Desmanchei o sorriso e caminhei para mais perto.

    - Oh, desculpe-me querida. É claro que é sua, com licença.

    Sônia balançou a cabeça para ele e acomodaram-se nas cadeira a minha frente. Ficou um clima pesado, os doutores me encaravam como se esperasse uma sentença de morte.

    - Montserrat - Galvão pigarreou. - Esse passeio que demos pelo hospital foi para mostrar a você como é importante tudo que sua família construiu e principalmente o que seu pai fez nos últimos anos. Vamos direto ao assunto, quais as suas pretensões para com os hospitais e principalmente este?

    - Vocês não estão pensando que eu vou vender parte considerável de uma das fontes da minha renda, não é mesmo?

     - Mon - olhei para a Soninha que falava - não é sobre dinheiro. Se você quisesse vender, não poderíamos fazer nada, apenas tentar convencê-la do contrário. Mas também, não adianta você não vender e colocar porcos para administrar.

    - Eu não vou ficar aqui, é claro. Tenho minha vida na Eslovênia. Trabalho, família e rotina. Eu não sou o meu pai, não sei nem medir uma pressão direito, portanto, não sou capaz de cuidar de um hospital, quanto mais de vários pessoalmente. Eu conversei com a Carolina, minha esposa, ontem por chamada de vídeo e ela me aconselhou manter a administração. É a coisa mais lógica para ser feita. Mas mais do que manter a administração, acho que preciso de médicos para estarem a frente em decisões como o meu pai estava.

    Doutor Galvão se remexeu na cadeira e sorriu. Se ele já se sentia à vontade na cadeira que ocupo, é melhor já se acostumar a ficar longe dela.

    - Carolina - continuei - chegará dentro de dois ou três dias e ela tem muito mais sensibilidade para escolher uma pessoa para ficar no lugar do meu pai. Mas vou logo avisando que quero uma pessoa jovem.

    Sônia segurou o riso ao ver a cara de desgosto que o Galvão fez.

    - Talvez a experiência possa te auxiliar melhor, Montserrat - o doutor tentou me convencer.

    - Tente convencer a Carolina disso, doutor. Como disse, minha esposa tem muito mais sensibilidade para esse tipo de coisa. Além disso, é a pessoa que mais confio na vida.

    - Como queira, Montserrat. Mas acho essencial que você fique um pouco mais no Brasil e conheça mais de perto tudo isso.

    - Eu já estou cansada só de ter ficado algumas horas aqui, que dirá dias. Podemos encerrar por aqui, não é mesmo? Quero voltar para o hotel e descansar mais um pouco.

    Assim que me levantei, Soninha e Galvão fizeram o mesmo. Pedi gentilmente para que ele esperasse lá fora e fiquei sozinha com a minha amiga de infância na sala.

    - Estou tão feliz de ter te reencontrado - eu disse.

    - Temos tanta conversa para colocar em dia, mas você parece estar fugindo daqui.

    - Podemos nos encontrar para almoçar, passar o dia juntas fora do hospital. Quero muito que você conheça a Annie. Você tem filhos?

    - Não, nunca me casei. Quero muito conhecer a sua menina, pelas fotos que o Dr. Olavo me mostrava ela parece uma cópia sua quando criança - sorrimos concordando. - E você? Lésbica, hum?

    - Com muito orgulho - sorri.

    - Tem que ser mesmo. Já vi muitas fotos da Carolina e ela é linda.

    - Por dentro e por fora. Também faço questão de que vocês se conheçam. Ela sabe de você, acredita? Cansei de comentar com ela sobre você e como eu queria encontrar a Soninha.

    Nos abraçamos mais uma vez para em seguida nos despedimos.

    - Então eu te ligo para marcarmos o horário do almoço amanhã - foi assim que saí da sala e deixei a Soninha lá dentro.

    Encontrei o Dr. Galvão com cara de poucos amigos, não consegui disfarçar que estava mordido com a minha proximidade com a Sônia e por tê-lo jogado em escanteio. Caminhamos em silêncio com a pretensão de chegar na saída do hospital. Foi no mesmo momento que senti um impacto me atingir. Minha quebra foi inevitável. Fiquei de joelhos tentando entender o que aconteceu. Vi a mão do Dr. Galvão estendida para mim e a segurei levantando-me.

    - Montserrat, está tudo bem? - Dr. Galvão perguntou.

    Se eu soubesse que veria aqueles olhos cor de mel quando me virasse para ver se a outra pessoa que esbarrei se machucou, eu teria feito mais força para que o encontrão a tivesse machucado.

    Sara.

    "Eu não sinto nada por você. Nada. Eu jamais sentiria amor por outra mulher."

   Sara.

    "Eu sou o que sou, Montserrat. Eu sou os valores que minha mãe me passou. Eu sou o que eu aprendi que sou. Eu sou uma mulher que vai se casar e ter filhos com um HOMEM."

    O que eu mais temi na vida está acontecendo: Sara está na minha frente. O meu coração ficou pequenininho enquanto eu olhava nos olhos cor de mel surpreendidos. É claro que eu sabia que isso poderia acontecer, mas achei que tinha me livrado daquele encontro por pelo menos este dia.

    Sara continua com o mesmo rosto, mas perdeu o ar de menina que carregava. Talvez por ter passado os anos ou ter que amadurecer mais rápido do que nunca com tudo que aconteceu em sua vida. Não pude deixar de percorrer seu corpo com os meus olhos. A calça jeans branca apertada e a baby look com decote V por abaixo do avental quase aberto é uma visão que eu não esperava.

    Vi seus lábios tentando se mexer para dizer alguma coisa, mas só saiu a primeira letra do meu nome. Se eu der mais um minuto para ela e continuar parada ali, aposto que suas pernas ganharão vida e sairá correndo como fez anos atrás.

    - Se você estava correndo é porque tem alguma emergência. Ficar parada me olhando só vai deixar seu paciente em situação de risco. - Dei dois passos para chegar próxima a ela e virei seu crachá pendurado no pescoço, lendo o nome - Doutora - disse devagar e em um tom irônico - Sara.

    Dei as costas e andei no sentido contrário ao da saída. Devo voltar para o escritório do meu pai e fazer o que tem que ser feito.

 

 

Sara

 

    O mesmo perfume de anos atrás foi deixado no corredor. Aquele mesmo cheiro que minhas narinas faziam questão de levar ao meu cérebro e o fazia feliz por sentir. Mais uma vez ouvi o rádio me chamando com urgência e me despertou do transe que entrei. Correndo mais uma vez, me pus a pensar se estou em um sonho ou se é delírio. Não, não estou delirando. O Dr. Fernando Galvão a chamou de Montserrat e não é tão comum esse nome. Eu estive sim frente a frente com a minha estrela. Aquela tatuagem... aqueles olhos que me passaram uma tristeza profunda. O que eu fiz para aquela mulher? Será que causei tanto mal assim?

    Montserrat estava com o Dr. Galvão e o doutor estaria aquela tarde com a... filha do Dr. Olavo. Montserrat é a filha do Dr. Olavo, logo trabalho para ela. Eu estou no hospital que é dela. Que mundo pequeno. Como eu poderia adivinhar que o pai dela era médico? Montserrat nunca me contou nada disso. Na verdade, nunca me contou nada de sua vida. Eu não fui nada mais que uma mulher que ela se interessou e levou para casa. Eu sempre estive certa quanto a ela me usar, se aproveitar da situação. Mas por que ela foi atrás de mim na rodoviária? Tantas perguntas e estou tão perto das respostas. Mas a principal e a que mais está machucando é: por que ela fingiu que eu sou uma estranha e me deixou ir sem querer conversar?

    Encontrei a equipe examinando uma criança que tinha acabado de dar entrada com fortes dores na barriga. Rapidamente analisei o que relataram e pedi para preparar o centro cirúrgico. Graças ao Dr. Olavo, acabei tendo muito tempo durante minha especialização em pediatria para fazer também especialidade em outras áreas, atuando junto a outros médicos e laboratórios, como em gastroenterologia, infectologia e imunologia pediátrica. Costumo dizer que aprendi na prática a ser quase uma pediatra geral.

    Me preparei com a equipe e entrei na sala. Tirei totalmente a Montserrat da cabeça e me concentrei no trabalho. Talvez tenha sido melhor ser ignorada.

 

 

Montserrat

 

    Quando cheguei na sala do meu pai, fiquei aliviada pela Sônia não está por lá. Pedi para o "tio" Galvão que me deixasse sozinha. Meu coração parece que vai sair pela boca, não para de dar cambalhotas me fazendo sentir nervosa e ao mesmo tempo emocionada.

    Coloquei a cabeça entre as minhas mãos para tentar colocar meus pensamentos em ordem com a pressão do aperto que dou. Lágrimas tentam cair dos meus olhos. Seguro-as. Eu chorei por meses escondida por aquela menina, não vou sucumbir de novo. Eu superei a Sara, casei-me de novo, abri meu coração para um velho amor e vivi os últimos anos muito bem.

    Eu deveria ter confirmado se a Sara estaria trabalhando hoje. A recepcionista tinha me garantido que não, mas sei como os horários podem mudar, por isso temi durante o passeio feito. Bati forte na mesa com a palma da minha mão. Como pude cometer um erro tão primário? É óbvio que a Sara descobriria que sou filha do chefe dela, mas pelo meu plano isso seria apenas quando eu já estivesse longe. Provavelmente ela pediria demissão, mas já não seria problema meu. Sara já sabe se cuidar sozinha, até teve um namorado.

    Minha ex-abrigada com certeza me mataria se soubesse que a vigiei todos esses anos. Na faculdade por uma mulher da secretaria da faculdade que me passava todas as informações. No hospital por uma enfermeira chamada Débora. Meu pai acabava dando algumas informações para mim, mas não fazia a mínima ideia do quanto a Sara foi próxima de mim.

    " - Pai, eu preciso que o senhor abra uma vaga de residente ou sei lá o que para os alunos de medicina da PUC-Rio, que estejam terminando um curso.

    - Mas querida, não precisamos de residentes, não estamos precisando contratar ninguém.

    - Não é um pedido, é uma ordem. A pessoa para ser contratada é Sara Salmen da Costa, anotou?

    - Mas quem é Sara Salmen da Costa? Montserrat, isso daqui é um hospital sério, não é cabide de emprego.

    - Sara será uma grande médica, acredite em mim. Contrate logo e não me faça lembrar porque eu tenho poder de contratar ou demitir alguém. Tenha um bom dia, pai."

    Uma semana depois Sara já estava contratada. O emprego serviria para a última etapa que eu teria com ela. Depois que a garota foi embora, mesmo com toda raiva que sentia, não conseguia não me preocupar. Eu estava apegada e passava noites em claro me perguntando se ela estava bem, se estava em perigo. Foi difícil me entender, mas tomei a decisão de contratar um detetive e achá-la. Logo comecei a manipular a sua vida quando descobri onde ela estava na Alemanha. Até hoje, cada passo que ela deu foi totalmente calculado. A bolsa mágica de estudos, o emprego no hospital e a bolsa na especialização de seu sonho passaram pelas minhas mãos. Foi o segredo que guardei e que vou morrer com ele. Depois de ter pagado todos os estudos e conseguido o emprego, parei um pouco de seguir sua vida. Sei que mora com duas amigas e que vive para o hospital. Não quis saber se ela está atualmente de romance, afinal, está bem claro que ela vai casar e ter filhos com algum homem. Sorri e olhei para a minha aliança. Carolina é o meu amor. Uma imagem da Sara se fez na minha mente.

    - Antes que destrua a minha vida novamente, preciso me livrar dela.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Montserrat sempre tentando se livrar da Sara :|.


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Comentários para 17 - Capítulo 17 - As gavetas remexendo:
Ana Gil
Ana Gil

Em: 26/02/2018

Por isso não gosto de começar a ler estórias "em andamento" ???? Comecei a ler ontem e estou agora desesperada para saber como isso vai se desenrolar, já estou com pena da Carol que provavelmente vai sofrer pq esse reencontro não será em vão, ainda mais que a Sara divide o apê com a Sonia ???????????????? Não vejo a hora do proxipr capítulo. 


Resposta do autor:

Hoje ainda tem mais um capítulo, só que não sei se vai ajudar a não ficar no desespero rsrsrsrsrsrs.

 

Abs.

Responder

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Donaria
Donaria

Em: 26/02/2018

Autora....Autora....eu tó quase igual a Gloria Pires (sem condições de comentar) rsrsrsrs.... Não sei nem por onde começo, dar palpites e criar teorias eu vou deixar pra "Preguicella" ....por que vou te falar, eu não acerto uma, ainda bem que sou leitora e não escritora... Vamos aos palpites errados - 1 -achei que a conspiração era do Dr. Olavo para com a Sara tentando uni-las e não da Mon, juro que me apaixonei mais um pouquinho pela Mon, adoro essas personagens duras, cinicas e supostamente insensíveis, quando elas se apaixonam ficam igual Mon jurando que estão somente preocupadas, mas o amor tá marcado a ferro e fogo no coração e as atitudes que tomam pra fingir que não amam só Afrodite explica... 2 - Eu jurava que a Sara tinha tentado enterrar a Mon e que continuava preconceituosa e uma julgadora compulsiva, agora quem tá dando uma de julgadora compulsiva sou eu...portanto autora desisto de julgar é cada tapa na cara que levo....minha crush sara me põe em cada situação..rsrsrs, sei que ela não está totalmente pronta, mas só dela chamar a Mon de minha estrela já me deixou nas nuvens. Agora sobre o desenrolar da trama confiou no seu dom da escrita e de nos fazer sofrer e comer as unhas. Não posso encerrar sem agradecer a maratona, com certeza vai ajudar essas pobres leitoras a sofrerem mais, porque vou te dizer... é um misto de pelo amor de deus posta tudo de uma vez que eu quero ter uma overdose e saber logo o final e um misto de meu deus na hora que essa historia acabar o que eu vou fazer da minha vida...rsrsrsrs. Autora mas uma vez desejo sorte pra você, que você continue escrevendo essa bela historia com toda essa sensibilidade, criatividade e compromisso que você tem nos mostrado... grata por nos presentear de maneira tão desprendida de algo tão lindo como essa historia. 


Resposta do autor:

1 - Foi uma boa, mas a relação de pai e filha não ajuda para isso. Adorei a definição que deu para a Mon haha.

2 - Sua crush? Olha que interessante hahahaha. Cuidado com a Montserrat.

Qual é a graça da vida sem um suspense, não é mesmo?! Eu adoro hahahaha. 

 

Obrigada :D.

 

Abs.

Responder

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Baiana
Baiana

Em: 25/02/2018

"Quem ama cuida".

Rapaz,eu sabia que ela estava por trás dessa maré de sorte que a Sara teve depois que chegou na Alemanha. Em um casamento não pode haver segredos,a Carol vai se sentir traída quando souber que esse tempo todo,a Mon continuou cuidando e seguindo os passos da Sara.

E a Sara? Muita ingenuidade dela achar que a Mon fosse soltar fogos de artifício de pura alegria ao vê-la,ou ela se esqueceu o quanto ela machucou e foi ingrata com uma pessoa que só fez ajudá-la e sem segundas intencões,e se ela não disse nada sobre sua vida,foi para se resguardar do preconceito e da intolerância que teria da parte de Sara,e dentro da sua própria casa.

A pergunta que não quer calar: a Mon vai demitir a Sara por medo dos sentimentos que ainda tem por ela? Se fizer isso,ela vai esta confessando que não a esqueceu,mesmo tendo se casado outra vez.

 

 


Resposta do autor:

Montserrat acha que vai conseguir levar esse segredo para o túmulo. Mas qual seria a graça se em algum momento não viesse as revelações, não é?!

É que... bem, no próximo capítulo você vai entender porque a Sara pensou que a Mon não teria a atitude que teve.

A pergunta será respondida no próximo capítulo!!!

 

Abs.

Responder

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preguicella
preguicella

Em: 25/02/2018

Caraca, acertei que Mon havia ajudado Sara! 

Quero só ver no que isso tudo vai dar, Mon vá ser má e vai demitir, ou só vai tentar fugir e nunca mais aparecer no hospital?! Será que Annie vai precisar do tratamento que uma certa pediatra conhecida de sua mãe?! Não sei pq, mas sinto que a doutora Sônia que nunca se envolveu seriamente com ninguém vai se interessar justamente por um certa Eslovena que vai vir ajudar na administração do hospital, fora que ainda deve assumir o comando do mesmo para desespero do Dr. Olavo! Eita, meu sobrenome nos próximos capítulos vai ser ansiedade! 

Bjão! Poxa, nem se eu pedir com muito jeitinho rola uma maratona de capítulos diários até o final da história?! Tá bom, é só uma brincadeirinha! hahaha 


Resposta do autor:

Aê \o/.

 

Sim, Mon vai querer ficar longe dela para tentar se defender, só não sabemos de que jeito.

Quem disse que a Sônia nunca se envolveu seriamente? Hum...

Olha, deixo aberto para shippar muito quem quiser por aqui. Mas Carol e Sônia? Não. Terão outros papeis e não é romance entre elas.

 

Não é que eu seja má, é que não tenho tempo mesmo haha.

 

Beijos.

Responder

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mtereza
mtereza

Em: 25/02/2018

Nossa eu estava enganada q superou preconceito q nada essa Sara q história é essa de ela acreditar q a Mon a usou quis se aproveitar dela essa Sara continua uma péssima juízo de caráter como quando se meteu com o fotógrafo estuprador e julgou 

João uma má pessoa só pq ele é Gay e disse as coisas horríveis para a pessoa a salvou a vida dela e a Mon ainda foi a responsável por ela estudar se formar e ter emprego nossa ela quando descobrir isso q deve tudo a uma lesblés eu confesso que não sou muito simpática a

personagemda Sara espero mudar de opinião pq a Mon consegui pelo menos aparentemente rever os seus conceitos sobre os refugiados e a Sara parece que ficou pior involuiu ao invés de evoluir kkkk


Resposta do autor:

Sara estava tentando interpretar a atitude da Montserrat e voltou na teoria que teve na época, talvez ela tenha apenas refletido.

Vamos ter paciência com a menina Sara, quem sabe hahahaha.

 

Abs.

Responder

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sonhadora
sonhadora

Em: 25/02/2018

Não sei pq mais tinha uma leve suspeita que a Mon sabia que a Sara trabalhava no hospital, só não sabia que ela a monitorava todo esse tempo. Ficou show! Eitha Mon maravilhosa! Kkkk quero ver agora como vai conseguir fugir do amor que ainda queima dentro dela!

Beijos de Luz!


Resposta do autor:

Deixei pistas que algumas pessoas logo capitaram hahahaha. A monitoração é muito Monserrat hahahaha.

Ela tenta né?! Não custa nada hahahaha.

 

Beijos.

Responder

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dannivaladares
dannivaladares

Em: 25/02/2018

Bastiat,

Agora sim fui surpreendida. Parabéns!

Montserrat é maluca, mas não imaginei essa declaração, quer dizer há três capítulos atrás levantei uma hipótese, mas não acreditei muito, quis acreditar no destino preparando um futuro encontro. Senti borboletas no estômago com esse encontro, com os olhares, com a falta de palavras, com a irônia. Parabéns de novo!

Agora essa última frase soou ameaçador. Deu até um frio na espinha.

 

 

Att,

Daniela.


Resposta do autor:

Montserrat gosta de ter o controle sob qualquer situação que seja do seu interesse. Até mesmo interesse que ela julga ser apenas cuidado.

 

Obrigada :).

 

Realmente, essa última frase...!

 

Abs.

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 25/02/2018

Caramba. A mon e foda. Todo esse tempo ela esteve indiretamente na vida da sara e esta e tao boba q nao entendeu o q a mon sentia por ela. Boa semana. Bjs


Resposta do autor:

Talvez tenha entendido e não queira acreditar ou sente medo de sentir o mesmo.

 

Boa semana para você também.

 

Beijos.

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 25/02/2018

E eu achando que era o pai da Mon quem tomava conta de Sara.

Acho que Annie vai passar pela mão de Sara nessa estada no Brasil

EmocEmoa vista

Abraços fraternos procês aí!


Resposta do autor:

Não, Montserrat não tinha essa proximidade do pai para pedir esse tipo de coisa.

Tadinha da Annie, não?!

 

Abraços para você também.

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