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Linha Dubia por Nathy_milk

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Palavras: 6050
Acessos: 4137   |  Postado em: 25/02/2018

Notas iniciais:

Pessoal, capítulo dessa semana. 

Peço que levem todo o texto no sentido ilustrativo, ou seja, não é pra ninguem tentar fazer o parto da amiguinha em casa ok?!

 

Espero que gostem desse capitulo. Ele deu um trabalhinho.

 

Beijo pra voces, boa leitura e comentem depois se vcs estão curtindo.

Capítulo 15

Capitulo 15 - Caroline


    Não me senti nem um pouquinho mal por ter explodido com a Fernanda. Acho que preciso mesmo disso, ser capaz de falar o que eu sinto. Se eu tivesse feito durante os anos que estive ou estou com a Chris, meu casamento não estaria acabando. Pois é, parece que Portugal me ensinou a primeira coisa, além de que esse lugar é frio e gelado.

     

    No meio da noite acordei com o barulho da Fernanda indo dormir ou levantando, não sei ao certo. Virei pro lado e continuei deitada.


    Acordei cedo, a luz do sol nem havia aparecido/nascido. Olhei rápido para a cama do lado, a pediatra ainda estava dormindo, aproveitei para olhar ela. Estava enrolada em algumas cobertas, dormia com uma expressão leve, solta, como se toda aquela carranca, seriedade e mal humor não fosse dela, fosse apenas uma mascara que ela veste quando acorda ou que a vida tenha obrigado ela a vestir. Não conheço ela a tempo suficiente pra saber disso.

     Me arrumei e desci pro refeitório. Dessa vez já sei o que é “pequeno almoço”, entao ficou mais fácil. Já me senti mais familiarizada com aquele espaço. Enquanto tomei café, aproveitei para mandar mensagem pro Lucas, pra Clara e algumas outras pessoas. Sei que eles estavam dormindo, se aqui esta cedo, imagine no Brasil, mas não posso me desconectar deles, preciso me sentir perto deles nesse momento.

       Como sera que a Chris estava? Não tenho sinal de vida dela ha mais de duas semanas. Sera que ela esta bem? Sera que está brava comigo? É estranho não saber nada da mulher que esteve ao meu lado por dez anos. Pedi um tempo, pedi mesmo, mas na verdade quero saber como ela esta. Eu estou com saudades dela, essa noite mesmo eu sonhei com a minha esposa. Posso ate estar sendo forte e segurando bem as emoçoes, mas aqui no meu peito, a Christiane surge a cada esquina que eu passo. Eu amo ela, sei disso. Mas não sei se aguento mais uma vida sendo pisada e chutada por quem não sente mais nada por mim. Ai que difícil é amar e ser amada. Caraca.


      Fiquei enrolando la no refeitório mesmo, por quase 2 horas, vendo delicadamente as pessoas entrarem e sairem do refeitório, sorrirem, serem rabugentas. Estou muito observadora do mundo esses dias. Olhando cada pessoa, de longe ou de perto, tentando descobrir seus segredos. E falando em segredos, sabe quem me intriga? A insuportavel da Fernanda, queria saber o que eu fiz pra ela, pra ela ser assim, parruda comigo. Ela não aparenta ser uma pessoa ruim, aparenta ser uma pessoa machucada, sabe aqueles bichinhos encurralados numa árvore e agridem para garantir a própria defesa. Não sei porque, mas sinto que embaixo daquela casca grossa, tem uma menina super amorosa e delicada, sentimentos que não dá pra explicar.


      - Estas bem dra? Estas ai,  viajando em vossos pensamentos. - me assustei quando a dona Marcela me chamou. Ela realmente se parece com a minha mae.

      - Acabei acordando muito cedo hoje, fiquei aqui floreando sobre a vida. A sra me lembra muito minha mae, sabia?!

      - Carol, sem sra e sem dra. Ok?! Não me faças sentir me mais idosa do que já sou.

      - Jamais. Você é jovem e elegante.

      - Por isso que sois parecida com vossa mae?

      - Tambem viu. Minha mae era toda jovial tambem e elegante como só ela. Sempre arrumada. Mas não foi por isso que lembrei dela. A sra, ops, você é capaz de ver as pessoas alem da carne, é capaz de ver através dos olhos, na alma. Minha mae conseguia ver isso tambem.  E outra coisa que voces tem em comum, minha mae quando falava da profissao, do hospital era uma pessoa seria, rígida, mas sabia lidar com pessoas, o abraço dela acalmava a alma.

      - Você fala dela no passado.

      - Ela faleceu, já faz 12 anos.

      - Meus sentimentos Carol.

      - Já encaro calmamente hoje. Guardo as boas lembranças.

      - o que ela teve?

      - Teve cancer de ovario. Quando descobriu já tinha espalhado pra bexiga, intestino. Acabou sendo rapido.

      - escolhestes ginecologia oncológica por isso?

      - acredita que não. Eu queria uma especialidade em que eu pudesse fazer de tudo, ver desde o nascimento a morte, da clinica a cirurgia. Por isso escolhi a ginecologia. Em meu primeiro estagio, ainda na faculdade, visitei a oncologia da gineco, la da faculdade mesmo, a essa altura minha mãe já havia falecido a 3, 4 anos,  e me encantei pela força das mulheres, de como as pacientes seguiam em frente apesar de tudo estar errado. Me encantei por isso e segui em frente. Amo o que eu faço, não me imagine em outra profissão, nem em outra especialidade. Ginecologia me fascina.

     - Eu acredito em voce, não tens ideia do brilho que preenches seus olhos nesse momento. Estas a sorrir apesar do conteúdo da conversa.

      - Me encanto com meus pacientes. Isso faz eu me sentir perto da minha mae de algum modo. Ela era capaz de gerenciar um hospital todo, com a postura de um general, mas incapaz de pisar em uma formiga. Apesar que não estou sendo capaz de gerenciar nem meu casamento, quem dirá um hospital.

    - Queres aproveitar o rumo da conversa e me falar o que fez você vir pra Portugal? Te convidei tantas vezes, mas dessa você que me procurastes.

   - Ai dna Marcela, ops, Marcela. Não é nada bonito o motivo. Nem sei se vale a pena te contar.

   - Carol, preciso saber pois quero ter ideias se terei uma ginecologista na minha equipe ou se estas apenas conhecendo mesmo.

   - Meu casamento esta pessimo, uma briga atras da outra. Aproveitei o projeto para vir, conhecer Portugal, espairecer a cabeça e dar um tempo pra pensar quanto ao casamento.

   - Sua esposa sabes que veio para Portugal?

   - Sabe sim. Eu disse a ela que viria. Tenho vontade de conhecer o projeto ha um bom tempo, mas não queria deixar ela lá, nem força-la a vir. Mas dessa vez foi meu refúgio.

   - Espero que esse tempo faças você pensar sobre o que desejas para tua vida. Mas lembre se sempre, valorize-se primeiro. Não sei o que aconteceu em seu casamento, mas te conheço a ponto de saber o quão justa e verdadeira você é. Não deixe de ser feliz por nada nem ninguem menina. Esse brilho no seu olhar não tem preço que pague.

   - De verdade, espero que esse tempo em Urros me faça ver que ha felicidade, que ainda ha futuro no mundo. Preciso de algo que me de chance de recomeçar. Ainda não parei pra pensar sobre o meu casamento. Nem sei se quero.

  - Úrros é um lugar fantástico, apaixonante. Sei que vais amar aquele vilarejo. Tens que conhecer cada casa, cada familia.   Já falastes com a Dra Fernanda sobre tudo isso?

     - Fernanda, pediatra?

     - Sim.

     - Ai Marcela, eu e a Fernanda acho que não batemos os santos. Ela me trata de um jeito tao ríspido, como se eu atrapalhasse a vida dela aqui. Ontem mesmo, perdi minha paciencia e perguntei pra ela qual o problema. Não quero que a sra encare isso como uma reclamaçao, pois não é. Estou apenas comentando. Acho que eu e a dra Fernanda teremos apenas conversas profissionais.

     - Tens certeza que estamos falando da mesma Fernada? Pois desconheço essa pessoa que me descreveres. A dra Fernanda ficou perguntando de você quase o mês todo. Quando a Carolina chega? Mas quem vai buscar ela no aeroporto? Mas ela vem mesmo? Tanto que eu ate desconfiei que vocês já se conhecessem  ou tivessem algo.

     - Nossa, jamais. Nunca vi a dra Fernanda antes e desde que eu cheguei ela vem me tratando mal, sendo fria, grossa. Realmente não parece a mesma pessoa.

     - Voces terao que chegar a um comum acordo entre ambas. Eu ate precisava conversar com você sobre isso. Estou com alguns compromissos aqui em Trás-os-Montes, não conseguirei ir para Urros com voces. A Fernanda sera a responsável por te receber e acolher la no vilarejo. Por isso precisarão se entender. Ela sera eu para você em Urros.

     - Jura Marcela? Tudo bem. Garanto profissionalismo total, mesmo nosso santo não batendo. A sra não precisa se preocupar.

    - Quero apenas me preocupar se a Fernanda ira cumprir a tarefa que dei a ela.

    - Que tarefa?

    - Se ela conseguir cumprir, faço questão de contar.

    - Nossa. Fiquei curiosa agora. Algo que eu deva me preocupar?

    - Jamais. Apenas deixe acontecer menina. E confie na Fernanda, não sei o que esta acontecendo, até desconfio na verdade. Mas posso te garantir que ela es um amor de pessoa e quer seu bem. Comas em tranquilidade, terei que resolver mil coisas hoje. Fazes um favor para mim?

    - Claro.

    - Fale para Fernanda que o carro para Urros saira as 15 horas. Irao apenas vocês duas dessa vez, levando os suprimentos.

    - Não iria sair a noite?

    - Sim. Mas a Fernanda já tem paciente marcado para amanha.

    

    Enquanto dona Marcela saiu, eu continuei na mesa, pensando na vida. Se a Fernanda era tao calma e docil como a Marcela descreveu, o que faz ela me odiar tanto? Preciso descobrir. Continuei no refeitório, um dado tempo depois,  a Fernanda entrou no refeitório, assim como enquanto dormia, estava com um rosto leve, jovial. Eu apenas acompanhei com o olhar, sem disfarçar mesmo. Aquela garota estava sendo uma incógnita pra mim, sei que é errado, mas isso estava me chamando a atenção.

       Depois que ela pegou a alimentação dela, estava procurando uma mesa para sentar. Quando ela bateu o olho em mim, ou percebeu que eu estava olhando ela, automaticamente fechou o rosto. Fez uma cara de brava, cortando qualquer conversa que eu quisesse ter com ela. Mas quer saber, eu estou pouco me importanto com a cara feia dela deve ser fome.

      Levantei da mesa e fui até ela.

  • Fernanda, podemos conversar?

     -     Ontem você falou que apenas conversas profissionais. A conversa é profissional princesa da ginecologia?

     -     Cacete garota, você consegue se superar a cada dia. A Marcela falou que o carro para Urros sai as 15 horas, vai apenas nos duas e os suprimentos. Recado dado.

    -  Recado recebido. Conversa profissional. Licensa

    Minha vontade, de verdade era puxar ela e bater até descobrir porque ela me odeia. Mas não posso. Sai do refeitório chutando o ar.

   Se o transporte vai sair as 15horas, é melhor eu ir dando uma organizada na mala e nos meus pertences.


     O dia praticamente passou voando. Depois do “pequeno almoço” arrumei minhas malas e tive reunião. Depois dessa reunião fomos dispensadas para nos organizar para irmos para Urros, como eu já estava com tudo arrumado, fiquei na sala de estudos. Aproveitei esse tempinho livre para mandar mensagem para a Clara.

    Ela falou que estava tudo bem na clinica, me atualizou quanto alguns pacientes, mas o que me chamou na conversa dela foi essa parte:

    - Há uns dois dias, na terça, a Chris me ligou muito. Eu estava em aula e não consegui atender ela. Quando pude retornar a ligação dela, ela foi super estupida comigo, mais do que ela já é. Perguntava igual uma louca:  Cade a Caroline, porque ela não atende a porr* do celular dela? Cade ela quando eu preciso? Serio Carol, ela parecia louca procurando você.

   - Estranho Clara, eu não recebi nenhuma ligação dela, tudo bem que na terça eu estava vindo pra Portugal, passei o dia no avião, mas quando eu olhasse o celular, iria ter alguma coisa. Não tinha nada.

    - Ela foi super grossa, perguntou varias vezes onde você estava, falei que deveria estar no avião indo pra Portugal. Serio Carol, acho que se ela pudesse me matava por telefone.

    - Ai Clara, mil perdoes por ela. Só vou entrar em contato quando eu voltar pro Brasil. Ela precisa entender que não estou disponivel pros caprichos dela. E outra, se ela estiver mesmo tendo um caso com a tal Malu, vai tomar uma canseira minha muito maior. Amiga, nem parei pra pensar na Chris ainda. Estou me ocupando muito.

    - Como está Portugal?

    - Friooooooo, esse lugar é muito frio. Mas vou te dizer, aqui é lindo. Tem um ar europeu, mas com um gostinho de Brasil. E vou te dizer mais, é lindo o jeito que as portuguesas falam, com um sotaque muito fofo.

    - As portuguesas? Não creio que já achou alguem pra substituir a Chris?

    - Claro que não Clara. Sou casada. Vim casada e voltarei casada. Só estamos dando um tempo.

    - Para com isso dra. Sua esposa esta tendo um caso com outra e você ai toda recatada?

    - Não sei se é mesmo um caso com outra Clara. Pode ser que eu vi demais. De todo modo jurei ser fiel.

    - Carol, eu te conheço há uns 3 anos, acho que tenho liberdade em te falar isso. Para de ser idiota. Voces estão dando um tempo, mas a sua esposa deve estar seguindo em frente e você idiota perdendo uma puta viagem. Sei la, pelo menos é o que eu sinto dessa hirstoria toda. Enfim, mas pelo que eu te conheço, você está casada, mas não está cega. Não viu nenhuma lusitana não?

    - Hahahahaha, desse jeito que você fala não. Eu estou bem focada no trabalho aqui. E tem uma garota chata aqui, perco mais tempo tentando não matar ela do que pensando em achar uma portuguesa.

   - Você sabe que o amor e o ódio são amigos, namorados e confidentes ne?!

   

   Conversei com a Clarinha mais um tempo, só tenho que agradecer ao destino por ter colocado ela no meu caminho. Quando olhei o relógio, ainda eram 14:00, dava tempo de eu ligar para a Ana, ela é amiga da chris, mas tambem é minha madrinha de casamento. Não perdi tempo, logo depois que desliguei a conversa com a Clara, liguei pra Ana.

   - Ana, a chris tá ai? Se sim, não fala que sou eu.

   - Oi lindo! - deu pra perceber que ela afastou o telefone,é o Thales… Já volto chris- Oi Carol, pronto. Já estou longe da chris. So não demora muito pq ela pode desconfiar.

  - Tudo bem com vc?

  - Ta sim Carol, eu estou bem. Mas você não me ligou de portugal só pra perguntar isso. Manda.

  - A chris esta bem? Não quero ligar pra ela, mas preciso saber se ela esta bem. A Clara, minha secretaria, falou que a chris ligou pra ela varias vezes, me procurando. Você sabe o que foi? Ana, ela esta mesmo com aquela garota?

  - ai Carol, não quero me meter na briga de vocês e a Chris é minha amiga.

  - Você se meteu no dia em que aceitou ser nossa madrinha de casamento. Me conta. Ana, eu estou em Portugal, fico falando que sou fiel, que me preocupo com ela, na esperança de esquecer e não pensar que ela esta mesmo com aquela garota. Ana, me fala, por favor.

    - Carol, vou ser clara com você. A chris está usando o tempo que você deu pra ela, pra pensar em como cuidar da Malu e não no casamento de voces. Não sei como você está em Portugal, mas deveria aproveitar a viagem com você, como se não houvesse amanha. A chris não esta nem um pouco com o casamento de voces. Ela é uma imbecil, falo isso a todo momento pra ela, mas ela não me escuta. Então, em respeito a amizade que tenho com você, não pensa muito no seu casamento.

    - Mas elas estão juntas? Ana, me fala.

    - Eu não sei Carol. O que eu sei é que a Chris visita a Malu todo dia no hospital e passa a tarde toda lá. Esquece ela nesse mes, curte sua viagem, quando você voltar voces decidem o que farão, estou sendo o mais sincera que posso.

   - Ana, por favor, cuida dela. O que eu conheço da Christiane, quando cair a ficha da merd* que ela esta fazendo, vai cair e será dificil levantar. Cuida dela por favor.

   - Vou cuidar sim. E não sei, se quando cair a ficha dela, haverá retorno, então cuido dela sim Carol. E você, não deixe de se cuidar, vai ser feliz dra. Esquece a Chris esse tempo. Ela ta me chamando, já deve estar desconfiando. Fica em paz Carol, vou cuidar dela.


       A Ana deixou praticamente claro que a Chris está saindo com a Malu. Fico puta da vida com isso, chateada na verdade. Nunca esperei isso da minha esposa, mas talvez eu precise começar a acreditar que isso está acontecendo. De todo modo, a ideia dessa viagem para Portugal foi conhecer o projeto, pensar se eu quero continuar sendo maltratada pela Christiane e se eu consigo viver bem sem ela. É isso que eu vou fazer, focar em cada aspecto desse.


     Bati o olho no relógio,é melhor eu descer e ir já me arrumando no carro para ir para Urros. Estou ansiosa, quero tanto conhecer a aldeia, a população. Peguei minhas malas e desci para o térreo (zero). Assim que cheguei bati o olho e já enxerguei a Fernanda, ela é pontual, isso é algo raro em um médico e eu admiro. Ela olhou de volta até, mas não abriu a boca para falar nada, talvez ela tenha finalmente entendido a regra do apenas conversas profissionais.

    Vamos ir para Urros em uma van, cheia de suprimentos hospitalares, alimentos. Irpa apenas eu, a Fernanda e o motorista. A parte de trás da van está cheia de coisas e caixas. Conversei com o motorista, ele pediu para eu deixar as malas do lado de fora, que quando terminar de carregar a van, vamos encaixar as malas. Não demorou muito tempo isso não, logo eu já havia encaixado minha mala e a Fernanda encaixado a dela, mantivemos nosso silencio absoluto, quase um pacto.

   Pouco tempo depois estávamos na estrada já, eu e a Fernanda, sentadas na frente, ao lado do motorista. Os dois já se conheciam há um tempo, então foram conversando, eu fiquei conversando com meus próprios pensamentos e observando as paisagens lindas que essa terra tem. Como a viagem de Tras dos Montes até Urros leva quase 8 horas ( e eu achando que para atravessar Portugal de ponta a ponta não dava esse tempo). Conforme iamos avançando no caminho, as montanhas ficavam cada vez mais coloridas, hora alaranjadas, hora esverdeadas. Com o chegar do por do sol, as cores foram se acentuando, misturando com o céu alaranjado. Uma imagem única. A chris iria dar risada de mim, falando que idiotice eu achar uma montanha linda, mas a  real é que se eu pudesse, parava e guardava esse momento em uma caixinha.

    - Portugal é lindo, não é?! Cada vez que faço essa viagem não me canso de me encantar com essas montanhas, as cores se misturando com o alaranjado do por do sol. São momentos que só achamos em Tras-os-montes.  - Acordei do meu devaneio, a Fer que falou isso ou leu meu pensamento? Hummm, talvez não tenha só pedras no coração dessa pediatra - Opa, desculpa apenas conversas profissionais, eu havia esquecido princesa da ginecologia.

    - Fernanda, como você consegue falar algo tão profundo e lindo e em menos de um segundo depois voltar a ser escrota e sem noção?

    - Dentro de mim tem muito mais pensamentos profundos e lindos, como você disse, mas você é tão princesinha que não deve conseguir entender o que eu falo, ai é melhor eu ficar quieta e na conversa profissional apenas. Melhor não te incomodar - Lançou isso com uma voz serena, como se fosse a mais pura verdade, depois sorriu pra mim, fechou a cara  e em silencio voltou a admirar a paisagem. Gente, essa mulher deve ser bipolar ou algo assim, vai de dócil a mal educada em segundos.

    Sabe, essa diferença de humor dela deve ter um motivo. De verdade, eu não me lembro dela em nenhum momento, mas essa grosseria toda dela, me faz pensar se em algum momento ela passou na minha vida e eu tratei ela mal. Não sei de onde vem essa birra toda, isso esta me intrigando e me deixando curiosa.


   A viagem foi rolando, calmamente. As imagens urbanas cada vez foram ficando mais escassas e as rurais cada vez aparecendo mais. Depois de um bom tempo a van, finalmente uma placa na estrada: Urros. Pelo menos agora sei que o lugar existe. Tentei ao maximo não dormir na viagem, acho muita mancada deixar o motorista cansado levar a viagem sozinho. A Fernanda dormiu e dormiu pesado, entortou pro meu lado e encostou no meu ombro. Posso ser a “princesinha da gineco” mas não vou expulsar a menina. Sim, meio que dei colo pra mala.   A viagem foi tão longa que quando chegamos em Urros, minha bunda estava quadrada e as pernas dormentes.

    Chegamos no vilarejo era por volta das 11 da noite eu acho. O trajeto foi tão longo que eu perdi a noção de quem eu era. Quando a van estacionou em frente a uma casinha, acho que de pedra, o motorista me deu um toque silencioso me avisando que havíamos finalmente chegou e pra eu acordar a Fernanda. Não é que a pediatra pegou no sono de verdade.

    Fui delicadamente, mexendo no cabelo dela para ver se ela acordava, na segunda vez que mexi nela, a Fer acordou assustada, perdida no espaço, sem saber onde estava.

- Quem é mesmo a princesa? Não fui eu que dormi o caminho todo.

          - Aff, nem vou responder pra você.

          - Só me responde se meu colinho estava gostoso. Por que você ficou nele o tempo todinho.

          - Esse é o tipo de mentira que eu não vou cair garota. Desce logo do carro, tenho mais coisa pra fazer - Sim, e ela voltou, grossa sempre, a todo o tempo.

      Desci da van, sem nem dar mais importância para as birras da Fernanda. Esse deve ser o jeito ridículo dela mesmo. Assim que eu desci do carro, ouvi ao fundo a voz de uma criança:

      - Tia Fer, me ajuda. Tia Fer, me ajuda. Tia Fer. - Na rua escura do vilarejo um menino corria em direção a Fernanda. Ele não devia passar de seus 8 ou 10 anos. A Fernanda que ainda estava saindo do carro, deu um pulo e correu em direção ao menino. Eu corri junto, não sei do que se tratava.

       - Tia Fer, a Lorena está tendo bebe. Minha mae não sabe o que fazer. Tia Fer ajuda a gente.

        -  Elas estão em casa Tomás?

        - Estão sim tia Fer, vem logo.

        - Carol, é uma gestação de alto risco.  Sei que não era pra agora.

        - Abre a minha mala, tem uma maletinha vermelha, pega ela e vai pra casa do menino.
Eu vou indo com ele.

        - Claro que não, pega você.

        - Fernanda. Chega de palhaçada! Uma criança está nascendo, só tem eu e você de medicas nesse lugar. E a especialista agora sou eu. Pega a minha maleta e vai pra casa do menino. Espero não ter que falar de novo.  - Falei isso com uma voz bem séria e rispida. Com gestação e nascimento não tem que brincar. - Eu sou a tia Carol, me leva até onde sua irmã está. - O menino saiu correndo e eu correndo atrás dele. Nem olhei pro lado, nem pra trás, apenas segui ele.  

       Corremos a distancia de uns dois ou três quarteirões. Eu adoro essa adrenalina da emergência. Quando ele finalmente parou, olhei. Era uma casa de pedra, bem simples, com uma portinha pequena na frente.

- Vamos tia, minha irmã está la dentro.

     O sotaque do menino era bem forte, bem nativo de portugal. Quando entrei na casa, foi um baque de realidade, a casa esta iluminada por velas, o telhado devia ser de palha, ou algum material parecido. Logo na entrada havia uma cama, bem interiorana. A irmã do menino estava em cima, havia uma gritaria da contração e de algumas mulheres em volta tentando ajudar. Todas olharam pra mim quando entrei.

    - Ela estava com a tia Fer, ela esta vindo logo depois.

    - Deixe eu ver como ela está. Me diga, qual o seu nome.

    - Lorena meu nome.

    - Como foi sua gravidez, foi alguma vez ao medico?

    - Fui em Bragança, uma vez. - Não sei onde fica bragança, muito menos o recurso do lugar.

    - Eu sou Caroline, estou com a Dr Fernanda. Preciso te examinar e ver como seu bebe esta, posso?   - As mulheres em volta me olhavam com cara de quem é essa? Minha sorte é que a Fernanda chegou com a minha maleta. A recepção dela foi muito mais amigavel que a minha, nem culpo ela, as pessoas da região conhecem seu trabalho.  - Obrigada pela maleta Fernanda.  - Abri minha maletinha rapidamente e de lá tirei um par de luvas, rapidamente pedi para todas as mulheres se afastarem. Elas olharam rapidamente para a Fer, meio que pedindo permissão, ela apenas confirmou com um balançar rápido da cabeça. Não perdi tempo, com delicadeza e tecnica coloquei 2 dedos na menina, menina pois deve ter estourando uns 17 anos. Como desgraça pouca é bobagem, pude sentir o pé do bebe, o que mostra que não seria um parto facil, até dá pra fazer, mas o melhor mesmo seria uma cesária e rápida.

    - O que Lorena, vou conversar com a Dra Fernanda e já te aviso o que decidimos. - Chamei a Fernada de lado.

    - Vai ser um parto dificil, a criança está com apresentação podálica (vai nascer pelos pés). Que recursos vocês tem aqui? Qual o hospital mais perto?

    - Recurso quase nenhum Caroline. O hospital fica a 80 km daqui em Bragança, não dá pra chegar rapido la não.

    - Merda! Tem alguma sala cirurgica, ou algo que se pareça? Essa menina precisa de cesária, se eu fizer o parto dela aqui vai sangrar e muito, sem contar que a cabeça pode ficar presa e piorar tudo.

    - Seja bem vinda a vila de Urros, não tenho nada aqui. Não posso te ajudar.

    - SEguinte, quero todos aqui prestando atenção.  - Levantei a voz e voltei pra mais perto da cama, onde estava a Lorena - Vocês, preciso de mais velas, preciso enxergar bem. Tragam velas.  - falei apontando para umas 2 mulheres, senhoras que estavam lá. - Fernanda, você monta uma sala de parto com os recursos que temos. Preciso disso agora.

    - Eu não sei montar uma sala de parto Caroline. Sou pediatra, não Neo (neonatologista - medico de bebes recem nascidos).

    - Não é difícil Fer, providencia pano limpo e morno, aquecido. Precisamos de um espaço limpo para colocar a criança, na minha maleta tem pinça e material para atendimento imediato.  - Olhei bem firme para a Fernanda, ela estava apavorada. Olhei firme, passando confiança e forças pra ela - Você ajuda a Fernanda a organizar isso. Tomas, vem aqui, preciso que você vá la no moço do carro e traga ele aqui. Vamos precisar levar sua irmã no hospital e vamos precisar dele. Posso contar com a sua ajuda?   - o menino olhou pra mim, fez sim com a cabeça e saiu correndo -  A senhora fica aqui ao lado de sua filha, ajudando ela. Lorena, olha pra mim, quando der vontade de empurrar, vai empurrar com bastante força!! Desce mais aqui na cama, vem mais pra baixo ok?!  Preciso que todos mantenham a calma aqui. Fechem as janelas, não podemos ter vento.

      Mantive toda a minha calma e profissionalismo, para fazer o que eu pudesse e tivesse ao meu alcance quanto a Lorena e o bebe dela. Um tempo infinito depois a Fernanda apareceu com alguns panos e olhou pra mim.

      - Vem aqui mais perto Fernanda. - Quando ela chegou, comecei a falar - Pega aquela bacia que tem ali, limpa ela, água e sabão se tiver álcool é melhor. Coloca um pano no fundo dela, o outro você vai segurar no seu colo. Quando o bebê nascer, vou fechar o cordão umbilical dele e entregar pra você. Você vai colocar ele na bacia com cuidado e limpar por cima. Só pra ele parar de escorregar. Certo? Posso confiar no seu trabalho?  - Ela estava amedrontada, dava pra ser nos olhos dela, mas percebi também que ela estava firme e sabia bem o que fazer.  -  Agora abre minha maleta e pega lá 2 pinças, lava elas e passa no fogo pra esquentar. Preciso delas limpas.

     O trabalho de parto da Lorena estava evoluindo rápido o que não era muito bom, mas eu estava pronta para assumir. Tempos depois, com muitos gritos da futura mae, o pézinho do bebe começou a aparecer. Ela continuava com contrações fortes, uma atrás da outra. Segurei os dois pezinhos do baby e comecei algumas manobras para ajudar ele e a mamae. Até o ombro ele conseguiu sair, sem grandes problemas, mas  a cabeça é o que me preocupava, ela poderia ficar travada no quadril da gestante e dar muito trabalho. Coloquei a mão la dentro e consegui puxar os dois bracinhos da criança, sem machucar eles. Quando faltava apenas a cabeça, o pior dos meus temores aconteceu, cabeça derradeira. A cabeça derradeira acontece quando a cabeça é maior que o espaço que tem.  

     Puxa daqui, vira pra la. Chamei a fernanda e pedi ajuda dela. Dei os pezinhos da criança para ela segurar e aproximei minhas mãos do pescoço e ombros do bebe. Usando minhas maos e a força do meu braço, fiz uma alavanca, ate conseguir finalmente soltar a cabecinha do bebe.

    Caralh*, o menino nasceu roxo sem respirar. Olhei para a cara da Fernanda, ela estava quase que travada, em panico. Nem pensei, puxei o pano que ela estav segurando, coloquei o menino no chao, enrolado naquele pano. Com a força de pulmão que eu tinha, coloquei minha boca entre o nariz e a boca do bebe e suguei. Cuspi fora. Suguei de novo. Cuspi fora. Suguei uma terceira vez, o menino abriu o berreiro. Tinha secreçaõ tampando a boquinha dele. Deposi disso entreguei para a Fernanda. Com o meu olhar deixei bem claro que eu precisava dela, ali, pronta para me ajudar.

    Voltei minha atenção para a Lorena, o filho dela estava bem, mas minha preocupação era com ela. Foi um parto dificil, que machucou todo o trajeto, que fez ela sangrar mais que o normal. Eu tenho que tirar a placenta dela, sem causar maiores problemas. Uma luz forte apareceu pela janela. Finalmente a van chegou.

   - Fernanda, enrola a criança e vamos pra van.  Voces todas, preciso da força de vocês para colocar ela no carro. Ela não pode andar até lá, estamos entendidas?

   Com a menina deitada em um lençol, coloquei todas as mulheres em volta para ajudar. Colocamos ela na van, na parte de tras. Ainda tinha banco com um monte de coisas, coloquei ela deitada. A Fernanda também entrou na parte de trás com o bebê recém nascido.

     - Acelera o carro, para o primeiro hospital que você achar no caminho. Amigo, não é dirigir devagar, bonitinho não. Finge que está em uma ambulância e corre. Só não mata a gente, mas vai firme.

      - onde fica o hospital?

      - Em Bragança, chegando lá eu  te mostro o caminho. Só vai rapido ok? - Respondeu a Fernanda, nem um pouco calma.

     - Fernada, se ele estiver bem coloca para mamar.

     - Não sei se…

     - Ele tem sucção?Consegue ch*par?

     - Consegue

     - Então coloca no peito dela para mamar. Agora -  E levantei para mexer naquelas caixas todas que sobraram no carro. Se eram de suprimentos hospitalares, deve ter uma agulha e um soro. Na quarta ou quinta caixa que revirei eu achei. Peguei a agulha e instalei um soro rapidinho na Lorena. Ela poderia até morrer, mas eu ia saber que fiz tudo que estava ao meu alcance. Voltei pra menina, a placenta estava saindo. Esse era meu medo 2 daquela noite, a placenta poderia quebrar e ficar um pedaço no utero dela, isso iria causar sangramento e se ela continuasse viva infecção. Apertei a barriga dela algumas vezes, para aquele sangue todo do utero sair. Espirrou sangue na porta da van, na minha roupa.

    O motorista correu o maximo que pode, mas o mais rapido dele era lendo pra vida daquela menina de 17 anos. O bebe estar tomando leite, estava ajudando a sangrar menos, mas tinha sangramento aos montes.


    -  Tem um hospital pequeno aqui em Adeganha, pode ser esse?

    - Qualquer um, mas rápido.

  

     Eu olhava aquela menina e via ela cada vez mais palida, conversando menos com a gente, ela ia morrer e não seria por pouca coisa.


    Quando conseguimos chegar no hospital, não sei de onde consegui forças, mas puxei a Lorena para a beirada do banco do carro, e pedi ajuda para colocar ela na maca. A essa altura a Fernanda já tinha pego o bebe. Ela havia colocado ele em contato com sua propria pele e passado a blusa de frio por cima para esquentar.

    Colocamos, eu e a equipe do hospital, ela em uma maca. Eles puxaram ela para algum lugar e eu segui atras.  Na sala de emergencia, apenas ouvi as pessoas falando que não poderiam fazer nada, que não tinham ginecologista ali.

    - Olhem todos pra mim agora. Eu sou Dra. Caroline Brandão, sou brasileira, trabalho em Urros. Sou ginecologista. Preciso de uma equipe que me ajude, eu mesmo posso operar. Quero uma sala cirúrgica, se não tiver usamos esse local aqui mesmo… - Começei a passar ordem atras de ordem..


    Não sabia meu nome, nem onde eu estava. No final do corredor percebi um rosto familiar. Preciso sentar, preciso de um banho e preciso de comida. Olhei o rosto no final do corredor, era um rosto muito bonito, encantador. Mas preciso de um banho, tem sangue na minha roupa. Preciso de café no meu sangue.  

   - Parabens doutora. Não sei o que a sra fez antes de chegar aqui, mas salvou a vida daquela menina. Posso te ajudar em algo?

   - Obrigada, apenas fiz o meu trabalho. TIve muita ajuda. Precisava tomar um banho e um privativo ou qualquer roupa. Estou cheia de sangue.  

   - Tudo bem me acompanhes.

   Segui o rapaz a minha frente, parece que nem faço parte do meu próprio corpo, parece que não estou em mim. A água esta gelada, como tudo nesse país. Deixei ela escorrer pelo meu corpo. Levando aquele sangue que não é meu, mas que estava misturado ao meu suor.  Que adrenalina, há tempos não sinto isso. Sempre trabalho com partos sem complicação, com uma margem de segurança grande, com equipamentos perfeitos, com ambulância e equipe se precisar. Adorei esse lugar, nem cheguei a já me apaixonei.

  Sai do chuveiro, não tenho roupa minha para vestir, mas consegui uma emprestada do hospital. Coloquei e me senti aquecida. Sentei no banco do vestiario do hospital e respirei fundo, apesar de respirar sempre (óbvio), a muito tempo não me sinto bem como me sinto agora, me sentir util, capaz, viva. Sim, me sinto viva, pela segunda vez desde que cheguei em Portugal. Que lugar perfeito.

   Um susto. Dois braços, um de cada lado, me abraçam e apoiam uma cabeça nas minhas costas. Que perfume suave, mas misturado com algo que não identifico. Quem me abraças? Segurei uma das maos e dei leves beijos na palma, estou viva, mereço viver e ser feliz, não sou uma pessoa ruim, sei que mereço isso. Me levanto do banco, quero saber quem é. O rosto conhecido me olha, firme, fundo, segura meu rosto, com firmeza, com delicadeza, tudo junto e mistura, do mesmo jeito que me sinto perto dela, atraida, irritada, desejando, odiando. Um banco entre nós, o rosto conhecido ajoelha no banco e se aproxima mais de mim - A cada dia me encanto mais por você, ouço isso ao pé dos meus ouvidos, me arrepio - maos no pescoço, torax proximos e labios no labio, leve, delicado, sim a Fernanda, bruxa do ano, rosto conhecido, me beijou. Beijo simples, beijo composto, beijo encantador.

 

     

Fim do capítulo


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Comentários para 15 - Capítulo 15:
rhina
rhina

Em: 16/02/2020

 

Uau.

Gosto delas juntas.

Sinto mais química...... Emoção entre Carol e Fernanda do que Carol e Chris mesmo elas terem uma história de mais de 10 anos juntas.

Rhina

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Carolzit
Carolzit

Em: 26/02/2018

Simplesmente amei o capítulo!!! Uau , se a Chris e a Fernanda não quiserem a Carol eu quero kkkkk

Que mulher é essa Meu Deus!!! Além de linda é competente.. sabia que a Fernanda estava atraída pela Carol e sabia que iria rolar algo. Acho que a Chris dançou!! A Chris não está pensando no casamento, tá na hora de a Carol tbm parar de pensar e viver. Bjs 


Resposta do autor:

Só falta agora a Carol parar de se sentir culpada em ser feliz. Nesse capitulo de hoje ela começa a sentir que o casamento acabou, algo que ela não havia parado para processar ainda.

 

Vamos ver o que acontece daqui pra frente.

 

Obrigada pelo comentário

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Ana Paula
Ana Paula

Em: 26/02/2018

Oi autora ....

Adorando o conto... A Carol merece ser feliz e alguem que a respeite e veja a pessoa maravilhosa que é ... Porém 10 anos não são 10 meses. .. a Cris precisa receber um choque de realidade e valorizar essa mulher .... E correr atrás do prejuízo ..   será que ainda tem jeito ???? Ansiosa próximo capítulo ????????????????


Resposta do autor:

Ainda tem muita historia pela frente.. só vc lendo para saber se a chris terá outra chance ou não. 

Nesse momento, a cabeça da Carol tem que ficar tranquila, para ela poder curtir Portugal como ela merece.

Obrigada pelo comentário

Abraços

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