Capítulo 13 Escolhas
Bárbara
Tinha acabado de despertar e estava de preguiça ainda na cama. Minha cabeça estava perdida em pensamentos, o que eu fiz para merecer tudo isso? E como minha vida chegou a esse ponto. Refleti também sobre o amor que está crescendo pela Dávila, e sobre essa criança. Ainda não acredito que eu irei ser mãe. Nem vi por quanto tempo fiquei assim, até a Dávi entrar de porta adentro e parecia muito nervosa.
-- Bom dia amor.
Pequena, senta ai que precisamos conversar.
-- Dávi o que foi isso em seu rosto?
Meu deus está vermelho, o que aconteceu?
-- amor, não importa o que aconteceu.
Sua mãe está na Padaria e pediu pra falar com você.
-- minha mãe? Ontem ela disse que não queria mais nada comigo.
Não me diga que...
Ela fez isso com você Dávi?
Eu não acredito nisso
(Falei me levantando da cama e acabei ficando tonta)
-- amor, calma você não pode se alterar, por favor, você ia caindo.
Senta amor vou te explicar tudo calma.
-- o que minha mãe fez com você Dávila?
-- sua mãe está alterada só isso.
Ela pediu para vim buscar você e parece que quer conversar Bárbara.
-- eu só te trago problemas, não é?
-- logico que não baixinha.
Vêm, vamos se cuidar porque ela está te aguardando.
-- e se eu não quiser ir?
-- é melhor você ir
Vai ficar tudo bem e você não é obrigada a nada, tá?
-- Dávi, eu não quero causar mais problemas.
Desculpa por tudo.
-- você não me causa problema, ok?
Eu estarei com você lá para segurar na sua mão. E você só volta com sua mãe se quiser, se ela mudar de ideia em relação a minha pessoa, ela também será muito bem vinda aqui.
-- você não existe.
Serio.
-- existo sim baixinha.
Agora toma um banho que vou atrás de uma roupa pra você.
Precisamos comprar ainda.
-- volto já.
Deixei a Bárbara se cuidando e fui atrás de uma roupa novamente.
Peguei uma camisa social qualquer e pedi para que a Dinda preparasse um café da manha.
-- Dinda faz algo reforçado para Bárbara tá?
-- tá certo minha filha, vou fazer que essa menina tá muito magrinha.
-- só você mesmo Dinda.
Subi novamente e deixei a roupa no quarto da Bárbara.
Ela ainda não tinha saído do Banho então aproveitei para fazer algumas ligações...
-- Pai segura a Catarina ai, que já eu chego com a Bárbara.
-- filha ela está aqui ainda e só sai com a filha.
-- estamos indo Pai.
Desliguei e voltei pro quarto, à pequena estava terminando de se vestir.
-- dá tempo de você se alimentar Baixinha depois vamos lá à Padaria.
-- Me ajuda com isso Dávi
São vários botões.
Acabei indo ajudá-la a vestir a camisa que tinha deixado na cama.
Mesmo não querendo não deixei de notar o corpo definido dá Bárbara.
Parecia que tudo se encaixava: o abdômen bem definido, já que a barriga ainda não está visível, á pele macia trazia um charme a mais para essa menina/mulher que está se formando. Os seios não eram grandes, nem pequenos, mas eram perfeitos. Os cabelos molhados caiam sobre o ombro dela garantindo assim um ar de sensualidade no quarto, e eu confesso que fiquei sem ação. Pela primeira vez eu notei a Bárbara como uma mulher, pela primeira vez eu senti desejo.
Bárbara
Estava ficando visivelmente irritada com os botões de uma camisa que a Dávi me emprestou e acabei pedindo ajuda, já que não estava conseguindo abotoar.
Ela prontamente me ajudou, porém ficou um clima no ar:
Notei que ela não tirava os olhos de mim, e eu acompanhava seu olhar por todo meu corpo.
Eu estava sem saber o que fazer, será que ela não gostou do que viu?
Dávila
Para com isso Dávila, eu não quero assustar a Bárbara com meu desejo.
Melhor sair daqui e rápido.
-- Pronto pequena, termina ai que vou pegar seu café, tá?
-- tudo bem, Dávi?
-- sim, tudo...
Vou beber uma água, tá?
Saí dali o mais rápido que pude.
Não quero assustar a pequena com isso, se controla Dávila.
***********************************
Não demoro muito para que a Bárbara terminasse de se arrumar, logo ela desceu e se alimentou.
Confesso que está tensa com esse encontro, mas ela tem que resolver isso com a mãe então vamos enfrentar a fera.
-- Dávi me deixa falar a sois com ela?
Quando terminar eu te chamo, tá?
-- tá pequena vou ficar aqui fora e se precisar me chama e cuidado com nosso filho, não vá se alterar, tá?
-- linda, prometo Dávi.
Deixei a Dávila na Padaria e segui para o escritório onde minha mãe estava.
-- Bárbara minha filha, ainda bem que você veio.
Vamos embora daqui, filha vamos.
-- Mãe, eu não vou a lugar algum.
-- como não vai?
-- não vou.
Meu lugar é com quem realmente me ama e me aceita.
Você me magoou muito com suas palavras, foram pior que facadas.
E ainda machucou a mulher que eu decidi amar todos os dias.
-- Bárbara eu não acredito no que você está me dizendo.
O que você tem na cabeça?
Era só o que me faltava.
Eu não vou deixar você acabar com sua vida dessa forma.
-- Mãe, é pedir muito para que você aceite que eu sinto atração por mulheres? Sempre senti
-- isso é mentira.
Você está esperando um filho de um homem
-- esse filho é meu, eu já falei isso.
-- Bárbara, só faltava isso pra desgraçar nossas vidas.
Você vai escolher é ela ou eu.
Eu não aceito isso, não aceito.
-- pelo o amor de Deus mãe.
Que preconceito é esse? De onde vem esse ódio todo?
O que a gente fez a você para receber isso?
-- eu sinto nojo de gente assim, e você não pode ser como eles.
-- Eu não tenho vergonha de falar que amo uma mulher.
E você querendo ou não, é com ela que vou ficar.
-- Bárbara você ainda vai pagar muito caro por tudo isso que está me fazendo passar.
-- não importa, eu só encontrei a pessoa que renovou minhas energias, a pessoa que fez meu coração acelerar.
Eu não vou deixar de ser feliz por que seu preconceito te incomoda mãe.
-- você vai ficar com ela não é?
-- você me obrigou a isso, eu não queria.
Mais eu não quero mais viver sem a Dávila na minha vida.
-- então aprende a viver sem mim, na sua vida.
Você não tem mais mãe Bárbara.
Eu não sou mais sua mãe.
E se eu puder fazer da sua vida um inferno eu vou fazer.
Pode esperar pra vê.
-- não precisa ser assim mãe.
Pra que tudo isso?
-- vai ser assim.
-- pra onde você vai?
-- embora daqui, mas antes essa mulher vai me ouvir.
-- deixa Dávi fora disso.
Não estava conseguindo conversar com minha mãe e ela acabou me deixando falando só e saiu atrás da Dávila.
Desde a hora que acordei comecei a sentir tontura e estou começando a passar mal novamente.
Mesmo assim ainda vou atrás dela
Dávila
Estava em uma das mesas da Padaria sentada esperando a Bárbara retornar da conversa.
Ainda bem que o movimento não estava intenso e elas estavam conversando no escritório.
Quando vejo a Catarina vindo em minha direção e a Bárbara logo atrás.
-- Você é a culpada por desgraçar a vida da minha filha.
Eu vou transformar sua vida em um inferno
-- Dona Catarina eu não vou aceitar mais suas ofensas e, por favor, se for para me insultar se retire.
-- vai embora mãe.
-- eu vou embora sim, se é com ela que você quer ficar então fica.
Nunca terá meu perdão.
-- Calma amor, você não pode se alterar. (Falei, pois ela estava com lagrimas nos olhos).
-- Chega mãe, vai embora daqui.
Finalmente ela saiu, e parece que iria pra outra cidade.
A Bárbara ficou arrasada.
-- amor, calma vamos ficar calma tá?
Você não pode se alterar pode fazer mal ao bebe.
Vem senta aqui, por favor, alguém trás uma água.
Sentei a Bárbara em uma cadeira e notei que ela estava pálida.
-- Pequena, você está se sentindo bem?
Precisamos ir ao medico, eu vou te levar no médico.
-- não, eu só preciso sentar um pouco, vai passar.
-- ainda está tonta Bárbara?
Está vendo? Vamos ao medico.
-- só fica comigo, por favor.
(Falei abraçando a Dávila)
Estava preocupada com a Bárbara, ela estava pálida e eu preciso fazer alguma coisa.
-- eu estou aqui com você amor, tá?
Beba essa água e respira
Vai ficar tudo bem.
-- obrigada.
Bárbara
Confesso que eu não queria que fosse assim.
Esse preconceito da minha mãe está me matando por dentro.
-- Bárbara, ela só não sabe lidar com a ideia, tá?
-- Dávi, eu não quero falar sobre isso agora.
-- então não vamos falar.
Se sente um pouco melhor?
-- sim, está passando.
-- vai ficar tudo bem, vai vê que sim.
(Falei dando um selinho nela e tentando enxugar as lagrimas que teimavam em rolar eu não me importei com quem estava ao nosso lado, algumas pessoas olhavam e outras não, pra mim só importava ela está bem novamente).
Nossa manha foi tranquila, acabei voltando pra casa junto com ela.
Ela prometeu que dia seguinte iriamos sim ao medico então não quis insistir.
-- Dávi?
-- oi minha pequena.
-- pensei que estivesse cochilando amor.
-- eu amo, quando você me chama assim sabia?
-- então sempre vou te chamar assim.
Se sente melhor pequena?
Você teve muitas emoções por hoje.
-- sim, ainda estou triste.
Mas vai passar.
-- já quer almoçar?
Você não comeu nada durante a manha toda.
-- estou sem fome Dávi.
Mas vai se alimentar você ficou comigo aqui a manha toda.
E nem vi você comer.
-- então vou comer algo rapidinho e trazer pra você aqui em cima, tá?
-- teimosa...
Desci pra almoçar com minha família que já estava à mesa.
-- como está a menina filha? (perguntou meu pai)
-- agora está mais calma, meu pai.
-- a mãe dela pegou pesado demais.
Ela não quer comer?
-- não, eu irei preparar algo pra levar pra ela lá em cima.
-- filha, não é melhor você ficar com ela? Sobe que peço a sua Dinda pra levar o almoço de vocês, quando ela estiver bem vai ser um prazer tê-la em nossa mesa.
-- obrigada mãe.
Iria subindo a escada quando ouço alguém entrar e confesso que não contive a surpresa.
-- Boa tarde Dávila
-- Luciana?
O que você está fazendo aqui?
Na parte de cima a Bárbara estava de pé observando tudo, e agora?
*****************************
Bárbara
Fiquei visivelmente abalada com toda essa situação que tive que passar.
A Dávi não existe, passou toda a manha me dando atenção e carinho, mesmo sem precisar falar nada ela ficou ali, do meu lado.
Estávamos na cama e ela resolver almoçar, já que ainda não tínhamos feito isso.
Eu preferi não descer, e ela acabou indo se juntar aos pais.
Mudei de ideia e passei uma agua em meu rosto, ajeitei a roupa que estava amassada e já ia descer quando ouço falando com alguém na escada.
Aproximo-me e não acredito em quem vejo na minha sempre.
Continua
A vida é surpreendente, mas não tenho medo, não. Às vezes quem muda é a gente, às vezes mudam os ventos, ou somente a direção. Na espera do dia seguinte, a tal rotina é prevista: mas quem garantiu que o sol vai manter seu cronograma e alguma conclusão? Mudam ventos, planos, direção. Podemos ser surpreendidos esperando algo novo e nem ao menos notar que aquela mesmice é inédita. Podemos também esperar tanto da mesma coisa sempre, e vir a chuva dançando na planilha da ilusão. Muda tudo o tempo todo: ventos, planos, direção. Mas a mudança mais profunda, quem dita é a mente em cumplicidade com o coração: pois quem muda é a gente: ventos apenas mostram a direção.
Marla de Queiroz
Fim do capítulo
o Bicho pegou agora?!
Beijos meninas.
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Socorro
Em: 29/01/2018
Davila, não me decepcione pfv.. ficarei mto trsite se isso acontecer...
Essa ex é um pe no saco cruzess...
Essa mãe ainda vai aprontar...
Resposta do autor:
Davila tem que andar na linha, Socorro! Eita ela não pode decepcionar então, não é? Kkk Socorro, tem ex que é assim mesmo! Pedra no sapato. Com certeza, isso pode esperar que a mãe da Bárbara ainda vai pintar o sete...
Beijão
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mtereza
Em: 29/01/2018
Apesar dessa Luciana ainda mexer com a Dávila sei que ela não vai magoar a Barbara nem deixar que a ex o faça isso seria ir de encontro a mulher.que ela vem demostrando ser até o momento
Resposta do autor:
Bom dia minha querida M. Tereza!
Assim esperamos, Davila não pode magoar a Bárbara
Pois ela estaria indo mesmo em contradição da Pessoa que se mostrou ser até agora.
Beijão
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