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Linha Dubia por Nathy_milk

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Palavras: 4098
Acessos: 4855   |  Postado em: 06/01/2018

Notas iniciais:

Bom dia meninas, mais um capitulo para voces.

Toda a historia até o momento foi contada apenas na visão da Chris, então como virão no capitulo passado, elas estão separadas, sendo assim, vamos precisar ter a visão da Carol tambem. Aguardem logo mais a Carol vai conversdar com voces. Será que ela vai mesmo para Portugal? E se for, o que espera ela lá?

 

Beijoos

Capítulo 9

Capítulo 9

 

      Fiquei na mesma posição que a Caroline me deixou, nao sei por quanto tempo. Sai do transe apenas quando meu corpo começou a doer. Minha mulher havia me deixado. Pode até ser que só por um tempo, como ela diz, mas não sei, meu medo é que nesse tempo, ela perceba que a vida dela é melhor sem mim. Ou pior ainda, eu perceber que vivo melhor sem ela.

       Nao senti aquele vazio no peito que chega a doer de quando um relacionamento acaba, pelo contrário, sinto raiva. Juro que nunca imaginei a Caroline saindo de casa, me sinto mais uma vez trocada pela profissão dela. Mas tudo bem, são 2 meses para eu avaliar se ainda vale a pena esperar e tentar estar com ela.

 

       Resolvi levantar. Ainda é dia e meu dia de folga, quero ao máximo esvaziar minha cabeça.  Entrei no chuveiro e tomei um banho demorado. Escolhi uma calça jeans confortável e uma blusa elegante, peguei minha bolsa e sai de casa. Sem o carro da  Caroline fica mais fácil de tirar o carro da garagem, ponto positivo para a ausência dela. Sei que a hora que a ficha cair vai doer, mas nesse momento minha vontade é curtir.

      Segui até o starbucks que um pouco mais cedo a Carol queria que eu deixasse ela. Não é muito longe de casa, então fui a pé. Nem lembro a ultima vez que fui sozinha tomar um café, sem ouvir alguém falando sobre hospital ou pacientes. Cheguei na cafeteria, pedi um capuccino tradicional e me sentei na poltrona que tinha no segundo andar da loja. O espaço era acolhedor, com um cheiro delicioso de café ao fundo, peguei meu celular e comecei a mexer nele para me distrair. Apesar de ser maio e teoricamente o tempo estar quente, estávamos enfrentando uma frente fria bem pesada, a sensação do frio, café quente, loja acolhedora estava me dando uma liberdade absurda

        Estou assustada pela atitude da Caroline, mas estou pagando pra ver. Confesso que duvido que ela vá mesmo para Portugal. Ela recebeu essa proposta de emprego quando saiu da residência. Era para montar um hospital obstetrico em uma vila pequena em Portugal. Acabou sempre adiando os planos ja que eu nao queria ir. Eu nao me vejo morando no interior de uma cidadezinha em outro país. Sou urbana, agitada, da emergência.

      Ela sempre manteve contato com essa equipe portuguesa. A ideia do estágio foi deles, para que ela não largasse tudo, fizesse um test drive antes de mudar de vida.  Nao me culpo ou me sinto mal por ter adiado esses planos dela, essa é minha decisão e ela sabe muito bem isso.

 

       Pedi mais um capuccino e voltei pra casa, andando, sentindo o frio batendo no rosto e na pele, o calor da bebida descendo a garganta. Fiquei muito mais leve depois desse tempo sozinha.

 

      Cheguei em casa uns 20 minutos depois, andei bem devagar. Olhei na garagem, a Caroline não havia voltado ainda. Não acho que isso vá durar muito tempo, vou ver até onde vai.  Estou com muito pique e energia, apesar de já ser de noite, vou mexer na minha tese. Eu raramente tenho esse gás todo, devo aproveitar ele.

 

      Consegui adiantar muita coisa. Escrever 15 páginas da tese, foi um avanço notável. Muito mais do que eu fiz nas ultimas 3 semanas. Quando o café baixou, o cansaço bateu, vou tomar outro banho e deitar. Meu pensamento inicial foi: a cama é toda minha, mas no segundo momento pensei: Caroline vai chegar lá pela uma da manhã, dizendo que pensou melhor e se arrependeu da ideia de dar um tempo. Ela só precisava pensar um pouco sozinha, deve estar sozinha no consultório, dormindo na maca.

       Estou tao acostumada de dormir sozinha, que apesar da Carol ter ido embora, nao sinto falta dela. A cama esta espaçosa. Espero nao acordar no meio da noite procurando minha esposa, isso seria bem irônico.

 

       Estou acostumada a dormir sozinha, mas sempre acordo com a Caroline enrascada em mim, com uma perna sobre a minha ou com um braço em cima da minha barriga. Acordei sentindo um vazio imenso, estranho nao acordar com ela ao meu lado. Mais estranho ainda foi que ela ainda nao voltou. Sera que esse lance é sério mesmo?

      Peguei meu celular, deve ter alguma mensagem dela. Mas nada, nenhuma mensagem ou recado. Eu nao vou ir atras, ela sabe bem qual o limite dela e dessas brincadeiras idiotas.

      Vou trabalhar e depois do plantão vou visitar a Malu na ortopedia, ela ja deve ter sido transferida pra la. 

 

       Cheguei no hospital mais cedo que o previsto. Tive tempo de tomar um cafe da manha na copa. Hoje é domingo, não tem aula do mestrado, mas isso não significa folga. Domingo de manhã em um pronto socorro significa muitos bebados e muitos acidentes. Será uma manhã agitada, tenho certeza.

E não foi diferente, assim que pegou o plantão ja chegaram 4 pessoas, uma família, acidente com o carro que capotou. Estavam relativamente bem, mas o pai iria precisar de cirurgia, nada muito grave. Passado um tempo, chegou um esfaqueado, levamos ele pro centro cirurgico quase que correndo. Teve outros pequenos casos, enfim, como previsto uma manhã bem agitada.

      Enquanto eu trabalhava nem pensei em Caroline, nem em ninguém. A emergência por si só já me prende ao máximo.

      Assim que terminou meu plantão, peguei minhas coisas e segui para a ortopedia. Pra variar conhecia o enfermeiro do andar, foi meu veterano na faculdade, Flávio.

       - Vet, tudo bem? Sucesso?

       - Oi Caloura. Quanto tempo! A galera do PS nao visita mais os pobres da ortop.

       - fala isso nao Flávio. Aquele PS é uma zona de guerra, ninguem tem tempo pra nada. Tem dia que nem agua eu bebo.

       - o pior é que sei que é verdade. Chega um pior que outro naquele lugar. Mas fala serio, voce gosta. Lembro bem da graduação, você manda bem com esse sangue todo.

       - isso é verdade, adoro essa agitação, zona toda.

       - E a dra gostosa, vulgo sua mulher, como esta? Faz tempo que nao vejo ela no hospital.

       - ah, ela esta bem, sempre na correria. Ela nao esta mais dando plantao aqui, saiu faz quase um ano. Ficou só no ambulatório.

       - duvido que você tenha vindo aqui pra ver seu veterano. Te conheço a tempos Cristiane, quer acesso pra visitar quem?

       - você é um lindo. Isso sim. Me conhece bem mesmo. A Malu lopes ja foi transferida pra ca?

       - Maria luiza lopes? Fratura de fêmur?

       - essa mesmo vet.

       - o que voce vai me aprontar hein crisiane? Minha funçao é proteger meus pacientes. Mas so por que é voce eu vou liberar. Esta no final do corredor, quarto unico.

       - ela deu sorte, vc que arrumou esse quarto pra ela?

       - nao tenho esse poder nao, o chefe que conseguiu.

       Dei um beijo no Vet e segui para o quarto dela. Lembro - me da ortopedia apenas dos meus estágios da graduação, nao voltei aqui depois disso. Mas sempre mantive contato com o Vet, ele é um amor de pessoa, sempre nos esbarramos pelos corredores.

 

        Quando cheguei no quarto, vi a Malu deitada na cama, como o esperado. Sua perna estava com os arames do fixador externo, e presa em um dispositivo que deixava a perna pra cima. Ela estava dormindo, nao queria acordar, mas quando dei um passo dentro do quarto ela abriu os olhos.

       - desculpa, acabei te acordando.

       - relaxa, já dormi demais, o que mais fiz hoje foi dormir, então pode entrar, de boa.

       - você não deve se lembrar de mim..

       - claro que eu lembro, você é a enfermeira que me recebeu, eu estava com tanta dor que nao consegui falar nada né?! Mas lembro de vc sim, só me desculpa, não lembro seu nome.

      - Cristiane. Nao tem que se desculpar, minha funçao era garantir o atendimento rápido e efetivo. E isso foi feito, que é o importante.

      - o médico disse que vou poder voltar a lutar, mas la pra daqui 1 ano provavelmente. Então o mundial deste ano e do próximo eu to fora. - vi os olhos dela enchendo de lagrimas.

     - mas nao é melhor esperar a perna ficar totalmente boa e depois voltar com gas total? Um ano de molho vai te dar esse tempo de preparação.

     - Nao sei. O judo é minha vida, vivo em uma república com atletas, eu acordo falando de judô e durmo falando de campeonatos de judo. Nao sei o que fazer da minha vida sem ser isso.

     - Malu, que tal pensarmos nisso daqui ha um tempo. Vamos pensar agora em se recuperar da perna, depois ganhar massa de novo, melhorar a dor. Me conta, alguem te visitou hoje, quero te distrair um pouco. - puxei uma poltrona que tinha na lateral do quarto e sentei nela. Pra me acomodar e ficar mais perto dela.

     - Ninguem veio ainda. As meninas que moram comigo ja devem ter viajado, hoje cedo elas embarcar para a Alemanha, onde tem grand prix de judo, eu nao vou, obviamente. Minha irma está em plena temporada de futebol nos estados unidos, nao pode largar para vir me ver. Digamos que sou apenas eu mesmo. O pior é que nao tem ninguem nem pra me trazer uma revista. Voce foi a única visita de hoje, tirando o pessoal que trabalha aqui. Apesar que você trabalha aqui também.

      - trabalho aqui mas nao estou responsável por cuidar de você, então sou visita mesmo. Eu fiquei preocupada com vc sexta, ate liguei no centro cirúrgico e depois na uti pra saber de voce. Sou sua fã, acompanho sua carreira, queria saber se você estava bem.

      - acho que foi quem mais se importou comigo nesse tempo. Nem a comissão médica veio me ver, só vou ser lembrada por eles depois que voltarem da Alemanha. Até então, serei a atleta que deixou a equipe na mão. Desculpa Cristiane, nem nos conhecemos e estou aqui ja choramingando meus problemas.

     - Malu, pode me chamar de chris. E pra mim, ja nos conhecemos. Se eu nao quisesse ver como vc esta, nao teria vindo ok?! - vi o rosto dela se acalmar um pouco. Pude assim prestar atenção nela. Era jovem, devia ter uns 25, 27 anos, nao mais que isso. Estava com uma bermuda colada na perna e uma camiseta mais larga, aparentemente confortável.  Estava palida, mas isso é o esperado depois de todo o sangue que havida perdido. Mesmo hospitalizada nao perdeu a pose de durona, forte, com braços bem musculosos, dorso delineado.

      - desculpa mesmo. Eu costumo ser mais forte, mas cada vez que essa perna doi, parece que fico mais infantil.

      - a dor faz isso com a gente, mas nao tenta se forçar a nada. Esse é o momento de descansar e ficar mais calma. Voce falou que sua irmã joga futebol nos estados unidos, é isso mesmo?

       - Sim, meus avós sempre incentivaram muito essa parte atletica da gente e ela conseguiu uma bolsa de estudos quando tinha uns 14 anos, foi pra la jogar. Fez sucesso, modéstia a parte ela é boa no que faz, continuou jogando la. Hoje esta na faculdade e jogando na liga sub 19 deles. Nem avisei pra ela do meu acidente. Nao quero que ela se preocupe e largue tudo pra vir aqui. Por enquanto nao enquanto esta no meio da temporada.

 

       Fiquei com ela jogando conversa fora um tempao. Nem reparei que o tempo passou voando. Ela era uma garota super docil, brincalhona. Dava pra ver que a carreira era seu maior trunfo e medo.

        Em um dado momento meu celular tocou, achei estranho, era uma ligaçao da Ana, ela nunca me liga, so manda mensagem.

        - Ana?! Ta tudo bem? Voce nunca me liga - recebi a ligaçao me afastando da malu e indo para o corredor.

        - Cristiane eu que te pergunto, esta tudo bem?

        - Ta sim, por que?

        - Acabei de receber uma mensagem da sua esposa, pedindo pra eu cuidar de voce enquanto ela esta longe. Quer me contar algo?

        - Aff, Caroline sendo Caroline. Ela saiu de casa ontem. Mas isso nao é nada, logo mais ela volta.

       - Chris, você nao quer vir aqui em casa um pouquinho? Pra gente conversar? To aqui em casa de boas.

       - ta bom, me dá um tempinho chego ai. Ainda estou no hospital. Vim visitar a Malu.

        - Vem pra ca e voce me conta tudo, certo.

 

        Desliguei o telefone e voltei para o quarto da Malu. Ter que me despedir dela é meio duro, foi uma tarde tao leve e gostosa. Mas tudo bem, é melhor eu ir mesmo falar com a Ana, antes que ela surte.

        - Malu, surgiu um problema em casa, uma amiga minha me ligou, preciso ir la conversar com ela. Vou ter que ir. Desculpa.

        - Chris, nao precisa se desculpar. Jamais. Eu que agradeço por ter ficado aqui conversando comigo. Me distraiu bastante. Quando voce puder, volta de novo. Me fez bem conversar com vc.

        - Faz assim, fica com o meu numero de celular. Vamos conversando por mensagem, ai fica mais tranquilo. E você se distrai com as minhas piadas horriveis.

         Passei o meu numero de telefone pra ela. Me despedi da Malu e sai. So percebi quando entrei no elevador, eu estava com um sorriso de orelha a orelha.

 

         A casa da ana era na vila Mariana, uns 20 minutos do hospital. De carro, foi mais rápido ainda, fui dirigindo e controlando. A Malu é muito linda, simpática, gente boa, está passando por uma fase ruim, mas mesmo assim tem um papo bom. Fui tão distraída ate a casa da Ana que só percebi que cheguei, quando eu ja estava na porta da casa dela. Estacionei o carro e toquei a campainha. Não demorou para ela abrir o portão automático e mandar eu entrar.

         A Ana nao precisou falar nada, apenas o com o olhar dela eu imaginei que o assunto fosse o surto de ontem da Caroline. Ela me olhou com reprovação e ao mesmo tempo me dando uma bronca. Ela foi e é nossa madrinha de casamento, e pela primeira vez na vida, eu vejo alguém que assumiu de verdade essa responsabilidade, quase 5 anos depois ela ainda se sente como o elo do casamento, sempre me da bronca quando estou fazendo algo errado.

     - Ana, nem vem, ela ta de frescura. Nem vou ligar muito. Daqui a pouco ela fala que está errada e volta. Ela adora esse drama todo

     - Entra primeiro cristiane. Você nem sabe sobre o que eu vou falar.

     - Claro que sei. Ja te conheço e nao é de hoje. E sei que a Caroline te mandou alguma coisa avisando de ontem.

     - entra em casa e vamos conversar. Voce almoçou pelo menos?

     - na verdade nem comi nada, sai do plantão e fui visitar a Malu. Sério ela é uma fofa, tava toda triste por causa da perna, mas mesmo assim conversou comigo por um tempão.

     - enquanto eu arrumo alguma coisa pra gente comer, me conta por que eu recebi uma mensagem da sua esposa, dizendo pra eu cuidar de voce porque vocês estavam dando um tempo no casamento e ela estava se organizando pra ir para Portugal.

    - Voce sabe o quanto a Caroline é dramática. A gente conversou na sexta, na verdade ela brigou comigo. Ai ficou nervosa que sábado eu nao quis almoçar com ela na cantina la daquele italiano. Quando voltou falou que ia aceitar o estágio em Portugal e esse tempo seria pra eu pensar se ainda quero algo com ela. Cara, na verdade ela que continua me chutando. Daqui a pouco volta pra casa dizendo que pensou melhor e tals. Ja conheço.

        - Voce é uma idiota sem tamanho Cristiane. Prestou atenção na merd* que voce acabou de falar? Em todos esses anos juntas, quantas vezes a Carol pediu um tempo ou largou você sozinha? Nunca. Se ela fez isso agora, é por que sabe bem a tapada e idiota que você é. Nem sei o que aconteceu, mas pelo que conheço a dra, ela deve ter chegado ao limite pelas suas bobagens. Me conta exatamente o que aconteceu. Até a parte sórdida se tiver.

         - Ai Ana esquece isso, foi uma discussão boba so. Nem acho mesmo que ela vai pra Portugal.

         - Da pra parar de fugir e me contar?

         - Que saco, caraca. Me da uma cerveja pelo menos vai. - enquanto ela pegava a bebida, comecei a falar - Sexta feira quando eu fui dormir, recebi uma mensagem da Caroline que ela estava em cirurgia. Ok, isso acontece sempre mesmo, então nem me importo mais. Quando ela chegou, estava fedendo, um cheiro de carne queimada, nojento. Acredita que ela deitou na cama, suja, fedida e quis me abraçar? Mandei ela sair, que ela estava fedendo.

        - nossa, que absurdo! Sua esposa queria um abraço seu, por que vc nao foi na delegacia, é quase uma agressão. - falou calmamente a Ana, para logo em seguida, mudar o tom para rispidez - voce deveria ter abraçado ela e feito carinho, agradecido por ela ter chegado bem. Sei la, dava um carinho e depois dava um toque pra ela tomar banho, sei la. Caraca Chris, chutou ela. A Carol nao é de ferro.

         - Continuando… ela ficou toda puta da vida e foi deitar na sala, depois de um tempo comecei a ouvir ela chorando. Fui ver o que era. Ela tava mal por que tinha perdido paciente, tipo, tudo bem, foi um plantão super pesado, daqueles infernais. Ela fez parto de baleada, depois falou que ficou 9 horas operando uma menina com aborto. Sei la, alguma coisa assim. O que me deixou mais puta, é que cara, ela opera paciente com cancer, perde paciente toda hora e ai explodiu? Tipo que bobagem.

       - Acho que eu vou gravar as merd*s que voce fala, e por você pra ouvir. Pra ver se consegue achar os erros.  Ela explodiu, uma coisa é uma pessoa, que ja fez tudo que podia e como ultima opçao foi submetido a uma cirurgia e acabou morrendo. Outra coisa foi o que a Carol passou e viu. Sua esposa so precisava de uns cafunés, de uma mulher presente e você idiota, chutou ela. Depois reclama que ela fica em cirurgia até tarde, eu também nao ia querer ficar com você por perto.

          - É, ela ainda falou que fica em cirurgia por que nao quer sofrer em casa, que sabe que eu fingo que estou dormindo, que eu nao olho mais pra ela, nao me importo. Na hora ate me deu uma dó dela, me senti meio mal, mas quer saber, a culpa nao é minha.

         - Quando um casamento afunda, a culpa é das duas, ou seja, você também é culpada. É pra ser bem sincera, acho que a culpa é muito mais sua que dela. Voce ta chutando ela ha um bom tempo, nem percebe mais as cagadas que faz.

        - Posso terminar de te contar? Então, depois disso ela encheu a cara de vinho, dormiu no escritório. Consegui depois fazer ela ir pra cama comigo. Acordou e queria ir na cantina la do italiano, eu nao tava na vibe, tava mexendo na minha tese. Ela teve a audácia de chamar a secretaria pra ir junto, a lenta da Clara, vê se pode, perdi a paciencia e apareci de surpresa lá no restaurante. Queria muito pegar ela no flagra.

        - Flagra do que? De estar calma, se divertindo. E nós conhecemos a Clara, é um amor de pessoa, nunca daria em cima da Caroline.

        - La na cantina ela ja estava estranha comigo, quando eu ia fazer carinho, ela tirava minha mão. Ela estava bem estranha ja. Quando chegamos em casa, eu fui fazer um café, ela subiu. Foi arrumar a mala dela. Pegou algumas peças. Falou que estava precisando de um tempo, que eu precisava pensar se queria algo ainda com ela. Ia aceitar a proposta de estágio em Portugal, isso nos daria uns 2 meses longe, pra pensarmos no casamento. Na real, eu acho que ela está na casa do irmão dela, só esperando a poeira baixar pra voltar daqui a pouco.

        - E se eu disser que ela já comprou a passagem para Portugal?

        - serio? Para. Duvido que ela va.

        - Se ela for para Portugal, nao volta pra você. Acredita no que eu te falo.

        - Serio. Olha o drama que ela faz.

        - Cala a boca cristiane. Você percebeu tudo que a Carol fez por você ou deixou de fazer para você? O sonho dela é ter filhos, nao tem por que você nao se sente preparada pra isso. Ela quer ir pra Portugal abrir um hospital, praticamente dela, nunca foi porque voce nao queria. Ela trabalha horas e horas a fio pra você ter do bom e do melhor. Ja pensou nisso, no quanto ela deve estar cansada das porr*das que você dá nela?

         - Ana, você é minha amiga, para de defender ela.

         - Christiane, exatamente por ser sua amiga eu defendo a Carol. Garota, voce nao deve lembrar, mas a Carol se apaixonou por você no seu trote, primeiro dia na faculdade. Você namorou aquela estrupício da Daniela por um ano e meio, que só te maltratava e a Carol de longe só acompanhando, te olhando, jogando um verde. Você idiota desde aquela época, preferiu a garota que pisava em você que a menina da medicina que super babava na sua. Depois a Carol te agarrou la na festa, no banho, ela sabia da sua prova, do seu namoro ruim. Ja pensou que a Caroline poderia escolher qualquer mulher, mas ela quer você, ama você. Sempre te respeitou, nunca te forçou a nada. Te pediu em casamento de um jeito super fofo. E apesar de você pisar nela, nunca te largou, so te pediu um tempo! Tenta analisar essas coisas.

      - Se gosta tanto dela, fica com ela pra você Ana.

      - Sabe… Eu nao sou lesbica, mas pela Carol eu até deveria tentar, viu? Inteligente, linda, fiel. Tem seus defeitos, claro, qualquer ser humano tem. Mas serio, merece ser amada e você não faz isso. Se ela for mesmo pra Portugal eu vou dar toda a razão pra ela, mesmo sendo sua amiga.

        Caraca, a bronca da Ana dessa vez estava sendo pesada. E ela continuou falando.

         - Seus olhos podem ser lindos Chris, mas nao vao segurar a Carol. Vai atras da sua esposa, manda mensagem, liga, corre atrás dela. Talvez ainda de tempo de você salvar esse casamento. Mas pra isso você precisa querer, o que mais sinto é que você não quer mais tentar. Ja esta ate visitando a Malu, passou a tarde toda com ela. Pensa como a Carol vai ficar quando descobrir isso!

         - Eu nao estou fazendo nada com a Malu, apenas fiquei conversando com ela. Ela precisava de um apoio, um bate papo.

         - Chris, eu te conheço desde a faculdade. Sei o quanto você faz merd*. Não perde a Carol, por favor. Quando você sentir que ela se foi, já será super tarde, não vai mais dar pra voltar. Ela ja vai ter ido, nao sera ir pra Portugal apenas, ela vai sair da sua vida.   Chega em casa, vê o álbum de casamento, ve fotos antigas. Pensa no que fez voce casar com ela. Nao deixa a dra ir embora, sério.

          Caraca a Aninha falou tanto, que até deve ser verdade isso. Será que a Caroline vai mesmo pra Portugal? Apesar de não acreditar ainda, fiquei com medo. Depois que eu chegar em casa, a noitinha, vou tentar ligar pra ela e conversar.

 

          Nao sei se é isso mesmo que quero, mas talvez seja o correto a fazer.

Fim do capítulo


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Comentários para 9 - Capítulo 9:
rhina
rhina

Em: 16/02/2020

 

"Não sei se é isso mesmo que eu quero,mas seja o correto a fazer"

Véio depois dessa conclusão por parte da Chris......Autora pelo Amor leve Carol......de a ela mais leveza vida......paz......alegrias.....

Rhina

Responder

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Ellen Mateus
Ellen Mateus

Em: 22/06/2019

Essa Chris é uma egoísta, além de ser muito imatura e idiota.

 

Ranço dela.

Responder

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Blume
Blume

Em: 07/01/2018

ola,

 

          ''Nao sei se é isso mesmo que quero, mas talvez seja o correto a fazer''

Nunca vi tanta bobagem uma frase só. Acho que a Ana tem razão ela deveria gravar tudo para ela escutar novamente o tanto de bobagem que esta a falar.

Nessa parte do conto ainda não entendi o que ela realmente quer, a não ser dar boa parte da culpa do casamento delas estar indo rio abaixo a esposa.

Bem não estou dizendo que a Dra. não tem culpa claro que tem como o ditado diz ‘’quando um não quer dois não lutam, o máximo que pode acontecer e’ um levar uma sova’’ (rsrsrsr)

Enfim …. Mas a Dra. deu um passo para mudar esse senário, e a outra o que faz? Alem de não estar acreditando, se mantem neutra. No fundo ela quer que a esposa decida, para ela não se sentir muito culpada pelo fracasso do casamento.

 

Mas eu acredito que ainda existe amor entre elas e espero que as duas resolvam tudo e tenham o Feliz para sempre…

bjbj


Resposta do autor:

Obrigada pelo comentário. 

 

A ideia pe mesmo essa, a Chris não sabe direito o que sente. Enquanto sente que quer distancia da dra, sente saudade tambem.  Faz parte do amadurecimento que a personagem está tendo.

 

Continue acompanhando,

 

Abraços

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