Bárbara

 

Não nego que um misto de felicidade brotou em meu Peito.

Eu senti algo tão bom quando vi á Dávila e isso não dá pra negar.

 

-- já filha?

Pensei que iria demorar mais.

 

-- Mãe, você não vai acreditar.

 

-- o que aconteceu?

 

-- eu vi a menina que me ajudou.

E estava com ela

 

-- Bárbara?

Essa alegria toda é por ela?

Faz tempo que não via você sorrir assim.

 

-- mãe, você sabe que eu perdi o gosto pela vida.

 

-- Bárbara eu sei que a gente não está tendo um tempo bom.

E isso não faz bem a ninguém

Eu também sinto saudade do seu Pai.

Mas nem por isso eu vou desanimar da vida.

 

-- mãe não é isso.

Faz quase um mês que nossa vida piorou depois que descobri o HIV

A pior coisa que aconteceu na minha vida.

 

-- filha, você é nova.

E vim pra cá pra você se cuidar

 

-- mãe eu sinto nojo de mim.

E principalmente daquele homem.

 

-- você sabe que eu me arrependo tanto filha por insistir naquele namoro.

Eu não sabia que iria acontecer isso.

 

-- mãe não vamos falar mais disso.

 

-- eu sei que te machuca mais você não pode parar sua vida por isso.

Agora que vai fazer um mês que descobrimos a doença.

E não quer dizer que você vá morrer.

Olha filha tenho algo pra lhe falar, fomos convidadas para fazer uma ceia de Natal.

 

-- aonde mãe?

 

-- na casa do meu Patrão

 

-- serio?

 São gente rica, e porque fizeram isso?

 

-- não sei filha, só convidaram.

Você vai né?

 

-- tá mãe.

Irei sim, mas acho que vou ficar sem graça.

 

-- vai ser bom filha.

 

Acabei aceitando ir com mamãe nessa ceia.

Somos novas na cidade e basicamente ainda não conseguimos comprar nada.

Depois que meu Pai morreu só nos restou dividas.

Eu senti muito a falta dele e por insistência da minha mãe acabei namorando o homem mais velho.

No começo foi tudo bem, mais depois os abusos começaram a acontecer.

E por insistência acabei passando a noite com ele.

Foi apenas uma noite para que desgraçasse o resto dos meus dias.

Há um tempo eu descobri uma serie de coisas dentre elas que era Soropositivo.

Ainda não sei o que fazer e não comecei a tomar remédio nem nada.

Às vezes só tenho vontade de sumir.

 

Eu não tenho “AIDS”, mas tenho o vírus HIV.

Sei que cuidando eu posso ter uma vida mais longa e saudável. Só ainda não tenho forças pra lutar.

 

Acabei indo deitar e pensei na minha vida tão turbulenta.

Depois dessa descoberta aceitei vim pra longe, pois não aguentava mais as ameaças desse homem e os abusos ainda, mesmo sabendo sobre essa doença.

A vida me pregou tantas peças que sinceramente parece brincadeira.

Acabei dormindo e mal sabia a surpresa que teria nessa natal.

 

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Passei o dia do natal como qualquer outro, Trabalhando.

Minha mãe tinha comentado que teríamos uma ceia e como de costume alguns funcionários da padaria estariam presentes.

A Luciana também tinha me convidado pra passar o Natal na casa dela e estou na duvida se passo lá ou não.

Daqui pra mais tarde resolvo isso.

 

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-- mãe dá tempo de voltamos pra casa

 

-- não filha.

Vamos pra essa ceia, nos convidaram com muito carinho filha.

E nem conhecemos ninguém aqui ainda, então é oportunidade de fazermos isso.

 

-- tudo bem mãe, então vamos se não vamos perder o ônibus.

 

Acabei indo com minha mãe mesmo, não sei mais eu não queria ir a essa tal ceia.

Não conheço ninguém, mas quem sabe a gente não faça amizade mesmo.

Chegamos lá e aos outros convidados iriam chegando aos poucos.

Minha mãe logo se enturmou e eu preferi a deixar sossegar e aproveitar um pouco.

A festa está ótima era tudo tão lindo, a casa era de gente rica mesmo e tinha até piscina.

Havia um jardim tão lindo onde estava acontecendo à confraternização acabei não resistindo e fui caminhar um pouco.

 

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-- filha, a festa já começou e você ainda nem desceu.

 

-- mãe já vai.

Acabei me atrasando.

 

-- Dávila você não vai sair não é?

Sabe muito bem pra onde

 

-- não sei mãe.

Estou pensando.

 

-- juízo

E anda logo menina.

 

Minha mãe não vai com a cara da Luciana mesmo, acabei de me arrumar e segui pra cumprimentar a todos na confraternização.

Gente simples, mas muito educada e simpática.

Não demorou muito para que meu celular tocasse.

Então acabei me afastando um pouco do barulho e segui pro jardim.

 

-- alo?

 

-- meu amor estou te esperando.

Quero me desculpar por a crise de ciúmes que tive naquele dia.

Vem passar o natal comigo?

 

-- Lu, tá desculpada.

Olha, pode ser amanha?

Hoje esta tendo uma confraternização e não tem como sair.

 

-- então eu vou pra ai.

 

-- é melhor amanha a gente se vê.

 

-- poxa Dávila.

 

-- sinto muito.

 

-- ta bom então.

Você que me deixa só, depois não reclame.

 

Cada coisa que me aparece.

É ela que deixa um vazio em mim, e nunca falei nada para não magoar.

Desliguei o celular e encontrei um rosto já conhecido admirado com o jardim

 

-- Baixinha?

 

-- Dávila? Não acredito que a gente se esbarrou de novo.

 

-- que incrível você sempre está no meu caminho.

Veio com quem Bárbara?

 

-- minha mãe.

 

-- ela é uma das funcionarias?

 

-- sim, a Dona Catarina.

 

-- serio?

Sua mãe é muito simpática.

 

-- conhece-a?

 

-- sim, ela também é minha funcionaria.

 

-- quer dizer que?

 

-- sou a filha do francês com o sotaque engraçado.

 

-- quanta coincidência, minha mãe sempre fala de você e eu nunca iria imaginar que fosse você.

A Dávila que conheci.

 

-- risos.

Baixinha linda sou eu mesma.

Que bom te vê, já se alimentou? Tá curtindo?

 

-- sim, aqui é tudo muito lindo.

 

-- que bom Barbie.

 

-- risos

Apelido?

 

-- sim, você parece com ela.

É loirinha.

E ai seu natal está sendo bom? Fez o que de bom?

 

-- mais ou menos.

Quase nada Dávila.

Nem iria vim com minha mãe.

 

-- por quê?

 

-- não estava me sentindo tão bem.

 

-- entendo, se precisar de alguma coisa conta comigo tá?

 

-- obrigada.

 

Dávila

Fico feliz de ter encontrado essa pirralha de novo.

Ela me dá uma alegria indescritível.

 

Bárbara

 

Que sorte essa minha, ela é tão gentil.

Fiquei tão feliz em ter encontrado a Dávila.

Só fico sem saber o que fazer quando estou com ela.

 

-- então baixinha, estou voltando lá.

Acompanha-me?

 

-- por favor, Dávila.

 

Saímos de braços dados e rindo, com certeza tenho uma simpatia com essa loirinha.

A deixei com a Dona Catarina novamente e segui pra manter a formalidade da festa.

Sempre estava dando uma atenção especial a Bárbara e a mãe dela, no fundo quero que ela se sinta bem comigo.

 

-- Barbie prova esse docinho aqui é tão bom.

 Falei dando o doce na boca dela.

 

-- hummm

Maravilhoso

Olha esse aqui Dávi

 

-- esse é mais salgadinho

Mas também gostei

 

Confesso que adorei esse apelido “Dávi” só ela me chama assim.

E eu a chamo de Barbie pelo o fato de ela ser bem loirinha.

Estamos rindo e conversando quando chega a Luciana.

 

-- Dávila, o que está acontecendo aqui?

 

-- a confraternização dos funcionários lu.

Achei que você tinha entendido.

 

-- não se faça de boba.

Quem é essa pirralha?

 

-- Primeiro, ela tem nome e segundo não vou deixar você ofendê-la.

O que você quer Luciana?

Já falei que iria te vê amanha.

 

-- vim passar o Natal com você, já que você não poderia ir pra minha casa.

Mas vejo que perdi a viajem.

 

-- senta aqui, e fica a vontade.

 

-- Dávi, eu vou deixar vocês a sois.

 

-- fica Bárbara

 

-- já estão até com apelidos carinhosos?

Poxa Dávila

Parabéns.

 

-- Luciana, se não for pra ficar em paz, por favor, nem fica.

 

-- Dávila eu não estou me sentindo bem.

 

-- o que foi bárbara?

 

Bárbara

Estava tudo tão bom, e eu me sentia tão feliz na companhia da Dávila.

Inventamos até apelidos e eu amava receber doces quando ela me dava.

Ate que chegou a mesma mulher que tinha tropeçado em mim na Padaria e ela parece ser muito intima da Dávila.

Subiu-me uma raiva e um nervosismo tão grande que comecei a ficar tonta a suar frio.

Só consegui pronunciar poucas palavras e acabei perdendo os sentidos.

 

 

 Dávila

Estava tão bom com a Bárbara até a Luciana chegar e estragar tudo.

O pior de tudo foi perceber que a baixinha não estava bem e acabou perdendo os sentidos.

Eu me esforcei pra não deixa-la cair e não sabia o que fazer com ela em meus braços.

 

 

Utilidade publica

Ser portador do vírus HIV é diferente de ter AIDS.

O que é AIDS?

AIDS, na sigla traduzida do inglês, significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. A doença se manifesta após a infecção do organismo humano pelo HIV.

Imunodeficiência é uma inabilidade do sistema de defesa do organismo para se proteger contra microrganismos invasores, como o vírus HIV. A Aids não é causada espontaneamente, mas por um fator externo (a infecção pelo HIV).

Mas o vírus tem um longo período de incubação antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso. Por isso, uma pessoa pode ser portadora do vírus sem necessariamente estar com Aids.

 

 

O que é HIV?

 

O Vírus da Imunodeficiência Adquirida é o vírus causador da Aids. Ao entrar no organismo humano, ele se instala nas células do sistema imunológico, responsáveis pela defesa do corpo.

Instalado dentro das células, o vírus consegue se multiplicar e se espalhar pela corrente sanguínea, contaminando outras células. Com a defesa do corpo prejudicada pelo vírus, a pessoa infectada fica sujeita ao aparecimento de vários tipos de doença.

Mas o HIV pode levar vários anos dentro de um organismo antes de aparecerem os primeiros sintomas. Isso depende do estado de saúde da pessoa, principalmente. Por isso, ser portador do vírus HIV é diferente de ter Aids.

 

São considerados comportamentos de risco as ações que podem vir a resultar uma infecção pelo vírus HIV. Ter uma relação sexual (homo ou heterossexual) com pessoa infectada, sem o uso de preservativos. Compartilhar seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis. Transfusão de sangue contaminado pelo HIV. Reutilização de objetos cortantes com presença de sangue ou fluidos contaminados pelo HIV.

 

Meninas entenderam a diferença? Sempre é bom saber!

*os dados foram tirados de um portal de noticias da internet.

 

 

Fim do capítulo