Capítulo 4 Destino
Dávila
Depois desse episódio segui com meu dia de trabalho naturalmente. Vez por outra lembrava o caos que deixei minha vida se tornar. Sinceramente eu estou acordando e percebendo que mereço muito mais do que um rostinho lindo, certas pessoas tem o poder de nos dá á vida, como também de nos sugar e faz muito tempo que a Luciana está me deixando vazia. Lembrei também da menina das flores. Uma garotinha linda: não é tão alta, diria que tem o tamanho certo pro corpo que ainda está se formando. Ela tem uma boca rosada e sempre franzi o nariz quando sorri. De onde será essa menina, confesso que certa curiosidade brotou em mim.
Bárbara
Será que ela ainda vai lembrar-se de mim amanha? Dávila! Que nome lindo, faz jus a pessoa. Nunca vi uma mulher tão linda como ela. Parece que tudo feito para que ela andasse em harmonia.
A roupa que ela usa cai tão bem no corpo, o modo como prende o cabelo e o olhar perdido no tempo. Ela tem passos tão apressados e parece viver no mundo da lua. Quando ela sorri acontece algo tão lindo, parece que o tempo para. E o que dizer da voz? Ela tem uma voz rouca que embriaga quem está ao lado a ouvindo, com certeza o Perfume também não poderia ficar de fora. Tudo harmoniza para criar uma Dávila tão linda. Como eu posso agradecer por tudo que ela fez hoje? Percebi que ela parece ser gente fina não sei como nem me comportar estando ao lado dela.
Mais terei tempo pra pensar nisso, irei comprar as flores e aguardar ansiosamente minha volta a Padaria amanha.
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-- Boa tarde Dinda!
-- Minha menina chegou para almoçar! Adoro quando vem almoçar em casa.
Sabe que essas comidas de rua não fazem bem a saúde.
Sou mil vezes a minha própria comida.
-- Dinda meu amor, você faz a melhor comida do mundo.
Eu também amo vim comer em casa, se às vezes fico na rua e acabo almoçando por lá mesmo é por conta da correria que é minha vida.
-- eu sei minha menina.
Você parece gente grande.
-- olha o meu tamanho dinda, eu cresci!
Você ainda não percebeu isso
Risos.
É bom estar em casa e provar da comida da Dinda é melhor ainda! Depois desse delicioso almoço voltei pra padaria onde iria permanecer o resto da tarde.
Porém antes de ter ido tive uma conversa seria com minha mãe.
-- mamãe tem um minuto?
-- queria mesmo conversar com você filha.
-- então vamos lá.
Eu vi a Luciana e ela fez um barraco lá na Padaria.
Comentou que você falou com ela e o resto você já deve saber.
-- minha filha, ela estava beijando um homem.
Eu não sei o que vocês têm, mas sei que ela te machuca.
Por isso não aguentei.
-- mamãe, obrigada por se preocupar.
Eu já tive uma conversa com ela e não quero mais nada de ruim na minha vida.
Ela não gosta de mim, dá mesma forma que gosto dela.
Sabe?
Eu quero saber do que ela gosta de comer, quero saber o que ela gosta de fazer, as coisas da infância dela, quero saber tudo sobre ela. Mas ela nunca tem tempo e nunca quis ir a fundo para uma relação a dois.
Eu me importei demais por gostarmos das mesmas coisas, das mesmas musicas e pensei que com o tempo ela poderia sentir algo por mim.
Mas ela não quer, e agora eu cansei de ser um fantoche.
-- Benditos sejam os orixás minha filha.
Você não sabe como é importante ouvir isso.
Você merece alguém melhor.
Não qualquer pessoa como ela.
-- obrigada mamãe.
Mas quero lhe pedir uma coisa também.
-- peça
-- não caia nas provocações da Lu.
Eu tomei essa decisão e quero aprender sozinha tá?
-- tá minha filha.
Mas sabe que pode contar comigo, né?
-- sei sim, você é a melhor mãe do mundo.
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Bárbara
Meu dia passou tão rápido e estava tão ansiosa para voltar amanha na Padaria e falar de novo com a Dávila, até mamãe chegar e acabar com minha alegria.
-- Boa noite minha filha
-- Oi mãe, Boa noite.
-- voltou pra casa cedo hoje? Conseguiu vender tudo?
-- mãe aconteceu uma coisa.
-- te assaltaram Bárbara?
-- deus me livre mãe.
Apenas uma mulher tropeçou em mim e eu acabei deixando cair às rosas.
-- meu deus filha.
E ai?
-- e ai que uma moça me ajudou mãe.
Ela foi tão gentil comigo e me deu até café da manha.
Eu conheci onde você trabalha.
E tão linda a Padaria.
-- minha filha eu não vi nada disso
-- também não lhe vi na limpeza.
-- Bárbara, certo que essa moça te ajudou, mas eu não quero você falando com estranhos.
-- ela não é estranha mãe.
E outra, me deu até o dinheiro das rosas e disse que amanha nos veríamos de novo lá.
-- minha filha, pois ela te enganou.
Amanha é domingo
E é natal ainda.
Não tem ninguém na Padaria.
-- poxa a Padaria não vai abrir?
-- não filha.
Que decepção.
Eu estava tão ansiosa para nada.
-- minha filha, o que aconteceu porque essa carinha de tristeza?
-- mãe nada dá certo pra gente.
Gostei da moça, ela foi tão simpática comigo e como não conheço ninguém aqui queria fazer amizade.
-- ela te disse o que?
-- que trabalhava lá.
-- então ela talvez nem soubesse que a Padaria não ia abrir filha.
Segunda você vê ela e tenta fazer amizade.
-- ah mãe, as coisas dão sempre errado pra gente.
Perdi meu Pai, ainda não consegui fazer uma universidade, olha meu estado.
Esse vai ser o Pior natal.
-- Milha filha nunca mais fale isso.
Com o tempo ninguém se brinca.
Hoje estamos nessa situação, mas depois pode mudar.
Vamos juntas sair dessa.
-- você sabe que não é só isso.
-- Bárbara, você pode viver uma vida como qualquer pessoa normal.
Já estamos começando nossa vida e vamos juntar comprar seus remédios você vai voltar a se cuidar minha filha.
-- não vamos falar nisso agora.
Você sabe o quanto dói mãe.
-- você já jantou pelo menos?
-- perdi a fome
-- vai conhecer um pouco o bairro filha, lá na frente tem lanche.
Vai lá e se alimenta.
-- tudo bem estou indo lá.
Fui andar um pouco e conhecer o Bairro.
A pista ainda estava molhada e não tinha nem tanta gente assim na rua.
Fui direto a uma barraquinha de cachorro quente que tinha por perto e comecei a ficar incomodada com um homem me observando.
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Dávila
Não acredito que amanha já é natal e perdi meu ano todo sem fazer nada da minha vida.
Esse era o sentimento que brotava em mim.
A Padaria não iria abrir amanha então seria um dia de folga sem saber o que fazer.
Acabamos fechando até mais cedo e resolvi dá uma carona a um funcionário amigo meu.
Não me custaria nada então fui fazer isso, já que a rua já estava esquisita. Quando chove praticamente fica um deserto.
João é um dos meus melhores amigos além de trabalhar muito tempo na Padaria.
-- pronto rapaz está entregue
-- patroa eu não sei nem como agradecer.
-- risos
Sem formalidades João, você me viu crescer ali dentro.
Já somos amigos então deixa isso pra ficar só no trabalho.
-- Dávila sabe que você tem razão.
E olha que cresceu muito rápido.
Obrigada amiga por me dá essa carona e mudar sua rota pra casa só por isso.
-- amigos são pra essas coisas.
Despedi-me dele e segui de volta pra casa.
Porém algo no caminho me chamou atenção.
Era a menina das flores, ela estava comprando um lanche e parecia apressada.
Depois percebi que um homem estava atrás dela.
Desci do carro imediatamente e fui vê o que estava acontecendo.
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Estava comprando meu lanche sossegada quando um bêbado começa a falar coisas desagradáveis.
-- loirinha você é de onde em?
Nunca te vi por aqui.
Carne nova na parada.
-- eu não quero confusão ok?
Falei saindo andando e percebi ele atrás de mim.
Já não sabia o que fazer e já ia correr quando meus olhos se encontram com ela.
Era a Dávila
-- o que está acontecendo aqui?
Bárbara está tudo bem?
E posso saber por que o senhor está quase correndo atrás da minha namorada?
-- calma ai patroa.
Eu não quis assustar a garota.
-- olha só, eu vou falar só uma vez.
Se eu perceber que você está mexendo com ela de novo eu acabo com tua raça e ainda te coloco na prisão.
-- to vazando daqui.
-- acho bom.
Bêbado idiota.
-- Bárbara se lembra de mim?
E desculpa por falar que você era minha “namorada” apenas foi pra esse homem não te incomodar mais.
(como poderia esquecer?).
-- sim, Dávila.
Logico que lembro.
-- esse homem fez alguma coisa com você? Eu ia passando quando te avistei e notei seus passos apressados.
-- ele estava falando umas besteiras ai.
Sorte a minha que você apareceu na hora.
-- Bárbara, não pode andar sozinha à uma hora dessa mocinha.
Ainda mais você.
-- o que tenho eu?
-- você é muito linda, e chama atenção de qualquer pessoa.
Tem gente sem vergonha por ai.
Meu deus será que ela me acha linda?
Bárbara o que está acontecendo com você...
-- ah Dávila, nem é pra tanto.
-- é sim, vem eu vou te deixar em casa.
-- nem pensar.
Ainda nem comi.
-- então eu te espero.
-- você já jantou?
-- só em casa mocinha.
-- você me enganou.
-- não entendi como assim eu te enganei?
-- falou que a gente ia se vê amanha.
Lá na Padaria.
-- eu nem lembrei que não abriríamos amanha Bárbara.
Desculpa por isso.
Que bom que a gente se encontrou agora.
-- você me encontrou né
-- risos.
Sim, eu te encontrei.
-- quer?
-- não, obrigada.
Não estou com fome.
-- mas você acabou de dizer que não jantou.
-- se quiser a gente divide Dávila.
Já que eu só tenho dinheiro pra um.
-- sossega ai menina.
Pode comer tranquila.
-- você me ofereceu e um banquete enorme de manha lá na Padaria.
E eu não paguei nada.
Agora estou retribuindo e te dando tudo o que tenho.
E também não vai pagar nada.
Custa aceitar?
-- tá bom, então só uma mordidinha tá?
-- risos
Tá
Essa garotinha tem cada coisa.
Por mais que estivesse com fome eu não queria incomodar e até pensei em pagar outro para ela, mas com o que ela falou acabei ficando na minha e aceitando dividir.
-- viu?
Nem doeu dividir um lanche.
-- o melhor banquete dá minha vida.
Obrigada baixinha.
Agora vamos lá, entra ai que vou te deixar em casa.
-- não é tão longe assim
-- vamos faço questão tá?
-- tá
Seguimos de carro e no caminho fomos rindo de certas piadas bobas que eu contava.
Ela também era muito divertida e o tempo passava rápido demais que a gente nem percebeu. Quando percebemos já estávamos na casa dela.
-- obrigada pela companhia Dávila
E por mais uma vez ter me salvado.
-- vou começar a cobrar pelo o serviço de heroína.
-- boba...
-- então baixinha, se cuida essa é sua casa mesmo?
-- sim.
-- então
Bárbara
Não sabia como me despedir dela, e acabei indo por impulso mesmo.
Aproximei-me rapidamente e dei um beijo em seu rosto que quase era nos lábios por que ela não esperava e se assustou com o contato.
Depois sai do carro e corri pra casa.
Eu estava tão feliz e não sabia de onde isso brotava, só sabia que a Dávila me fazia bem.
Dávila
Acabou acontecendo algo engraçado, na hora de ir embora ninguém sabia como iria se despedir então ela tomou coragem e meu deu um beijo no rosto.
E saiu correndo.
Eu fiquei rindo como boba no carro, depois segui pra casa em paz.
-- minha filha vamos jantar?
-- Mamãe estou subindo pro meu quarto e já vou deitar.
Já comi o melhor banquete do mundo.
E sorri ao lembrar isso.
Deitei e simplesmente me senti em paz.
Foi só piscar o olho
E eu me apaixonei enfim
No meio da fumaça
Ele também gostou de mim
O tempo foi passando
E o nosso amor saiu do chão
E eu fiquei tão grande
E mastiguei meu coração
Dessa vez não tive medo
Mesmo assim não disse "sim"
Percebi o percevejo
E deixei cravado em mim
Só eu sei o que é melhor pra mim
Ás vezes é mais saudável chegar ao "sim"
Chegar ao "sim"
https://www.youtube.com/watch?v=14kb1PSLlHQ
Fim do capítulo
Boa noite meninas! e ai o que estão achando desse inicio?
devo continuar a História?
:(
Beijos
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patty-321
Em: 24/12/2017
Claro que deve. Davila ta saindo da relação ruim com a perdida da Luciana. E esse encontro inusitado com a Bárbara deixou ela bem nexida. Feliz Natal autora. Vc e muito criativa. Parabéns. Continue. Bjs fraternos.
Resposta do autor:
Obrigada! Estava na duvida se a história estava agradando ou não!
Bárbara já deixou pequenas gotas de felicidade no coração tão vazio da Davila!
Agora é vê onde isso vai dá.
Feliz Natal Patty! E desde já obrigada por
Acompanhar Kairos.
Beijos
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