- O que te faz pensar que eu quero você Alexandra?- Se afastou.

- Sua língua procurando desesperadamente a minha e o seu coração batendo tão acelerado quanto o meu. - Alex mais uma vez beijou Helena, poder sentir aquela boca era maravilhoso, sentir a ruiva entregue em seus braços era único, em nenhuma outra boca, em nenhuma outra pessoa tinha encontrado tanto sentimento como havia acontecido com a ruiva.

Helena não podia negar, realmente sentia algo pela morena, mas será que esse sentimento seria o suficiente para que ela fosse adiante com a mesma, será que esse sentimento poderia ser maior do que um dia sentiu pelo Lucas?

 Foi com todas essas indagações que ela interrompeu o beijo mais uma vez.

- Para Alex. - Não estava conseguindo raciocinar direito sentindo a morena lhe distribuir beijos pelo seu rosto. - Nós precisamos conversar. - disse mais firme, agora obtendo a atenção da Alex.

 

- Sim, pode começar. - Alex se afastou um pouco, temia não conseguir controlar seu desejo por ter a ruiva em seus braços.

 

- Olha... eu não posso negar que eu sinta algo por você. - Não sabia o que dizer, não tinha certeza de nada. - Você é uma pessoa incrível, é uma mulher linda, inteligente, carinhosa e o que você tem feito por mim ... eu não sei como te agradecer, mas eu não posso me envolver com você, eu não sei bem definir o que sinto, faz muito tempo que eu não fico com ninguém e você apareceu me dedicando toda sua atenção, isso mexe com qualquer pessoa. - Estava aflita, não queria magoar a morena, mas tinha medo que se continuasse com essa ‘'relação´´ iria acabar fazendo isso com maior intensidade.

 

- Eu não quero a sua gratidão Helena, tudo o que eu faço é porque eu gosto de você, a única coisa que eu queria é que você pudesse sentir o mesmo que eu sinto quando estou ao seu lado ou até mesmo quando estou longe. - Alexandra se sentia desesperada, nunca tinha se declarado para alguém, nunca se importou em ser boa para agradar alguém, mas naquele momento sentia necessidade de ser vista pela ruiva, não no sentido físico, mas queria que a mulher a enxergasse com a alma.

 

- Eu gosto da nossa amizade, eu gosto de você, mas não posso dizer que é algo além disso. - Sentia um grande peso no corpo por dizer aquelas palavras. - Sim eu correspondi ao seu beijo, eu não nego que gosto de estar com você, mas eu quero que você entenda que não podemos deixar a carência ser confundida com algo além.

 

- Fale isso por você Helena. - Como ela podia dizer que o que estava sentindo era apenas carência. - Porque o que eu to sentindo não é carência, é Amor, eu amo você e eu não sei o que eu faço pra que você entenda isso.

 

- Como você pode me amar em tão pouco tempo, o que eu tenho para te oferecer, nem ver você eu posso. - Sabia que naquele momento estava sendo hipócrita, pois quando conheceu Lucas, não demorou mais que um minuto para se apaixonar pelo rapaz.

 

- Eu simplesmente sinto Helena, eu amo você com todas as minhas forças e a sua cegueira nunca foi e nunca será um problema pra mim, eu não preciso que você me veja, eu preciso que você me sinta, de corpo e de alma, quero que você me ame pelo o que eu sou e não pela minha aparência. - disse magoada.

 

- Me desculpe, não quero te magoar. - Sabia que tinha ferido a morena com o que havia dito, mas não estava sabendo o que fazer. - Você é importante pra mim, mas nossos sentimentos são diferentes um do outro, não posso controlar isso.

 

- Tudo bem Helena, realmente não podemos controlar nossos sentimentos. - Já escorriam lágrimas pelos seus olhos. - Me desculpe por talvez forçar algo. - Falou isso e saiu, não deixando Helena dizer mais nada.

 

Deixa ela ir, é o melhor pra ela, a Alexandra merece ser feliz ao lado de alguém que a ame de verdade. Por um momento Helena sentiu um aperto no peito, não conseguia se entregar a morena, mas será que aguentaria saber que ela não mais a amaria um dia e iria dedicar todo aquele sentimento a outra pessoa?

 

Alexandra seguiu direto para o quarto, entrou no chuveiro de roupa mesmo e chorou, nunca tinha sentido uma dor tão grande assim como estava sentindo em seu peito, sentia a dor por não ser correspondida, sempre foi o contrario, era amada e não amava, mas parece que a vida resolveu brincar com ela. E que brincadeira de mau gosto, não sabia que poderia doer tanto amar assim.

 

A morena depois do banho foi para a cozinha se alimentar, lá encontrou apenas sua mãe que lhe conhecia melhor do que ninguém.

- Você estava chorando meu amor?

- Ta tudo bem mamãe.- sorriu triste.

-  Você esta assim pela menina Antônia? - Queria poder contar para sua mãe que estava a chorar por outra pessoa, alguém que ela conhecia muito bem. - Não fique assim querida, ela vai ficar bem, você ta fazendo um bom trabalho.

- Eu sei mamãe, crianças mexem comigo. - Não estava de tudo mentindo, seu ponto fraco na profissão eram os pequenos anjos, mas sabia que era necessário ser forte para ajudar eles.

 

Beatriz sentia que não era só por isso que a filha havia chorado, o olhar dela deixava transparecer uma dor mais intensa, ficou  observando aquela mulher linda que sua menina tinha se tornado, não queria que ela sofresse, se pudesse tomaria sua dor, mas sabia também que de alguma maneira era necessário para que ela pudesse crescer.

- O que foi mãe? - Alex perguntou rindo sem jeito por sua mãe estar a olhando.

- Estou olhando o quanto você é linda, se tornou uma mulher incrível, de fazer muitos caírem de amores por ti.

- Queria apenas que uma pessoa me amasse. - Tinha o olhar distante, queria chorar novamente, mas se segurou, pois poderia assustar sua mãe com seu choro desesperado.

 

Essas palavras foram à certeza que Beatriz precisava para saber que tinha algo errado com a sua filha, Alexandra sempre foi uma menina simples, ao mesmo tempo divertida e tímida, dos filhos era a que menos demonstrava seus sentimentos, até mesmo Fernando demonstrava mais suas fraquezas do que a Alex. Quando ela foi traída por Henrique, pensou que sua filha sofreria muito por isso, não podia negar que a mulher havia sentido com a traição, mas era mais por orgulho ferido, sabia que a filha não amava o rapaz.

 

 - Mãe a senhora já se apaixonou por alguém e não foi correspondida?- Se arrependeu de perguntar aquilo pra mãe. A mulher mais velha achou engraçada aquela pergunta, não imaginava Alex fazendo uma indagação do tipo, mas sabia que ela precisava da resposta.

 

- Quem nunca passou por isso meu anjo?! - Beatriz parou e se lembrou do seu passado, se pudéssemos saber o que ainda nos espera, talvez não sofrêssemos antecipadamente. - Quando eu tinha mais ou menos uns 17, 18 anos eu conheci um rapaz, Romeu era o nome dele ...nos conhecemos no colegial, mas apenas eu olhava pra ele, porque ele nem sabia da minha existência, era um rapaz popular como vocês dizem hoje, todas as meninas eram encantadas por ele, até um dia que eu vi ele beijando outra menina. - sorriu lembrando-se da sua ingenuidade. - Aquilo foi como se tivessem arrancado meu coração, como eu chorei, mas...

 

Segurava a mão de Alexandra, queria que sua filha se abrisse com ela, queria poder ajudar sua menina, nem sempre conseguimos lidar com o amor sozinhos.

 

- Mas... - Alexandra parecia interessada.

 

- Mas depois de ver aquilo eu vi que não iria adiantar eu ficar chorando e sofrendo, ele não me pertencia e eu não precisava dele para ser feliz, depois de um tempo apareceu seu pai e então eu entendi o porquê de não ter dado certo com ninguém antes.

 

- Você acha que quando as coisas não dão certo é porque não é pra ser?- Alexandra parecia uma criança curiosa.

 

-  Nada na vida é fácil Alex, eu e seu pai sempre nos amamos, mas nem sempre é só flores, existem espinhos pelo caminho meu anjo, as vezes precisamos de tempo para entender certas coisas, as vezes não estamos preparados para algo tão grande naquele momento, mas depois de um tempo quem sabe possamos retomar de onde paramos?!

 

- Obrigada mãe. -  Sua mãe tinha razão. - Agora eu preciso ir, tem uma bonequinha me esperando.

 

- Não tem de que me agradecer meu bem, sempre estarei aqui pra você. - Abraçou a filha. -Que deus te acompanhe, qualquer coisa liga viu, não me deixa sem notícia de novo.

- Tudo bem mãe. - sorriu com a cara de brava da mãe. - Amanhã estou aqui antes do almoço.

 

Alexandra seguiu para o posto de saúde, o ambiente estava tranquilo, estavam apenas ela Antonia e uma enfermeira.

- E então garotinha esta na hora de dormir. - Fazia carinho no rosto da criança.

- Eu to sem sono tia. - Mesmo debilitada era possível ver a carinha de sapeca da menina.

- Nós temos que achar esse sono, porque você precisa descansar, não quer voltar pra casa?

- Quero sim tia. - Os olhos da criança brilharam.

- O que você faz quando ta sem sono em casa? - Não sabia o que fazer para a menina descansar.

- Minha avó conta histórias pra mim, você sabe contar histórias tia?

- É... eu posso tentar, deixa eu pensar em uma. - Alex não tinha a mínima ideia de qual história contar, mas resolveu improvisar. Conseguiu construir uma, duas, três e a cada história a garota parecia mais ansiosa para outra.

- Tia você é boa nas histórias. - Disse sorridente.

- Muito obrigada meu anjo, mas e o sono?- Levantou uma sobrancelha. - Você não ta com sono ainda?

- Um pouquinho tia, conta mais uma que eu acho que depois dela meu sono vai vim. - Disse olhando para Alexandra. A morena não conseguiu evitar a risada, então se emprenhou em mais uma história, rezando para que essa fizesse a menina enfim dormir.

E deu certo, antes mesmo de acabar a contar a história à garotinha já dormia. Alexandra então se sentou em um pequeno sofá próximo a cama, ficou velando o sono da menina, temia que a mesma tivesse febre, ou uma recaída.

 

Alexandra ficou a madrugada pensando no que Helena tinha dito e no que sua mãe também havia conversado com ela, não sabia o que fazer, amava a ruiva, mas tinha consciência que a mesma não sentia o mesmo e isso a machucava, não tinha muito que fazer, quem sabe voltar para a capital seria o melhor. Se afastar da mulher poderia lhe ajudar a esquecer ela.

 

A Antonia estava indo muito bem em sua recuperação, depois de passar dois dias no posto de saúde Alexandra estava pensando em deixar que a menina terminasse de se cuidar em casa ao lado da família. Todas as noites passou ao lado da menina e sempre contando histórias para a pequena dormir, a cada dia mais se apegava com aquele pequeno anjo.

 

- Tia eu vou sentir falta das suas histórias. - Disse fazendo uma carinha triste.

- E de mim?- tentou fazer graça-  Não vai ficar com saudade de mim?

- Vou sentir muita Tia Alex, a senhora bem que podia ir lá me ver.- A menina não aguentou e deixou uma pequena lágrima cair, ela também havia se apegado a presença da morena.

- Ohhh meu amor, não chora ou a tia não aguenta. - Falou pegando a menina em seu colo, também estava emocionada. - Eu prometo que sempre que eu puder eu irei ver você meu bem.

- Promete mesmo? - Estava no colo da morena, a olhava nos olhos.

- Prometo.

Logo o senhor Pedro apareceu, ficou muito feliz com a notícia que poderia levar sua neta para casa, estava preocupado com a pequena.

- Mas que benção dona Alexandra, muito obrigado viu, nunca me esquecerei do que a senhora fez por minha menina.

- Não precisa me agradecer, foi um prazer cuidar dessa pequena aqui, apesar de tudo eu e ela nos divertimos muito aqui, não foi meu bem?

- Sim tia. - já pulava no colo da Alexandra, a qual não negou o contato. - A tia contou histórias todo dia pra mim vovô.

- Vejo que vocês realmente se deram bem. - Dizia o mais velho ao ver a neta no colo da morena.

 

A morena fez questão de levar o avô e a neta para a casa deles, logo depois seguiu para fazenda, estava exausta. Chegando na porta da sala podia ouvir o som do piano, olhou no relógio e sabia que era Helena quem estava tocando, pois estava no horário da aula dela com sua mãe.

 

- Boa tarde minha filha. - Disse Beatriz assim que viu a filha entrar.

 

- Boa tarde mamãe- abraçou a mãe e lhe deu um beijo no topo da cabeça. - Boa tarde Helena.

 

- Boa tarde Alex. - A ruiva não sabia explicar, mas só de ouvir a voz da morena seu coração acelerou.

 

- Mamãe eu vou subir, estou morta de cansaço, a noite foi longa, tive que contar umas 10 histórias para que a Antonia conseguisse pegar no sono. Nesse momento nem Beatriz e nem Helena conseguiram evitar as risadas.

- Você esta se saindo bem filha, logo poderá ter os seus filhos também, vai ser uma ótima mãe. - Falou orgulhosa.

- Daqui um tempo eu penso nisso mamãe. - Falou sem jeito. - Agora me vou, boa aula pra vocês. - Subiu para o quarto, não estava aguentando ficar na presença de Helena, não conseguia lidar com a vontade de abraçar a ruiva, de poder beija lá.

 

Beatriz percebeu que depois da presença da filha a Helena parecia desinquieta, como se tivesse a espera da morena novamente.

 

Helena realmente não estava aguentando aquela situação, todos aqueles dias a morena se mantivera afastada e no começo a ruiva pensou que não iria se sentir tão mal por isso, mas hoje estava vendo o quanto sentia falta daquela mulher, dos abraços, das conversar, da simples sensação de saber que ela estava ao seu lado quando estavam no meio do nada em silencio.

 

Estava pensando em tudo o que havia acontecido nas ultimas semanas e em como tinha se apegado aquela mulher, mas foi quando sentiu uma forte dor na sua cabeça, de repente não conseguiu se manter mais sentada no banco, indo para o chão ficando encolhida de  dor.

 

- Ahhh minha cabeça vai explodir.-  Falava chorando de dor.

- Helena, meu deus o que esta sentindo?- Beatriz já se agachava para segurar a mulher que parecia estar em choque. - ALEXANDRAAAA, FILHA ME AJUDA.

 

 Alexandra estava na cama, tinha acabado de tomar banho, tentava não pensar na ruiva, mas parecia que alguém gritava seu nome, pensou estar enganada, mas logo gritaram de novo, era sua mãe.

 

Correu até as escadas descendo rapidamente para ver o que tinha acontecido, foi quando viu a sua mãe com Helena no chão, naquele momento Alexandra sentiu uma forte dor no peito.

 

- O que aconteceu mãe? - Já se agachava para ver o que tinha acontecido.

 

- Ela colocou a mão na cabeça e quando eu vi já tinha ido para o chão, ela diz que a cabeça dói. - Beatriz estava desesperada.- O que esta acontecendo filha?

 

- Calma mãe, deixa eu examinar ela. - Afastou um pouco sua mãe para que agora pudesse assumir o lugar dela, olhava para a expressão de dor que tinha Helena. _ Helena, o que você ta sentindo meu amor?- Estava preocupada, o que poderia ter causado aquela dor na ruiva.

 

- Minha cabeça ta doendo muito Alex- Chorava baixinho.

 

- Só a cabeça?- Helena pegou Helena pela nuca e a fez sentar, circulando as costas da ruiva com seus braços.

 

- Sim, tira essa dor. - Helena mesmo com toda a dor se sentiu um pouco melhor com o pequeno abraço da morena, sentia falta de ter ela por perto.

 

- Tudo bem meu amor, eu vou te passar um remédio e depois nos vamos para o hospital e faremos alguns exames ta bom?

 

- Eu não quero ir para o hospital agora, por favor. - Pediu olhando Alexandra nos olhos.

 

- Eu não posso deixar você sentir essa dor e não saber o que é.

 

- Já ta passando um pouco, só deixa eu ficar um tempo assim. - A ruiva se encolheu nos braços da morena, como se dentro daquele abraço encontrasse sua paz.

 

Beatriz que até o momento só olhava a cena compreendeu o que estava se passando com a filha, era ali que estava o amor da morena, é ali que se encontrava a culpada pelo brilho dos olhos da filha, não soube dizer se a ruiva também sentia o mesmo, mas sabia que não era tão indiferente como queria aparentar ser.

 

Alexandra abraçou mais forte Helena, sentia o perfume dos cabelos da ruiva, sentia como ela parecia mais calma agora. Com a mulher nos seus braços agora notava que a saudade que nos últimos dias sentia era muito maior do que pensava, aquele sentimento era sua perdição.

 

- Passou um pouco a dor?

 

- Sim, ta melhorando. - Apertava Alexandra contra seu corpo, não queria que ela lhe soltasse.

 

- Vamos para o meu quarto, lá esta minha maleta médica. - Ajudou a ruiva a se levantar, segurava sua cintura de maneira firma, temia que ela caísse. - Mamãe eu vou levar ela para o meu quarto, traga um copo de água, por favor, eu darei um remédio para aliviar essa dor dela, depois iremos para cidade.

 

- Tudo bem minha filha. - Beatriz olhava o cuidado que sua filha tinha com aquela mulher, temia que sua filha sofresse, pois agora sabendo de quem ela gostava, sabia também dos traumas da outra.

 

Alexandra e Helena seguiram para o quarto juntas, a morena com muito cuidado fez a ruiva se deitar na cama.

 

- Vou pegar minha maleta. - Foi até seu guarda roupa, achando o que estava procurando. - Você já tinha sentido essa dor antes?

 

- Sim, não tão forte, as vezes minha cabeça dói.

 

- E o que o médico disse sobre isso ou você não falou isso com  alguém?

 

- Eu fui ao médico da cidade, ele disse que a região onde dói é responsável pela visão, talvez algum tipo de esforço, não sei. - Colocou a mão na região que antes tinha sentido muita dor.

 

- Você fez algum exame? - Olhava para a ruiva preocupada.

 

- Não.

 

- Olha Helena eu não sou sua médica, não acompanhei o seu caso desde o início, mas eu entendo que como sua cegueira seja algo psicológico seu cérebro deve estar fazendo algum esforço relacionado a sua visão, o que pode causar dores. - Segurou a mão da ruiva, sabia que aquele assunto era complicado, mas precisava entrar nele. - Eu gostaria que você fizesse alguns exames para eu avaliar, mas pra isso você teria que ir para a capital comigo, porque aqui perto não tem os equipamentos necessários pra isso.

 

- Não Helena, eu não posso ir para a capital, meus pais trabalham aqui e eu estou melhorando, os remédios vão tirar as minhas dores.

 

- Até quando os remédios vão fazer efeito?- tentava manter a calma. - Helena você pode voltar a ver, basta você começar um tratamento, não fuja da realidade.

 

- Você não entende Alexandra, eu realmente não sei se eu quero voltar a enxergar, as últimas cenas que eu vi antes de perder a visão foi a pessoa que eu mais amava morta, eu não sei se consigo lidar com a realidade da vida novamente.- Ela sabia que podia voltar a ver, mas tinha medo, era como se ela abrisse os olhos e voltasse a viver aquele acidente de novo.

 

- Eu realmente não sei o que é perder alguém que se ama muito, mas eu entendo que você não morreu e precisa seguir em frente, entendo que você não pode simplesmente fugir da sua realidade, até quando você vai ficar aqui nessa fazenda isolada do mundo?

 

- Até quando eu quiser Alexandra, a vida é minha e eu não preciso dos seus conselhos. - Odiava quando alguém tocava naquele assunto.

 

- Ótimo então, espero que fique feliz sozinha, porque é isso que vai acontecer.

 

- Eu estou sozinha a muito tempo.

 

- Porque quer, eu estou aqui disposta a estar ao seu lado, mas você prefere estar só. - estava com raiva pelo pensamento da ruiva.

 

- Até quando você estaria disposta a estar aqui, até suas férias acabarem ou até você se cansar de ficar aqui no meio do nada vivendo uma vida chata ao meu lado?

 

- Pelo amor de deus Helena, quanta besteira, se você me desse uma chance eu tornaria sua realidade outra, assim como eu me adaptaria a sua vida, não precisamos morrer nessa fazenda, eu iria para qualquer lugar que você quisesse, eu iria até pra lua se você me pedisse, tudo para ficar ao seu lado, ter a sua companhia. - Beatriz já estava a um tempo ouvindo aquela conversa, tinha ido levar a água que Alexandra tinha pedido e parou na porta quando ouviu as vozes exaltadas.

 

Sabia do medo de ambas as mulheres, mas não podia negar que a filha estava disposta a jogar tudo para o ar para ficar com a ruiva e tinha medo que toda essa coragem e intensidade não fosse recíproca. Helena havia sofrido muito com a perda do noivo e por esse motivo tinha medo de amar novamente e acabar sofrendo, o que ela passou foi muito difícil. Não deve ser fácil acordar um dia e saber que perdeu seu grande amor e também a capacidade de enxergar.

 

Beatriz então decidiu voltar para a sala, não era certo ouvir a conversa alheia, sabia que sua filha não iria gostar que ela estivesse ouvindo aquela conversa escondida, preferiu deixar que ela lhe contasse.

 

- Não faz isso Alex, não perca seu tempo comigo, não alimente isso que você sente. - Sentia vontade de chorar, não queria que a morena sofresse por sua causa.

 

- Me diz, me ajuda então a tirar esse sentimento de dentro de mim, como eu faço pra esquecer um amor?- Alexandra estava emocionada, estava mostrando suas fraquezas como nunca tinha feito antes, não tinha vergonha disso, apenas tinha medo que tudo fosse em vão.

 

- Eu não sei como faz isso.- Helena estava perdida, não sabia o que fazer, algo dentro de si havia mudado, ela sentia alguma coisa pela morena, mas tinha medo que fosse passageiro, tinha medo de acabar alimentando as esperanças da Alex e no final descobrir que tudo não passou de momento.

 

- Me desculpa por isso. - passou a mão pelos cabelos em sinal de desespero. - O que eu to fazendo, eu estou enlouquecendo, acho melhor eu voltar pra capital, vai ser melhor para as duas.

 

- Mas e seus pais, o que vai dizer pra eles, você vai embora assim, sem mais nem menos?- Se sentiu angustiada com a possível partida da morena.

 

- Não é assim sem mais nem menos, eu não posso ficar aqui sabendo que você ta tão perto de mim e eu não posso ficar ao seu lado e meus pais vão entender se eu disser que preciso resolver algumas coisas na capital.

 

- Você não precisa ficar longe de mim, somos amigas a cima de tudo Alex, não precisa fugir assim.

 

- Eu sei disso, mas eu preciso te ver apenas como minha amiga mais uma vez e pra isso eu preciso de tempo.

 

Depois as duas ficaram em silêncio, Beatriz logo apareceu, dizendo que tinha se esquecido de levar a água, por isso a demora.

 

Helena não quis ir para a cidade fazer alguns exames possíveis no posto de saúde e Alexandra decidiu não insistir. Nada era como antes, Alexandra estava pensando na semana seguinte em voltar para a capital, não tinha muito o que fazer na fazenda, sua alegria era quando estava com a ruiva, não podia esquecer dos seus pais, estava sendo bom passar esse tempo com eles, mas gostaria que a Helena estivesse presente também.

 

- Filha amanha vai ter uma festa na cidade, o pessoal resolveu fazer uma quadrilha fora de época acredita?

 

- Que bom mamãe, vocês vão?

 

- Sim, estava pensando em te chamar, você tem ficado sem fazer nada aqui filha. - Estava preocupada com Alexandra, sua filha estava triste e sabia o motivo.

 

- Prefiro ficar mãe.

 

- A não filha, não vou deixar você aqui sozinha.

 

- Eu prefiro mãe, quero organizar algumas coisas, estou pensando em voltar para a capital segunda feira.

 

- Mas já meu bem, pensei que iria ficar todas as férias aqui.

 

- Lembrei que preciso resolver algumas coisas na capital, então preciso voltar.

 

- Tudo bem meu anjo, mudando de ideia sobre amanha me avisa.

 

Todos na fazenda resolveram ir para a festa, ficando apenas Alexandra na sede, não estava em clima para comemorações. Mas o que muitos não esperavam era o temporal que estava armando cair.

 

A morena estava lendo um livro e ouvindo a chuva cair violentamente lá fora, encontrava se  distraída quando ouviu latidos de um cachorro, foi até a janela e viu o barracão onde eram guardado os fenos com a luz acessa, por conta da chuva a visibilidade estava ruim, mas reconheceu o cachorro, era o Astro. Achou estranho, o que ele estaria fazendo ali àquela hora, Helena deveria ter ido para a festa, mas porque não tinha levado o animal ou deixado ele dentro de casa.

 

Alexandra se sentiu incomodada com aquilo, resolveu ir até. Procurou por uma capa de chuva, mas não encontrou, a única coisa que tinha ali era um pequeno guarda chuva, decidiu que seria ele mesmo sua ´´proteção´´.

 

No meio do caminho com o vento forte o pano do guarda chuva voou, ficando apenas os galhos de metal. Alexandra xingou até sua décima geração, então correu até o barracão, chegou lá toda molhada.

 

- Alex o que você ta fazendo aqui?

 

- Eu que te pergunto o que você ta fazendo aqui a essa hora Helena, aconteceu alguma coisa?

 

- Com o vento a porta se abriu e estava fazendo um barulho muito alto, eu vim tentar fechar ela, mas não consegui ver como se fechava e a chuva logo caiu me prendendo aqui.

 

- Entendi, eu fiquei preocupada quando vi o Astro, peguei um guarda chuva o qual me deixou no caminho e vim pra cá ver o que estava acontecendo.

 

- Nossa você deve estar toda molhada. - Foi se aproximando de onde ouvia a voz da morena. Alexandra a segurou pela mão, fazendo a ruiva saber onde ela estava. - Você vai acabar gripando Alex, tira essa roupa, não tem ninguém aqui e eu não acho que essa chuva vá parar tão cedo.

 

- Porque não foi a festa? - Começou a tirar a roupa como a ruiva havia dito, realmente poderia pegar uma gripe se ficasse toda molhada.

 

- Não estava muito animada e você?

 

- Também não e aproveitei pra arrumar algumas coisas na mala, se eu deixar pra ultima hora eu esqueço tudo.

 

- Você vai embora quando?

 

- Segunda.- Falou avaliando a expressão da ruiva.

 

- Eu não queria que as coisas fossem assim, vou sentir sua falta. - Estava triste com a partida da morena, na verdade estava para pedir que ela não fosse, não entendia o desespero do seu coração, não entendia aquela angustia que estava sentindo.

 

- Vai ser melhor pra nós duas.

- Posso te pedir uma coisa antes de você ir?

- Claro o que você quiser. - Estranhou aquela pergunta da ruiva.

- Eu quero... eu quero um beijo seu. - Não estava acreditando no que tinha acabado de pedir, mas precisava sentir o beijo da sua morena mais uma vez.

-Você quer o que? - Alexandra achou que estava delirando ao ouvir aquilo.

- Quero sentir seu beijo de novo, me desculpa eu sei que você deve me achar uma louca mas...- Não acabou de falar e achou maravilhoso a língua da morena lhe interrompendo  de terminar de concluir sua fala.

Alexandra não podia acreditar naquilo, ela queria um beijo seu, não pensou duas vezes em realizar a vontade dela.

Helena sentiu a cede que a morena estava de si, quando a ruiva passou a mão pelo corpo da outra mulher, percebeu que ela havia tirado a roupa, estava apenas de peças íntimas e aquele contato de peles pareceu acender seu corpo.

 

O beijo parecia não ter fim, era gostoso o toque dos lábios, era excitante as línguas se procurando, os corpos estavam quentes, os toques pelos corpos estavam mais exigentes e Alex pareceu se dar conta que se não parece naquele momento não teria mais volta.

- Helena eu preciso parar ou não irei controlar, eu quero você e ...

- Não se controle, vamos nos permitir hoje. -  A ruiva mordia os lábios da morena, adorava o gosto que ela tinha, mesmo negando para si mesma, queria aquela mulher. Sentia o perfume dela, cada beijo que ela lhe dava despertava seu corpo, era como se sua alma tivesse acordado.

- Helena depois não vai ter volta, eu não quero que você se arrependa. - Estava abraçada ao corpo da ruiva, sentia ela arranhar suas costas, ir passando as unhas até chegar na sua nuca.

- Eu não vou me arrepender. - Beijou o cantinho da orelha da morena e falou só para ela ouvir. - Me ame hoje, me mostre todo o seu amor, me faça sua.

Não precisou dizer mais nada, Alexandra a beijou com toda paixão que sentia, as línguas se encostando, os corpos se fundindo, escorregou a boca para o pescoço de Helena, a ruiva gemia baixinho, enquanto suas mãos passaram a acariciar o corpo da morena com maior intensidade, colocou a sua mão no seio por cima do sutiã da Alexandra, não imaginava que sentiria tanto tesão em apenas sem tocar aquela parte do corpo.

 

Helena estava de vestido, o que facilitou que a Alex o tirasse, o corpo da ruiva era lindo, nunca tinha sentindo nada vendo outras mulheres apenas de lingerie, mas ao olhar para aquela mulher com roupas intimas vermelha quase caiu de costas no chão.

- Você é linda. - Deu um selinho na ruiva.

- Eu queria te ver.

- Me veja com suas mãos meu amor. - Pegou as duas mãos da ruiva e fez com que ela viajasse pelo seu corpo, era maravilhoso sentir cada toque, cada vez que a mulher a apertava.

- Eu não sei o que fazer. - Sorriu sem graça.

-Faça aquilo que tem vontade. - A morena também estava nervosa, nunca tinha ficado com uma mulher antes, a única coisa que sabia era que precisava fazer amor com aquela mulher.

A morena forrou os fenos com alguns panos que estavam por ali, fez com que a ruiva deitasse sobre eles e depois deitou em cima de Helena. Passou a distribuir beijos pelo corpo da mesma, a cada beijo a respiração da Helena  ficava mais irregular, mordeu o colo da ruiva, bem perto do seio direito, fazendo a mulher puxar levemente seus cabelos. Viu que o sutiã abria na frente, passou a mão devagar como se pedisse permissão e sua resposta veio quando a ruiva lhe puxou para um beijo possessivo. 

 

A morena abandonou a boca da ruiva mais uma vez e se encaminhou para os seios que agora estavam livres do sutiã, nunca tinha feito aquilo, mas sentia vontade de toca lós com a boca e foi o que fez, começou beijando o direito, depois passou a sugar, fazendo a mulher em baixo contorcer de prazer.  Helena sentiu quando a mão da Alex se encaminhava para seu sex*, no primeiro momento ela apenas lhe tocou por cima da calcinha, depois ela afastou a peça e passou a massagear aquela região com movimentos circulares.

 

Helena estava fora de si, não lembrava de sentir tanto prazer com tão pouco. Alexandra parou o que estava fazendo, percebeu o rosto de indagação da ruiva, mas precisava se livrar das roupas que ainda as atrapalhavam , tirou o que restava do seu corpo e depois com delicadeza tirou a calcinha da ruiva.

- Não precisa ter vergonha, você é linda meu amor. - Sentiu que a ruiva parecia constrangida.

Voltou a sua posição inicial, se deitou em cima da ruiva e quando os corpos agora nus se encontraram as sua gem*ram alto, Alexandra beijou a Helena com paixão. A ruiva abriu as pernas para que a outra pudesse se encaixar melhor, involuntariamente a morena passou a se movimentar em cima da mulher, Helena envolveu a cintura da Alexandra com as pernas, estavam enlouquecidas de tesão, se movimentavam cada vez mais rápido. Helena apertava os seios da Alexandra, na intenção de aliviar um pouco a excitação

 

 - Isso ... ainn morena que delícia, mais forte... assim - Helena já não tinha mais controle, arranhou com força as costas da morena, a qual não se importou, estava adorando sua ruiva entregue.

 

-  Eu sou louca por você ruiva ....- Olhou Helena nos olhos, queria que eles pudessem lhe ver agora.

 

Não demorou muito para que ambas atingissem um orgasmo intenso. O que podia ser ouvido era apenas a chuva la fora e as respirações alteradas. Alex beijou com carinho a ruiva, o beijo era carinhoso, intenso, fazendo a morena se reacender novamente.

Tinha sido maravilhoso, mas Alexandra ainda queria mais.

Ela passou a descer o corpo da Helena, distribuindo beijos por onde passava, chegou até no meio das pernas da ruiva e abriu um pouco mais, primeiro mordeu fracamente a virilha da mulher, a fazendo inclinar o corpo, sentiu o cheiro que aquele lugar exalava, não resistiu e passou a língua em sua entrada. Que mulher era aquela, seu cheiro, seu gosto,  não existiu nada igual.

 

Ch*pou o clit*ris, primeiro a penetrou com um dedo.

- Coloca mais um morena, enfia forte...

- Você quer assim?! - enfiou o segundo dedo até o fim.

- Isso... me ch*pa ...

As estocadas aumentavam, Alexandra não deixava de ch*pa-la e penetra-la ao mesmo tempo. Logo sentiu os tremores pelo corpo da ruiva, mas não parou, até sentir a mulher gritar e inclinar o corpo totalmente. Sugou até a última gota do mel oferecido e depois voltou a subir o corpo da sua ruiva.

 

Helena nunca tinha sentido tanto prazer na sua vida como naquele momento, ninguém havia lhe dado tanto carinho e tanto prazer de uma vez só, nem seu noivo havia despertado seu corpo com tamanha perícia.

- Você ta bem? - As duas estavam nuas sobre o feno, Alexandra tinha trazido Helena para deitar em seu peito.

- Sim e você? - Estava um pouco assustada com a intensidade de como tudo tinha acontecido.

- Também. - Fazia carinho nos cabelos da ruiva. Não estava acreditando que aquilo havia realmente acontecido.- Eu não sei o que fazer agora. - Sorriu sem jeito.

- Fica bem agarradinha comigo aqui. - A ruiva estava se permitindo sentir tudo aquilo.

 

- Com todo prazer meu amor. - Ambas se beijaram, reacendendo toda a vontade de se amarem novamente. 

Fim do capítulo