Medo de amar por Lari28
Segundo encontro
Capítulo 3
- E quem é você?- perguntou a morena confusa.
- Sou filha dele, Helena- disse por fim.
Ao ouvir esse nome a voz de Alex sumiu. Será que é a mesma Helena de 3 anos atrás, se perguntou Alex. Não pode ser, eu só posso estar pirando, mas a voz é tão parecida ... Alex não é porque a mulher se chama Helena que é a mesma ruiva que você viu, quantas mulheres com esse nome existe, para de bobagem.
- Moça você me ouviu- Helena interrompeu os delírios de Alex.
- si..sim eu ...eu to ouvindo, me desculpe - Ela não sabia o que falar- Eu pensei que tinha ligado para meu padrinho o nome dele é Geraldo- foi nesse momento que Alex olhou para agenda e viu que o nome de seu padrinho estava na outra folha escrito ´´ Geraldo compadre ´´ e o nome que tinha ligado estava ´´Geraldo caseiro da fazenda ´´, mas estava tão distraída que nem se atentou a essa troca de adjetivos, foi logo discando para o primeiro Geraldo que viu.- Nossa eu sou uma completa tonta, eu realmente liguei enganada, queria ligar para outro Geraldo- riu sem graça.
- Tudo bem então, vou desligar, tchau.- Helena teve a impressão que não era a primeira vez que tinha ouvido aquela voz e também algo parecido com aquela frase, 3 anos atrás tinha sido atropelada por uma morena e a voz da mulher do outro lado da linha se parecia com a dela e também o adjetivo que ela se alto intitulava. ‘'Me desculpe, eu fui uma tonta '' . Depois daquela vez ela nunca mais havia visto a mulher, pois logo em seguida tinha perdido a visão, mas a morena às vezes podia ser vista em seus sonhos, só não sabia o porquê, talvez o susto tenha sido tão grande que acabou marcando o rosto da ´´ tonta ´´, acabou rindo desse pensamento.
Depois que Alexandra desligou o telefone ficou com uma sensação estranha de saudade, desde que tinha visto a ruiva pela primeira vez nunca mais havia esquecido aquele olhar, aquele perfume. Nunca tinha se interessado por uma mulher, não tinha nada contra, mas realmente não havia se encantado por nenhuma, até conhecer Helena, ela realmente havia mexido com Alex, como ninguém um dia tinha feito, nem mesmo Henrique seu ex noivo, o qual depois de um tempo parou de lhe incomodar com ligações e recados, fez Alexandra suspirar como a moça fez.
Na fazenda
- Oi Helena, sua mãe me disse que você quer ir a cidade - disse Bruno sorridente. Era sempre assim, via a ruiva e ficava todo bobo.
- Sim Bruno, eu tenho tido algumas dores de cabeça, gostaria de ir ao médico, pois tem me incomodado um pouco.
- Nossa, mas há quanto tempo você está sentindo isso, vamos para o hospital agora- Bruno estava preocupado.
- Calma Bruno eu to bem, é uma dor boba, mas as vezes ela fica forte, só um remédio ira me fazer ficar melhor- Disse Helena calma- eu só queria te pedir um favor, não conte aos meus pais, não quero eles preocupados.
- Tudo bem, eu não falarei nada, me espere aqui que vou pegar a caminhonete pra gente ir agora mesmo- Bruno falou já se encaminhando para pegar o veículo. Não passou muito tempo e ele chegou, logo se prontificou a ajudar Helena a subir na caminhonete, nesses momentos Bruno se sentia bem, por poder estar mais próximo a mulher, não via problemas em ela não enxergar, as vezes se censurava, pois achava até melhor ela não ver, porque de alguma maneira isso proporcionou uma aproximação entre eles.
Chegando à cidadezinha próxima da fazenda Bruno parou em frente ao posto de saúde. Novamente ajudou Helena a sair do veículo e entrar no posto.
- Você quer que eu chame quem Helena?- perguntou ele atencioso.
- Queria conversar com a Júlia.
- Senta aqui que eu vou mandar chama la- ele ajudou ela a sentar no local indicado.
Helena agradecia por ter seus pais e pessoas como o Bruno para ajuda lá, mas isso a deixava chateada, não gostava dessa dependência toda, na verdade preferia ter ido com Lucas, esse ultimo pensamento fez seu coração doer. Aí meu amor como sinto sua falta, é tão difícil seguir sem você.
- Sonhando acordada Heleninha- Perguntou Júlia descontraída.
- Oi Júlia, tudo bem?- Helena indagou.
- Sim minha querida, a que devo a honra da visita, saudades bateu?- Júlia era sempre divertida, educada e carinhosa com os pacientes, principalmente com Helena, haviam se tornados amigas além da relação de paciente e profissional, acompanhou de perto o sofrimento de Helena nos primeiros anos após o acidente, sabia que ela ainda sofria muito, mas já havia de alguma maneira aprendido a conviver com a dor, ou pelos menos disfarçar suas angústias. Ela sempre incentivou a ruiva a fazer um tratamento para que pudesse superar ou tentar enfrentar o trauma que sofreu assim suas chances de fazer Heleninha voltar a enxergar eram grandes, já que era uma cegueira psicológica.
- Também haha... Mas eu queria me consultar, estou sentindo algumas dores.
- Dores, mas em que local, faz muito tempo?- perguntou preocupada.
- Nessa região aqui - apontou para região um pouco acima da nuca.
- essa região que você está me apontando é a região responsável pela visão, você tem sentido algo além das dores? - perguntou na esperança de que talvez a amiga tenha visto alguma coisa.
- Não só dores nessa região- Helena já sabia a intenção daquela pergunta.
- Olha Helena eu não posso te examinar completamente, porque não sou médica, minha área é outra, mas eu entendo que talvez isso seja alguma reação do seu cérebro, algum estimulo eu não sei, eu gostaria tanto que você continuasse com o tratamento meu bem, você pode voltar a enxergar Helena é só v..- antes que ela terminasse de falar a ruiva interrompeu.
- Talvez eu não queira voltar a ver o mundo, as cores, sem o Lucas comigo eu não vejo sentido- abaixou a cabeça e se sentiu amargurada com as lembranças.
- Meu anjo já conversamos sobre isso, o Lucas sempre vai estar na sua memória - disse pegando nas mãos da amiga- mas infelizmente só estará na memória, ele não esta mais entre nós e você deve seguir em frente, eu vejo o quanto toda essa dependência de ajuda dos outros te incomoda, você tem a sorte de poder ter sua visão, mesmo com um certo esforço isso é capaz, deveria aproveitar essa chance.
- Eu não quero falar sobre isso, queria apenas um remédio para essa dor passar.- Ela não queria mais falar sobre Lucas e suas angústias, as pessoas não entendiam o quanto ainda doía e que o Lucas não estava apenas na sua memória, ele estava na sua essência, na sua capacidade de ser feliz.
- Eu não posso te passar nenhum remédio, mas espere um pouco que o doutor Alberto talvez possa te passar alguma coisa- disse Júlia desistindo de argumentar com Helena.- Mas mudando um pouco de assunto, os compradores da fazenda onde seus pais trabalham até hoje não deram as caras por lá?- perguntou interessada.
- Não, até hoje não foram, mas meu pai disse que talvez o casal irá vir na próxima semana.- disse ela satisfeita por sua amiga mudar de assunto.
- Nossa to super curiosa pra conhecer quem são. - disse batendo palmas.
- Porque esse interesse Júlia ?- indagou rindo.
- Ahh amiga vai que eles tenham algum filho solteiro, eu adoraria conhecer alguém interessante, inteligente... enfim queria gente nova, não me dou bem com os homens dessa cidade- colocou a mão direita no queixo- mesmo eu tendo ficado com metade da cidade, eu não achei meu príncipe.
Helena não aguentou e gargalhou do pensamento de Júlia, sua amiga era uma ótima pessoa, quando a conheceu já tinha perdido a visão, mas pela maneira que ela se descreveu, ela tinha 1,65 m de altura, cabelo preto repicado, olhos castanho escuro, se autodenominava uma gata. A ruiva não entendia o porquê de uma mulher tão desapegada e livre como aquela se prender a consultórios em cidadezinhas pequenas como aquela. Júlia queria viajar, conhecer vários lugares, várias culturas, ela realmente não fazia o perfil de muitos homens daquela cidade, os rapazes queriam formar suas famílias e viver sossegadamente, eram caseiros, ao contrario da amiga, essa sempre que tinha uma festa em outra cidade, pegava seu carro e ia sozinha ou acompanhada, era completamente apaixonada pela arte de viver.
- Não sei o porquê de você não estar em uma cidade maior, ou estar por ai viajando.
- sabe que eu também não entendo isso, algo me prende a isso aqui, eu sei que parece ironia, mas é como se eu tivesse que esperar algo aqui e segundo o que seria de você sem sua amiga e psicóloga né ruiva. - deu um beijo no rosto da amiga. As duas riram do comentário.
Depois de conversarem mais um pouco, Helena foi atendida pelo doutor, que disse quase as mesmas coisas que Júlia. Bruno levou a ruiva de volta para a fazenda e depois foi fazer suas obrigações.
- Mãe cheguei- Helena falou assim que entrou na sala.
- Filha venha cá na cozinha, estou com seu pai aqui.
Helena foi caminhando devagar até lá com ajuda da sua bengala guia.
- Tudo bem por aqui?- indagou.
- Sim minha filha, estava aqui contando pra sua mãe que os donos da fazenda vão vir aqui semana que vem, me falaram que pretendem passar uma semana aqui.
- Quem vem?- perguntou lembrando-se do interesse da amiga.
- Parece que só o casal mais velho, eles tem três filhos, mas vão vir só os senhores mesmo.
- Tudo bem, vou para meu quarto. - disse já se virando para sair em direção ao quarto.
- Filha o que você foi fazer na cidade? - Elisa perguntou antes que a filha fosse.
- Conversar com a Júlia, estava com saudades dela. - disse apenas.
- Você nessa fazenda fica tão sozinha meu amor- Disse triste.
- Tá tudo bem mãe, eu não me importo- sabia que seus pais se sentiam mal por tudo, mas não tinha realmente interesse na companhia de ninguém. - Vou indo lá pra cima. A casa que a família da ruiva morava era muito boa, para ser apenas de caseiros, tinham dois andares, bem espaçosa e muito organizada, sua mãe não gostava de nada fora do lugar, fora que isso facilitava sua locomoção dentro de casa.
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Na cidade
- Querida domingo nós já vamos para fazenda, finalmente consegui resolver os problemas por aqui para enfim conhecermos o nosso novo local de descanso- Eduardo estava feliz, todos o condenavam por ter comprado um lugar sem nunca ter colocado os pés lá, mas algo dizia que aquele lugar iria trazer muita felicidade a sua família.
- Que bom meu amor, estou ansiosa para conhecer lá, é uma pena que os meninos não vão poder ir com a gente- Beatriz adorava sua família reunida.
- Falei com a Alex e talvez ela apareça por lá no meio da semana.
- Como é ?. - disse sorrindo, Alexandra era a filha do casal que menos gostava de estar em contato com a natureza, sua filha era da cidade e saber dessa notícia a pegou de surpresa.
- Também achei estranho, mas adorei, ela anda trabalhando muito, esse contato com a natureza a fará muito bem.
- Espero que ela fique pelos menos um dia com a gente sem voltar correndo para cidade e não surte sem sinal no telefone. - gargalhou com esse pensamento, fazendo seu marido rir também.
A semana passou rápido, logo chegou o domingo, Beatriz e Eduardo iriam pegar a estrada cedo. Antes de saírem foram se despedir dos seus filhos, já cedo todos estavam de pé.
- Vão com Deus mamãe, talvez eu irei com o Augusto mais para o fim da semana. - disse Manoela de cacinha e sutiã na sala.
- Você não tem roupa Manu? - perguntou Fernando com um tom de reprovação para sua irmã.
- Tenho por quê?.
- Ta quase pelada aqui na sala.
- Com coisa que você não vê coisas piores na sua boate querido. -Falou com desdém. Fernando era dono de uma das boates mais badaladas da cidade, mas eram tão tímido e conservador que as vezes era difícil de acreditar.
- Ninguém vai de calcinha e sutiã, as mulheres vão de vestido, com roupas - ainda argumentou.
- Podem ir de vestido, mas não estão com calcinha por baixo, te garanto- falou rindo do irmão vermelho, Alex só observava os irmão, pareciam crianças.
- ok meus amores, não precisam brigar- Beatriz tentou ponderar- gostaria que todos fossem lá pelo menos passar um dia com a gente.
- Alex vamos te esperar lá filha- Eduardo olhou esperançoso para filha.
- Vou ver se consigo pai.- ela não estava muito afim de ir.
- Se talvez acontecer o apocalipse ela vai- Manoela só fazia graça.
- idiota- Alex só mexeu a boca, sem deixar a voz sair, fazendo a irmã rir mais.
Então o casal mais velho partiu para fazenda. A viagem foi tranquila, por ser domingo a estrada estava tranquila,foram três horas de viagem,chegaram felizes por ver a propriedade pessoalmente, o lugar era lindo, tinha uma beleza natural, varias árvores de um lado, um gramado verde e bem cortado até a propriedade maior, na porta na casa viram um casal, imaginaram ser os caseiros, logo ao lado deles viram uma mulher que mais parecia um anjo de tão bela, era uma ruiva linda. Desceram do carro e foram cumprimentados pelos três. Beatriz era uma mulher muito boa e carinhosa, logo foi abraçando os caseiros, Helena como não tinha noção dos movimentos que se seguiam se assustou com o abraço, mas correspondeu, por um instante sentiu um perfume conhecido.
Tentou se lembrar de quem era e por um momento se lembrou da morena de olhos verdes. O perfume dela era bom, suave e ao mesmo tempo marcante, essa senhora deve usar o mesmo perfume que a morena, ou eu estou ficando louca. Acabou sorrindo com esse pensamento, era sempre assim, lembrava-se daquela mulher que tinha visto a três anos atrás e estava sorrindo.
- Meu deus quem é essa ruiva linda aqui?- Beatriz perguntou sorrindo, segurando o rosto de Helena.
- É nossa filha, o nome dela é Helena- Eliza falou orgulhosa.
- Ela é muito linda mesmo - Eduardo estendeu a mão em direção a ela - Muito prazer Helena. - mas a mesma não estendeu a mão para ele, já que não via nada e então se instalou um silencio constrangedor.
- Ele esta estendendo a mão para você minha filha- Geraldo falou triste e sem graça.
- Me desculpe eu...- Helena pela primeira vez se sentiu tão mal diante de uma situação relacionada a sua visão, logo no primeiro encontro com os donos da fazenda já enfrentava algo assim. Ela estendeu a mão na esperança de tentar quebrar um pouco o mal estar instaurado.
- Ela não enxerga senhor Eduardo - Eliza conteve o choro.- Infelizmente aconteceu um acidente com ela.- Baixou o olhar.
_ Ohhh... tudo bem - disse pegando a mão da jovem e dando um aperto.- Você é muito linda menina.- Disse sentido com a situação, uma jovem tão bonita e jovem enfrentando uma situação tão difícil assim.
- Ela é sim querido- Beatriz tinha simpatizado com aquela jovem.
Depois desse momento difícil todos entraram na casa, conversaram sobre a fazenda, sobre seu funcionamento e sobre algumas mudanças. Durante a conversa Helena ficou calada, se sentia estranha, a cegueira pra ela não era um problema muito grande, já que sempre vivia isolada e não tinha que conviver com a reação de outras pessoas, mas dessa vez foi diferente, parece que pela primeira vez se viu como uma deficiente visual mesmo. E se um dia aparecer alguém, será que essa pessoa iria aceitar suas limitações, iria ajuda lá. Você só pode estar louca, ninguém vai aparecer, o Lucas sempre foi e sempre será o único na minha vida, ninguém vai aparecer. Seus pensamentos foram interrompidos.
- Filha eu não tenho intimidade com vocês ainda, mas logo teremos e eu sou mãe, acabo me apegando aos jovens muito rápido, sua mãe disse que um acidente causou sua cegueira, você já fez todos os exames, não pode reverter isso?. -Beatriz tinha se apegado aquela garota.
- Na verdade sim dona Beatriz, a cegueira da Heleninha é psicológica, mas para que isso seja resolvido precisa de tratamento- falou chateada por sua filha não fazer o tratamento.
- E na cidade não tem?
- Na verdade tem sim, mas é algo difícil pra mim- Helena não gostava de tocar naquele assunto.
- Entendo- Beatriz percebeu o incomodo de Helena, mas resolveu fazer apenas mais uma pergunta- E o seu cão guia, onde está?
- Cão guia?- Eliza perguntou confusa, nesse momento Geraldo e Eduardo já prestavam atenção na conversa.
- Sim, os deficientes visuais costumam ter um cão para ajudar a guia los e isso iria ser ótimo pra você ainda mais nessa fazenda desse tamanho. - Falou pensando em algo.
- Nós vamos te dar um! - Eduardo leu os pensamentos de Beatriz.
- Que isso doutor Eduardo imagina- Geraldo se assustou com o que foi ofertado a sua filha.
- Não precisa obrigada, eu nem ando muita na fazenda, eu estou bem- disse Helena também assustada.
- Eu sei que você esta bem, mas ficará melhor com um cão guia, ligaremos para um amigo nosso que tem um pet e já vamos pedir um- Beatriz falou.
- Obrigada, mas eu...
- Está decidido, nos agradeça dando um sorriso. - Beatriz falou decidida.
Helena então sorriu, ela não andava pela fazenda porque não enxergava, mas seria bom andar um pouco e se distrair, adorava animais. É quem sabe pode ser uma boa pra mim, esses senhores parecem ser boas pessoas. Se sentiu feliz pelos patrões de seus pais serem pessoas do bem.
Na terça feira o cachorro chegou, uma labrador amarelo adestrado, tinha 2 anos de idade. Helena ficou encantada, ela não podia vê lo, mas sentia o quanto ele era macio, agitado, ele estava feliz. Ela não podia ver com os olho, mas podia sentir texturas, energia, sentimentos. Depois que perdeu a visão ela passou a enxergar o mundo de outra maneira, o grupo de deficiente visual foi muito útil lá ela aprender a usar os outros sentidos mais intensamente, principalmente o tato.
- O nome dele vai ser Astro.- Sempre quis um animal com esse nome e agora estava abraçada a um.
- Lindo nome, gostou?- perguntou Eduardo
- Eu amei, muito obrigada- Ela estava feliz com o animal como a muito tempo não ficava.
Geraldo e Eliza se olharam felizes e se abraçaram, sua filha estava sorrindo e feliz.
- Que ótimo querida- Beatriz se sentia bem com a felicidade da moça.
Ainda era cedo quando o cachorro chegou, então Helena aproveitou e decidiu ir até a cidade com o Bruno, mesmo o cachorro sendo adestrado ela não sabia muito bem como agir com ele, então foi para associação dos deficientes visuais. A cidade em que viviam era pequena, mas ainda sim era a maior entre as outras cidadezinhas, era a única que tinha uma associação pra deficientes, recebia pessoas de outras cidades menores.
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Na capital
- Mãe a senhora ta me ouvindo?- Alex perguntou,não entendia bem o que a mãe falava no celular.
- Oi minha filha, sim estou, desculpa não ter conversado com você direito no domingo quando chegamos- eles haviam ligado só para falar que estavam bem e perguntar pelos filhos.
- Tudo bem mamãe, como você e o papai estão, a fazenda como é?- Perguntou curiosa.
- Filha aqui é lindo, estamos muito bem, o Geraldo e a Eliza são pessoas maravilhosas, nos receberam muito bem.
- Quem são eles mamãe? - perguntou confusa.
- São os caseiros filha- disse alegre- ahhh... não posso me esquecer, eles tem uma filha, uma mulher linda, meus deus parece um anjo, Helena é o nome dela- falou empolgada sem saber o impacto que causaria na filha.
- Me diz como ela é mãe?- perguntou uma Alex ansiosa.
- Ela é um amor filha, carinhosa, educada, fisicamente ela é ruiva, dos olhos azuis- foi falando os adjetivos da ruiva.
Alexandra perdeu a voz, a cor, parecia que o tempo tinha parado. Não é possível que seja ela, não pode ser, será que é a mesma Helena, eu preciso ver essa mulher.
- Mãe eu vou pra fazenda amanha, só vou resolver uma coisas aqui e já to indo- falou interrompendo a mãe.
- Como assim querida?- perguntou Beatriz confusa- você vai vir mesmo filha?
- Sim amanha to aí, eu vou ter que desligar aqui, amanha você me conta tudo, tchau te amo mãe, obrigada.- disse eufórica.
- Ta bom, também te amo e não precisa me agradecer por nada.- estava completamente confusa por esse rompante da filha.
Meu deus tem que ser ela, por favor seja ela, mas o que você quer Alex, vai ver a mulher e dizer o que: oi tudo bem, lembra de mim, te atropelei a três anos atrás e depois disso não paro de pensar em você...kkkkk... sua tonta você nem sabe se é ela mesma e já ta pensando no que dizer, vai assustar ela, ahhhh será que achei essa mulher. Discou para o hospital onde trabalhava.
- Oi Magali, por favor desmarca todas as consultas de amanha e depois- disse eufórica.
- Você esta bem Alexandra?- Magali estranhou já que Alex nunca desmarcou consulta a não ser quando estava doente e olhe lá.
- Melhor do que nunca- Alex estava muito feliz, não sabia se a Helena que iria encontrar na fazenda seria sua mesma Helena. Opa... que sua Helena Alex, não pira, você apenas marcou a garota pelo susto e precisa ver se depois do acidente ela ficou bem, só isso.
- Que bom, pode deixar que desmarcarei, precisa de mais algo?
- Não é só, tenho um bom dia.- disse desligando.
O dia nunca passou tão devagar como aquela terça feira, não via a hora de chegar na fazenda e ver a tal Helena. A noite quase não conseguiu dormir, mas precisava descansar, pois a viagem seria longa. Quando amanheceu Alex já estava colocando a mala no carro, conferiu tudo e pegou a estrada.
A viagem foi tranquila, chegou na fazenda antes do horário de almoço, logo foi recebida por seus pais que estavam felizes por sua presença. Mas Alex não queria perder muito tempo, deixaria o carinho dos pais para depois.
- E então onde fica tudo aqui pai, a casa do caseiro e tudo mais? - na verdade queria saber onde estava Helena, mas seria estranho essa pergunta direta.
- Que isso filha, você acabou de chegar, ta agitada, você ta bem?- Beatriz perguntou estranhando o comportamento da filha.
- To ótima, mas queria conhecer o lugar, explorar o ambiente- falou de maneira afobada e ao mesmo tempo engraçada, fazendo seus pais rirem.
- Você ta bem filha?- Eduardo colocou a mão na testa da filha, como se estivesse sentindo sua temperatura pra ver se ela estava com febre- você querendo andar pelo mato, só pode estar com febre- falou fazendo graça.
- Vocês são difíceis, quando prefiro ficar na casa mexendo no celular, vocês falam que eu devia me distrair, quando quero explorar vocês criticam- Falou com uma falsa chateação, entendeu o que os pais queriam dizer com aquilo.
- Não estamos criticando, só achando estranho, mas depois eu te mostro tudo meu bem- falou Eduardo.
- Eu quero agora- Falou como uma criança birrenta.
- kkkk filha você ta engraçada, mas tudo bem, naquela direção fica a casa do Geraldo e Eliza, ali fica as plantações de soja, atrás do casarão fica os gados, ali fic....- antes que Beatriz terminasse Alex interrompeu.
- Ok é tudo que eu preciso, vou indo, beijo, amo vocês. -Falou quase correndo em direção a casa dos caseiros, fazendo seus pais olharem um para o outro confusos.
Alexandra foi se encaminhando para onde sua mãe disse que era a casa dos caseiros, esperava que Helena estivesse ali. Quando chegou na frente da casa, bateu na porta. E logo foi recebida por uma mulher.
- Olá, posso te ajudar?- indagando estranhando a morena.
- Oi- Alex tinha perdido a voz- Eu sou a Alexandra, sou a filha do Eduardo e da Beatriz.
- Ahhh... Olá bom dia, seus pais disseram que você viria- disse estendendo a mão para Alex .
- Bom dia, qual seu nome?- Alex perguntou e apertou a mão da mulher.
- Eliza.
- Você mora sozinha?- Alex não se controlava, estava quase entrando dentro da casa e gritando pelo nome Helena.
- Não,mora eu,meu marido e minha filha?- disse estranhando a pergunta.
- Ata e onde esta sua filha?- ligou o fodasse mesmo, queria ver a Helena e pronto.
- Ela foi passear com o Astro- estava achando cada vez mais estranho aquelas perguntas- é o cachorro dela- percebeu a confusão no olhar de Alex- Foram naquela direção, lá tem um lago.
- Entendi, só queria conhecer vocês mesmo, muito prazer- falou estendendo a mão e indo na direção que a Helena poderia ter ido com o Astro.
Estava andando um pouco eufórica quando percebeu um cachorro vindo em sua direção um labrador lindo, sentiu algo estranho e esse sentimento aumentou quando o cachorro chegou mais perto dela, ele estava molhado, puxava sua calça na direção que antes estava correndo, parecia que chamava Alex para segui-lo.
A morena pareceu entender que aquilo era um chamado e passou a correr na direção indicada pelo cachorro, quando foi chegando perto do lago percebeu que havia uma pessoa gritando por socorro e se debatendo dentro do lago. Sem pensar duas vezes tirou seu tênis e correu até o lago, começou a nadar,mas quando estava chegando perto da pessoa ela simplesmente sumiu, parece que tinha sido engolida pelas águas.
Fim do capítulo
Olá meninas, fico feliz que o número de visualizações esteja aumentando e já agradeço os comentários, cada manifestação tem sua importância pra mim.
Não prendendo desistir da história e estou fazendo de tudo para melhorar a minha maneira de escrever, se tiver alguns erros de português já peço desculpas, to tentando.
Espero que gostem e comentem lindas, isso me deixa feliz kkk
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