Free Yourself por Vieira
Capítulo 20 – Maternidade?!
No outro dia Lucas saiu cedo para o Rio, a médica foi deixá-lo no aeroporto. Retornou e a casa estava um enorme silêncio, ainda era muito cedo, ouviu o telefone tocar, olhou na tela - Alexia! Sorriu.
- Caiu da cama? Clara perguntou espojadamente.
- Me respeite Dra Clara que não sou você! Clara gargalhou. Só levantava cedo por necessidade. – Queria saber se minha namorada não queria dar uma corridinha básica para começar o dia? Alê sorriu ao final.
- Posso sugerir outra coisa? A médica estava com voz de criança travessa.
- Desde que seja algo semelhante com caminhada e corrida... Sim!
- Vem para cá, e a gente namora...
- Clara! Reprendeu a morena.
- Qual é amor? Sexo queima calorias... Gargalhou.
- Você é demais! Sorriu. – Bom, tô indo, beijos! Desligou sem ouvir o que a Dra tinha a dizer. Clara fitou o celular.
- Que ousadia!
Alexia saiu com um pique de Deus, a praça ficava pertinho dali, fez um pequeno alongamento e começou a correr. Adorava correr ouvindo Isabella Taviani. Não notou que o fantasma de Alice se aproximava. Sentiu alguém segurar em sua cintura olhou rápido. Bingo! Aquele sorriso diabólico lhe encarava, ela parou lentamente, tirou os fones. Olhou para cima...
- Isso é marcação? Será que não posso começar um dia bem ou terminar bem? Abriu os braços.
- Alexinha meu amor, quanto tempo... Alice sorria.
- Fala logo o que você quer Alice... Cruzou os braços. A loira a fitou.
- Vim caminhar! Sorriu novamente. – Te vi, achei melhor aproveitar a oportunidade para te agradecer, já que agora você é uma pessoa muito requisitada, gostei de ver...
- Isso significa que você só me atrasava! Sorriu mais irônico ainda. A loira pareceu não gostar. – Agradecer o que? Demonstrou impaciência.
- Do seu acordo... Chegou mais perto, Alê deu dois passos atrás... – Eu tenho que te confessar, eu amo aquela casa! Os papéis do divórcio estão com sua "advogadazinha"... Alexia a encarou, tinha alguma coisa errada, Alice tinha aceitado tudo assim muito fácil?
- O que pensa em fazer Alice?
- Eu? Fez cara de vítima. – Só continuar minha vida, com minha nova mulher, bebê... Tentou arrumar uma mexa no cabelo da morena.
Clara comprou algumas coisas para o café da manhã, dessa vez foi na casa da Dalva. Ficou um pouco com o pessoal lá, e se apressou queria ainda encontrar Alexia no começo da corrida. Correu até chegar na praça e notou aquele ser que parece a Marina Silva, só aparece quando há algum babado sobre presidentes. Cerrou os olhos e viu a loira segurar Alexia que expressou dor com o toque, correu até elas.
- Boa vida então Alice! Foi saindo quando sentiu aquele puxão.
- Calma aí, que ainda não terminei! Apertou o braço da morena.
- Você está me machucando Alice...
- Solta ela ou eu quebro sua cara e garanto que sei muito bem onde acertar para você nunca mais ver o dia brilhar! Clara cruzou os braços. Alice soltou Alexia e fez sinal de redenção para ambas.
- Nossa, estava demorando, o casalzinho do ano... Gargalhou. Alexia ficou ao lado de Clara. A loira as fitou. – Olha Clara vou ter que ser sincera contigo... Pensou um pouco. – Achava que era tudo mentirinha aquele papo de namoro sabe... Sorriu. – Depois daquele desfile do Rio, repensei melhor, mas sabe o que é mais engraçado Alexia... A morena tinha um olhar raivoso. – Você me trocar por isso! Gargalhou. Clara fez sinal para avançar mas a namorada a segurou. – Qual é Clarinha, nunca te suportei e nem vai ser agora que tá fodendo minha mulher que vou suportar. Agora foi a vez de Alexia voar em cima da loira. Clara a segurou pela cintura.
- Sua desgraçada... A outra se afastou rindo. – Eu vou te matar Alice, sua sem noção...
- Calma amor, ela não vale a pena...
- Amor? Gritou Alice. – Olha... Bateu palmas. – Achei que iria morrer e não ia ouvir essa palavra de sua boca Dra. Pensou um pouco. – Europa, EUA... Isso vira a cabeça das pessoas né? Saiu rindo.
- Eu te odeio! Alexia gritou.
- Ei, para! Vem cá... Clara abraçou a estilista que estava nervosa.
- Ela me tira do sério, juro que me tira... Clara sorriu, ela era bonitinha com raiva. – Do que está rindo Clara?
- Você fica tão sexy brava... Alexia bateu em seu braço. Saiu pisando forte. Clara começou a correr atrás dela, não conseguia segurar o riso.
- Amor já arrumou o Pedro? Marcos tomava café impaciente.
- Já está vindo Marcos, não começa por favor! Douglas sentou ao lado, logo o menino chegou...
- Pai Marcos você disse que hoje iriamos ao Shopping... O menino cerrou os olhos para o pai. Douglas sorriu.
- Isso mesmo filho, cobre ao seu pai, que parece político promete mas nunca cumpre...
- Eita complô! Vamos sim, quando você sair do cursinho passamos lá tudo bem?
- Ebá... Deu pequenos pulinhos na cadeira. Olhou para Douglas. – Pai Doug você prometeu me dar todos os livros do Percy Jackson... Douglas engasgou, foi a vez de Marcos gargalhar.
- Depois eu sou o político! Isso mesmo filhão, cobre! Douglas encarou Marcos.
- Esse menino quer ler tudo Marcos... Tô começando a repensar se foi uma boa ideia colocar nesses cursos todos. Marcos o fuzilou. A campainha suou. – Alexia esqueceu a chaves amor?
- Acho que sim bebê! Vai lá.
- Marcos você é a preguiça em pessoa! Saiu bufando. – Alexia meu amor você só não esque... Não era Alexia. – B-bom dia, me perdoe, achei que fosse uma amiga minha... A senhora sorriu... Tinha uns traços familiar.
- Tudo bem jovem! Bom dia a Alexia está?
- Não ela saiu para correr, mas já estar para voltar... Observou a mulher um pouco, viu que tinha malas por trás dela. – Só com ela? Ficou tenso.
- Na verdade eu sou a mãe dela... Douglas abriu os olhos.
- H-ha entendi... Olhou novamente. – Mas você num colocou a Alexia para fora? A senhora sorriu, gente ela parecia uma velhinha amável, não encontrava sinal de maldade nela, Douglas não estava entendo nada.
- Assunto que devo tratar com ela, não acha? Douglas a fuzilou. – E também é um erro 'natural' que toda mãe comete quando não está preparada para aceitar uma filha que beija meninas. "Que tosca" Pensou Douglas.
- Pode entrar, deixa eu te ajudar com isso... Marcos tinha ouvido tudo.
- Quer me largar? Alexia falava em risos.
- Não!
- Sério Clara, preciso entrar... Fitou aqueles olhos cor de mel, como era apaixonante e aquele sorriso travesso? – A gente se ver no almoço... Clara a beijou de novo. – Sério agora você está parecendo uma criança. Gargalhou.
- É sua culpa... Brincou a médica. Alê fez cara de ofendida.
- Minha culpa? Clara sorriu. – Que grande mentira... Deu um selinho na namorada. – Amor preciso ir, tenho que ir trabalhar você nem imagina o tanto de clientes que tenho... Clara a beijou de novo.
- Tá, eu também preciso trabalhar, tenho uma cirurgia de epilepsia pela manhã não sei se vai demorar muito, então não posso garantir almoço hoje... Alexia fez bico.
- Não sei como consegue... Clara sorriu. – Acho que se fosse eu, não era nada delicada. Clara gargalhou.
- Bobona, mas vou precisar ir agora... Alexia cerrou os olhos.
- Quando era eu você não queria me deixar ir... Vai ter volta! A médica saiu rindo. Alê adentrou na casa, notou uma movimentação estranha na cozinha, observou que Marcos já tinha ido deixar Pedrinho, Douglas estava com alguém, quando chegou na cozinha teve que se segurar para não cair... – Ma-mãe? O que faz aqui... Ficou imóvel segurando na parede. A velha levantou e foi até ela dando uma abraço. Alexia engoliu seco. Olhou para Douglas que deu de ombros.
- Que saudade Alêzinha... A mulher mexia em seus cabelos. Ela a encarou.
- Saudades? Ué, mas foi você mesmo que me mandou sumir de casa, e eu ainda retornei para casa e dessa vez você deixou bem claro que só voltaria se nascesse de novo? Arqueou as sobrancelhas... – Não entendo... Olhou de um lado e outro. – Cadê o papai? A mulher baixou a visão. – Fala logo mãe!
- Seu pai faleceu Alexia... A mulher a fitou.
- Como ele faleceu? Quando isso? A mulher ficou um tempo em silêncio e depois resolveu quebrar o mesmo com um soluço... Alexia sabia que existia alguma coisa errado nisso tudo... Como nunca ficou sabendo da morte do seu pai?
- Seu pai teve muito mal Alexia, os médicos não conseguiram chegar em um diagnóstico. Alê arqueou as sobrancelhas, sofreu muito com a revolta dos seus pais, mas não desejava isso a nenhum deles. – Então simplesmente falaram que foi um infarte fulminante.
- Entendi... Limpou a primeira lágrima. – E o que te trás aqui? Perguntou friamente.
- Como assim filha o que me trás aqui? Não é óbvio? Apontou para as malas. Alexia abriu a boca.
- Mãe eu não tenho casa, mas c-c-como?
- Ué? E o que aconteceu entre você e aquela loira?
- Nos separamos... Ficou pensativa. – A casa é dos meus dois amigos, esse que acabou de sair e o marido dele. A mulher olhou para ela surpresa. – Sim mãe eles são gays, e você vai ter que engolir! Falou num impulso nervoso.
- Tudo bem não falei nada! Alê serviu sua mãe e subiu para conversar com Doug, explicou que iria com urgência procurar uma nova casa para comprar, contou do acontecido com Alice... O amigo ficou espantado, acho estranho também, e permitiu que a mulher ficasse, Alexia não deixou ela ocupar outro quarto, seria mais trabalho, ficou no dela. Arrumou-se e seguiu para o trabalho levando seu novo encosto.
Clara chegou e encontrou sua equipe agilizando tudo. Entrou direto em cirurgia, era apenas um garotinho, a mãe estava muito nervosa, ela precisava fazer o possível por ele. Sofia, Jeni e Andrezza viajaram para o ceará, casa dos pais da fera. Júlia e Guilherme sumiram... Mesmo Clara trabalhando na clínica que fica parede com o escritório de Júlia não a viu. O combinado era de almoçar com a Dalva mas tudo tendia para o não. Clara saiu super tarde foram horas de cirurgia, tiveram alguns imprevistos mas nada que a médica não desse jeito, tomou um banho rápido e ligou para a namorada que informou que estava almoçando em um restaurante ali perto com a mãe! "Eu ouvir bem? A mãe?!" Saiu ao encontro da namorada, chegou avistou Alê a km, parecia está aborrecida.
- Oi meu amor! Deu um selinho rápido...
- Que saudades amor... Alexia disse sentando-se novamente. A mãe encarou a filha. – Mãe essa é a Clara Kings, minha namorada? Clara era só sorrisos com os comentários da namorada, mas desmanchou quando encarou a mulher que estava com cara de poucos amigos.
- Muito prazer.. Frisou Alexia.
- Há, Rita... Se chama Rita.
- Muito prazer Rita... A médica estendeu a mão mas fora rejeitada pela mulher.
- Muito prazer Clara, e por favor 'Dona Rita'. A médica encarou Alexia que ficou furiosa com a mãe. Mas prendeu a atenção na amada.
- Então amor ainda vai trabalhar hoje? Clara que estava devorando um bom almoço a fitou. Alexia riu com a fome que a médica estava.
- Sim amor, tenho alguns pacientes para atender na clínica hoje, e tenho que resolver o problema da falta de secretária... Pensou um pouco – Estou pagando um extra para a Lívia secretária da Sofia, já que ela tirou férias...
- Entendo, se eu souber de alguma pessoa eu mando te procurar.
- Com experiência por favor, odeio ter que começar do zero...
- Nossa como a Dra é exigente. Clara sorriu.
- Quer dizer que você é médica?
- Sou sim Dona Rita... A mulher sorriu com o modo da mulher se referir a ela. Torceu o nariz.
- Não gosto dessa raça... Clara a encarou estava ficando sem paciência.
- Vejo que guarda magoa de algum médico... Falou pacientemente.
- De algum não, de todos!
- Chega mamãe, que coisa! Alexia esbravejou.
- Desculpa Dona Rita, mas não pode culpar outro médico por causa de negligência de outro...
- São farinha do mesmo saco, vocês se acham demais, quando tem um paciente pobre trata com maior descaso, nem olha para gente! Alexia tocou na mão de Clara que estava fechada.
- Sinto muito lhe decepcionar, mas nunca tratei um paciente meu com descaso ou me recursei olhar para ele por sua posição social, sempre trato todos de igual para igual... A mulher pensou um pouco.
- No minimo trabalha em hospitais privadas, não precisa fazer descaso com o paciente, todos que você atende são ricos. Alexia levantou da mesa. Clara tocou em seu braço.
- Fique a senhora sabendo que o Chales Darwin tem convênio com o governo e atendemos todos os "tipos" de pessoas, agora se me der licença 'Rita'. Frisou bem o nome da mulher. – Preciso voltar ao trabalho.
- Amor? Alexia estava tensa.
- Tudo bem meu amor, te vejo mais tarde! Deu um selinho na namorada e saiu, queria apertar o pescoço daquela mulher. Alê fuzilou a mãe dela.
- Quê? Cruzou os braços. – Quer dizer que não posso mais falar o que penso?
- Eu não sei onde eu estou que tô tendo essa paciência de budista... Pagou a conta e saiu a mulher mais velha lhe acompanhou. Chegaram na loja. – Fica aí que preciso me concentrar no trabalho e suas perguntas me tira do sério. A velha deu de ombros. – Luíza?
- Sim Senhora Alexia?
- Fica de olho na cascavel... A funcionária riu, e pediu desculpas, mas Alê lhe retribuiu com um sorriso encantador.
- Oi Lívia, quantas pessoas tenho para atender hoje? Entrou no consultório a menina a seguiu.
- Tem o Sr Carlos e a Sra Rosa Maria.
- Muito bem, não marque ninguém após eles, deixe o resto do dia para entrevistas... Vou te dar a carta de alforria. A menina sorriu.
- Tudo bem Dra Clara, até gosto do meu trabalho. Notou que a médica não estava em um dos seus melhores dias. – Tudo bem Dra Clara? Precisa de algo? A médica a fitou...
- Não, muito obrigada Lívia, pode ir! A menina foi saindo – Aliás Lívia preciso sim, me diga como resolver o caso de uma sogra venenosa? Lívia riu...
- Sendo mais venenosa que ela? Clara ficou pensativa. Com licença!
- Obrigada! Toda. Clara pegou o celular... Discou aguardou um pouco.
- Oi?
- Quantos anos pego se matar uma pessoa e me entregar na mesma hora? Ouviu uma gargalhada.
- Que conversa feia é essa Clara? O que tá pegando? Sofia não estava entendo muito bem. Clara contou todos os detalhes do almoço com a 'sogrinha', Sofia não conseguia se conter. – Que bola de fogo. A lua de mel mais rápida que já vi. Sorriu.
- Concordo! Preciso trabalha até breve!
A tarde transcorria bem, Dona Rita deu um sumiço básico, mas retornou, Alexia ficou mais furiosa ainda. Marcos passou por lá e Alê despachou a criatura com ele para casa. Clara fez algumas entrevistas com umas pessoas mas nenhuma competente para o cargo, já estava se arrumando quando Lívia surgiu informando que tinha outra pessoa, ela mandou a menina entrar. Se chamava Bruna Oliveira, Uma moça ruiva, corpo bem definido... Clara estranhou mas não questionou. A menina parecia a candidata perfeita para o cargo falou que ela começaria no dia seguinte pois tinha urgência, percebeu as investidas da mulher, e pensou seriamente se não estava cometendo um crime... Lívia já tinha ido, Alexia então passou direto abriu a porta do consultório da namorada e viu aquela ruiva quase comendo ela com os olhos. "Que isso? Que garota mais ousada"
- Desculpas amor não sabia que estava com pacientes! Foi fechando a porta.
- Não amor estou de saída já, ela não é paciente, é minha nova secretária... Olhou para a menina. – Bruna essa é minha namorada Alexia. Bruna deu um sorriso simples e estendeu a mão, Alê retribuiu por educação.
- Já a vi em algumas revistas de modas, adoro seu trabalho! Alexia deu um sorriso falso que fora notado por Clara.
- Obrigada Bruna, seja bem vinda! Vou te esperar no carro Clara, Marcos foi no meu e vim de táxi... Clara pediu para ela esperar mas a morena não deu ouvidos. Se despediu de Bruna e saiu, encontrou Alê encostada na porta do carona vendo algo no celular.
- Posso saber o que foi isso? Clara cruzou os braços.
- Não gostei dela! Fez bico.
- Que você não gostou dela é bem óbvio amor, agora quero saber o por quê?
- Ela estava te comendo com os olhos, eu sei que você não é burra para não ter notado Clara. A Dra sorriu.
- Alexia ela será minha secretária, ela sabe qual o lugar dela nessa clínica...
- Parece que não...
- Para de besteira vem cá ciumenta linda! Alexia desmanchou a cara de raiva com os mimos da médica. – Sabe que agora só tenho olhos para você... Sussurrou.
- Acho muito bom Clara, muito bom mesmo! Beijou a mulher.
- Vamos? Quero ver a Dalva. Alexia revirou os olhos – Eita, está convivendo muito comigo! As duas gargalharam.
- Não quero ir para casa...
- Dorme lá em casa então amor, tô com saudades de você... Beijou o pescoço da mulher que soltou um pequeno gemido.
- A-amor para! Não posso deixar dona Rita sozinha, é capaz dela incorporar o Hitler e mandar o Mar e Doug para um campo de concentração.
- Credo! Pensou um pouco. – Ela não gostou de mim!
- Ela não gosta de ninguém Clara!
- Então vamos! A ida foi tranquilha ouviam MPB, elas tinha o mesmo gosto musical... Alê se surpreendeu com a médica.
Fim do capítulo
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