Despedida por Lily Porto
Capítulo 16 - Clarice
Nem nos meus melhores sonhos poderia supor que o nosso "chopp da tarde" seria tão intenso e especial.
Teve sim toda a tensão quanto ao meu passado e o da Bah, ambas passamos por situações bem complicadas. Acho que ela ainda mais que eu e pelo que entendi, ainda era um período conturbado entre ela e Carla.
Mas finalmente tivemos nosso momento juntas. O tão esperado olho no olho, um pouquinho de toque, sorrisos. O suficiente pra eu relaxar, tomar coragem e me declarar.
Juro que pedir pra Bah pra "avançarmos" além da nossa amizade não estava nos meus planos. Mas sabe quando você se deixa levar pela atmosfera do momento? Aquele momento era o ideal, eu não podia mais fugir, eu tinha que tentar, precisava matar a minha vontade, o meu desejo por aquela mulher.
Agora estou aqui no carro lutando contra as investidas pesadas de Anna, Junior e Bárbara. Dormir na Bárbara depois de tudo o que falamos uma pra outra mais cedo era perigoso demais. Mas não tem como resistir a carinha de manha do gato de botas, que só a Bárbara sabe fazer. Ah se ela soubesse o efeito que aquele par de olhos castanhos tem sobre mim.
Não resisti e de fato a chuva estava forte demais. Não foi a toa que nós 4 nos molhamos muito no caminho do carro até em casa. A Bárbara fez os meninos entrarem direto pro banho para que não se resfriassem. Eu fiquei parada, perto da porta pra não molhar mais a casa toda.
– Ei, pega essa toalha e vem tomar banho você também. – ela disse me entregando a toalha.
– Vou esperar o Juninho. – respondi tentando me secar um pouco.
– Não, minha linda. No meu quarto tem chuveiro também. Não precisa esperar. Já até separei uma camiseta minha pra você dormir. Tudo bem? – ela respondeu já me levando até o quarto dela.
Nossa, a casa dela era muito aconchegante, tudo escolhido a dedo e de muito bom gosto. Eu estava impressionada.
– Claro, rs... – respondi admirando uma foto dela com os filhos num quadro de um dos corredores. – Sempre quis dormir com uma das suas camisetas.
A suíte da Bah era simples, uma bela cama box, uma mesinha com seus livros de leitura, uma pequena poltrona e um armário com suas roupas. Sobre a cama havia uma outra toalha e um camisetão branco do Snoop.
– Vou descer, fazer um chocolate quente para os meninos e pra nós também. Você precisa de mais alguma coisa? – ela perguntou já saindo do quarto.
– Não, Bah. – respondi mas logo me arrependi. – Na verdade, sim. Eu precisava que me ajudasse só com o fecho do vestido.
Eu esperei que ela se aproximasse e sorri.
– Então, onde é? – dava pra sentir o nervosismo dela com a aproximação.
– Nas costas?! – respondi sem me virar – Mas acho que você consegue tirar assim, de frente pra mim, não é?
– Você tem cada ideia Cleo. Bora tirar esse vestido antes que fique doente. – ela disse enquanto buscava o zíper nas minhas costas, olhando pra mim.
Eu aproveitei que suas mãos estavam ocupadas e que ela estava quase colando seu corpo ao meu e fiz o que queria a meses, eu beijei os lábios da mulher mais linda desse mundo! Senti suas pernas bambearem e a envolvi com carinho em meus braços.
Foi um beijo apressado, urgente, com o gelado da chuva e o calor do nosso desejo. Pude sentir ela me abraçar também e passear com a sua língua dentro da minha boca.
Ah... como aquela sensação era boa, bem melhor do que as muitas vezes que imaginei. A Bah tinha lábios carnudos e macios, a língua pequena, mas muito habilidosa. Dava pra sentir a respiração dela bem ofegante e meu corpo inteiro se arrepiar.
– Droga, desculpa Cleo. – a Bárbara "quebrou" nosso beijo repentinamente e disse me olhando assustada.
– Que foi, Bah? Eu fiz alguma coisa de errado? – perguntei sem entender.
– Não, eu que sou um desastre, acho que quebrei seu zíper. – ela confessou sem graça me mostrando um pedaço de metal.
– Minha menor preocupação agora é com esse zíper, meu dengo. Que beijo bom esse seu, nossa – disse me aproximando novamente.
– Ainda estou aqui tentando assimilar essa sensação que nunca vou esquecer. Isso tudo é real, você está mesmo aqui? – ela perguntou envolvendo minha cintura com seus braços.
Eu sorri e respondi beijando-a novamente. Um beijo mais calmo dessa vez, com uma das minhas mãos envolvendo a sua nuca e a outra na sua bunda, puxando-a um pouco mais pra mim.
Nossa, que delícia, meu corpo queimava por tê-la tão perto. A Bah gem*u com a boca dela na minha enquanto nosso amasso ganhava novas dimensões.
Minhas mãos já acariciavam seus seios por sobre seu vestido quando ouvi meu filho me chamando, acho que a Bárbara havia esquecido de deixar uma toalha pra ele.
A voz do pequeno nos fez sair do transe.
– Você é maluca! – ela me disse recuperando o fôlego.
– Você ainda não viu nada, meu bem! – respondi dando-lhe um selinho e entrando pro banho.
Ainda pude ver a Bah me olhando até eu finalmente fechar a porta.
Delícia de beijo, delícia de ducha quente, delícia de momento. Nossa como era bom poder viver tudo aquilo, ter a chance de tornar real algo que passou tanto tempo no meu imaginário. Eu me sentia uma adolescente.
Confesso que no banho eu percebi o quanto, a Bah realmente mexia comigo. Sim meninas, só com aquele amasso eu já estava muito excitada e acho que se não fosse o Juninho nós estaríamos agora naquela cama fazendo amor.
Nossa, será que não estamos indo rápido demais? Melhor demorar bem nesse banho e sair mais tranquila, mesmo porque a Anna e o Juninho estão aqui conosco e seria bem desconfortável se nos pegassem em um momento mais íntimo.
Sai do banho e coloquei o camisetão da Bah, ele cobria até o meio das minhas coxas e era só o que eu vestia, sem absolutamente nada por baixo. A sensação era estranha mas procurei não me preocupar muito com isso.
Encontrei com os meninos na cozinha, fazendo uma farra com chocolate quente e as torradas que a Bárbara tinha feito. Ela estava lá também, já tinha tirado a roupa molhada, mas deixou pra tomar banho depois que os meninos comessem.
Ela estava com um roupão preto, belíssima, ah como eu desejava continuar o que começamos. Não sei se ela também pois estava toda perdida com as coisas na cozinha. Quase se cortou com a faca, deixou o açúcar cair no chão. Eu só fazia rir.
– Mãe, eu assumo daqui. Vai tomar seu banho antes que você coloque fogo na casa. – Anna disse tirando a faca da mão da mãe.
– Aff que exagero. Mas eu vou porque meu corpo já está ficando gelado. – ela respondeu.
Ela finalmente me viu parada na porta, observando-os. Seus olhos me analisaram milimetricamente e eu daria tudo para saber o que ela estava pensando.
– Vai Bah, não adianta cuidar de todo mundo e você adoecer. Nós te esperamos aqui. – disse sorridente.
– Tá, eu vou rapidinho. Qualquer coisa que você precisar, pede pra Anna. Tem café, tem chá, tem biscoito ali oh... – ela apontou pra uma das prateleiras.
– Calma, eu me viro. Vai lá, só não demora – disse baixinho só pra ela ouvir.
Ela saiu tropeçando...
– Precisa de ajuda, Bah? – gritei enquanto ela avançava o corredor.
– Olhe os meninos e se alimente, eu me viro por aqui, rs... – ela respondeu toda sem graça.
Logo os meninos foram para o quarto de Anna, se enfiar naquele vídeo game. Fiz chá pra mim e pra Bah e umas torradas também.
Estava na pia lavando a louça quando ela me abraçou por trás tirando totalmente a minha concentração.
– Eu demorei? – ela disse me arrepiando inteira.
– Não, mas mais uma abordagem dessa e você perde algumas xícaras. – eu disse tentado me recompor.
– Desculpa é que é impressionante como essa roupa fica melhor em você do que em mim – ela disse alisando o meu corpo ainda com seu corpo colado no meu.
Meu Deus, que maldade... a vontade era jogar tudo o que estava naquela mesa no chão e fazer amor com ela ali mesmo.
– Ei se comporta, nossos filhos! – falei com o meu último fiozinho de razão. – Temos chá e torrada sobre a mesa.
– Você me acendeu inteira com aquele beijo, minha Cleo, mas vou saber esperar a nossa hora – ela disse gem*ndo no meu ouvido antes de se afastar e ir pra mesa.
Comemos e depois fomos pra sala de TV, ver um filme. Qual? "Cartas para Julieta", um dos favoritos dela. Eu não gosto tanto assim, confesso, mas na atual situação a TV poderia estar até fora do ar que seria perfeito.
Aos poucos ela foi aninhando o corpo dela ao meu até repousar a cabeça sobre o meu colo. Eu me deliciei fazendo cafuné nela e ouvindo a Minha Pequena suspirar.
A Bah dormiu antes do final do filme. Fiquei com dó de acordá-la. Dei um beijo em seus lábios, a cobri e fui atrás dos meninos, já estava tarde demais pra jogar vídeo game.
Eu e o Juninho fomos dormir no quarto de hóspedes. Ele deitou com a cabeça sobre o meu peito e apagou. Enquanto minha mente viajava para recordar cada detalhe daqueles nossos dois beijos. Ah... que dia perfeito.
Fim do capítulo
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Rita
Em: 16/03/2017
Que clima entre elas rsrs
Esse desejo danado kkkk elas quase ficam loucas haha mas conseguem controlar pra não traumatizar os filhos kkk
Resposta do autor:
Tá ficando mais complicado a cada momento elas manterem a "razão" com todo esse desejo de ambas as partes, mas o respeito aos filhos vem em primeiro lugar.
Vamos ver o que vai dar quando elas estiverem longe dos filhos então... kkkkkk
Bjs Rita, se cuida.
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Bia Ramos
Em: 16/03/2017
Boa tarde Lily!!
Uffa... Deu pra perder o fôlego com essas duas heimm...
Que gostoso essa relação entre as duas... As conversas... Os flertes... Os desejos cada vez maiores...
Agora fiquei curiosa... A Bah, ao meu ver sempre pareceu centrada e a mais cabeça entre as duas... No entanto a Cleo saiu a frente e tomou as rédeas!
A curiosidade porque estou ansiosa para saber o desenrolar dessa história...
Você está de parabéns...
Já estou me preparando para o próximo!!
Bjs
Bia
Resposta do autor:
Oi Bia, tudo bem?
As meninas estão realmente vivendo tudo o que podem dentro na nova relação delas, e esse inicio de relação então é maravilhoso.
Quanto a Bah parecer a mais centrada isso ela até é viu, mas quando se trata da Cleo ela perde as "redeas" da situação rapidinho, kkkkkkkk.
Vamos ver quem avançara nos próximos passos.
Obrigada linda.
Bjs, se cuida.
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