Boa tarde minhas queridas!
Trouxe mais um capítulo da minha estória para vocês!
Espero sinceramente que gostem!
Ah, me agradou muito os comentários, espero que se multipliquem! =D
Um abraço a todas!
Capítulo 2
Fernanda
Acordei de péssimo humor. Não preciso nem dizer que quando o despertador tocou quase arremessei-o na parede. Levantei cambaleando e me olhei no espelho, os fios aloirados completamente desgrenhados, a cara toda amassada, e olheiras, eu estava com olheiras. Inacreditável.
Tomei banho, me arrumei, coloquei a comida do meu gato, Lipo, e fui para a academia, tinha ensaio. Eu e alguns dos meninos íamos reforçar a equipe de dança de um artista que realizaria um show no próximo final de semana.
Não bastou chegar atrasada, ainda descobri que a Bruna faria parte do grupo. As músicas tinham um balanço gostoso, o ritmo era bom de dançar, mas eu estava completamente desconcentrada. Era visível que o dia não estava dos melhores.
- Fernanda, o que houve com você? Está completamente desconcentrada. – Sérgio, o coreógrafo, me perguntou preocupado, enquanto eu enxugava a testa.
- Acordei com o pé esquerdo hoje. – mirei Bruna que comia um sanduíche com umas meninas, toda sorridente. Aquela palhaça se fazia de santa mas devia estar comemorando que roubou meu melhor sex*. Que inferno!
- Pois trate de virar canhota se for necessário! – falou sério acompanhando meu olhar – Fernanda eu não quero confusão entre vocês entendeu? Seja qual for o motivo. – saiu sério e eu virei minha garrafinha de água.
- Nervosa, gata? – Pepê era meu amigo, mas adorava me provocar – a Lívia não deu conta ontem não?!
- Ela resolveu que vai namorar – Pedro revirou os olhos – com a Bruna – levantou as sobrancelhas completamente surpreso.
- A Lívia te trocou pela Bruna – eu o fulminei com os olhos – que foi? É verdade.
- Ela não me trocou, é só que ela quer um relacionamento sério e eu não quero isso para mim, não gosto dessas coisas – joguei meus cabelos para os lados, ajeitando-os.
- Nanda, a Lívia é o seu relacionamento sério. Você gosta de se enganar que é só sex*, e eu não sei porque ela compactua com essa sua ideia, mas no fim das contas é com ela que você sempre faz questão de passar os seus aniversários, carnavais, São João, ah e outra, você tem que ver a Lívia ao menos duas vezes na semana, se não fica de mal humor, estressada, irritada. – eu fechei a cara mas ele fazia questão de espezinhar mesmo – além disso, te acompanhei várias vezes para escolher lingeries diferentes, brinquedos, fora as buscas pelos melhores motéis. Você trocou de perfume porque o outro dava alergia na engenheira. Pelo amor de Deus, Fernanda! Acorda para a realidade! Eu estou falando isso porque sou seu amigo.
- É só sex*, Pedro! – falei séria, olhei nos olhos do meu amigo que me fitava com ironia – e ainda que não fosse não posso fazer mais nada, a Lívia acha que não é suficiente para mim.
- Claro, você só fica com a menina escondido. – colocou o dedo no meu peito e sentenciou – as vezes eu acho que você não é suficiente para ela. – Eu aguento com isso? Até meu amigo passou para o lado delas agora. Fui ao banheiro frustrada. Esse seria um dos momentos que eu ligaria para Lívia, daria uma escapadinha com ela e voltaria com a maior paz de espírito, mas quem não tem cão caça com gato, e pense num gato.
Saquei o celular e liguei para o Henrique. O almoço seria com ele. Tomei um banho rápido e desci para a garagem onde o personal me esperava. O carro com vidro fumê estacionado em um local estrategicamente mais escuro. O homem negro não perdeu tempo e veio para cima de mim, com o membro já ereto. Henrique era um homem experiente, sabia o que fazia, obviamente eu g*zei, mas o cheiro, o toque era diferente. Eu não conseguia ficar completamente satisfeita.
E minha insatisfação se tornou indignação quando eu vi a Bruna sair do carro da Lívia, cheia de sorrisos. A engenheira sem vergonha ainda deu uma piscadinha para mim e saiu. Pode isso gente?! Minha cara devia estar péssima porque a outra dançarina olhou para mim quase com dó.
O resto do ensaio transcorreu bem, perfeito não estava, mas ao menos consegui minimizar os erros. Ao passar pela área de musculação senti um amolecimento nas pernas. Lívia malhava, realizava uma série de glúteo. Óbvio que eu conhecia aquele corpo, mas existem vários fatores que mexiam com a minha imaginação e um deles eram aqueles movimentos com o quadril.
- Quer um babador, maninha? – levei a mão ao peito e soltei o ar devagar. Meu irmão resolveu me dar um susto. – é gata, eu sei. Sua paquerinha de escola, né?! – Levantei a sobrancelha, como o Fabrício sabia disso?! – digamos que eu ouvi umas zoadas vindo do seu quarto quando ela dormiu lá, daquela vez que nossos pais viajaram.
- Não aconteceu nada, menino. – ele me olhou com descrédito. – larga do meu pé chulé, eu hein?! – Virei as costas e saí, não antes de ouvir as gargalhadas dele.
Na sexta-feira, no fim do ensaio eu olhei para o espelho e a vi encostada na parede, assistindo a dança, fiz questão de dançar para ela. Ok, a namorada dela, estava lá também, mas eu queria que ela me quisesse, me desejasse. Os olhos âmbar não saiam do meu corpo, pareciam queimar minha pele e eu rebol*va satisfeita, no entanto, eu fechei os olhos e quando os abri a engenheira não estava mais lá.
Continuei dançando mecanicamente enquanto a procurava com os olhos. Eu só podia estar enlouquecendo.
Na última música eu a vi entrar, se aproximou da minha água e deixou uma garrafinha de suco, eu sorri. Não tanto, porque bem, ela estava com outra na mão, provavelmente para a oficial.
Mas vontade de vomitar eu senti quando a palhaça da Bruna pulou no pescoço da minha engenheira. Pepê me fitou e sibilou “tá com ciúmes, tá com ciúmes”, que nem criança. Eu passei a mão no cabelo rapidamente peguei minha água e o suco que a Lívia deixou e saí. Laranja com mamão, meu preferido. Não há como negar, me conhece muito bem.
No dia seguinte acordei agitada, não nasci para isso. Precisava evitar pensar na engenheira que me comia tão bem, que tinha olhos lindos, e a timidez doce de uma nerd que amadureceu mas ainda guardava o sabor da adolescência. Liguei o som e repassei várias vezes os passos do show de hoje a noite. Lipo me olhava com preguiça enquanto se esparramava pelo meu sofá.
Fiz uma refeição leve no almoço e a tarde fui malhar. Não era o ideal, mas estava com energia acumulada, precisava pôr para fora.
A noite chegou, peguei pouco trânsito porque precisava estar cedo no local. O coreógrafo gostava de repassar algumas posições.
O show começou e eu conseguia ver Lívia com um grupo de amigos, ela estava linda com um short branco curto e uma camisa azul marinho. No fim do evento comecei a sentir uma fisgada na panturrilha, mas não dei atenção. Saí do palco no fim do show quase mancando, ainda pude ver os olhos preocupadas da engenheira em mim.
O restante do grupo foi para uma festinha para distrair, eu realmente não tinha condições. Ao descer uma escada, minha perna fraquejou eu acabei dobrando o pé de mal jeito e caí. Senti uma dor insuportável no tornozelo, não sabia o que fazer.
Tentei ficar imóvel por alguns segundos, mas o incômodo não passou. Só parecia aumentar. Ouvi umas passadas e me desesperei tentando levantar, o local era escuro, e eu estava sozinha. Com muita dor consegui ficar de pé, mas não conseguia andar direito. Senti um braço enlaçando minha cintura e me tranquilizei quando aspirei o perfume tão conhecido. Lívia.
- Eu vou te levar no hospital – eu acenei com a cabeça. Mas com a dor que eu estava sentindo se ela me dissesse que ia amputar meu pé eu aceitava fácil.
No meio do percurso a enjoada ligou. Lívia com delicadeza se esquivou do convite, e afirmou que precisava ajudar uma amiga que estava em apuros. No caso eu, que estava totalmente na merd*
Meu tornozelo latej*v* muito. Ao sair do carro me deu tontura, a Lívia me amparou no corpo dela e me conduziu ao pronto-socorro do hospital. O local estava cheio, pessoas passavam por nós ensanguentadas vítimas da violência ou de acidentes de trânsito. Nesse cenário caótico, uma moça ainda gritava, só então percebi o tamanho da barriga, a jovem estava em vias de dar à luz a uma criança no meio do corredor do nosocômio.
Apesar de ter chegado depois da maior parte das pessoas presentes, eu fui logo atendida, talvez minha dor fosse menor que a de muitos ali, mas o dinheiro me proporcionava essas pequenas vantagens, não que isso seja motivo de orgulho, mas é um fato.
O médico já com uma expressão cansada no rosto, me examinou simpático. Eu que perdi a simpatia quando ele resolveu apalpar o local já inchado, se a Lívia não me segura eu o estrangularia fácil, e ele ainda riu do meu desespero, pior, a minha acompanhante ao invés de me dar apoio moral também achou graça. Após alguns exames o doutor me informou que eu tive uma entorse no tornozelo.
Ok, quase caí para trás, precisaria de dias e dias com o pé imobilizado. Semanas sem dançar, semanas! Quase choro. Que diabos eu ia fazer em casa durante tanto tempo?!
- Obrigada, doutor! – falou enquanto pegava a receita das mãos do médico.
- Tome cuidado, Fernanda. Você forçou muito seu corpo, poderia ter sido muito pior. – olhou para a Lívia e disse – é bom que ela não fique sozinha hoje, as vezes o paciente esquece que está machucado e faz alguma loucura, agravando o estado. – Lívia assentiu e olhou para mim, ela sabia que eu era bem dessas que faziam algumas loucuras.
Saí meio que pulando da enfermaria, parecia o saci. Me recusei a usar muletas.
Quando chegamos à portaria, ouvimos o grito estrangulado da jovem grávida, que ainda aguardava na fila de atendimento. A engenheira pediu que eu esperasse e se encaminhou a recepcionista, entregou seu cartão de crédito a ela e segundos depois a gestante foi encaminhada para a sala de parto. Não acreditei naquilo, um absurdo.
- Isso é um absurdo Lívia, não está certo! Os médicos fazem a porr* de um juramento para quê? – esbravejei enquanto me encaminhava para o carro. Ela sorriu triste e sentenciou:
- É muito difícil ser pobre no Brasil, Nanda, muito difícil. – ligou o carro e partimos.
Após passarmos na drogaria chegamos em minha casa. A medicação já ajudava, a dor diminuía, mas eu ainda precisava da ajudava da Lívia, e mesmo que não necessitasse, óbvio que iria fazer a maior manha possível. Me surpreendi quando a engenheira tirou uma mochila do porta-malas do automóvel.
- Ia passar a noite com a namoradinha? – ela torceu a boca para meu tom irônico, negou com a cabeça e me respondeu:
- Não, as vezes preciso ir a cidade circunvizinhas por conta do trabalho, e nunca se sabe quando vai ser necessário pernoitar, ou acontecer alguma emergência.
Entramos no elevador do prédio. Um dos meus vizinhos, o qual, aliás, era bem interessante, deu uma secada descarada em mim. Eu dei um sorriso para ele que deu uma piscadinha e saiu do elevador, momento em que eu quase caí no chão, porque a Lívia me soltou de vez.
Saí do elevador pulando porque a engenheira se recusou a me amparar. Não entendia aquele bico dela. Lipo, por incrível que pareça, ficou rodeando a minha visita, se esfregava nas pernas dela.
- Você está muito dado, Lipo. – resmunguei enquanto a Lívia acarinhava o pelo negro do gato.
- Deve estar aprendendo com você! – Ui! Que pedrada! Gente, por que essa hostilidade gratuita?!
- O que foi Lívia? Você nunca foi grosseira!
- Você tem que se comportar que nem uma vadia toda vez que vê um homem em sua frente? – até me assustei com o tom, ela realmente estava irritada.
- Ôxe, me respeite Lívia! Eu sou uma mulher solteira, e o que eu faço ou deixo de fazer da minha vida não te diz respeito! – ela me fulminou com os olhos.
- Cale a boca e vá tomar a porr* do seu banho que você está fedendo! – falou muito brava. Ai adoro mulher brava! Mas não podia dar ousadia, né?! Resmunguei alguma coisa e fui ao banheiro.
Me enrolei toda para tomar banho, o que eu ia fazer com o gesso?! Lívia apareceu e me olhou da porta, se ajoelhou aos meus pés, eu achei que ia rolar uma diversão, mas ela simplesmente tirou um saco plástico e amarrou na minha perna para não molhar. Broxante.
- Lí, me ajuda vai?
- Tudo bem, mas se comporte. – o problema é que me comportar ao lado dela era tão difícil.
Lívia carinhosamente passou o sabonete pelos meus ombros, braços, axilas, barriga, pernas, costas e seios, nesse último eu estrangulei um gemido com receio que ela parasse.
- Suas partes íntimas você consegue lavar sozinha – suspirei. Tá difícil, viu?! Oh mulher marrenta.
Após me vestir com um pijama de desenho que Lívia escolheu, exatamente, ela escolheu, me encaminhei para a sala e tive uma agradável surpresa ao ver uma pizza me esperando. Comemos enquanto assistíamos um filme de guerra na televisão, ela realmente adora um tiroteio, sangue, meu Deus é muita violência! Para ser sincera não me recordo como acabou, estava sonolenta, Lívia me puxou para si e acarinhou meus cabelos, no início fiquei meio sem jeito, mas era tão gostoso. Os olhos cor de âmbar foram as últimas coisas que eu me lembro de ter visto antes de adormecer no colo dela.
Fim do capítulo
Obrigada pela atenção de vocês!
Comentar este capítulo:
Rita
Em: 28/02/2017
Kkkk a Lívia com ciúmes mas também não entendi como a Fernanda consegue flertar com tanta gente, tem jeito para a coisa, tá solteira e não gosta de relacionamentos. A Lívia é uma boa amiga levou-a no hospital e agora ficou a cuidar dela, isso é lindo.
Resposta do autor:
Minhas meninas são uns amores!
Um abraço, minha princesa!
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