Capítulo 29 - O pior dia
# Alice
Eu olhava para aquele copo de café quente em minhas mãos enquanto minha mente voava, dava voltas e eu simplesmente não conseguia compreender o que exatamente estava acontecendo. As coisas pareciam perdidas e nada fazia sentido, nada!
Tudo o que eu conseguia compreender agora, é que eu estava ali, naquele hospital, segurando um copo térmico de café fumegante, minha cabeça doía, meu coração estava apertado, e dona Celina estava no quarto com Giovanna.
Quando Gio apareceu diante de nós, pálida e com o semblante assustado, percebemos que tinha algo de errado, porém, jamais imaginamos que ela diria aquilo. Maria Luíza? O que tinha acontecido? Não sabíamos dizer. Só o que sabíamos é que Giovanna sofreu uma queda de pressão, e agora estava sob observação. Diante do avanço da gravidez dela, Dra Paula nos explicou que o que aconteceu hoje poderia ser bem perigoso, tanto para ela, quanto para o bebê.
Deixei meu corpo cair sobre uma das cadeiras brancas e desconfortáveis da sala de espera, e suspirei deixando todo o ar de meus pulmões saírem ruidosamente, e de uma única vez.
Peguei meu celular dentro da bolsa e encarei a tela, ponderando se eu deveria ou não ligar para Elisa. Ela ficaria angustiada, assim como eu estava. Porém, eu sentia meus ombros pesarem demais, eu precisava da minha namorada do meu lado. Ela era o meu apoio, era o meu pilar, e nada mais me deixaria melhor naquele momento do que o seu abraço.
Disquei seu número. Desliguei assim que chamou a primeira vez. Encostei o aparelho em minha testa. Voltei a suspirar.
-- Alice?
Reconheci a voz de imediato, antes mesmo de levantar os olhos e enxergar Thaís parada a minha frente. Meu coração comprimiu dolorosamente, tão dolorosamente que a fortaleza que tentei erguer diante de mim naquele momento, ruiu desastrosamente.
Ergui-me depressa, abraçando fortemente Thaís, deixando com que as lágrimas caíssem sem tentar impedi-las. Aquilo parecia um pesadelo. Era um pesadelo sem fim, só podia ser.
-- Como a Giovanna está?
-- Pra falar a verdade, eu ainda não sei Thaís. Estou com medo de entrar naquele quarto e ter que encarar aqueles olhos inquisitivos. Eu não sei, ainda não sei o que dizer a ela. A última vez que fui lá, ela ainda estava dormindo, mas eu estou com medo de ir lá e... – voltei a chorar...
-- Calma Alice, vai ficar tudo bem.
Só então notei que Thaís estava acompanhada de Marcela. Certa vez Malu havia comentado que a sua missão cupido havia dado certo. Minha amiga apesar da cara de marrenta, tinha mesmo um ótimo coração.
-- Já sabem de alguma coisa? – Thaís perguntou.
-- Não. Eu fui até a polícia, mas até agora não sabem de nada. Encontraram o carro dela abandonado, mas todos os pertences dela estavam lá, bolsa, celular, dinheiro...tudo.
-- Eles vão encontrá-la Alice, isso não deve passar de algum mal entendido. Daqui a pouquinho ela está aqui com a gente.
-- Eu vou matar a Maria Luíza quando ela aparecer. – suspirei tentando permitir que a esperança de que aquilo fosse apenas uma brincadeira tomasse conta de mim.
Marcela falou algo no ouvido de Thaís e se retirou dizendo que iria até a lanchonete. Eu voltei a sentar na bendita cadeira branca, e Thaís imitou o meu gesto, sentando ao meu lado e segurando minha mão entre as suas.
-- Vai dar tudo certo Alice. Malu vai aparecer, e vai estar tudo bem.
-- Que Deus te ouça!
Isso é até algo estranho, mas Thaís era o tipo de pessoa que te passava segurança, tranquilidade e paz. As palavras que saiam de sua boca sempre eram confortantes, e em nenhum momento você conseguia duvidar do que ela dizia. Era inexplicável, mas você sempre acreditava.
Então foi assim, com as palavras dela que eu consegui relaxar. Minimamente, é claro. Meu coração ainda estava apertado, no entanto, aquela voz dúbia em minha mente que uma hora dizia que tinha algo errado, e hora dizia que estava tudo bem, não estava mais ali. Agora eu conseguia acreditar que Maria Luíza estava bem sim, e que logo logo chegaria com aquele sorriso traquina.
Eu dormi ali, no ombro de Thaís. Meu corpo praticamente desligou depois de um tempo. Quando acordei, já era noite. Por alguns instantes me senti perdida, até parecia que o momento real, o agora havia sido apenas um sonho. Porém, para minha tristeza, quando consegui realmente me situar, me dei conta de que era tudo verdade.
Marcela segurava a mão de Thaís, enquanto ela mantinha um braço em volta de meus ombros. Olhei em volta e senti minha boca seca. Meu celular vibrou dentro da bolsa. Totalmente atrapalhada e apressada abri a bolsa. Atendi sem nem olhar para a tela.
-- Alô?
-- Oi meu amor. Eu estava em uma correria enorme, e só agora vi que você havia me ligado. Tudo bem com você? Como estão as coisas?
Meu coração comprimiu no instante em que ouvi aquele sotaque gostoso do outro lado da linha. A voz dela estava animada e saudosa, Elisa estava completamente alheia ao que estava acontecendo no Brasil, e quando ela me perguntou se estava tudo bem, pensei rapidamente se eu devia falar o que estava acontecendo a ela, assim, por telefone.
-- Amor eu estou bem, mas...
-- O que foi Alice? Aconteceu algo com você?
-- Não amor, comigo não. Mas está acontecendo algo, e...e.. – suspirei – to precisando muito de você.
-- Alice o que houve?
-- Falta muito pra você voltar?
-- Não mais! Eu já estou voltando meu amor.
-- Não precisa deixar as coisas ai e vir amor.
-- Olha Alice, eu não sei o que está acontecendo, mas pelo tom da sua voz eu sei que você não está bem. E as coisas aqui podem esperar, só não vou deixar você ai precisando de mim...
-- Eu não queria te atrapalhar.
-- Você não me atrapalha. Daqui a pouco eu estou com você, parto daqui no primeiro voo.
Sem muita conversa, Elisa compreendeu que eu realmente estava precisando dela comigo. Nos despedimos naquela ligação, e eu pude sentir meu peito mais aliviado somente por saber que logo logo ela estaria comigo.
Apesar de saber que Elisa era bem mais nervosa do que eu, e ficaria super tensa com aquela situação, mesmo assim, eu sei que ela seria a única pessoa capaz de me trazer paz de verdade. Na realidade, até hoje só havia duas pessoas com esse poder: ela, e Malu.
As horas se passavam noite adentro, quando Celina veio até nós na sala de espera nos dar a notícia de que Giovanna receberia alta em questão de alguns minutos.
Estava tudo bem com ela, e com o bebê. Mas segundo Celina, os exames mostravam que a filha, estava bem, porém, seu coração de mãe era capaz de enxergar que não. E comprovamos isso quando enfim deixamos o hospital em direção a casa de Giovanna. Meu carro estava no estacionamento do shopping, então seguimos no carro de Giovanna.
Giovanna não falou nada, nenhuma palavra foi dita por ela, e para falar a verdade, ela nem mesmo nos olhou. Sua mãe disse que no quarto ela apenas chorou, e disse baixinho “Eu sei que ela vai voltar”.
Em casa ela fez tudo como em uma noite normal, porém, em nenhum momento pareceu que estava realmente ali, vivendo e vivenciando cada momento. Era automático. Era ela, e ao mesmo tempo não era.
Após o jantar, que ela mal tocou, ela enfim falou, e para meu desespero, ela perguntou sobre a esposa. Nada mais podia ser dito, não havia nenhum fato novo. Tudo o que sabíamos era que a polícia estava investigando e tentando chegar ao paradeiro de Malu.
Quando disse isso para ela, foi extremamente doloroso. Não só por ela, não só pelo fato de vê-la com os olhos cheios de água, mas por mim, que tentava sufocar meus anseios e meus medos. Era torturante não saber de nada.
Aquela noite foi um completo martírio. Depois que Giovanna se recolheu, Celina e eu ficamos sentadas à sala, cada uma com o seu celular em mãos, aflitas, esperando por qualquer notícia que fosse.
Por volta de quase 2hs da manhã, nos recolhemos. Ambas em um dos quartos de hóspedes da casa. Celina já estava instalada lá, eu, tinha algumas roupas por lá, e depois de um banho, deitei tentando esquecer do dia para relaxar, e acordar de uma maneira que eu pudesse ajudar de alguma forma. Eu precisava de informações.
Mandei mensagem para Elisa avisando que estava na casa das meninas, e pedindo para que ela me avisasse assim que pousasse em solo brasileiro.
Eu bem que tentei dormir, mas não foi fácil. Minha mente me traiu, e trouxe até mim memórias, memórias valiosas, mas que naquele momento apenas me causava mais angustia. Até parecia aquela coisa de filme, lembranças que na verdade significavam uma despedida.
Lembrei-me de como nos conhecemos, como a garota marrenta, mas de sorriso aberto me chamou a atenção. Lembrei-me dos momentos difíceis que dividimos juntas, como quando ela me contou sobre a sua sexualidade e depois foi expulsa de casa. De nossas aventuras juntas. Ou quando uma acobertava a outra em um namoro. Malu estava na minha vida desde que me entendo por gente. E ela estaria presente até os últimos instantes.
**********
# Giovanna
Meu corpo parecia pesar, sentia falta de ar, o peito doendo. A barriga incomodava, então vagarosamente, com cuidado, tentei sentar na cama. Mantive-me de olhos fechados, minhas pálpebras pesavam além da conta.
Assim que sentei, passei a mão no lado esquerdo da cama. Estava frio. Chamei seu nome, e quando não obtive nenhuma resposta apressada, me dei conta de que nada daquilo havia sido um sonho ruim, era realmente verdade.
Finalmente abri os olhos, olhei para o lado da cama que ela costumava dormir, e apesar do quarto estar com as luzes apagadas, a pouca claridade que vinha da parte externa da casa me permitiu ver que os lençóis do lado dela estavam perfeitamente arrumados e alinhados.
Meus olhos imediatamente arderam, em meu peito um aperto ainda maior. Estiquei um pouco o braço e alcancei o celular na mesinha ao lado da cama. Na tela de bloqueio, uma foto nossa. Maria Luíza sorria enquanto me tinha em seu colo. Suspirei antes de olhar a lista de chamadas.
Para aumentar ainda mais a minha angústia, não havia nada, absolutamente nada. No topo da lista, o número dela. Aquela ligação, que me trouxe notícia tão desoladora. Não podia ter acontecido nada com a minha esposa. Não podia! Mas onde ela estava?
Eu não queria ter que me perguntar isso mais vezes. Não queria uma resposta. Queria apenas e minha esposa adentrando aquele quarto com o seu melhor sorriso, aquele que me aquecia a alma, e derretia meu coração.
Meus pressentimentos, aquele peso em meu coração eram um aviso. Eu não quis enxergar, não quis entender, e agora, só agora eu conseguia compreender o que foi aquela angustia que me acometia sempre que ela saia de casa. Eu apenas não enxerguei.
Naquele momento, eu estava tentando tirar de dentro de mim, uma força que eu jamais cogitei possuir. Dentro de mim, de meu coração tudo parecia ruim, mas estava me apegando a minha filha para me manter calma e não deixar nada de ruim chegar até ela. Maria Luíza sempre costumou dizer que pensamentos positivos, atraiam coisas positivas. Então eu tinha que pensar sempre no melhor, não me deixar abater e pensar coisas ruins.
Ela estava pra chegar, eu sei disso!
Respirei fundo e deixei a cama indo até o banheiro. Encarei-me no espelho. Nada parecia com a mulher que eu sou ao lado dela...Suspirei, respirei fundo novamente e lavei o rosto.
Voltei para o quarto e me dei conta de que não queria ficar ali, não por enquanto. Peguei o celular em cima da cama e fechei a porta do quarto com cuidado, aspirando profundamente o cheiro bom que saia de lá. Era o perfume dela, até parecia que ela tinha acabado de se arrumar para sair. Olhei para nossa cama e enfim fechei a porta.
Desci as escadas vagarosamente, e encontrei a casa completamente escura, da mesma forma que eu achava que meu coração estava por dentro. Sentei no sofá de três lugares e encarei a porta. Respirei fundo e deixei meu corpo cair, até estar completamente deitada. Fechei os olhos quando uma lembrança recente invadiu a minha mente.
***
Era um sábado, quase hora do almoço, eu estava na parte de cima da casa, necessariamente saindo do banho. Maria Luíza havia saído pela manhã, bem cedo. Lembro-me de ela falar ao meu ouvido “Amor tô saindo para o jogo de vôlei com os professores. Eu não demoro.”. Preguiçosamente eu nem mesmo abri os olhos, apenas recebi seus lábios nos meus, e disse a ela que a amava.
Na noite passada Maria Luíza havia inclusive me convidado para ir com ela, assistir ao jogo, apesar de tentada – eu amava ver aquele corpo coberto de pequenas gotículas de suor – me vi vencida pelos pés inchados e a incrível coragem de ficar apenas na cama.
Com uma toalha enrolada em meu corpo e outra em minhas mãos, sentei na ponta da cama, encarando meus pés que estavam realmente inchados. Preferia até não falar do meu corpo, porque apesar de Maria Luíza insistir que eu não tinha mudado, que continuava linda, eu sabia que tinha engordado, bastante. Não dava para ser diferente, eu estava prestes a entrar no sétimo mês de gravidez.
Ultimamente eu estava me sentindo até enciumada, porque Maria Luíza continuava extremamente linda, radiante, com aquele corpo de dar inveja a qualquer pessoa, e eu aqui, com uns quilinhos a mais. Na Andrade Lemos era cheia de mães que adoravam ter a atenção da minha esposa, eu sabia disso.
Suspirei deixando a toalha de lado, e procurando algo no guarda roupa que fosse realmente confortável, e não me fizesse engordar mais do que eu já estava. Escolhi um vestido soltinho, de tecido leve, e curto. O deixei sobre a cama e fui até o banheiro, onde sequei um pouco os meus cabelos e os prendi em um coque frouxo. O calor estava de matar ultimamente.
Quando voltei ao quarto, vi o celular de Maria Luíza vibrando na mesinha ao lado cama. Ele parou de tocar assim que cheguei perto. O coloquei de volta na mesinha, mas no momento em que ia passar um creme hidratante no corpo, ele voltou a tocar. Dessa vez consegui pegá-lo ainda tocando. Era uma chamada com ID privado, pensei em atender, mas achei melhor não.
No entanto, diante da insistência, atendi. Ninguém falou, mas quando a chamada encerrou, pude ver a lista de chamadas do celular da minha esposa, onde aparecia repetidas vezes ‘ID privado’. Eram chamadas quase que diárias.
Apesar de estranhar, e muito por sinal, eu confiava em minha mulher, sabia muito bem do que ela era, e não era capaz, então conversaria com ela pacificamente sobre aquelas ligações. Não era comum, eu sabia que não era outra mulher, mas minha curiosidade não me deixaria em paz até ouvi-la dizer.
Deixei o aparelho no lugar e voltei a minha atenção para o hidratante. Vesti o vestido sentido o tecido fino acariciar a minha pele, fui até o guarda roupa para pegar uma calcinha no exato momento em que vi Nala sair do quarto em disparada. Ela só fazia isso em uma única situação: quando Maria Luíza chegava silenciosa em casa.
Fiz silencio e tentei ouvir algo, mas, nada. Deixei a gaveta aberta e fui devagar até o corredor. Caminhei devagar até chegar ao pé da escada, a tempo de ver minha esposa com Nala no colo, que se mexia e abanava o rabinho efusivamente. Eu entendia Nala, afinal, como não amar aquela morena?
-- Oi meu amor. – ela falou sorridente ao me ver.
Aquilo foi instantâneo. Eu parei de respirar por alguns segundos e a encarei. Não consegui nem mesmo respondê-la, apenas admirar...
-- Você está...
-- Suada! – ela sorriu levando a mão a cabeça – É que eu fui e voltei de carona, ai eu fiquei a algumas ruas daqui e vim correndo. Mas eu já vou tomar um banho.
-- Luíza... – inevitavelmente mordi o canto da boca.
Minha esposa me olhou de um jeito que...ela sabia que tinha me atingido com um tesão poderoso. Eu só a chamava de Luíza, quando estava possuída de tesão e excitação.
Ela me deu aquele sorriso convencido, cheio de malícia e eu imediatamente desci as escadas parando a sua frente. Ela abaixou um pouco o olhar, me olhando dentro dos olhos, e aquilo foi como uma corrente elétrica percorrendo cada cantinho de meu corpo. Senti a pressão em meu ventre, e então me lembrei...
Me aproximei dela tocando seus braços com as pontas de meus dedos, vendo os pelinhos se pronunciarem, sua pele ficou arrepiada. Maria Luíza estava com um short curto, completamente colado às suas pernas, a blusa, era uma regata, mas agora jazia em seu ombro, lhe restando apenas um top preto. Aquela visão era deliciosa.
Toquei sua barriga, deslizando apenas a ponta dos dedos. Ela fechou os olhos e deixou um suspiro escapar. Levei minha mão até a sua nuca, agarrando firme, puxando-a pra mim, arranhando de leve sua nuca. Ela passou os braços em volta de minha cintura.
-- Você está quente... – ela sussurrou quase contra os meus lábios.
-- Uhum. – respondi e tomei sua boca com a minha.
Meu beijo era guloso, eu estava sentindo uma necessidade enorme de Luíza, de suas mãos em mim, de seu corpo colado no meu.
Minha língua bailava dentro da boca dela, sendo acompanhada por ela. O beijo estava me deixando cada vez mais inebriada, e cada vez mais doida pra sentir a minha morena por completo. Desci uma de minhas mãos por sua barrida, e dessa vez não era a ponta dos dedos, eram as unhas, que desceram arranhando e provavelmente deixando marcas. Seu corpo tencionou contra o meu no momento em que eu invadi seu short e encontrei seu sex*, molhado.
Ela gem*u, e aquilo me incentivou ainda mais. Com o auxílio de minha outra mão, eu desci o seu short, deixando minha mão mais livre para se movimentar. Abri um pouco mais as suas pernas, e agora a mão livre, apertava aquele bumbum firme.
-- Amor eu to...
-- Não fala nada.
Foi a última coisa que falei antes de empurra-la contra a parte alta do sofá, deixando-a com o tronco sobre o sofá, apoiada quase de quatro, e então entrar em Luíza, sentindo como ela era quente por dentro. Ela deixou um suspiro escapar, ela ainda prendia os seus gemidos, mas quando comecei a movimentar meus dedos com mais firmeza, ela não conseguiu mais prendê-los.
Levantei seu top, deixando seu seio livre, livre para minha mão apertá-lo com força. Agora ela gemia, gemia alto, e eu, eu delirava querendo mais, me deixando envolver e levar por seus gemidos roucos.
Um último e forte suspiro indicou quando ela alcançou o orgasmo. Esperei um pouco e tirei lentamente meus dedos de dentro dela. Encaixei-me atrás dela, fazendo uma leve pressão, e então deixando meu corpo cair sobre o dela.
-- Eu devia chegar suada em casa mais vezes.
-- Devia. – eu sorri.
Minha morena ergueu o corpo me fazendo ficar abraçada às suas costas. Ela girou o corpo ficando de frente para mim. Sentou no braço do sofá e me manteve de pé, parada a sua frente. Olhando em meus olhos, ela levou suas mãos até os meus seios, apertando-os.
-- Você está cada vez mais gostosa. – disse ela.
-- Não mente pra mim.
-- Vou te mostrar como não estou mentindo.
Luíza se livrou de toda a sua roupa, ficando completamente nua a minha frente, mas ainda sentada sobre o braço do estofado. Ela sentada e eu a sua frente, ficávamos quase da mesma altura.
Logo sua boca deslizava por meu colo, deixando um rastro gostoso e molhado por toda a extensão. Quando chegou ao meio de meus seios, no decote do vestido, ela passou a língua. Olhou em meus olhos, e delicadamente retirou meus seios de dentro do vestido, os deixando a mostra. Ela os uniu e passou a pontinha da língua nos bicos enrijecidos.
Agarrei seus cabelos e suspirei.
-- Amor...
-- O que foi? O que quer?
-- Ch*pa amor, ch*pa eles...
Delirei quando senti a aquela boca maravilhosa os cobrindo, os devorando. Com um de meus seios na boca, minha morena levou a mão até o meio de minhas pernas. Ela nem podia imaginar o que acontecia ali.
-- Puta que pariu! Você...você...
-- Estou sem calcinha amor. – sorri.
Imediatamente, Luíza se levantou me levando consigo, me fazendo passar as pernas por sua cintura, me encaixando nela.
-- Mexe pra mim amor. – ela pediu tomando a minha boca em um beijo urgente.
Fiz como ela pediu, passei a me movimentar em seu colo, fazendo com que meu sex* tocasse sua barriga, ficando bem nítido em sua pele o quanto eu estava molhada.
Passamos o resto da tarde nos amando naquele sofá. Não só no sofá, mas no carpete da sala, no balcão da cozinha, e por último, no deck da piscina. No final, demos um mergulho. Depois subimos, tomamos um banho e pedimos alguma coisa para almoçar tendo em vista que já era quase 15hs da tarde.
Depois do almoço tardio, ficamos entre carinhos e carícias na cama. Eu estava deitada sobre o peito de minha morena, fazendo círculos imaginários em sua barriga desnuda – estávamos nuas novamente.
Sua respiração fraquinha e suave, me indicava que ela logo logo pegaria no sono. Mas ai, seu celular mais uma vez vibrou em cima da mesinha e quando ela o pegou, saiu apressadamente da cama me deixando ali, e indo atender a ligação fora do quarto.
Quando ela retornou ao quarto estava visivelmente nervosa, tensa. Seus cabelos estavam mais bagunçados denunciando seu estado emocional – ela passava a mão freneticamente pelos cabelos quando nervosa.
Maria Luíza sentou na beirada da cama, ficando de costas para mim. Suas mãos faziam pressão, apertando o colchão. Ali não estava nada bem. Sentei na cama e toquei o seu ombro delicadamente, ela suspirou com o meu toque e deixou os ombros caírem. Puxei-a suavemente para trás, fazendo com que ela deitasse sobre o meu colo.
Ela fechou os olhos e se deixou ficar. Eu acariciava os seus cabelos encarando-a, encontrando nos traços de seu rosto certo temor.
-- Desculpa...
-- Por quê?
-- Só me desculpa... – suspirou pesadamente.
-- Amor? Você sabe que eu estou aqui, do seu lado, para tudo, exatamente tudo, não é?
-- Eu sei meu amor, eu sei, é só que...
O fato de Maria Luíza ultimamente começar a falar e parar bem no meio, estava começando a me irritar. Mas eu a compreendia, ela nunca me escondeu nada, então ela tinha crédito comigo.
-- Amor quando estiver pronta pra falar, eu estou aqui.
Ela ficou em silêncio por alguns instantes, e quando tornou a falar, novamente pediu desculpas. Mas, desculpas por que afinal? Respeitei o seu silêncio e o seu momento, até o instante em que senti algo molhar minha coxa. Ai sim meu coração pareceu que ia parar.
**********
Desisti de ficar deitada naquele sofá. Tinha o cheiro dela, me fazia lembrar ela, fazia meu coração comprimir. Mas afinal, o quê naquela casa não me fazia lembrar ela?
Levantei e passei a andar pela sala que ainda permanecia na penumbra. Andei de um lado para o outro até que me senti sufocada ali dentro. Fui para a parte externa da casa e sentei em uma das confortáveis cadeiras que havia ali, de frente para a piscina.
Anna Sophia começou a mexer com mais frequência, dando pequenos chutes e me deixando ainda mais desconfortável. Busquei uma melhor posição até que ela parou e ficou quietinha. Fiquei encarando a piscina que era iluminada pela luz da noite enquanto tentava deixar minha mente mais tranquila. Eu tentava a todo custo não pensar em nada, parecia errado, mas pensar, estava me fazendo mal, a falta de notícia, estava me deixando mal.
Suspirei e olhei para o céu ainda estrelado.
Volta pra casa logo meu amor, nós estamos com saudade de você. – falei passando a mão sobre a barriga. - Deus, por favor, cuida dela, não deixa nada de ruim acontecer ao amor da minha vida, traga-a para casa, bem, com aquele sorriso lindo, aquela energia que contagia a nossa vida. Cuide dela, por favor.
Não sei quanto tempo passei ali, sentada naquela cadeira, conversando com Deus, com os astros, com meus pensamentos e meus sentimentos. Um toque suave me fez despertar, era minha mãe, que me olhava de um jeito que só podia ser classificado como pena, ou algo parecido.
Ela me fez entrar, tomar um banho quente e deitar na cama, mas eu não queria ficar deitada ali sem a minha esposa, sem ela não. Fiz tudo como ela pediu, mas não aceitei nem mesmo tomar banho no banheiro que dividíamos.
Logo depois, desci para tomar café à mesa, junto com minha mãe, Alice, e para a minha surpresa, Elisa. Ela não estava em Portugal? Antes de me sentar, Elisa me abraçou, um abraço apertado, repleto de carinho, de atenção, e preocupação. Quando nos separamos, ela olhou em meus olhos, os seus estavam lacrimejando, foi o bastante para o meu corpo reagir da mesma maneira.
-- Ela voltará logo Elisa, eu sei que vai. – falei com os olhos cheios d’água.
-- Eu não tenho dúvidas disso querida.
Tomamos café da manhã juntas, falávamos sobre qualquer coisa, mas, entramos em um acordo mudo para não falar dos últimos acontecimentos. A única coisa que Alice me disse, foi que estava acompanhando tudo de perto, que eu não me preocupasse, cuidasse apenas de mim e de Anna Sophia.
Tarefa impossível não me preocupar.
Durante todo o dia, procurei motivos e funções que ocupassem a minha mente. Levei todas as coisas que havia compro com minha mãe no dia anterior até o quartinho de minha filha, e passei boa parte da tarde empenhada em arrumar tudo por ali.
Para onde eu ia, não importava o que estivesse fazendo, eu levava o celular junto comigo. Estava sempre ao meu lado, eu evitava olhá-lo, mas estava sempre atenta para qualquer sinal sonoro que ele emitisse.
Minha mãe e as meninas se uniram pra ficarem de olho em mim, é claro que elas não me contaram isso, mas era impossível não perceber o cuidado que elas estavam tendo comigo. Uma das três sempre estava perto de mim, perguntando se eu precisava de algo, se estava bem ou sentindo algo.
Quando terminei de arrumar as coisas de Anna Sophia no quarto, me empenhei em outra tarefa: recolher alguns de meus pertences para me instalar em um dos quartos de hóspedes. Eu preferia não pensar em muita coisa, e me convencia de que apenas não queria ficar naquele quarto enquanto Maria Luíza viajava.
Tomei um banho e em seguida desci para o andar debaixo da casa, há pouco tempo minha mãe havia avisado que o jantar estava pronto. Eu não estava com fome, mas tinha dois motivos para ao menos tentar comer: minha filha, e o fato de minha mãe estar se empenhando como nunca antes – desde minha infância – para me agradar.
Quando cheguei ao pé da escada, avistei Alice andando com o celular em uma das mãos, e a outra em sua cabeça. Ela andava de um lado para o outro, aflita. Eu parei, encarei e senti um aperto no peito.
-- O que aconteceu?
As três me olharam, no entanto, nenhuma delas se pronunciou apenas me olhavam caladas. Talvez procurando palavras para me dar alguma notícia.
-- O que aconteceu?! – tornei a perguntar enquanto descia as escadas.
-- Acabei de receber uma ligação. – Alice finalmente falou.
-- Que ligação?
-- Era sobre Malu, eles, eles...
-- Eles quem? Por favor, alguém me conta de uma vez o que está acontecendo?
Minha mãe rapidamente se pôs ao meu lado, passando um de seus braços por minhas costas enquanto segurava minha mão.
-- Filha você precisa manter a calma, lembre-se que a Dra. Paula pediu para que ficasse calma, evitasse estresse e...
-- Vocês estão me torturando, me contem de uma vez. – interrompi-a.
Minha mãe me fez sentar no sofá. Eu nem senti, fiz no automático, a única coisa que eu sabia fazer era olhar para Alice aflita pelo que ela ia dizer. Até que após um longo suspiro, ela resolveu falar.
-- Eu não sei quem me ligou, não deu pra identificar, era uma voz mecânica e com ID privado. – ela parou um instante e continuou – Me disseram que estão com a Maria Luíza, pediram para a polícia não ser informada deste contato, e pediram para que aguardassem por novas instruções.
Meu coração parou naquele instante. As lágrimas vieram sem anúncios. Um enorme nó se formou em minha garganta.
-- Sequestrada? – perguntei bobamente.
Aquele estava sendo o pior dia da minha vida!
Fim do capítulo
Boa noite meninas!
Dá até vergonha né? Mas bom, estou aqui. Sei que demorei, e bastante por sinal, mas não abandonei. Sinto muito por ter demorado tanto, eu sei o quanto é chato. Não vou me prolongar muito, fica chato né?
Para as meninas que ainda sobrevivem por aqui para ler está estória, boa leitura!
Beijos
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Leticia01
Em: 22/02/2017
quase me mata do coração pensei q não ia voltar mais.
volta logo!!
Resposta do autor:
Oi flor!
Ow Leticia, mil desculpas...
Eu demorei bastante né? Mas não foi por mal, as coisas ficaram meio corridas e eu quase doida, mas deu certo, estou de volta, e agor prometo postar com mais frequência para não causar nenhum problema de coração por ai...
Volto sim! Beijo
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Mille
Em: 22/02/2017
Ola Chris, fiquei feliz por ter aparecido.
Mais menina você gosta de nos deixar aflita e tadinha da Gio sofrendo e tentando abafar os sentimentos negativos para nao fazer mal a Sophia e a si própria.
Quem será os sequestradores???? Bom acho que pode ser aquela FDP junto com a irmã da Celina, ou o ex marido da Marcela.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
Olá Mille!
Eu também fiquei feliz, por você ainda permanecer aqui sabe?
Confesso, culpada! Eu gosto um pouquinho...
Nesse momento, ela tem que pensar bastante em Anna Sophia, vai ser difícil, mas elas vão superar isso.
Apostas feitas!
Beijos minha flor, até o próximo!
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Lyn
Em: 22/02/2017
Comecei a ler sua historia essa madrugada e acabei agora kkk tipo nem dormi ainda.
Só espero que a Luíza volte logo e bem, pq elas merecem ser feliz.
Voce esta de parabéns!
Beijos
Resposta do autor:
Olá Lyn! Que bom lhe ter aqui!
Olha, você falando assim eu não sei se fico feliz, ou com certa dó por ter lhe deixado a madrugada acordada kkkkk
Obrigada pelo carinho viu?
Eu concordo, elas merecem ser felizes, pena que pessoas invejosas e impiedosas atravessaram o caminho delas.
Obrigada mais uma vez viu? Até o próximo!
Beijos
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Pryscylla
Em: 21/02/2017
Coitada dela, estando grávida e tendo que passar por essa situação.
Bjus ;)
Resposta do autor:
Olá!
Pois é, a vida das meninas não está fácil, tá tudo atribulado. Mas, do amor algo sempre florece né? O amor que Giovanna tem pela esposa e pela filha vai fazer com que ela fique firme, tenha forças...
Beijos
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