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  • Capítulo 30 - Dia de detetive

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A culpa é do destino por Chris V

Ver comentários: 6

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Palavras: 4153
Acessos: 2094   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 30 - Dia de detetive

# Alice

 

             Dizer aquilo dilacerou meu coração. Até o momento eu mantive o foco em minha mente, me esforçando para pensar que nada de ruim havia acontecido a minha amiga. Aquilo era inaceitável, a gente realmente pensa que algo assim jamais vai acontecer com a nossa família até que acontece.

             Maria Luíza havia sido sequestrada, agora isso é fato consumado. Agora quem e o porquê, isso era desconhecido. Mais angustiante ainda foi atender aquele celular, ouvir a ligação ser encerrada e ainda sim não saber de muita coisa. Não disseram o que queriam. Se era dinheiro, quanto? Onde eu deveria entregar? Eu queria tanto ter ouvido a voz dela.

Nesse momento parecia que a ficha de Giovanna começava a cair. Agora ela chorava copiosamente enquanto Dona Celina tentava consolá-la. Estava tudo tão difícil. Eu achava que estava em choque, estava parada, de pé no meio da sala enquanto assistia Gio se desmanchar em lágrimas. Não sabia o que deveria fazer.

Olhei na direção de Elisa e ela me olhava com lágrimas nos olhos. Aquela situação estava sendo angustiante, já era o suficiente para mim, eu tinha que dar algum jeito, conseguir alguma informação, qualquer coisa. Claro que eu não ficaria de braços cruzados esperando os sequestradores ligarem outra vez. Que garantia eu tinha que eles preservariam a integridade física de Malu?

Não. Chega!

Sentei-me ao lado de Gio e passei o braço por cima de seus ombros. Eu tinha que fazer alguma coisa, por ela, por Malu, por aquele bebê que estava para chegar.

-- Não fica assim meu amor.

-- Alice, a minha mulher, eles estão com a minha mulher... – choramingou.

-- Eu sei. Mas tanto você quanto eu, sabemos que ela é durona, e já já ela vai estar em casa. Vamos manter a calma e fazer tudo como eles estão nos orientando.

-- Nós vamos esperar? – ela perguntou me encarando com o rosto coberto por lágrimas.

-- Nós temos que esperar querida. Até agora a polícia não tem nenhuma informação, e não podemos correr o risco de informar a eles sobre a ligação que recebemos. Eles vão entrar em contato novamente em breve, você vai ver.

-- Eu não vou aguentar toda essa espera, não vou.

-- Vai sim, eu sei que você é forte também. E tem outro ser que depende muito de você agora.

             Giovanna me abraçou apertado. Ela chorava e eu podia sentir seu corpo ser balançado levemente. A vontade que eu estava sentindo de chorar, era enorme. Porém, eu tinha que me manter forte, precisava estar com a cabeça no lugar, porque quem normalmente fazia isso por mim, hoje não estava ali, e eu precisava fazer isso por ela.

-- Não fique assim, eu te prometo que ela vai voltar.

             Ela apenas balançou a cabeça em concordância. Ficamos todas em silêncio naquela sala. O único som, era o de Giovanna que ainda se permitia chorar. Dona Celina levantou dizendo que faria um chá calmante para a filha. Ela realmente ia precisar.

             Após um tempo, quando Gio parecia mais calma, com o meu celular em mãos, eu me distanciei ao máximo das três para que ninguém pudesse me ouvir, e fiz uma ligação. Aguardei batendo levemente os pés no chão que eu fosse atendida.

-- Martins?

-- Oi.

-- Por favor, me diz que você tem algo pra mim.

-- Eu até tenho, mas acho que não é muita coisa. E além disso , é algo extraoficial, então você já sabe...

-- Sei, não posso contar a ninguém.

-- Isso aí.

-- Então me conta.

-- Olha, segundo testemunhas, a sua amiga não estava no local em que o carro foi abandonado. Apenas um homem saiu do carro, o que nos deixa sem saber exatamente onde tudo começou. Fizemos perícia no celular dela, e há pelo menos duas semanas ela recebia ligações com “ID privado”, e com bastante frequência. Inclusive ela recebeu uma ligação poucas horas antes de encontrarmos o carro dela.

-- Mas isso, isso...

-- É, não acrescenta em muita coisa. Exceto por um detalhe. Nós também analisamos o GPS do carro da Maria Luíza, e ela também frequentou um endereço com muita frequência sem um padrão de horário. Eu mesmo busquei alguma pista, alguma ligação, e uma coisa me chamou a atenção, mas não sei exatamente o que quer dizer.

-- E o que seria exatamente?

-- O endereço corresponde a um hotel. Eu dei uma rápida olhada em uma lista de nomes de hóspedes que se registraram no hotel exatamente no período em que o GPS apontava a ida da sua amiga até lá. E encontrei um nome que me chamou a atenção.

-- Martins pelo amor de Deus, esquece o suspense, me fala logo que nome é esse aí. – pedi sentindo meu coração bater em algum lugar bem próximo da garganta.

-- O nome Carmem Lucia de Velasques Clain te diz alguma coisa?

             Prendi a respiração por alguns instantes...

-- Você tem certeza disso Martins?

-- Sim, eu tenho. E então, o que esse nome representa?

-- Eu...eu...eu preciso falar com uma pessoa, depois eu te ligo e digo o que eu acho.

-- Alice eu estou te perguntando, mas eu sei exatamente a ligação dessa senhora com a família da sua amiga, eu só quero que me diga se estou na linha certa, quero sua opinião e saber se tem alguma coisa haver.

-- Eu ainda não sei Martins, eu preciso realmente falar com uma pessoa, mas eu juro que te ligo.

-- Tudo bem.

-- Obrigada Martins, obrigada pela sua ajuda, e pela surpreendente agilidade que você conseguiu empreender neste caso.

-- Eu tenho os meus contatos. – sorriu.

-- Eu imagino. Obrigada mais uma vez.

             Agora sim eu conseguia compreender o que era aquela vantagem, aquela carta na manga que todo mundo dizia que o advogado tinha. Os contatos, estes eram importantes. Conheci Martins por causa de um cliente que defendi. Nunca imaginei que ser advogada seria importante em algum momento pessoal e particular.

-- Era da delegacia? – Dona Celina perguntava se aproximando de mim.

-- Sim, quer dizer, não. Era um amigo meu. – apertei firme o celular na palma de minha mão e tomei coragem para perguntar – Celina, por um acaso a senhora sabe onde a sua irmã está?

-- Alice faz um bom tempo que não nos falamos, mas creio que ela deva estar em Brasília, na casa dela. Qual o motivo da pergunta?

-- Ah, nada. – pensei – Mais uma coisa, quando ela vem por aqui, ela sempre se hospeda na casa da senhora? Ou em algum hotel?

-- Raras foram as ocasiões que ela ficou na minha casa, principalmente depois que Giovanna a confrontou quando falou abertamente sobre a sua relação com Maria Luíza. Alice qual o motivo das perguntas?

-- Eu só preciso de mais uma pergunta...

-- Pode perguntar.

-- Qual o hotel?

-- E não me recordo, alguma coisa Gerard.

-- Tudo bem. Não se preocupe depois eu explico tudo.

             Durante o jantar, o clima era terrível. Há pouco, Giovanna tinha parado de chorar, mas a tristeza permanecia em seu rosto e seus gestos cadenciados. Nós evitávamos qualquer palavra que pudesse desencadear uma nova crise de choro.

             Ela mexia e remexia na comida enquanto mantinha a cabeça baixa. Até que do nada, lentamente ela começou a comer. Agradeci mentalmente por isso. Pra falar a verdade, nem eu estava como vontade de comer, não sentia fome.

             Após o jantar Dona Celina subiu com Giovanna para o novo quarto que ela ocupava, e eu fui para o que estava ocupando com Elisa.

             Nunca tive um dia tão ruim em toda a minha vida, aquele, aquele dia estava sendo o mais perturbador, mais doloroso de todos os tempos. Como eu podia encontrar força e apoio se eu não tinha a minha irmã ali comigo? Maria Luíza sempre foi o meu juízo, o meu norte.

             Eu não podia ficar de braços cruzados, assistindo e torcendo pelo desenrolar daquela bagunça toda. Na nossa adolescência Malu gostava de dizer que no futuro eu seria uma ótima investigadora. Então, aquela era a hora de mostrar que eu tinha sim alguma habilidade, ia amarrar todas aquelas pontas soltas, e começaria hoje mesmo.

             Eu estava sentada na cama diante do notebook de Elisa que estava sobre o meu colo, enquanto Elisa fazia sua higiene no banheiro do corredor. Eu a vi entrar, mas não assimilei nada depois disso.

-- Ei? – falou passando as mãos diante dos meus olhos.

-- Oi.

-- Estava falando com você.

-- Desculpe, o que dizia?                                                                                                                   

-- Ela não parou um minuto hoje. Eu estou preocupada com ela.

-- Eu também estou, e não parar foi a forma que ela encontrou de se anestesiar. – falei ainda olhando para a tela do notebook.

-- É. – falou tristemente – O que está fazendo aí? – disse sentando ao meu lado na cama.

-- Estou fazendo uma pesquisa, tentando encontrar uma coisa, mas não consigo nada. – suspirei frustrada – Mais que droga! – pus as mãos em meu rosto.

-- O que procura amor?

-- A droga de um hotel aqui em São Paulo, algum que tenha Gerard na porcaria do nome.

-- San Gerard? Eu só conheço esse aqui na cidade. Mas o que você quer?

-- Sabe onde fica?

-- Sei... – respondeu sem entender muita coisa.

-- Você vai me levar até lá amanhã. – intimei-a.

-- Mas o que você quer?

-- Amanhã eu te explico tudo, eu prometo. Agora eu tô precisando dos carinhos e beijos da minha namorada, e de algumas horinhas de sono.

-- Ah é? Está precisando da sua namorada é?

-- Estou sim, muito. – falei enquanto colocava o notebook de lado.

             Elisa beijou meus lábios com delicadeza e eu suspirei. Será que nunca me acostumaria com a maciez e os efeitos dos beijos dela?

             Minha namorada se deitou, e me puxou para deitar sobre o seu peito. Fechei os olhos enquanto ela fazia um carinho em meus cabelos. Aquilo me acalmava de uma maneira que ninguém podia imaginar, nem mesmo ela.

                Há tempos meu coração e mente gritava que o que eu sentia pela lusitana de sorriso contido não era apenas paixão, era mais que isso, bem mais. Só que eu ainda não havia me permitido falar isso em voz alta, e muito menos falar isso pra Elisa.

                Aquela mulher apareceu na minha vida em um momento em que eu não pude nem esperar. Veio devagar, de surpresa, e repentinamente ela já tinha o meu coração. Nunca em toda a minha vida eu pude imaginar que um dia dividiria uma cama com uma mulher daquela maneira que eu fazia agora.

                Elisa era uma pessoa tão especial, tão nobre que às vezes eu me perguntava se eu merecia mesmo uma mulher como ela do meu lado. Eu me achava tão pequena diante da mulher forte e determinada que ela é.

                Diante daquela confusão, daquele turbilhão de acontecimentos e mistérios, ela era a minha paz, era o meu pontinho de luz. Sentir seus dedos passeando por meus cabelos e pele me fazia perceber uma coisa com mais clareza: eu não queria perder aquilo jamais.

-- Eu estava com saudades de você meu amor. – meu corpo sempre estremecia quando eu a ouvia me chamar de amor.

-- Eu também estava com saudades, muita.

-- Mesmo?

-- Claro meu amor. – tinha o mesmo efeito quando era eu a falar.

                Me aconcheguei mais em seu corpo e apertei-a contra mim.

                Eu conseguia tirar uma lição de tudo o que estava acontecendo. Não podia deixar que Elisa ficasse sem saber disso, ela merecia saber, tinha o direito de saber que meu coração pulsava por ela, e tudo em mim, emanava amor pela lusitana.

-- Elisa?

-- Hum?

-- Eu tenho uma coisa pra te falar...

                Senti ela se mexer e se afastar um pouco de mim. Ela olhava em meus olhos naquele momento. E eu me derretia inteira dentro daqueles olhos claros. Droga! Por que ela tinha que ser tão linda assim? Ela sempre me desconcerta!

-- O que foi meu amor? – me perguntou com preocupação.

                Eu sorri e falei de uma só vez a frase engasgada. Era a primeira vez.

-- Eu te amo Elisa, eu te amo.

                Elisa me olhou séria, e aquilo começou a me assustar. Será que não era hora? O sorriso em meu rosto foi se dissipando e meu coração começou a bater ansioso. Será que Elisa não me amava?

-- Elisa?

                Pude ver os olhos claros começarem a ficar avermelhados e lágrimas começarem a se formar. Ela começou a sorrir.

-- Isso é sério? – perguntou.

-- O quê? Que eu te amo? – ela balançou a cabeça em concordância – É claro que é meu amor. Eu sei que eu demorei a dizer, mas eu te amo. E olha, se você não sentir o mesmo por mim, eu juro que entendo e que...

                Ela colocou o indicador sobre os meus lábios me silenciando.

-- Como eu não te amaria? – sorrimos uma para a outra – Na verdade, eu tenho uma confissão a te fazer.

-- Qual?

-- Eu não queria te assustar, mas simplesmente aconteceu. Eu te amei desde o primeiro momento que te olhei depois de nos esbarrarmos, te amei no momento que meus olhos cruzaram com os teus, quando você ainda naquele chão. Eu te amei desde o primeiro instante, Alice.

                Tinha mulher mais perfeita do que aquela? Não!

                Empurrei até que se deitasse, e coloquei o meu corpo sobre o seu. Olhei com carinho enquanto ela me presenteava com aquele sorriso doce dela. Ah como eu a amava! Eu não ia mais parar de dizer aquilo.

                Pronunciei dezenas de “Eu te amo” enquanto distribuía beijos e mais beijos naquele rosto branquinho.

                Eu sei que eu pretendia dormir um pouco, eu sei que estava precisando. Mas foi impossível não ceder a saudade que eu estava daquele corpo, daqueles beijos. A vontade de Elisa foi maior. Provavelmente no outro dia eu sentiria falta daquelas horinhas que eu poderia ter dormido, mas naquele momento eu queria a minha Elisa.

                Fizemos amor até que apagássemos cansadas.

 

**********

                Acordei e ao me espreguiçar senti meu corpo gostosamente dolorido graças a noite anterior. Sorri e olhei para o lado, Elisa dormia serenamente. Incrível, ela sorria até dormindo. Tive pena de acordá-la, então peguei minhas coisas e fui para o banho.

                Quando retornei ao quarto ela ainda dormia, e eu decidi que deixaria ela descansar um pouco mais, coisa que ela ainda não tinha feito desde que chegara. Depositei um beijo em seu rosto e desci.

             Fui até a cozinha e encontrei dona Celina preparando a mesa.

-- Bom dia! – disse parando ao lado dela.

-- Bom dia minha filha. – beijou meus cabelos.

             Para a minha surpresa, a mulher que eu sempre detestei por destratar a minha melhor amiga, agora agia de maneira completamente diferente, estava doce, atenciosa e verdadeiramente preocupada com a nora dela. Antes eu nem acreditava muito nessa reaproximação repentina de Dona Celina, mesmo Malu me garantindo que sentia verdade nos atos e palavras da “ex-velha rabugenta”.

-- Giovanna já acordou?

-- Já. – ela suspirou ruidosamente.

-- Aconteceu alguma coisa? – perguntei notando que tinha algo ali.

             Ela me abraçou apertado, e senti seu corpo tremer levemente. Devolvi o seu abraço e esperei que ela falasse algo.

-- Alice eu não sei o que vai ser da minha filha se algo acontecer a Maria Luíza. Isso não podia estar acontecendo, elas estavam tão felizes, minha netinha nasce daqui a menos de três meses. Justo agora que eu resolvi me aproximar. – choramingou - Minha filha, ainda esta em choque, parece que ainda não se deu conta da real situação, e quando isso acontecer, eu não sei...

-- Celina não se permita falar como se elas fossem um passado. A Malu vai voltar, ela vai voltar pra cuidar da filha e da esposa dela. Ela jamais abandonaria as mulheres da vida dela. Não se preocupe, porque antes de Giovanna perceber o que está acontecendo de verdade a Malu vai estar aqui com a gente, rindo do vexame que ela nos fez passar.

-- E eu vou dar uns tapas naquela menina por isso. – falou tentando sorrir e se animar.

-- É isso ai! E eu ajudo a senhora. – forcei um sorriso – Vai ficar tudo bem. – falei tentando me convencer disso também.

             Eu ajudei-a a terminar de arrumar a mesa para o café da manhã, e logo Elisa e Giovanna se juntaram a nós, primeiro Elisa, – que me olhava de uma maneira diferente – e depois Giovanna – que tinha uma expressão abatida.

             Tomamos café da manhã com aquele clima e sensação estranha pairando sobre nossas cabeças. Elisa não perdia a chance de me fazer um carinho, fosse debaixo da mesa, ou até mesmo sobre ela.

             Depois do café, Elisa e eu falamos com Dona Celina, inventamos uma desculpa qualquer e saímos com a promessa de retornaríamos em pouquíssimas horas.

             No caminho medi as palavras, mas fui sincera com a minha namorada, e enquanto ela dirigia eu contei o que Martins me contara na noite passada, e confessei o que o meu íntimo e sexto sentido gritavam insistentemente para mim.

-- Eu tenho certeza de que de alguma maneira aquela bruaca tem algo haver com o sumiço da Maria Luíza.

-- Como você sabe?

-- Eu apenas sei.

             Quando Elisa estacionou em frente ao hotel, sorri ironicamente. Um hotel cinco estrelas, bem a cara daquele maracujá de gaveta.

-- E agora, o que fazemos?

-- Eu não pensei antes de vir...

-- Mas?

-- Vai até lá, diz que precisa saber se tem uma pessoa hospedada ai, mas não diz o nome, não diz nome nenhum, apenas sonda se vão soltar essa informação.

-- Só isso?

-- É.

             Elisa saiu do carro e atravessou a rua adentrando a luxuosa recepção do hotel. Enquanto eu a esperava roía minhas unhas e batia o pé impaciente, nervosa. Quando a vi saindo de lá com a cabeça baixa, eu soube que não havia dado certo.

-- E aí? – disparei quando ela entrou no carro.

-- Disseram que os nomes dos hospedes é informação sigilosa.

-- Droga! Bem que podia ser fácil assim...

             Pensa Alice, pensa!

             Desci do carro e abri a porta malas. Ali deveria ter algo, algo que me desse ideias e servisse. Mexi de um lado para o outro e, BINGO! Eu tinha que tentar. Peguei um boné e um casaco na cor preta, e para completar, uma prancheta. Obviamente aquilo era material da Malu para alguns dos jogos cansativos e que deixava todo mundo suado.

-- Aonde você vai assim?

-- Me espera aqui amor.

             Ajeitei o boné, respirei fundo e atravessei a rua.

             Quando cheguei até a recepção, haviam 4 pessoas trabalhando ali, e três delas eram homens. Sorri, se não desse muito certo, eu ia apelar para o ego masculino.

-- Bom dia! – falei simpática, mostrando o meu melhor sorriso para o rapaz moreno do outro lado do balcão.

-- Bom dia. Em que posso ajuda-la?                      

             Ele me olhou de cima a baixo, e por mais que eu odiasse ser olhada daquela maneira, naquele instante eu gostei, era um bom sinal.

-- Eu vim fazer uma entrega.

-- Qual o nome do hóspede?

-- Só um minuto. – fingi ler algo na prancheta e respondi - Para a senhora Carmem Lucia de Velasques Clain.

-- Qual o número do quarto?

             Droga!

-- Ah não, não acredito que eu fiz isso! – falei enquanto fingia mais uma vez que lia algo na prancheta.

-- Algum problema?

-- Sabe o que é? Eu sou nova na empresa, ainda tô me adaptando, me acostumando e...droga, eu esqueci de anotar o número do quarto. Será que você pode me ajudar?

-- Olha eu acho que não vou poder fazer nada, sem o número do quarto não dá.

-- Vamos fazer o seguinte, você procura ai o nome da mulher, me ajuda nessa, e eu juro que hoje a noite te pago uma cerveja.

             Ele sorriu e não pareceu pensar duas vezes. Procurou algo no computador, olhou para mim e disse baixinho, 509.

             A velha estava mesmo hospedada naquele hotel.

             Disse que pegaria a encomenda do lado de fora do hotel, e tratei de sair dali o mais rápido que pude. Entrei no carro afoita, me sentindo uma verdadeira espiã, enquanto o coração batia acelerado pela mentira e pelo que havia acabado de fazer.

-- E aí, o que descobriu? – Elisa me perguntou.

-- O maracujá de gaveta está mesmo aqui.

             Elisa me olhou divertida.

-- E agora?

-- Agora vamos esperar ela sair. Mais do que nunca meu sexto sentido diz que essa velha tem algo haver com o sumiço da Malu. Se ela está na cidade e nem mesmo a irmã dela sabe disso, ai tem algo. Ela não tem nada a fazer aqui.

             Ficamos ali, atentas a movimentação. A velha não dirigia, então se ela fosse sair do hotel provavelmente seria de taxi. Antes me parecia fácil, mas olhar com atenção para o movimento ali na frente e todo e qualquer carro que parava diante do hotel exigia bastante de mim.

             Elisa não a conhecia, e pra falar a verdade, nem eu. Só tinha visto aquela velha por foto, ela nunca aceitou estar no mesmo ambiente que Maria Luíza estivesse.

-- Amor será que isso tem cabimento?

-- Shiiii. Tem sim, eu sei que tem.

             Olhei por um instante para a mulher sentada ao volante. Só Elisa mesmo para entrar comigo nessa. Ela podia ate estar pensando que aquilo era a maior loucura, mas mesmo assim me acompanhou sem fazer muitas perguntas. Tá vendo como eu tinha razão de às vezes me perguntar se eu era o suficiente para aquela mulher?

-- Obrigada por ter vindo comigo meu amor. – falei tocando seu rosto.

-- Vou contigo até o fim do mundo se precisar.

             Ah meu Deus!

           Dei-lhe um selinho demorado me aproveitando do insulfilm do carro de Giovanna.

             Tornei a olhar para frente do hotel no instante que dois carros pretos estacionavam. Estranhei o fato de dois carros pretos, do mesmo modelo estacionarem tão próximos um ao outro. Olhei com mais atenção até que vi a perua velha se aproximar de um dos carros e um homem alto descer da porta do passageiro e abrir a porta de trás para ela.

-- É ela! – gritei assustando Elisa.

-- Tem certeza?

-- Tenho.

-- E agora?

-- Agora segue eles! Vai! Vai!

            Bati no painel do carro, com pressa.  Senti o meu sangue ferver com tamanha excitação e adrenalina que o meu “Dia de detetive” estava me despertando.

        Ah sim, eu sabia, tinha certeza de que aquela velha me levaria à alguma informação, alguma pista do que estava acontecendo. Ah sua velha rabugenta do mal, se você tivesse mesmo algo haver com tudo isso você vai me pagar.

         Seguimos os carros pretos a uma distância segura. Vez ou outra eu assustava Elisa quando tinha a impressão de que perderíamos os carros a nossa frente e sem querer soltava algum gritinho. Para a minha sorte, ela ria da situação, e continuava me apoiando na minha ideia maluca.

        Quando eu contasse isso para Maria Luíza ela riria muito da minha cara, inclusive da cara da minha namorada, nos chamaria de loucas. Já podia até ouvir o som das suas gargalhadas.

        Seguimos os carros por algum tempo, e a cada minuto que se passava eu me dava conta de que aquela velha estava sim escondendo algo, estávamos indo para um lugar afastado, quase saindo da cidade. Nesse momento entramos em uma rua pouco pavimentada e um pouco deserta. Elisa se distanciou um pouco mais dos carros a nossa frente.

        Os carros estacionaram na frente de um imóvel com muros altos, um portão tão alto quanto. Aquela casa parecia que não era habitada há muito tempo. Pelo menos era isso que os muros outrora brancos e hoje sujos e portão enferrujado diziam. Elisa imediatamente estacionou atrás de um enorme container.

        O homem do carro da frente, o mesmo que havia aberto a porta do carro para a velha entrar desceu do carro e abriu o portão. Um enorme cadeado com correntes grossas era o responsável por manter o portão trancado.

        Só consegui voltar a respirar quando os carros entraram dentro daquela casa.

 

-- Ela está aqui, eu tenho certeza! 

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá meninas!

Boa noite! Olha eu aqui... Voltei antes de vocês sairem pra curtir o carnaval.

Bom meninas, um ótimo carnaval para quem gosta, e para que não curte, um ótimo feriadão. Em todo o caso, desejo tudo de bom durante esses dias.

beijos para todas.


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Comentários para 30 - Capítulo 30 - Dia de detetive:
rhina
rhina

Em: 18/03/2017

 

Bom dia 

tomara.....tomara. ...tomara.....que Malu esteja nesta casa.....

a Polícia tem que agir e mais prender todos os responsáveis 

ansiosa 

rhina

Responder

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Em: 01/03/2017

Olá Chris! 

Que maravilha vc ter retornado rsrsrs. Confesso que precisei voltar dois capítulos para relembrar a essência da história. 

Adorei os capítulos e te aguardo com novos.

Bjs


Resposta do autor:

Olá Darque!

Pois é menina, eu imaginei que fosse preciso voltar um pouquinho mesmo, demorei pacas. Até pensei em puxar um pouco da estória, fazer um resumo antes de começar o capítulo. Mas fico tão empolgada quando vou postar, que esqueci. Acredita?

Mas que bom que mesmo tendo que voltar alguns capítulos você ainda está aqui! Obrigada! Até o próximo.

Beijos

Responder

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Rita
Rita

Em: 27/02/2017

Que emoção meu deus tô adorando :) 


Resposta do autor:

Olá Rita!

Uma emoção danada né? Tadinho do teclado aqui quando me empolgo com essas emoçoes todas. Que bom que está gostando, isso me deixa contente.

Beijos

Responder

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Mille
Mille

Em: 26/02/2017

Olá Chris

Gostei da Alice e Elise como investigadora, deveria era ter tirado fotos deles tanto saindo do hotel como chegando na casa abandonada.

Espero que no próximo capítulo Maria Luiza esteja salva e aliviar a tensão da Giovanna.

Bjus e até o próximo, um ótimo feriadão


Resposta do autor:

Olá Mille!

Pois é, as duas investigadoras de primeira viagem não se atentaram para este detalhe. Bem que poderiam ter tirado fotos mesmo. Giovanna até que está se saindo bem né? Tem focado mais na filha...
Beijos flor!

Responder

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mtereza
mtereza

Em: 26/02/2017

Alice está sendo demais rsrsr bom carnaval p vc também bjs


Resposta do autor:

Ola Mtereza!
Alice é literalmente 1001 utilidades, em tudo que ela se mete, ela se sai bem.
Beijos

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 25/02/2017

Nossa. Uma eternidade p ver capítulo postado por aqui. Tadinha da Gio. Q tormento. Espero q Alice esteja no rumo certo de descobrir o.paradeiro dá Malu. ?“timo feriado. Volta logo bjs.
Resposta do autor:

Tenho demorado né Patty?
Alice é o tipo de mulher arteira, é esperta essa mulher. 
Beijos flor!

Responder

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