Capítulo 10 - Ela é inocente!
Estava deitada, fitando o teto e esperando o dia passar mais lento que tartaruga paralitica. Aquilo era chato demais e eu queria mesmo saber como alguém consegue ficar tanto tempo sem fazer nada. Falei com o Arnaldo e expliquei o que aconteceu. Ele apoiou a ideia e me mandou ficar de molho por aqueles dias. Ficar sendo monitorada por Ângela, mesmo ela sendo bem exagerada, era uma coisa, mas tendo de ver Alice em meu quarto não fazia bem ao meu juízo.
“Trégua.”
Suspirei.
O que deu nela para estar tão solicitada? Se bem que, ela entra aqui feito um furacão e nem me olhar na cara. Melhor assim! A patricinha mimada não faz bem a minha sanidade e eu comprovei isso depois daquela noite.
“Que noite... Senhor!”
“Ela só é bonita, Maria Fernanda. Isso você não pode negar. Na verdade linda, e gostosa, metida, arrogante e quente...”
Ouvi batidas na porta, me tirando de meus monólogos idiotas e longe de serem inocentes.
- Entra! – Ângela entrou sorrindo. – Mulher, você batendo na porta? – ela me olhou feio. Incrível a habilidade dela de mudar de expressão tão rápido.
- Tem uma moça toda elegante atrás de você. – franzi o cenho e sentei.
- Do que se trata? – me posicionei para sair da cama.
- Também não sei. – me senti curiosa.
- Vou lá.
- Eu te ajudo a descer... – Ângela falou.
- Obrigada...
Ajeitei o cabelo e desci com a Ângela que estava me tratando como uma invalida. Não diria isso a ela, pois estaria frita. Avistei a moça sentada no sofá com a Alice. Elas pararam de conversar assim que nos viram.
- Boa tarde... – cumprimentei a moça dos cabelos loiros.
- Boa tarde doutora Maria Fernanda. – era estranho ouvir uma pessoa que deveria ter a mesma idade que eu me chamando de “doutora”. Três anos formada e ainda não me adaptei.
- Só Fernanda. Por favor. – ela sorriu e vi a Alice revirar os olhos. Achei a atitude engraçada, mas me mantive seria.
- Me chamo Lorena Alcântara e sei que deveria lhe ver no escritório, mas fui informada que estava de licença. – ela parecia ansiosa. – Me recomendaram você e não pude deixar de procura-la.
“Podia até imaginar a Alice me chamando de metida em seus pensamentos.”
- Vamos até o escritório. – ela assentiu.
Caminhei da forma que pude até o escritório do Arnaldo. A moça sentou bem a minha frente.
- Me diga o motivo da sua visita. – sorri.
- Queria que pegasse o caso da Helena Mendes. – busquei na memoria o nome e fiquei surpresa. Era o caso da moça que fora acusada de tentativa de homicídio. – Eu sei que ela é inocente. Helena jamais machucaria alguém. Aquele pai dela... – Lorena respirou fundo.
- Pegarei o caso. Amanha mesmo farei uma visita à senhorita Mendes. – vi que a moça ficou aliviada.
- Doutora... Fernanda. Peço que não diga o meu nome a ela. – franzi o cenho. – Helena deve me odiar por ter sumido há uns anos. Eu não posso deixar que ela recuse ser ajudada. Ela não tem mais ninguém além daquela família estranha.
- Ficará sobre sigilo. – sorri em compreensão. – Não se preocupe.
- Obrigada... – fiz um gesto com a cabeça.
“Adeus cinco dias sem fazer nada!”
Comemorei.
Conversamos sobre mais alguns detalhes e Lorena parecia satisfeita. Algum tempo mais tarde, ela foi embora depois de me agradecer outras várias vezes. Sentei no sofá da sala e logo duas figuras entraram no cômodo. Me olharam por alguns segundos e eu estranhei.
- O que foi? – questionei, erguendo a sobrancelha e posicionando meu pé machucado. Aqueles pontos eram bem incômodos.
- Então? – Alice me olhou esperando algo. – Não vai dizer nada?
- Não vou falar de meus casos com vocês... – Alice me fuzilou e eu sorri. Eu admito, encrencar com a morena era um passa tempo divertido. – Mas, só porque vocês cuidaram de mim... – pisquei. - Ela me pediu para pegar o caso de Helena Mendes. - as duas me olharam em surpresa.
- O caso que você queria... – Alice falou surpresa.
- Sei que vai arrasar. – Ângela veio até a mim e beijou a minha testa. – Você é ótima no que faz.
- Como se ela precisasse de alguém enchendo a bola dela. – Alice ergueu a sobrancelha e saiu da sala.
- Bipolar... – gritei e Ângela me olhou feio.
Sorri torto.
Me juntei a Ângela e Maicon para almoçar na cozinha. Eles passaram a discutir e eu não podia ficar indiferente. Me perguntava como era possível duas pessoas brigarem tanto e ao mesmo tempo se darem tão bem. Ouvi a campainha tocar, tentei levantar para atender, mas Ângela me parou com apenas um olhar. Levantei as mãos em sinal de rendição e Maicon gargalhou.
- Medrosa... – me acusou.
- Olha quem fala... – pisquei para ele.
- Moço bonito e cheiroso. – Ângela voltou para a cozinha.
- Quem é? – perguntei curiosa.
- Um amigo da Alice. – ela sorriu. – Menino bonito. Ai se eu tivesse em meus 20 anos... – senti um incomodo imediato.
“Na certa deve ser o cara que ela estava se agarrando aqui na cozinha.”
Trinquei o maxilar.
“Se agarrando é uma ova... Estavam é... ai... Merda!”
- Larga de ser assanhada, mulher. – Maicon resmungou. – Você é casada!
- Mas, não cega. Deixa de ser santinho Maicon. – levantei.
- Vou para o quarto. – a fome passou.
- Menina, você ainda nem terminou. – Ângela apontou para o meu prato.
- Tô cheia Ângela. – caminhei até ela e a beijei no rosto pálido. – Estava delicioso como sempre. – ela sorriu.
- Quer que eu te ajude a subir menina? – Maicon perguntou gentil.
- Não se preocupa Mike. Eu preciso fazer isso. – sorri para ele. – Se não fico mal acostumada.
Sai da cozinha a passos lentos, me xingando por dar tanta importância para Alice e o seu namoradinho. Senti um solavanco no peito quando cheguei à sala e vi o tal cara beijando a Alice. Eles pareciam em outro mundo, alheios a tudo. Apertei meu punho, olhei para o pequeno jarro e “sem querer” o derrubei, fazendo aqueles dois se soltarem e olharem em minha direção.
- Desculpem casal. – sorri inocente. – Ainda estou tentando me manter firme, mas tá complicado.
- Tudo bem. – o loiro sorriu todo compreensivo.
“Idiota.”
- Quer ajuda, Maria? – Alice me perguntou com o cenho franzido. Queria saber o que se passava naquela cabeça de fios negros.
- Não precisa. – forcei um sorriso. – Dou conta.
A campainha tocou.
- Deixa que eu atendo. – Ângela passou feito furacão. Da onde ela saiu?
- Boa tarde. – era a voz da Alex.
- Boa tarde, menina. Entre. – Alexandra sorriu ao me ver.
- Olá. – falou com os outros. Alice me pareceu incomodada ou foi impressão minha? Não, não. Estou vendo coisas.
- Olá... – responderam.
- Pensei que não viria me ver. – me aproximei dela e a abracei.
- Como ela faz drama. – rimos.
- Quer alguma coisa, Alex? – Ângela perguntou gentil.
- Obrigada, Ângel... – sorriu.
- Me chama assim, pareço até modelo. – saiu toda se achando.
- Essa Ângela é muito figura. – balancei a cabeça. – Vamos subir?
- Quer ajuda? – Alex apontou para o meu pé.
- Vai me levar no colo, Incrível Huck? - rimos.
- Maria Fernanda? – Alice me chamou. A olhei erguendo a sobrancelha. – Queria a sua ajuda.
- Minha ajuda? – vai chover canivete?
- Sim... sobre um trabalho da faculdade. – estreitei meus olhos. Poderia ser um pedido normal, se não fosse a Alice mimada me pedindo aquilo.
- Tudo bem. – ainda desconfiada.
- Mais tarde passo no teu quarto. – essa garota está aprontando.
- Vou esperar. – olhei para a Alex. – Vamos?
Não queria deixar os dois sozinhos, mas não podia bancar a louca. Subi com a Alexandra e pedi que esperasse enquanto eu iria tomar banho. Não demorei e logo Alex e eu estávamos vendo um filme.
- Nanda?
- Oi? – olhei para ela.
- Impressão minha ou a Alice estava com ciúmes? – franzi o cenho em confusão.
- Ciúmes de quem? – ela revirou os olhos.
- De você comigo, tapada. – foi a minha vez de revirar os olhos.
- Fumou maconha? Cheirou pó ou só bateu a cabeça? Por que diabos ela teria ciúmes de mim? – era um absurdo total.
- Você é muito tapada mesmo. – virei alvo de xingamentos gratuitos.
- Você que tá vendo coisas aonde não existe, Alex. – soquei o braço dela. – Vamos ver o filme.
- Só está incomodando um pouco. Não queria ficar dando trabalho a ninguém. Você não precisa bancar a babá. Vou ligar pra a Alex...
- Quem é Alex?
- A minha amiga que esteve aqui ontem.
- Por que não chama a Carolina?
“Será? Não, não, não. Esquece isso! Esquece ela! Esquece que ela provavelmente vai trans*r com aquele cara... Ódio!”
Alex foi embora quando o relógio marcava quatro da tarde. Caio ligou, querendo conversar e ela que era apaixonada pelo cara, não pensou duas vezes. Não vi Alice e menos ainda o loiro pela sala. Desci para pegar um sanduiche e voltei para o quarto, mas antes de chegar à porta, ouvi uns barulhos estranhos vindo do quarto da metida. De repente o som de algo sendo quebrado. Entrei no quarto e acabei derrubando o meu lanche. Parei quando vi Alice pulando desesperada em cima da cama.
- O que foi? – perguntei aflita.
- Uma aranha. Uma enorme... – ergui a sobrancelha. Da última vez em que ela entrou em pânico, o bicho não tinha mais que um centímetro.
- Enorme? – cruzei os braços sobre o peito.
- Sim, sua idiota! Faz alguma coisa. – revirei meus olhos. - Odeio quando faz isso! – ela me fuzilou.
- Olha, eu não vou fazer é... – antes de terminar a frase, vi uma aranha enorme sair debaixo da porta do banheiro. Corri para a cama junto com Alice.
- Faz alguma coisa. – olhei para ela. Eu?
- Eu? Olha o tamanho disso. Eu vou ficar aqui, obrigada. – ela me olhou incrédula.
- Sua covarde! – me acusou.
- Olha quem fala. – lhe mostrei o dedo do meio. – Desce e pega ela você.
- Chama o Maicon! – ignorou meu gesto e meus dizeres.
- Ele foi acompanhar a Ângela no supermercado. Cadê o seu namorado? – perguntei debochada.
- Ele foi embora e não é meu namorado! – me olhou furiosa.
- Não foi o que pareceu na sala! – acusei. – Estavam quase se comendo lá. Acredito que se não houvesse ninguém na casa, teriam trans*ndo lá mesmo.
- Ciúmes pobretona? – ela sorriu debochada. – E isso não é da sua conta. Se eu quiser, dou pra ele até no seu quarto.
Meu sague ferveu.
- Ciúmes de você? Vai sonhando patricinha. – devolvi o sorriso. – Por mim, podem trans*r até na rua.
- Deveria olhar para o próprio umbigo. Passou a tarde trancada no quarto com a modelinho. – ergui a sobrancelha. Será que a Alex estava certa? E... modelinho? – Devem ter trans*do horrores.
- Ciúmes, mimada? – sorri e a olhei nos olhos. Claro que não era aquilo, mas não perderia a oportunidade de cutucar a onça.
- De você? Sonha, Fernanda! – apontou o dedo na minha cara. – Eu te odeio e não é pouco.
- E quem disse que eu gosto de você? Idiota! Não ligo se me odeia, sua fresca!
- Perfeitinha, babaca!
- Mimada!
- Pobretona!
- Patricinha!
- Santinha do pau oco!
Alice me segurou pela blusa, com força. Achei que ela iria me empurrar da cama.
- Eu quero te beijar...
- Então beija!
Nossos lábios se chocaram de forma rude, violenta até. Senti uma leve dor, mas não dei importância. Minha boca estava com fome da dela, que parecia sentir o mesmo. A segurei firme pela cintura e emaranhei meus dedos em seus cabelos. Alice me puxava para si pelas laterais da minha blusa, de forma afoita. Gemi quando ela sugou com vontade a minha língua, deixando o meu corpo em frenesi. O ar nos faltou, a fiz deitar no colchão, na verdade, desabamos no mesmo. Coloquei meu corpo parcialmente sobre o seu. Estávamos ofegantes, olhando uma para a outra. Meu coração batia forte em meu peito, enquanto tentava regularizar a minha respiração. Alice levou a sua mão até o meu rosto, fechei meus olhos automaticamente e senti uma adrenalina se espalhar por todo o meu corpo com aquele ato tão singelo.
“O que tá fazendo? Sai daqui agora, sua idiota!”
Era o que uma voz gritava dentro da minha cabeça, mas eu estava pouco me importando com ela.
- O que é isso? Não podemos fazer... – abri meus olhos ao ouvir aquela pergunta feita em um sussurro. Os azuis estavam em um tom escuro e suas pupilas em um negro filha da putamente sexy.
- Eu sei... – suspirei. Olha até onde aquilo foi.
“Mas, não posso parar...”
Toquei os seus lábios com os meus em uma delicadeza que eu não sabia que tinha com a Alice, em um selinho longo. Arrastei minha boca pela lateral macia de seu rosto, eu não tinha pressa. Sabia que iria ser tudo como antes assim que aquele momento fosse rompido, mas naquele instante eu só queria aproveitar e memorizar o seu cheiro, o sabor. Meus lábios passaram pelos olhos, pela testa, bochecha, pelo nariz pequeno e arrebitado, pelo queixo e chegou à boca rosada e carnuda, onde depositei um outro selinho longo, para logo iniciar um beijo calmo e de exploração, contemplação. A macies dos lábios, o sabor de menta, a temperatura morna e molhada da língua dela. Eu nunca senti todos os efeitos e sabores de um beijo e o de Alice era simplesmente... maravilhoso, viciante. Um verdadeiro pecado. Suas mãos estavam repousadas sobre a minha cintura, imóveis. Enquanto uma das minhas desenhavam linhas imaginarias pelo braço que estava com os pêlos eriçados.
- Alice? Viu a Maria Fernanda? – a voz da Ângela nos trouxe de volta, ecoando pelo corredor. Alice me empurrou tão forte, que fui parar no chão.
- Aí. Essa... – respirei fundo. – Doeu... – passei a mão sobre meu traseiro.
- O que... – Ângela estava parada na porta. Olhou de Alice para mim. – Não acredito que...
- Ângela... eu... nós... – Alice gaguejou.
- Estavam brigando? Qual o problema de vocês? – soltei o ar preso em puro alivio. – Uma aranha. – ela deu um berro que quase me deixou surda. – Maicon? Vem matar esse bicho. – Levantei com o pouco de dignidade que ainda me restava. Maicon entrou afoito no quarto.
- O que foi mulher? – perguntou confuso.
- Tira esse bicho daqui... – olhei para Alice. Ela me encarava, talvez muito arrependida do que aconteceu, mas estranhamente eu não estava.
Queria mandar aqueles dois saírem do quarto e deitar com ela e beija-la até não sentir mais os meus lábios.
- É só um bichinho, mulher. Não precisa desse escândalo todo. – Maicon revirou os olhos.
- Não mata. Coloca no jardim... – desviei meus olhos de Alice e encarei os dois. – Vou para o meu quarto. – senti uma pontada no pé, mas segurei a cara feia para não ter a Ângela me dando sermão.
Sai dali com a cabeça tão confusa, me perguntando o que estava acontecendo comigo. Ainda estava sob o efeito daquele beijo, da proximidade do corpo quente e tão maravilhoso. Me joguei de qualquer jeito na cama, desejando dormir e só acordar no dia seguinte.
“Eu não sou idiota e sei o que está acontecendo, mas não pode ser por ela. Eu não quero sofrer e se as coisas continuarem assim, logo isso vai acontecer. Eu preciso ficar longe dela e farei isso a parti de hoje.”
- Não posso ter você. Mesmo querendo muito. – me desesperei. – Eu tô apaixonada. Não acredito nisso. Justamente por Alice. – tive que admitir aquilo para mim mesma.
Não desci para jantar, troquei as ataduras e tomei o remédio que me deixava grogue. Precisava acordar cedo no dia seguinte e foi o que fiz. Me arrumei, desci e tomei um rápido café e fui, sob protestos de Ângela, até o local em que minha cliente estava presa. Liguei para Lorena e pedi que fosse até lá. Vi que Helena era um tanto arredia pelo que pude acompanhar pela cobertura da imprensa, então Lorena poderia ser de grande ajuda para amansar a fera.
Esperava por Helena em uma sala reservada. Logo a moça de cabelos encaracolados negros e olhos que me pareceram verdes, muito intensos, entrou na sala com um agente segurando firmemente o seu braço. Seu olhar se matinha firme ao meu, querendo me intimidar, mas eu era boa naquele jogo. Usava roupas que deveriam ser o triplo de seu tamanho. Sua beleza era inquestionável. Ela sentou a minha frente com mãos e pés algemados. O agente nos deixou a sós, olhando como um felino para a jovem.
- Bom dia, Helena. – me mantive altiva. – Sou a Maria Fernanda e serei a sua advogada.
- Eu não preciso ser defendida, doutora. – falou com desdém. – Agora me deixa voltar para a minha cela quentinha. Minha coleguinha de cela quer me ensinar a colorir o chão com sangue. – percebi um machucado no canto esquerdo de sua boca.
- Fui contrata para defender a sua causa e é o que irei fazer. – ela me analisou.
- Você parece ser uma advogada bem cara... – ergueu a sobrancelha. – Quem iria perder tempo e dinheiro com uma marginal como eu? – perguntou em puro deboche.
- Alguém que acredita fielmente que a senhorita é inocente. – sustentei o meu olhar em seu rosto para analisar a sua reação. Ela tentou esconder, mas eu pude ver a surpresa em seus olhos.
“Ponto para mim.”
- Diga a essa pessoa que está jogando dinheiro fora. – respirou ruidosamente. – Eu tentei matar aquele velho desgraçado, então sou culpada!
- Eu não acredito no que diz senhorita Helena. – disse calmamente. – Por que não quer ser defendida? Não acredito que seja tão fraca a ponto de desistir da própria vida assim... – repousei meu queixo sobre a minha mão fechada. Os olhos da garota queimaram em ódio.
- Você não sabe nada sobre mim. – falou entre dentes. – Nada...
- Nisso a senhorita está completamente certa. Não sei nada sobre você, mas posso apostar a minha vida que há muito mais nessa história do que uma raiva infantil por seu pai. – pela primeira vez os seus olhos vacilaram. – E a pessoa que me procurou também tem certeza disso...
- Quem a contratou? – ela perguntou de forma mais calma.
- Ela pediu sigilo. – esperei por mais reações.
- Eu deixo você me defender doutora, mas para isso eu quero conhecer a pessoa que está por trás disso. – vi ali a chance de seguir com aquela causa.
- Pois bem... – sorri. – Espero que a senhorita seja uma mulher que cumpre seus dizeres.
Levantei e pedi ao agente que chamasse Lorena. A moça entrou cautelosa e de cabeça baixa. Pude ver o olhar incrédulo de Helena quando a viu. Fiquei ainda mais curiosa em saber o que se passava, mas permaneci calada.
- Lorena? – a jovem levantou.
- Oi Helena. – a mais velha levantou a cabeça.
- O que... – os olhos de Helena lacrimejaram.
- Precisamos conversar. Eu...
- Precisamos conversar? Sério? – Helena estava sendo extremamente irônica. – Você some e volta três anos depois e simplesmente me diz: precisamos conversar?
- Eu sei que deves me odiar, Helena, mas eu juro que posso explicar tudo. – Lorena se desesperou. – Eu só te peço que me ouça e se depois disso quiser que eu suma, eu o farei...
Helena pareceu ponderar o que a outra acabou de dizer. Sentou novamente, fazendo Lorena fazer o mesmo. Fiquei de pé e percebi que apesar da magoa na voz de Helena, havia algo mais, havia... amor?
- Então começa Lorena. Mesmo tendo a vida toda... – mostrou as algemas. – Quero acabar logo com isso.
- Uma semana depois que os seus pais descobriram sobre o nosso namoro, seu pai me procurou na faculdade. – Helena franziu o cenho. – Ele me disse que era pra ficar longe de você. Eu disse que não faria aquilo. Que iria ficar você, pois já havia conversado com os meus pais e eles me aceitaram. – Lorena ficou emocionada. – Mas, ele jogou baixo, Helena. Seu pai disse que se eu não fosse embora dali, ele iria matar você e fazer parecer suicídio... – fiquei de queixo caído com aquela revelação. Helena se remexeu na cadeira, sem desviar o olhar da loira. – Eu vi nos olhos dele que não era brincadeira. Eu... eu fiquei sem saber o que fazer e acabei contando aos meus pais. Eles ficaram assustados e me pediram para ficar longe e não testar o que foi dito por seu pai. Foi a decisão mais dolorosa que eu já tomei, meu amor, mas eu tive de fazer. Helena, me perdoa. Eu não queria. Eu não queria... – Lorena passou a chorar e até mesmo soluçar. Helena levantou imediatamente da sua cadeira e mesmo com a dificuldade, abraçou a outra. – Me perdoa...
- Calma meu anjo. Calma... – fechei o punho.
- É proibido contato físico... – o agente advertiu, fazendo o contato entre as duas ser rompido.
- Tudo bem... – falei e ele saiu. – Vocês têm muito o que conversar, mas agora você precisa me dizer o que aconteceu, Helena. – ela concordou com um acenar de cabeça, enquanto limpava o rosto molhado. – Seu julgamento é em três dias...
- Eu... eu vou contar o que aconteceu.
Fim do capítulo
pode dizer... você me adoram... hahahaha
um cap para o fim de semana...
;)
espero que gostem...
comentem... é sempre bom ler suas opiniões....
um super beijo... vocês são as melhores.
até os comentarios..
Leh
Comentar este capítulo:
Flavia Rocha
Em: 22/01/2017
Adorei o capitulo. Vamo lá Fernanda ganha esse caso, não deixa pai bandido homofobico ganhar não. Adorei a Lorena :D
Resposta do autor:
Isso mesmo, Nanda arrasa no Tribunal. kkk
A Lorena é uma boa moça.
Bjs
Luh Kelly.
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Naahdrigues
Em: 22/01/2017
Gosto de ver o jeito que a Nanda e, a força que ela cria em alguns momentos, a Alice fez bem se apaixonando por ela, a única que sabe como a tratar, conversar e dizer o que tem que fazer, as vezes precisamos de pessoas assim como a Fernanda, que nos motive a seguir o que queremos.
Belo capítulo amei MT, ansiando por um capítulo em especial, beijos.
Resposta do autor:
a melhor coisa é ter pessoas que nos der aquele UP...
Alice realmente tem isso com a Nanda.
Nanda é uma grande mulher...
daqui a pouco tem mais..
Beijos Nat.
Leh
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laisl
Em: 21/01/2017
Depois de um presente desses, seria sacanagem minha não vir comentar. Quero ver Nanda em ação pela primeira vez. quero saber do passado delas. E quero ver o mar pegando fogo pra eu comer peixe frito(ligue não, as vezes sou idiota). A cada capitulo amo ainda mais essa historia. meus parabens meninas. Bom final de semana
Bjs de sua fã numero 1, que as vezes some
Resposta do autor:
rsrs
ainda pensando nessa do peixe frito kkkk
Pai amado...
fico feliz que esteja lhe agradando...
isso... ame sempre mais ...
daqui a pouco tem um novo cap....
um beijo meu anjo...
Leh
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lenna11
Em: 21/01/2017
Essa guerra entre elas deixa o amor ainda melhor, deixa a gente na expectativa de quem vai ser a primeira a dar o braço a torcer, perfeita a história e tenho certeza que a história da Helena com a Lorena vai ser um ingrediente a mais!
Estão de parabéns meninas!
P.s podem continuar postando com frequência adoramos!
Resposta do autor:
Quem será a primeira a ceder...
essa briguinha entre elas só deixa tudo
mais interessante. rsrsrsrs
E não é, esse ingrediente seria legal. kkk
obrigada anjo
ps: vamos fazer o possível pra postarmos
com mais frequência.
Bjs
Luh.
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vivi19
Em: 21/01/2017
Melhor capítulo de todos. Pelo menos para mim, vocês arrasaram nesse. Não que os outros eu não tenha gostado, mas esse foi muito lindo. Volta logo, quem sabe teremos uma supresa maravilhosa amanhã como tivemos hoje. Só vocês para postarem capítulos aos fds para a gente. Melhores autoras. Grande beijo
????????????????????????
Resposta do autor:
Bom... ainda terá outros caps topsss
pela frente. kkk
Mas se gostou desse ficamos satisfeitas.
Muito em breve estaremos de volta, não
demoraremos a voltar. kkk
Quem sabe né??
muita coisa ainda vai rolar.
Beijão anjo e bom FDS pra vc também
Luh
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Tazinha
Em: 21/01/2017
Aeeee
uhuuuul
o tão esperado beijo novamente, E dessa vez sem álcool no meio. Posta mais kkkkk
Resposta do autor:
Elas não conseguem ficar muito tempo
sem se beijar então... rsrsrs
e lúcidas o que é melhor.
Logo estaremos postando mais.
Bjs
Luh.
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Ana Luisa
Em: 21/01/2017
Fernanda super sexy pegando a Aly de jeito, mas depois foi tão carinhosa beijando ela. Uma mistura perfeita, esse é um dos pontos fortes da escrita de vcs na histórias. Lembrei da Becca e Emi, quentes e lindas juntas ao mesmo tempo. Muuuiito obrigada por esse cap de hj meninas. Bom fds! Bjs
Resposta do autor:
A Fernanda é uma mistura de safada e
carinhosa ao mesmo tempo. rsrsrsr
Sim, Becca e Emi são a mistura perfeita
e tem uma quimica sem igual.
De nada linda, vc mereceu o caps
Bom FDS pra vc também.
Bjs
LUH
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LiaB
Em: 21/01/2017
Vou revirar os olhos aqui que nem a Alice para essas autoras modestas hahahaha
Mas vocês estão certas!!! Vocês são 1000!!!
Thanks pelo capítulo de final de semana e pelo capítulo de ontem!!
Agora comentando a história :
AHÁZou Nanda! Não podia parar não hein!! Hsuahahaha
Alice sua viada, para de frescura e agarra logo a Fernanda! O/
Mas sem brinks agora..queria saber , elas pareciam se gostar e se dar bem quando eram mais novas..o que as distanciou tanto? :)
Beijo Leh e Luh!
Resposta do autor:
hei... mas, arrasamos ... 3 caps em menos de dois dias :)
rsrs
de nada... nossa forma de retribuição...
bom... sua pergunta será respondida em breve... vai saber qual o motivo fez as duas virarem cadela e gata rsrsrs
aos poucos chegamos lá.
um beijo enorme sua linda...
Leh
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patty-321
Em: 21/01/2017
Oba. Valeu o cap. Gata. Uma aranhaaaaa. Kkkk. Depois pegação. Ui. Tá demais esses embates. Deixa elas assim mais um pouco. Bom demais. E q estória da Helena e Lorena. Fikei curiosa pra saber tudo. Bom fds. Bjs
Resposta do autor:
proximo cap entenderemoss melhor o caso de Helena...
ficar na torcida para que gostem...
vocês são muito maravilhosas... tinha que atender ao pedido..
um super beijo...
obrigada por nos presentear com sua opinião...
Leh
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