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O Jardim dos Anjos por Vandinha

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Palavras: 3245
Acessos: 4245   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 12

Jardim dos Anjos -- Capítulo 12 

 

Alisson entrou no apartamento e fechou a porta com força. Um soluço subiu-lhe à garganta e ela jogou-se no sofá. 

Gugu saiu da cozinha e parou com os braços cruzados no meio da sala. 

-- O que foi agora? Quer mamar? 

-- Só se for em você -- falou malcriada. 

-- Isso é nojento! Não sei onde estou que não te dou uma surra -- Gustava, falou irritada --- O que aconteceu afinal de contas para você estar assim de ovo virado? 

-- Sabe Gugu, tem horas que tudo parece desmoronar né? E você se sente completamente impotente não é mesmo? A pessoa mais inútil do mundo. 

-- Sem melodrama, por favor -- Gustava disse fazendo careta. 

-- Acha que é melodrama? Pois preste atenção: descobri que a mulher mais linda do mundo, a mais mandona, mais gostosa. É casada. 

-- Pensa bem Alisson. Há males que... 

-- Vêm para o mal -- Alisson completou de cara amarrada. 

-- Nem sei por que eu perco o meu tempo com você -- Gustava ameaçou voltar para a cozinha. 

-- Espera Gugu. Eu gosto de ouvir os seus conselhos. 

-- E desde quando minha opinião tem importância para você? Você parece sapo, não pode ver uma perereca. 

Alisson levantou-se e sacudiu a areia da roupa. 

-- Lembra-se da mulher do sonho? A tal da Lorraine Hernandes? -- fez um trejeito com a boca. 

-- Claro! Aquela que você salvou por duas vezes? 

-- A própria. Encontrei-a na praia. Passamos o Réveillon juntas. Foi maravilhoso. A pele macia dela. O cheiro. Caramba, o cheiro dela era muito bom -- envolveu o próprio corpo com os braços e permaneceu assim por alguns instantes, até cair na real e sacudir a cabeça de um lado para o outro -- Mas chega! Acabou. 

-- Então ela é casada? -- Gustava se virou e a fitou, um sorriso nos olhos, cinzentos -- Que baita sacanagem. 

-- Pode? -- Perguntava-se por que havia sido tão tola, tão inocente em imaginar e em acreditar que uma mulher tão linda e tão arrogante como aquela, estaria aberta a sentimentos puros como o seu. 

-- Bem! Página virada então -- Gustava conhecia muito bem a pediatra podia reconhecer o estado de ânimo que a dominava naquele momento. Era extrovertida, sociável, divertida e amiga, e, por mais que estivesse sofrendo, se manteria equilibrada e racional -- Vai continuar protegendo ela? 

-- Quero é distância daquela cobra traiçoeira e mentirosa -- havia desdém em sua voz -- Francamente, pessoas como ela me deixam irritada. Vou tomar um banho e descansar. Tenho plantão hoje à tarde -- antes de entrar no quarto se virou para a empregada -- Não quero comer. Nem adianta insistir. Ouviu? Vou ficar uma semana sem comer e beber. 

Gustava deu de ombros. 

-- Que bom! Não estou a fim de cozinhar, mesmo. 

 

 

Como sempre, Lorraine se descontrolara e quebrara tudo na sala. É verdade que não havia por ali nada que fosse insubstituível e que sem reclamar, a sua empregada em menos de horas reorganizaria tudo. Porém seus nervos completamente abalados pareciam não ter mais concerto. 

Escondida por detrás de uma máscara de frieza engoliu as lágrimas e seu rosto imediatamente assumiu a expressão de ódio que ela fazia com perfeição. De súbito a lembrança de Alisson indo embora decepcionada e triste, voltou-lhe à mente. 

-- Porque você fez isso sua maldita? Foi só para me prejudicar, não é mesmo? Você sabe muito bem que nosso casamento já está morto e enterrado há muito tempo. Porque não some com aquela vagabunda que estava com você e me deixa em paz. 

Silvana olhou para ela absolutamente estupefata, surpresa demais, até mesmo irritada por ela sequer se importar com a sua traição. 

-- Eu não acredito que a poderosa Lorraine coração de pedra, apaixonou-se. Isso merece uma comemoração -- Silvana deu uma gargalhada e bateu palmas -- Contou para ela que há cinco anos perdeu uma filha e até hoje vive presa a esse fantasma. 

Cega pelo ódio, Lorraine agarrou-a pelo cabelo e atirou-a de encontro a parede. 

Completamente fora de si, ela começou a tentar estrangular Silvana. 

-- Eu vou matá-la... 

-- Você nunca mais poderá ter filhos -- Silvana falou sem dó -- Seu próprio pai falou isso -- berrou. 

-- Sua miserável! -- apertou ainda mais a garganta de Silvana.  

Como se tivesse acordada para a realidade, Lorraine jogou-a para o lado. Silvana caiu no chão quase sem ar. As marcas vermelhas dos dedos de Lorraine ficaram gravadas em seu pescoço.  

Ofegantes, as duas mulheres se olharam. 

Zonza e respirando mal, Silvana ainda encontrou forças para ameaçar: 

-- Não pense que se livrará de mim Lorraine. Eu vou te infernizar tanto, que você implorará de joelhos por piedade -- cambaleando Silvana se levantou, respirou fundo e foi para o quarto arrastando os pés. 

-- Eu te odeio! -- Lorraine berrou enlouquecida -- Eu sempre te odiei! 

 

 

Patrícia feliz da vida relatava para Andras a cena que havia presenciado pela manhã 

-- Essa vida é realmente muito interessante. Quem diria que a Burnier desistiria de Lorraine -- Patrícia falou sorrindo -- Tudo vai ser bem mais fácil agora sem ela por perto. 

-- Não se iluda, Patrícia -- Andras resmungou sem disfarçar a raiva -- Lorraine estará desamparada por pouco tempo, logo Burnier vai perceber que é sua obrigação protegê-la. 

-- Eu sempre pensei que Burnier deveria proteger outra pessoa e não Lorraine. 

-- Você ainda tem muito que aprender, minha cara. A vida é cheia de encruzilhadas. Muitas coisas ainda irão acontecer. Elas sentirão dor, derramarão lágrimas, serão atormentadas, hesitarão e se perguntarão: Será que vale a pena se entregar ao amor? Onde encontraremos a felicidade tão sonhada... tão desejada? Ah!!! As encruzilhadas que vivemos. São muitas... São infinitas. 

--Entenda uma coisa de uma vez por toda: Ela afastou-se porque a vontade de sua protegida foi mais forte em submeter-se à influência dos Espíritos inferiores, mas não a abandonará completamente e sempre se fará ouvir. Ela voltará, logo que chamada. 

--O que fará Andras? 

--Por hora vou atender ao chamado de um ilustre senhor que sonha ser governador do estado. É ou não é uma missão prazerosa? 

 

 

Lorraine tirou um frasco da bolsa, jogou algumas pílulas brancas na mão e tomou-as com um gole de água. 

Deitou na cama e ficou de costas olhando para o teto branco. Algumas lágrimas escorreram pelo seu rosto. Sua mão tombou ao lado de seu corpo. Cansada, triste. 

Só em sua cabeça perturbada poderia surgir uma ideia tão tonta de que do dia pra noite encontraria uma mulher perfeita e como num conto de fadas viveriam felizes para sempre. 

Os pensamentos de Lorraine foram para sua família, fazendo-a contrair a boca. Seu pai estava prestes a se candidatar ao governo do estado, e muito ocupado para se incomodar com as pressões que envolviam o hospital. Não poderia contar com Felipe que no momento estava mais preocupado com o término de seu namoro. 

Pelo menos podia contar com Nádia. Ela sim seria uma forte aliada. Determinada e esforçada ajudaria a recuperar a imagem do Leonor Hernandes. 

 

 

Alisson parou diante do balcão de enfermagem com uma garrafinha de água na mão. Havia bebido garrafas e garrafas de água gelada, mas sentia-se tão ressequida como o sertão nordestino. 

-- Boa tarde Agnes. Pacientes para mim? -- falou pálida como cera. 

-- Boa tarde doutora -- Agnes sorriu de leve -- Que bom que chegou. 

-- O que aconteceu, Agnes? 

-- Acabou de dar entrada no Pronto Socorro, uma menina chamada Maria Eduarda. Ela tem 16 anos e tentou suicídio tomando veneno para carrapato. É uma vergonha, mas até agora temos só você de pediatra no PS. 

-- Estou indo para lá, então -- ela deu um sorriso cansado. 

-- Tá feia hoje hein? 

-- Feia não né Agnes -- falou séria -- Hoje perguntei ao meu espelho se havia no mundo alguém mais bela do que eu. 

-- E ele respondeu? 

-- Talvez depois que parar de rir ele me responda!!! 

-- Palhaça. Encheu a cara ontem? 

-- Mais ou menos - revirou os olhos -- Antes de ir para o PS não posso deixar de contar para você uma das minhas maravilhosas anedotas -- antes de começar, Alisson deu um gole na água para molhar a garganta. 

Cinco bêbados chegam à estação ferroviária, um pior que o outro... 

Quando chega o trem, quatro deles embarcam e um deles de tão bêbado ficou para trás... 

O guarda vendo aquilo foi lá e disse: Você está tão bêbado que não conseguiu pegar o trem com seus amigos hein... 

O bêbado então diz: Pro senhor ver seu guarda, eu era o único que ia viajar, os outros vieram só se despedir de mim... 

Agnes sorriu e sacudiu a mão. 

--Vai logo ver a menina porque a família é do tipo barraqueira que só -- disse ela baixinho, rindo. 

 

 

Felipe entrou no quarto para falar com seu paciente. 

-- Pronto para a cirurgia Gilberto? -- o ortopedista parou ao lado do leito do jovem e tocou em seu braço -- Nervoso? 

-- Muito, doutor Felipe. Chego a ter dor de barriga só de pensar. 

Felipe deu uma gargalhada. 

-- Não é pra tanto -- falou mostrando-se compreensivo -- Apesar de o joelho ser uma das articulações mais complexas do corpo, utilizamos uma técnica conhecida como artroscopia: com a ajuda de uma câmera de TV, reparamos os ligamentos e corrigimos as lesões do menisco e da cartilagem, com maior segurança. 

-- Assim fico mais tranquilo. 

-- E para você ficar mais tranquilo ainda, vou te contar que faço trinta cirurgias dessas por mês. Sou chefe do corpo clínico de Ortopedia e Traumatologia. 

-- Poxa, você é perfeito -- Gilberto falou mais confiante. 

-- Não sou perfeito. Atraso muito as minhas consultas, sou vaidoso, uso só roupas feitas sob medida. Fico horas me olhando no espelho e por aí vai -- disse, rindo mansinho. 

-- Você é humano doutor. O importante é que o doutor faça a cirurgia e que em breve eu volte a fazer o que tanto amo que é jogar vôlei. 

-- O prognóstico pode ser meio sombrio, pelo menos seis meses de sessões de fisioterapia e recondicionamento físico. 

Os olhos desanimados do rapaz se voltaram para Felipe. 

-- Não fique assim, prometo dar tudo de mim e fazer você voltar a jogar antes mesmo do campeonato mundial. 

O rapaz abriu um sorriso largo e agradecido. 

-- E eu vou oferecer o título para você com coraçãozinho para as câmeras e tudo. 

Risos. 

 

 

O ruído das sandálias de saltos de Lorraine, no piso de pedra, quebrou o silêncio do setor de pediatria. 

Todos fitaram-na com curiosidade. Ela usava um terninho exclusivo, mesmo as sandálias pareciam ser exclusivas. A cabeça erguida, sem olhar para os lados. Procurou ignorar os olhares masculinos que a acompanhavam, à medida que sua figura esbelta avançava pelo corredor. Estava belíssima. Os cabelos negros e longos e uma aparência deslumbrante. 

-- Nádia está? -- perguntou para a secretária. Uma moça atraente, de cabelos negros e encaracolados. Quando falava, abria muito os olhos escuros. A pele era de um tom dourado e uniforme. Usava o uniforme do hospital e parecia assustada com a presença de Lorraine. 

-- A doutora Nádia foi até o Pronto Socorro. Avisou que logo retornará. 

Lorraine olhou para a porta na dúvida se esperava ou não. 

-- Vou aguardá-la na sala -- por fim decidiu-se e entrou. 

 

 

Alisson sentou-se ao lado do leito de Maria Eduarda. A garota abriu os olhos, mas virou o rosto para o lado. 

-- Vejam só, exatamente como imaginei: pronta para a briga -- disse Alisson, calmamente. 

-- Eu devia ter morrido -- quebrou o silêncio e falou revoltada. 

-- Foi por pouco. Mas você agora está em boas condições físicas, e provavelmente viverá até cem anos. 

A pediatra fez uma pausa e brincou com a caneta. 

-- Começo do namoro é sempre assim: Amor, tropecei. Nossa, amor. Tadinha, machucou? Meses depois: Amor, tropecei. Bem feito, retardada, presta atenção! 

-- Não tenho namorado. 

-- Nem eu, mas não é por causa disso que saio por aí bebendo drink of carrapato -- ela empurrou a cadeira e se levantou. 

-- Já vai embora? -- a menina perguntou surpresa. 

-- Já. Eu vim até aqui para ouvi-la. Sou uma boa ouvinte, sabe. Simplesmente queria ouvi-la. Ouvir a sua dor, seus medos e ansiedades. Não vim julgá-la, nem dar conselhos ou opiniões. Reconheço o seu sofrimento e estou disponível para ajudá-la -- Alisson respirou fundo -- Você é importante para mim. A sua vida tem valor e a sua dor emocional é compreensível e aceitável face às suas vivências presentes. Sejam elas quais forem. Saiba que a sua morte causaria sofrimento nas pessoas que a rodeiam, e haveriam pessoas que sentiriam a sua falta. Sempre existe alguém que gosta da gente, se importa com a gente. Mas se você não quer conversar... Fazer o que? 

A menina indicou a cadeira com um gesto, e retrucou: 

-- Há uma coisa que quero lhe dizer. 

 

 

Aos 26 anos, a pediatra Nádia Hernandes é um poço de bondade. Mesmo tendo passado pelas mesmas agruras que a irmã, como o abandono da mãe e o autoritarismo do pai, tinha uma personalidade meiga e tranquila. 

Disposta a dar o melhor de si, tornou-se médica. Recebe mães aflitas no consultório sempre de braços abertos. A ansiedade das mães tem de ser aliviada, é o que vive dizendo. 

Tem uma teoria pouco prática em relação ao preço de suas consultas: Depende de quanto a pessoa pode pagar. Esse pensamento era o maior motivo de brigas entre ela e Lorraine. 

-- Boa tarde Melissa -- sorriu simpática. 

-- Boa tarde doutora. Quanto tempo que não a vejo por aqui -- a enfermeira mostrou-se surpresa com a presença da pediatra. 

-- Verdade. Minha vida está um corre, corre danado. 

-- Imagino. Está precisando de algo? 

-- Estou -- afastando uma mecha de cabelo que caíra sobre seu rosto, ela continuou -- Enquanto estava de férias Afonso contratou dois pediatras. Estou aqui para conhece-los.  

Os lábios finos de Melissa apertaram-se num trejeito indignado. 

-- Infelizmente a única pediatra que compareceu ao plantão hoje foi a doutora Alisson. Os demais sequer deram satisfação. Estamos feitos loucos. 

Nádia balançou a cabeça recriminando. 

-- Isso é muito grave. Pode ter certeza que tomarei as devidas providências. Os plantonistas que faltaram não ficarão impunes -- olhou ao redor e voltou a fixar-se em Melissa -- Onde está a doutora Alisson? 

-- No setor de observação. 

 

 

Alisson ouvia aturdida tudo o que a garota contava. Estava chocada com tanta maldade que o ser humano é capaz de cometer. 

-- Aos 5 anos eu e o meu irmão passamos a ficar durante o dia aos cuidados do meu tio materno para que a minha mãe pudesse trabalhar. Certo dia fiquei sozinha com ele -- seu olhar se escureceu e sua voz quase que nem se ouvia.  

-- Não tenha medo -- Alisson a encorajou -- Pode continuar, meu anjo. 

-- Ele me colocou em cima de um banquinho e começou a me molestar. Depois de se satisfazer sexualmente, me deu um doce e tratou tudo com muita naturalidade. A partir desse dia passou a me molestar com frequência. Mais tarde passou a obrigar-me a praticar sex* oral e a manter relações sexuais com ele. 

Ela caiu em lágrimas, um choro compulsivo e soluços altos. Todo o sofrimento que ela havia represado dentro de si por todos esses anos, agora escapavam de uma só vez.  

-- Se você preferir, podemos continuar o assunto em outro dia -- Alisson tocou o seu rosto com delicadeza e ela balançou a cabeça concordando. 

-- Você promete que não conta pra ninguém -- suplicou, a menina. 

-- Prometo, mas a situação não pode continuar do jeito que está. Ele tem que ser punido. Podemos pensar juntas no que fazer. O que você acha? 

-- Você me ajuda? Eu tenho medo dele. 

Alisson segurou na mão da menina, procurava com isso transmitir toda a segurança possível. 

-- Não vou lhe abandonar em momento algum. Pode confiar em mim. 

Alisson saiu do quarto, fechou a porta, encostou-se a ela e fechou os olhos. 

-- Sustenta-me, Senhor, e me dá sabedoria para, nesta hora, discernir as situações ao meu redor. 

 

 

Há poucos metros de distância de onde Alisson estava, Nádia a observava. 

-- Uau!!! Essa mulher só pode ser uma miragem porque real ela não é. 

Respirou fundo e caminhou até ela, com um olhar reluzente e sondador. 

-- Olá! Você é a doutora Alisson? 

 

 

Lorraine se levantou irritada. Jogou a revista que estava folheando sobre a mesa e saiu da sala. 

-- Não tenho a tarde inteira para ficar esperando pela Nádia -- falou para a secretária -- Vou atrás dela. 

-- Ela está no setor de... 

Lorraine já estava longe. 

-- Mal amada -- resmungou a secretária. 

 

 

Alisson caminhou pelo corredor, a caminho do PS, quando Pâmela praticamente se esbarrou com ela e não a viu. 

-- Ei, ei -- Alisson segurou-a pelo braço -- O que foi princesa? Tá me esnobando é? 

Pâmela levantou a cabeça, deu com os olhos em Alisson, e caiu no choro. 

-- O que aconteceu? -- Alisson tocou o rosto dela com as duas mãos, beijou-a levemente no rosto, em seguida a tomou pela mão e, encaminhou-a até uma cadeira -- Respira, se acalma e me conta o que está acontecendo -- falava com uma voz suave e doce como mel. 

-- Estou sendo acusada de negligência médica -- entregue, Pâmela encaixou a cabeça nos ombros dela, e mergulhada no cheiro suave de seu perfume, fechou os olhos e suspirou fundo -- Você me conhece Alisson, sabe que eu sou uma profissional cuidadosa, dou atenção aos mínimos detalhes. Ela estava bem, todos os exames de rotina foram realizados e deram normais. 

-- Se você seguiu corretamente os protocolos médicos que o caso exigia e ela passou por um pré-operatório adequado, você não tem o que temer. É normal que a família haja dessa forma. Eles estão sofrendo e vão querer buscar uma explicação para o que aconteceu. Não somos Deus, mas somos guiados por ele. Então princesa, coloca nas mãos dele e confia... Ele é um Deus Zeloso!! 

Pâmela sorriu. Seus olhos desanimados se voltaram para a pediatra. Sem saber por que, ela sentiu um desejo quase irresistível de permanecer para sempre naqueles braços. 

-- Você tem razão, vou deixar as coisas rolarem por si próprias -- disse de modo altivo -- Não tenho uma fé tão forte quanto a sua, mas prometo que vou tentar. 

-- Como uma flor a fé requer que a reguemos todos os dias com as nossas ações em prol do próximo e com a confiança depositada em Deus. Acredite em si própria. Quando acreditamos em nós mesmos, fica bem mais fácil nos encontrarmos com a fé. 

Tomada subitamente por um desejo tão grande e doloroso que mal lhe permitia respirar. Pâmela puxou Alisson contra si, com força, desesperadamente, como se fosse a coisa mais necessária do mundo. E a beijou. 

Alisson estava muito surpresa para resistir. Não conseguiu fazer nada enquanto Pâmela lhe invadiu a boca de maneira selvagem, possessiva e suas mãos forçavam a sua nuca. 

 

 

Lorraine caminhava a passos largos e elegantes pelos corredores do hospital em direção ao PS.  Todos a cumprimentavam respeitosamente retribuiu alguns cumprimentos, apertou o botão do elevador e se dirigiu ao andar desejado. 

Quando finalmente a porta do elevador se abriu... Lorraine sentiu a cabeça atordoada, o estômago enjoado, e as pernas bambas. Ela sucumbiu, resignada e seu coração se partiu em mil pedaços. 

 

 

 

 

 

https://www.facebook.com/ojardim.dosanjos.5

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 12 - Capítulo 12:
Bellla
Bellla

Em: 16/01/2017

Li todos o capítulos e tô amando a sua estória. Vandinha bjsss 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Van Rodrigues
Van Rodrigues

Em: 15/01/2017

Oie

 

Por favor, volte logo... Preciso de mais capítulos.

 

Parabéns, a história está demais.

 

Beijoss

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 14/01/2017

Vandinha!

Acho que Lorraine precisa passar por uma sessão de descarrego...kkkk tudo acontece com ela. O mundo dela esta afundando. Espero que ela não fique com raiva de Alisson.

Vamos ver o que a equipe do mal vai aprontar agora. Acho que teremos mais uma morte.

Ansiosa pelo próximo!

Abraços fraternos!

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 14/01/2017

?“timo sábado, querida. Alisson faz umas preces tão lindas. A maldade de alguns seres, q se dizem humanos e triste. Molestar uma criança e está chegou ao desespero de querer fugir da vida. Triste, quantas na vida real? É nós estamos no Janeiro branco, mês de prevenção ao suicídio, infelizmente nem todos tem acesso aos serviços de um psicólogo. Lorraine deve ter visto a Alisson aos beijos com a Pamela. Então a Nádia é o oposto de Lorraine. Amando. Bjs

Responder

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Rita
Rita

Em: 14/01/2017

A Alisson é tão boa pessoa, eu nem tenho palavras. Que ser humano maravilhoso. 

Eita a Lorraine viu esse beijo. Que mal. Coitada eu gosto dela. O que será que vai acontecer a seguir? Só esperando até ao próximo capítulo :) bjs autora 

Responder

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Mille
Mille

Em: 14/01/2017

Bom dia Vandinha

Pena que é um acontecimento constante de abuso contra crianças e adolescentes, e infelizmente não tem o apoio para cortar logo pois o agressor se faz de vítima, crimes desse porte deveria ter uma punição mais severa.

Alisson amargando por saber que sua amada e abusada é comprometida, mais o instinto protetor não a deixará de lado. E Nádia é bom saber mais sobre ela, gostei muito do pouco que li sobre ela, uma peça fundamental para ajudar a Lo e também na missão da Alisson.

Bjus e um ótimo final de semana e até o próximo

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