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O Jardim dos Anjos por Vandinha

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Palavras: 3691
Acessos: 5304   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 6

O Jardim dos Anjos -- Capítulo 6 

 

 

 

Silvana atravessou a rua correndo e entrou na confeitaria. 

 

Olhou para todos os lados e quando avistou Patrícia, abriu um largo sorriso. A pulsação acelerou. Devido à corrida, tentou convencer-se. 

 

Patrícia se levantou e a recebeu com um abraço apertado. 

 

-- Você está bem? -- perguntou-lhe, preocupada. 

 

-- Estou. Obrigada! -- Silvana engoliu em seco e sorriu certa de que, se demonstrasse emoção exagerada, acabaria desmoronando e bancando a tola. 

 

-- Posso ajudá-las? -- Uma garçonete perguntou logo que se aproximou da mesa. 

 

Silvana e Patrícia fizeram os pedidos, sem perguntar mais nada, a garçonete se afastou na direção do balcão. 

 

-- Você fez o que a Andras pediu? 

 

-- Fiz exatamente como ela me aconselhou. Pensei bastante e percebi que muito do que Lorraine tem, foi com a ajuda minha -- erguendo o queixo com dignidade, ela continuou a falar -- Não vou sair do apartamento com uma mão na frente e outra atrás. Os incomodados que se retirem. 

 

Patrícia ficou contente por ela se mostrar corajosa, porém, tudo tinha limite. 

 

-- Mas se ela lhe agredir, não aceite passivamente. Tome uma atitude. 

 

-- Não se preocupe Pati -- murmurou em um tom sensual - Sinto-me mais segura agora. Obrigada por ter me ajudado. 

 

-- De nada! Adorei o "Pati" -- falou sorrindo -- Soou tão sensual em seus lábios. 

 

 

 

 

 

O apartamento apesar de ser enorme, estava cheio de gente. A música a todo volume podia ser ouvida no edifício inteiro. 

 

-- Festona hein Alis? --  Beca falou dançando ao som de David Gueta -- A cabeluda ainda não chegou -- deu uma voltinha no compasso da dança -- Que horas vão servir o peru? 

 

-- A única coisa que o espirito natalino desperta em você é fome, né?  

 

-- Não como desde hoje de manhã pra ter espaço e fome na ceia. 

 

Fael parou ao lado de Beca e os dois dançavam fazendo coreografias da música que tocava.  

 

-- Estão vendo aquela garota lá? -- Fael fez um gesto com a cabeça -- Ela me contou que já tomou tantas pílulas do dia seguinte esse ano, que já está em 2017 pulando carnaval. 

 

 Ainda no embalo, deram uma voltinha interagindo com perfeita conexão. Ao mesmo tempo, bateram palmas no alto, deram um gritinho e uma rebol*dinha. 

 

-- Magnificaaaa... Adoreiiii... -- Fael gritou e saiu agitando os braços no alto. 

 

Alisson revirou os olhos e franziu as sobrancelhas. 

 

-- Vou até a cozinha ver como o pessoal está se saindo com a ceia. 

 

Alisson tomou um gole de bebida e preparava-se para deixar o local quando um riso animado chamou-lhe a atenção. Olhou na direção e o que viu a deixou de boca aberta. 

 

Beca também olhou admirada. 

 

-- Que visão maravilhosa! 

 

 -- Belíssima! -- a pediatra girou o copo nas mãos, enquanto percorria os olhos pelo corpo da mulher. 

 

-- Quem é Alis? -- Beca parou de dançar para observar a estranha. 

 

-- Não faço a menor ideia.  

 

Pressentindo o olhar sobre ela, a mulher desviou a atenção do grupo em que estava e voltou a cabeça em direção à Alisson. 

 

Ao percebê-la olhando-a com tanto interesse, a desconhecida sorriu de modo deslumbrante. Fitava-a diretamente, sem qualquer pudor. 

 

Beca percebeu os olhares. 

 

-- Acho que estou sobrando aqui. Vou dançar com o Fael. 

 

A mulher caminhou graciosamente por entre as pessoas até parar diante da pediatra. 

 

-- Vim saber por que você me olhava tanto -- foi dizendo. 

 

Alisson ergueu as sobrancelhas, surpresa com a pergunta. 

 

-- Porque você é muito linda -- foi sincera. 

 

-- Costuma ser sempre assim direta? 

 

-- Sempre -- Alisson inclinou-se para a frente, os olhos azuis quentes -- Odeio rodeios. 

 

A mulher tomou um gole de seu drinque e em seguida outro, esvaziando o copo. 

 

-- Hoje é proibido copo vazio -- Alisson falou e deu uma piscadinha. Pegou outro copo da bandeja e entregou para ela. 

 

-- Que perfume está usando? -- perguntou, dando um cheirinho quase abusado no pescoço da loira. 

 

-- Chanel -- disse a pediatra, corando. Olhou para a morena completamente fascinada. 

 

-- Hummm... Que delícia! -- os olhos da mulher brilharam enquanto examinava Alisson de alto a baixo -- Alias, como tudo em você 

 

-- Vamos dançar? -- Alisson a convidou, colocando o copo sobre a mesa. 

 

-- Como recusar a um pedido desses? 

 

Alisson colocou o braço em volta da cintura dela e começaram a mover-se vagarosamente. 

 

-- Como é o seu nome? 

 

-- Beleth. Me chamo Beleth. 

 

Dançavam com os olhos fechados, de rosto encostado, flutuavam ao som da música "Make You Feel My Love" na voz de Adele. 

 

 

 

 

 

Lorraine jogou o casaco molhado sobre a mesa e foi atrás de uma toalha para se secar. 

 

-- Que droga de cidade que só chove -- abriu a porta da cozinha e olhou para dentro. 

 

-- Luciaaa... -- Lorraine berrou chamando a empregada -- Onde você está sua incompetente. 

 

-- Estou aqui dona Lorraine -- a mulher respondeu assustada -- Deseja algo? 

 

-- Não. Só estou exercitando a minha voz. Claro que quero. Traga uma toalha para mim -- bufou -- Tenho vontade de matar a Silvana quando ela deixa o carro atravessado na garagem daquele jeito. 

 

-- Coitada! Ela não consegue estacionar de outra forma -- Lúcia tentou defender Silvana e Lorraine não gostou. 

 

-- Se não sabe dirigir, que não saia de carro -- esbravejou. 

 

-- Pelos berros posso perceber que a bronca é comigo -- Silvana sentou-se calmamente no sofá e falou com a voz firme: -- Sinto muito, mas nada do que faça ou diga, vai tirar a minha paz hoje. 

 

Passou uma tarde maravilhosa com Patrícia, não seria Lorraine com seu mau humor insuportável que iria deixa-la irritada. 

 

-- Claro! Não foi você quem tomou um banho de chuva por causa de um carro atravessado na entrada da garagem. Sua carteira de motorista deve ter mais pontos que cartela de bingo -- pingos de água escorria de seus cabelos negros para a toalha à volta de seu pescoço -- Onde você foi? -- os lábios estavam arroxeados e arrepios que lhe percorriam o corpo. 

 

-- Fui à casa de uma amiga -- falou sem olhar para a médica. 

 

Lorraine terminou de secar o cabelo e colocou a toalha sobre a mesa. 

 

-- Ultimamente você está fazendo um tour pelas casas dos amigos e parentes -- manteve o sorriso irônico -- Por acaso descobriu que foi acometida de uma doença incurável e está se despedindo das pessoas? -- disse ela, aproximando-se. 

 

Silvana passou a mão pelos cabelos num gesto decidido. Não valia a pena continuar sendo fiel a Lorraine. 

 

-- Deixe de intrigas e vá tomar banho e trocar de roupa. Seu pai e seus irmãos já devem estar chegando para a ceia. 

 

 

 

 

 

Andras entrou no apartamento e atravessou a sala em direção ao quarto de Patrícia. Não bateu na porta, apenas a abriu e entrou calmamente.  

 

Patrícia estava sentada na cama com um livro na mão. Assim que viu Andras entrar, fechou-o e largou de lado. 

 

-- Alguma novidade, Andras? 

 

-- Eu não estava brincando quando falei que teríamos problema -- murmurou Andras -- Estava dando um aviso. Aquela mulher será um grande empecilho. Sempre que tentarmos algo ela vai estar por perto para nos impedir. 

 

-- Tem certeza disso? E se você a matasse? Ninguém iria saber. Ninguém procuraria por ela. Não tem ninguém que viesse reclamar o corpo -- Patrícia curvou-se um pouco para frente e, com um sorriso maldoso nos lábios, disse: -- É uma órfã miserável!  

 

Andras deu uma gargalhada e sentou-se. 

 

-- Estás muito enganada minha cara. Ela tem um batalhão lutando em seu favor e a proteção da médium Helena de Burnier. Os exércitos do mal não podem resistir.  

 

-- E o que faremos? -- perguntou Patrícia. 

 

-- Seremos estrategistas. A maldade e a crueldade fazem parte da natureza humana. Lembra-se da tribo dos tutsuis e dos zulus na África, nos anos 90? Eles se mataram uns aos outros... A criança que foi arrastada por 7 km no Rio, após assaltantes não pararem mesmo ela estando presa ao cinto de segurança no lado de fora do carro? Milhares de pessoas inocentes sendo mortas em Aleppo. Foi preciso sujarmos as mãos? O que nós fizemos?  

 

-- Apenas atendemos aos pensamentos doentios, a desejos ocultos, a paixões violentas, a toda espécie de vícios das pessoas. 

 

-- Fornecemos uma energia diferente, a energia associada ao pensamentos. Essa sensação que incentivam as pessoas a permanecer nessa frequência vibratória e a dificuldade em controlar pensamentos negativos e doentios -- concluiu Andras. 

 

 

 

 

 

-- Você é muito linda, doutora -- Beleth sussurrou em seu ouvido.  

 

Alisson nada falou. Como resposta acariciou a nuca da mulher delicadamente. 

 

-- Na verdade, a criatura mais bonita que já vi -- sorriu. 

 

Os olhos azuis olhavam fixamente para Beleth, despojando-a do vestido só com o olhar. 

 

A mão macia e quente da morena, segurou o seu queixo. Alisson fechou os olhos e sentiu que a boca dela tocava seus lábios delicadamente. 

 

-- Vamos sair daqui -- murmurou ela com voz ardente. 

 

-- Vamos até o meu quarto -- Alisson deu um sorriso demorado e saiu abrindo caminho entre as pessoas. Quando entraram no quarto a voz de  Ivete Sangalo cantando Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim, soava pelo apartamento. 

 

 

 

 

 

-- Qualquer dia desses, não poderemos mais falar que a água é fresca, que iremos ser processados como homofóbicos. Não sei como lhe chamar. Nora? Genro? -- Marcos não fazia questão de esconder seus sentimentos nada agradáveis por Silvana -- Como posso aprovar casamentos que não são capazes sequer de me dar netos legítimos? 

 

Silvana se levantou indignada, jogando o guardanapo sobre a mesa. 

 

-- Com licença! Certas coisas são tão nojentas que conseguem até me tirar a fome. 

 

Felipe se levantou e foi atrás dela. 

 

-- Silvana espera! -- segurou o braço da cunhada -- Por favor, hoje é Natal. Não vamos estragar a ceia -- pediu gentilmente. 

 

 Silvana focou nos olhos tristes de Felipe. 

 

-- Sinto muito Lipe, mas gosto de escolher as pessoas com quem sento à mesa para a ceia de Natal, e seu pai jamais seria uma delas. Lamento se isso o magoa, mas não consigo fingir. Seu pai me odeia e eu apesar de não sentir o mesmo ódio, não vou me sujeitar à ficar ouvindo suas palavras maldosas. 

 

Felipe largou o braço da cunhada e suspirou fundo. Preferiu não insistir. 

 

 

 

-- Você não tinha nada que falar essas coisas -- Nádia falou irritada -- Você não tem o direito se ofender a Silvana em sua própria casa. 

 

-- Comprada com o dinheiro de minha filha -- Marcos falou alto -- Silvana é uma aproveitadora. 

 

-- Você não fala nada, Lorraine? 

 

Iniciariam uma nova discussão acalorada, se Felipe não arrastasse Nádia dali. 

 

Marcos aproveitou para se dirigir à filha num tom baixo, mas enérgico. 

 

-- Você tem que se livrar dessa mulher. Ela vai te deixar na miséria. Escuta só o que estou falando. 

 

A voz de Marcos ficou ainda mais gelada, dando a impressão de que ele odiava Silvana muito mais do que aparentava. Se isso fosse possível. 

 

 

 

 

 

Beleth era tão feminina e provocativa que Alisson sentiu que perderia o ar. Ajoelhou-se no colchão e tocou os seios dela por cima da roupa fina. A bela mulher gem*u baixinho, respondendo aos toques dos dedos dela em volta do bico endurecido de excitação. 

 

-- Você é deliciosa demais -- murmurou ela. 

 

A mão de Alisson, então, deslizou para a barriga de Beleth. Seus músculos se contraíram. Em um movimento rápido e delicado, despiu-a completamente. 

 

Seu corpo ardia de desejo de possui-la. 

 

-- Te quero Alisson -- Beleth sussurrou -- Vem!  

 

Alisson não teve mais dúvidas. O som que escapara da boca dela a fez suspirar.  

 

O corpo de Beleth se moveu contra o dela, o desejo a dominou e Alisson fechou os olhos. Quando os abriu novamente, fixou-os em uma sombra na parede e imediatamente ficou tensa. 

 

Ela tentou desviar o olhar, ignorar a sombra e voltar à atenção para Beleth, mas a visão a atraía, roubando sua concentração. Conforme as imagens foram se tornando mais nítidas, ela soube que não se tratava apenas de uma simples sombra. Era um cavalo cercado de trombetas e outros tipos de instrumentos musicais. Montado nele surgiu um demônio. 

 

Alisson pulou da cama. Um demônio? 

 

-- O que aconteceu? -- Beleth sentou rápido na cama -- Alisson o que aconteceu? 

 

A pediatra fechou os olhos com força durante um instante para tentar controlar o medo. Depois olhou para Beleth.  

 

-- Desculpe-me. Não estou sentindo-me bem --  foi até o banheiro e lavou o rosto com a água gelada que saía da torneira -- Jesus! O que foi aquilo que aconteceu lá no quarto?  

 

Respirou fundo várias vezes. Procurou controlar-se e retornou ao quarto. 

 

-- Beleth... Você... 

 

Beleth não estava mais. 

 

 

 

 

 

Lorraine sentia-se fraca demais para enfrentar o pai. Apesar de suas palavras duras, a raiva havia se dissipado e como sempre não falou o que pensava. 

 

-- Por que não consigo lhe dizer o que tanto me perturba, pai? -- perguntou, passando de leve os dedos pelos cabelos. 

 

-- Lorraine? 

 

-- Estou aqui na sacada, Felipe. 

 

Felipe segurava duas taças de champanhe e ofereceu-lhe uma.  

 

-- O que está acontecendo, Lorraine? Porque toda essa revolta? Esse ódio? 

 

-- Não está acontecendo nada, Felipe. 

 

Queria ter coragem, coragem para abrir seu coração e dizer tudo o que estava sentindo. Coisas do qual ela tentava esquecer e não conseguia. 

 

-- Eu pensei que havia me libertado dos fantasmas do passado e deixado que as esperanças entrassem em meu coração, mas meu mundo começou a sucumbir novamente. 

 

-- Você tem que esquecer a mamãe. Ela nos abandonou Lô. Ela abandonou o papai. 

 

-- Eu até hoje não entendo como ela teve coragem de fugir no pior dia de minha vida. No dia em que perdi o meu filho -- Lorraine começou a chorar compulsivamente -- A culpa não foi dela. O bebê teria morrido com qualquer outro obstetra -- não conseguia conter as lágrimas que lhe corriam pelo rosto --  Ela vai voltar... Eu não me importo em esperar. Já esperei por tanto tempo. 

 

Felipe abraçou a irmã com carinho. 

 

-- Me sinto tão sozinha, tão tola... 

 

 

 

 

 

Beca parou ao lado de Alisson com um prato cheio de comida na mão. 

 

-- Fa... com... tu... não...  

 

-- Não te ensinaram que falar com a boca cheia é falta de educação? Sem contar que não entendi nada -- Alisson falou irritada. 

 

-- Desculpa! -- respirou fundo antes de continuar -- Eu e o Fael falamos com todos e, ninguém conhece a tal da... Como é mesmo? 

 

-- Beleth. 

 

-- Isso aí. Ninguém viu ela chegar, muito menos sair. 

 

Será que estava ficando louca? Alisson se perguntava, assustada. Os belos olhos azuis, fixaram-se na parede. 

 

-- Que estranho! 

 

-- Isso é para você aprender a não levar qualquer uma para a sua cama. Nem conhecia direito a mulher. 

 

-- Você tem razão. De agora em diante só transo com você e a Gugu. 

 

-- Éca! Você é praticamente minha irmã. Tem vergonha não? 

 

Alisson sorriu divertida. 

 

 

 

 

 

Pela manhã... 

 

 

 

-- Já se perguntou por que os filmes de violência, filmes sangrentos, filmes de terror e maldade estonteante fazem tanto sucesso? Já se perguntou por que o UFC, MMA, Strikeforce, K1, Boxe e outros entretenimentos violentos estão "bombando" e sempre tiveram grande audiência na mídia? -- Andras serviu-se de café e continuou: -- Desde que o homem pecou, a violência e maldade contra o semelhante sempre esteve no coração humano, mesmo que ele não a pratique. 

 

-- A maldade humana tem apenas uma motivação: a busca insana pela superioridade -- Patrícia deu um sorriso ao levar a xícara de café aos lábios. 

 

Patrícia viu Andras se levantar e estranhou o gesto. 

 

-- O que houve? 

 

-- Vou abrir a porta. Temos visita. 

 

 

 

 

 

Assim que entrou no prédio Alisson foi recebida com festa pelo cão Labrador. Tulipa pulava e corria pelos corredores demonstrando um carinho enorme pela médica. 

 

-- Se você me lamber, eu te lamberei também -- falou sorrindo -- Onde está a mamãe Helena? 

 

-- Se você é irmã de cachorro eu não sei, mas eu com certeza não sou mãe de cachorro -- Helena beijou a cabeça da filha com carinho -- Estou surpresa com a sua presença aqui hoje. Esqueceu algo? 

 

-- Na verdade saí daqui ontem encucada com uma coisa -- Alisson passou a mão na cabeça do cachorro e virou-se para o corredor dos quartos -- Quem é a menina do quarto nove? 

 

Helena segurou firmemente as mãos da pediatra, e sorriu. Cada criança que chegava ao orfanato trazia consigo uma história diferente de abandono. Mudam-se as formas, os motivos, os contextos, porém o cenário do abandono pode ser visto, ainda, com muita frequência pelas ruas, ou por detrás dos muros de alguma instituição destinada ao abrigamento dos mesmos. 

 

-- Já devia ter imaginado que você está aqui por causa dela -- Helena sorriu com tristeza -- A Priscila tem síndrome de Down e foi por esse motivo que a família dela abandonou-a. 

 

-- Que absurdo! -- Alisson falou indignada, enquanto fazia carinhos no Labrador -- De onde ela está vindo? 

 

-- Ela completou cinco anos, idade máxima para ficar no Orfanato Santa Tereza. 

 

-- Entendo -- falou desolada -- Tenho que ir -- ela se inclinou para beijar a mãe -- Tenho plantão no hospital -- virou-se para sair, mas Helena segurou seu braço. 

 

-- Tem algo para me contar? 

 

Na verdade tinha. Foi até o orfanato aquela manhã para contar sobre a sombra do demônio montado em um cavalo. Mas mudou de ideia, não queria deixar a mãe preocupada. 

 

-- Não mãe. Está tudo bem. 

 

-- Sabes que estarei sempre aqui para ouvi-la. Não é mesmo? 

 

-- Claro que sei -- sorriu -- Sua bênção, mãe. 

 

-- Deus lhe abençoe! 

 

 

 

 

 

Andras abriu a porta, para que a visitante entrasse. 

 

-- Bom dia, Beleth. Que bons ventos a trazem? 

 

Beleth entrou de cara fechada. 

 

-- Quem é aquela mulher? -- foi logo perguntando. 

 

-- Calma! Que mau humor é esse? -- Andras fechou a porta atrás de si e recostou-se nela -- Pelo que vejo a noite não foi nada agradável. 

 

-- Quem é aquela mulher? -- repetiu a pergunta, com uma expressão zangada no rosto. 

 

-- Alisson. Alisson Burnier.  

 

A expressão zangada mudou para de surpresa. 

 

-- Burnier? Não me lembro de alguém tão jovem na família Burnier. 

 

-- É a filha adotiva da médium Helena Burnier. 

 

Beleth caiu sentada no sofá. 

 

-- Eu não acredito que você me enviou para o covil. 

 

Andras deu uma gargalhada. 

 

-- Pensei que uma rainha tão poderosa não fosse ter problemas com uma garota tão jovem e inexperiente. 

 

-- Idiota! Se ela é assim tão inexperiente, prepare-se. Você terá grandes problemas com ela no futuro. 

 

Andras concordou com um aceno de cabeça. 

 

-- Já estou tendo -- falou, os belos traços alterados por uma ruga de preocupação -- Preciso me livrar dela o mais rápido possível. 

 

 

 

Alisson passou diante do quarto de Priscila. Foi até o final do corredor e voltou. Olhou para ver se Helena não estava por perto. Abriu delicadamente a porta do quarto dela e colocou a cabeça para dento. 

 

-- Oiê! É aqui o quarto da menina mais linda do Brasil? -- perguntou ela com um sorriso curvando-lhe os lábios. 

 

-- Quem é você? -- perguntou a menina com curiosidade. 

 

-- Quer mesmo saber? -- Alisson sentou-se diante dela e abriu um largo sorriso. 

 

-- Quero! 

 

-- Eu vim trazer um recado de Deus para você -- Helena Burnier me mata, pensou. 

 

-- Sério? -- ela arregalou os olhos surpresa -- O que ele falou? 

 

-- Ele mandou dizer que escuta tudo o que você fala. 

 

-- Se ele escuta, porque não traz a minha mamãe pra mim? 

 

-- Deus sempre escuta a gente, e se ele não trouxe a sua mamãe ainda, é porque não é a hora. 

 

-- Porque ele não fala comigo? 

 

-- Ele sempre fala com a gente. A gente que é bobona e não escuta ele. 

 

-- Sééérioo... E como a gente faz pra ouvir ele? -- a menina perguntou com os olhos arregalados e as mãozinhas juntas. 

 

-- É super fácil. É só fechar os olhos e ouvir com o coração -- Alisson tocou com a ponta do dedo o peitinho da criança. 

 

A menina adiantou-se até os braços carinhosos da pediatra e abraçou-a com força. 

 

-- Eu sei que você é um anjo. Deus falou pra mim no coração. 

 

Alisson deu uma gargalhada. 

 

-- Sabia que anjos só conversam com anjos? E que o jardim está repleto deles? -- Alisson puxou-a pela mão -- De todos os tipos. 

 

-- Verdade? 

 

-- Verdade verdadeira. Não fique mais trancada nesse quarto. Vamos até o jardim conversar e brincar com eles? 

 

A síndrome de Down é uma anomalia nos cromossomos que ocorre em 1,3 de cada 1000 nascimentos. Por motivos que ainda se desconhecem um erro no desenvolvimento da célula, leva à formação de 47 cromossomos em lugar dos 46 que se formam normalmente. O material genético em excesso, muda levemente o desenvolvimento regular do corpo e o cérebro. É um dos defeitos genéticos de nascimento mais comuns. 

 

 

 

 

 

https://www.facebook.com/ojardim.dosanjos.5 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 6 - Capítulo 6:
Lea
Lea

Em: 15/07/2021

O covil demoníaco está com a "missão" de matar a Lorraine. Pode levar, mulherzinha arrogante!!

Realmente, Alisson parece um anjo,tem um grande coração!!

Responder

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Van Rodrigues
Van Rodrigues

Em: 15/01/2017

No Review

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patty-321
patty-321

Em: 30/12/2016

Esse conto está fantástico. Amo estórias com esta temática e sei q vou aprender muito. Vándinha vc é fodastica. A Allison tá rodeada de demônios. Mas ela tem proteção do alto. Silvana caiu na lábia das demo. Lorraine é uma pessoa bem pesada. Feliz ano novo. Bjs

Responder

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julia28
julia28

Em: 29/12/2016

Putzzzzz amando e ficando cada dia mais fascinada pelo conto..bjs


Resposta do autor:

Olá Julia.

Que bom que está gostando. Continue comigo.

Beijos.

Responder

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Mille
Mille

Em: 29/12/2016

Olá Vandinha

Quando o negócio está facil desconfie, a Alis espacou de se envolver com uma demônia, a força do bem está sempre com ela impediu ela de deitar com a Beleth.

A pequena é linda e acho que quem irá adotar ela será Alis e Lô, ou o trio de amigos.!!! E tenha uma pequena impressão que a Pricila tem poderes de derrotar os anjos ruins e ela tem uma ligação com a Allison. 

Marcos é um perfeito idiota, mais o que será que houve com a mãe da Lorraine acho que a morte da criança tem dedo do pai dela, se ela não aceita o casamento da filha imagina a neta.

Bjus e até o próximo


Resposta do autor:

Você daria uma ótima escritora, Mille. Gosto de suas ideias, quase sempre batem com as minhas.

Beijão garota esperta.

 

Responder

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lis
lis

Em: 29/12/2016

Boa tarde Vandinha, tudo bem? Linda essa história e envolvente parabéns


Resposta do autor:

Obrigada Lis.

E "vamo que vamo".

Beijos.

Responder

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Rita
Rita

Em: 29/12/2016

Tenho medo dessas demoníacas. São cada vez mais. E a Alisson não sabe o que se passa, corre perigo. A mãe dela é boa pessoa, eu gosto dela :)

Essa menina fez me lembrar uma criança que eu conheço que é autista, mas os pais não a abandonaram, os pais gostam dela, não é fácil a convivência com os irmãos porque não entendem porque a irmã é assim, de resto os pais gostam dela e a tratam bem. As outras crianças às vezes é que são más. E há pessoas que também estão contra eles criarem a menina, o avô por exemplo, não gosta da menina. Mas o mais importante é os pais gostarem da filha e não a abandonarem. Espero que a menina da história tenha uma família que a ame futuramente :)


Resposta do autor:

Olá Rita.

O preconceito é enorme para com essas crianças. Situações de preconceito de outras crianças, alunos e até de professores. A família tem de acolher a criança com carinho, sabemos que é dificil, mas é necesário e o correto perante Deus.

A guerra entre anjos e demônios está só começando.

Beijos.

 

 

 

 

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 29/12/2016

Vandinha!

Que capítulo demais.

O que esses demônios fazem para conseguirem o que querem é impressionante. Estou de queixo caido aqui.

Já ansiosa pelo próximo.

Abraços fraternos procês!


Resposta do autor:

Olá.

Verdade. Os demônios manipulam, enviam energia negativa, a energia associada ao pensamentos. Essa sensação que incentiva as pessoas a cometerem o mal.

Beijo e até mais.

 

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