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O Jardim dos Anjos por Vandinha

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Palavras: 3140
Acessos: 5985   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 5

                            O Jardim dos Anjos -- Capítulo 5  

 

 

 

 Agnes hesitou diante daquela entrada imponente do restaurante. Deu uma espiadinha para dentro e depois para Pâmela. Tudo naquele lugar era repleto de luxo e requinte. O piso do salão brilhava. As toalhas de linho branco, cada detalhe, enfim, todo o ambiente era harmonicamente nobre.   

 

Uma porta corrediça separava a sala de refeições do espaço reservado à dança.  

 

Em um palco no canto do restaurante um grupo tocava  flashback. 

 

O som da música, o murmúrio das vozes e algumas risadas demonstravam a alegria que tomavam conta do ambiente lá dentro.   

 

-- Parou porque, Agnes? -- Pâmela perguntou surpresa -- Quebrou o salto?  

 

-- Estou com vergonha -- falou olhando para Pâmela de alto a baixo -- Você está linda demais com esse vestido.  

 

Pâmela usava um vestido exclusivo. O vestido havia custado uma fortuna. O tecido se amoldava ao seu corpo, principalmente os seios e as nádegas. Revelava sensualidade e elegância, sem ser vulgar.  

 

-- Não acredito! -- Pâmela bufou -- Deixa de ser boba. Você também está linda.  

 

-- Estou? -- ela perguntou, hesitante -- Estou me sentindo horrível.  

 

-- Já disse que está linda. Agora vamos! -- falou impaciente, puxando Agnes pelo braço.  

 

 

 

 

 

Quando Lorraine e Silvana entraram no restaurante, fez-se um silêncio completo e profundo. Todos os olhares caíram sobre elas.   

 

-- Doutora Lorraine, doutora Silvana. Acompanhe-me, por favor -- um homem que provavelmente era um segurança, fez um gesto para que elas o seguissem.   

 

Ao atravessar a sala, Lorraine percebeu que todos a observavam.  

 

-- O que você está pretendendo Silvana? -- ela perguntou.  

 

Silvana não entendeu a pergunta.   

 

-- O que quer dizer? Algum problema com o meu vestido?  

 

-- Você não percebeu que todos estão olhando para o seu decote?  

 

Silvana respirou fundo e discretamente, tentou ajeitar melhor o vestido.  

 

Pararam diante da enorme mesa ocupada por Marcos, Felipe, Nádia e Afonso.  

 

-- Boa noite! -- Lorraine falou para todos.   

 

Silvana também os cumprimentou.  

 

-- Sentem-se -- Marcos fez um sinal para Lorraine, apontando as cadeiras vazias -- Estava esperando você para então fazer o meu discurso.  

 

Felipe balançou a cabeça.  

 

-- Por favor, pai. Manera na falação.  

 

Marcos fuzilou o filho com o olhar. Nádia procurou amenizar o clima.  

 

-- Então mana, como vai a vida? -- perguntou sorridente.  

 

 

 

 

 

-- Nosssaaa... O que é isso? -- Augusta falou assustada.  

 

-- Estou com fome -- Alisson praticamente enfiou a esfirra de uma vez na boca.   

 

-- E precisa fazer isso? Que coisa feia. Não dá pra comer como um ser humano normal? -- a mulher se virou e saiu balançando a cabeça.  

 

-- Ela tem razão. Fica feio uma médica agir assim -- Beca pegou um pãozinho de queijo e enfiou na boca.  

 

-- E você pode?  

 

-- Eu sou enfermeira. Enfermeira pode -- secou o copo de suco -- Como está sendo lá no hospital?    

 

-- No começo fiquei mais perdida que o Galvão Bueno narrando atletismo, mas com o passar do tempo as coisas foram se ajeitando.  

 

-- Você que é feliz, além de inteligente é linda -- falou Beca com sincera admiração pela amiga.  

 

-- A beleza é um carma que me acompanha desde que nasci.  

 

-- Você já percebeu que a beleza é passageira, mas a feiura é um bem que as pessoas levam por toda a vida?  

 

-- Todas as pessoas têm um lado bonito, Beca.  

 

-- Então acho que algumas pessoas são um círculo -- Beca apoiou o cotovelo sobre a mesa e encarou a amiga   

 

Alisson sorriu para ela com uma expressão divertida.  

 

- Hum! Escuta Alis, vamos até a academia amanhã? Fiquei sabendo que a professora morena super sexy e gostosa é quem vai dar a aula de judô.  

 

-- Será? Dia 24? Vai ter alguém lá, Beca?  

 

-- Fonte segura.  

 

-- Da outra vez também era, e acabei tendo que lutar com o Geraldão, o professor machão que adora bater em lésbicas. Passei uma semana tendo que fazer xixi em pé.  

 

-- Como você fez isso Alis?  

 

-- Prefiro não entrar em detalhes, Beca. Mas eu sei que ele dá uma de machão pra gente, mas canta Lady Gaga no chuveiro -- brincou Alisson.  

 

-- A galera toda vai estar lá. Vamos! -- insistiu.   

 

-- Nesse caso eu topo -- encheu o copo com mais suco -- Já falei pra não me chamar de Alis.  

 

-- Ok, ok, não chamo mais.  

 

 

 

 

 

 -- E que 2017 seja ainda mais saudável! -- Marcos levantou a taça ao alto e os aplausos de mais de duzentas pessoas ecoaram entusiasmados pelo restaurante.  

 

Alguns pares começaram a dançar na ampla pista, enquanto outros apenas assistiam de suas mesas.  

 

Lorraine saiu por uma porta lateral que dava para um pátio muito amplo. Encostou-se no parapeito da varanda e jogou a cabeça para trás deixando que a brisa tocasse seu rosto.  

 

Ouviu passos e virou-se.  

 

-- O vestido lhe caiu muito bem -- Pâmela falou recusando a taça de champanhe que o garçom lhe oferecia.  

 

Lorraine aceitou a taça de champanhe e bebeu um gole.  

 

-- Você realmente acha isso? -- indagou com surpresa.  

 

-- Claro que não. Estava sendo falsa.  

 

-- Devia ter imaginado -- Lorraine passou a mão pelo rosto. A noite estava quente e ela deu graças por ter escolhido um vestido leve e aberto nas costas -- Onde está a sua pediatra? Ela não veio à festa?  

 

-- Não! Ela tinha outro compromisso -- falou olhando distraidamente para a lua cheia -- Ela me convidou para sair amanhã. Provavelmente vamos jantar a luz de velas.  

 

-- Pobre quando vai jantar em um restaurante fino pede o cardápio e um financiamento junto -- balançou a cabeça debochando.  

 

Pâmela não abalou-se.  

 

-- Com aquela mulher eu jantaria até pão com mortadela na escuridão!  

 

Lorraine estava para dar meia-volta e entrar no restaurante, quando Pâmela falou:  

 

-- Tem mulher que é tão magra, que se ela colocar um vestido verde, fica parecendo um quiabo.  

 

Lorraine lançou-lhe um olhar cheio de fúria.   

 

-- Tem mulher que já é gorda, aí coloca um vestido vermelho e fica parecendo uma acerola.  

 

-- Gorda? -- Pâmela arregalou os olhos -- Agora você passou dos limites.  

 

Pâmela deu um passo a frente toda armada.  

 

-- Boa noite Pamelaaa... -- Felipe parou entre elas -- A sobremesa está divina. Vai lá kirida -- pediu dando uma piscadinha para ela.  

 

A cirurgiã olhou em direção ao restaurante e suspirou.   

 

-- Vou mesmo -- deu uma meia volta teatral e entrou rebol*ndo exageradamente.  

 

Felipe ficou olhando para ela por alguns instantes, antes de continuar, com voz calma:  

 

-- Jesus! Vocês duas não podem ficar no mesmo ambiente por mais de dez minutos?  

 

-- Essa mulher é insuportável! --  balançou a cabeça enquanto descansava o copo sobre o parapeito -- Depois que ela conheceu essa tal pediatra loira, está ainda pior -- olhou para o irmão disfarçando a curiosidade -- Você a conhece?  

 

-- Não conheço. O hospital é tão grande e temos tantos médicos trabalhando que não conheço a metade. Por ser pediatra, talvez a Nádia conheça.... Mas... -- Felipe olhou desconfiado -- Porque tanto interesse na pediatra da Pâmela? Lorraine, Lorraine. Toma jeito mulher.  

 

-- Apenas curiosidade -- deu de ombros.  

 

Felipe previa terremotos, furacões e tsunamis a vista. Lorraine e Pâmela eram capazes de duelar até a morte.  

 

-- Por favor, não provoque a Pâmela.  

 

Felipe debruçou-se sobre o parapeito.  

 

-- Está se divertindo?   

 

-- Até parece. Não estava com a menor vontade de vir a esse jantar -- Lorraine fez uma careta -- Programinha chato.  

 

-- Você está brincando? O jantar estava maravilhoso, sem contar que quase todos estão presentes.  

 

Lorraine fez uma cara irônica para ele.  

 

-- É bem por esse motivo que acho uma chatice. Confraternizar com gente que vejo oito horas por dia, trezentos e trinta dias do ano! É meu sonho -- Na verdade Lorraine não gostava do Natal, mas todos os anos fazia um esforço enorme e atendia ao pedido do pai que se esforçava em realizar um mega evento -- Papai usa essas festas como campanha politica e, isso é nojento.  

 

-- Eu sei disso, mas mesmo assim acho um luxo!  

 

Lorraine franziu a testa.  

 

-- Não seja tão rabugenta, minha irmã -- ele disse com um jeito carinhoso -- Coloque um sorriso nesse rosto ao menos hoje -- Beijou o rosto da irmã e entrou se remexendo ao som de Labamba.  

 

Lorraine deu um meio sorriso, olhou em direção ao horizonte e suspirou.   

 

-- Que alegria posso ter nesse dia? -- sussurrou.  

 

Sua vida morreu anos atrás, e os acontecimentos recentes levavam-na cada vez mais longe daqueles sonhos de uma vida feliz.  

 

 

 

 Com um sorriso safado em seu rosto, Alisson parou o carro no estacionamento atrás da academia.  

 

-- Parece até que estou sentindo o perfume dela daqui.  

 

-- Ela tem cheiro de bolinho de carne? -- disse Beca tapando o nariz.  

 

-- É só modo de dizer, sua anta. Vamos logo. Quero ser a primeira.  

 

Saíram correndo, passando pela recepcionista que ficou com a boca aberta. Ela arregalou os olhos e levou a mão ao peito.  

 

-- Suas malucas! -- berrou do outro lado do balcão.  

 

Alisson e Beca trocaram rapidamente de roupa e se apresentaram a mestre.  

 

-- Impressionante! -- disse Fael parando ao lado das duas.  

 

-- O que é impressionante Fael? -- perguntou Alisson.  

 

-- Como vocês chegam entusiasmadas quando é a mestre Fernanda que está no tatame.  

 

-- Pelo visto você adora ver o Geraldão homofóbico, né? Aquela coisa peluda. Argh! Que nojo! -- Beca fez ânsia de vômito.  

 

-- Eu sei que ele é feio e peludo, mas o caranguejo também é. E mesmo assim a gente bate nele, limpa direitinho e come.  

 

-- Gosto não se discute, lamenta-se -- disse Beca.  

 

-- Agora cada vez que eu ver um caranguejo vou lembrar do Geraldão -- Alisson falou desolada.  

 

-- Fael! -- a mestre chamou -- Pode vir para o tatame.  

 

-- Ai, que azar! Justo ela -- Fael subiu no tatame agitando os braços -- Pega leve prof...  

 

-- Aiiiiii...  

 

-- Ippon!!!  

 

-- Uiiiiii... -- todos falaram juntos.  

 

-- "O adversário é um parceiro necessário ao progresso, a vida da humanidade baseia-se neste princípio" -- falou a mestre -- Próxima!  

 

Alisson subiu no tatame e balançou a cabeça de um lado pro outro. Deu saltinhos e encarou Fernanda.  

 

-- E aí? Vai encarar?  

 

Fernanda deu uma gargalhada.  

 

-- Que gracinha!  

 

-- Fernanda! -- Geraldo berrou da porta -- Telefone para você.  

 

-- Ahhh... Que pena! Geraldo vem lutar com a Alisson. Ela estava tão ansiosa por lutar.  

 

Alisson arregalou os olhos.  

 

-- Pode deixar comigo Fê. Olá, coração -- Geraldo a cumprimentou -- Está com medo que eu te machuque?  

 

-- Você é um fofo Geraldo -- Alisson ironizou.  

 

Geraldo sorriu sarcasticamente. Deu dois passos a frente. Agarrou-a e derrubou. Mas Alisson caiu sem ficar com os dois ombros no tatame.  

 

-- Wazari.  

 

Alisson se levantou. Os dois voltaram a lutar.  

 

-- Desgruda bebê! Tá fácil demais!  

 

Alisson foi ao solo de lado.  

 

-- Yuko -- Geraldo berrou feliz da vida -- O que é isso Alisson? Vocês querem ser iguais aos homens, mas são umas fracotes.  

 

Alisson ferveu de raiva. Olhou para Fernanda que retornava. Não passaria vergonha de jeito nenhum.  

 

-- Seu caranguejo vesgo! -- falou para o homenzarrão.  

 

- O que? -- Geraldo olhou pra ela muito irritado -- Você me chamou de...  

 

Geraldo não terminou a frase porque Alisson agarrou o quimono dele e puxou para baixo, encaixou as pernas nas dele o fazendo ir ao chão. Geraldo deu com as costas no tatame e deu um grunhido de dor.  

 

Alisson aproveitou o momento para cair sobre o corpo dele e imobilizá-lo. Deu tudo de si naquele golpe, enquanto os amigos faziam a contagem euforicamente.  

 

-- 28... 29... 30... Ipponnnn... -- todos comemoraram. Geraldo se levantou lentamente, rubro de vergonha.  

 

Alisson tinha um olhar disfarçado e satisfeito. Fernanda jogou-lhe um beijo e dirigiu-se a Geraldo.  

 

-- As mulheres podem ser mais fracas Geraldo, mas são bem mais concentradas naquilo que fazem.  

 

Fernanda voltou a olhar para Alisson, ela sorriu para Fernanda com todo o seu charme. O que fez com que os amigos começassem a cochichar e a rir.  

 

 

 

 

 

Como sempre, o trânsito estava engarrafado e Lorraine tentou não se irritar enquanto dirigia rumo ao hospital. Nos outros carros parados, via pessoas falando ao celular.  

 

-- Não aprendem mesmo! -- bufou.  

 

O trânsito era democrático, atrapalhava a todos; empresários importantes, médicos, advogados, pipoqueiro, o operário, o comerciário. Irônico como todos se tornavam comuns.  

 

O trânsito voltou a andar e logo a seguir, parou novamente. Era um anda e para irritante.  

 

-- Droga, droga, droga.  

 

O rapaz do carro ao lado olhou com curiosidade, certamente estranhando os socos que Lorraine dava contra o volante. Ela arqueou a sobrancelha pra ele que balançou a cabeça.  

 

-- Idiota - resmungou colocando um CD para tocar. "Perfil", uma coletânea com os maiores sucessos da cantora Adriana Calcanhoto -- Só você Adriana para me acalmar! -- fechou os olhos por alguns segundos, curtindo a música -- Inferno! Será que essa merd* não vai andar?  

 

Do interior do carro, Lorraine avisou sua secretária que chegaria mais tarde e que ela adiasse todos os seus compromissos agendados para antes das dez horas.  

 

 

 

 

 

Alisson guiava com habilidade pela avenida em direção à zona norte da cidade. Deixaria Beca e Fael em casa e antes de ir para o hospital, passaria no orfanato.  

 

-- Sou sua fã Alis -- deu uma risadinha -- Só eu não, a mestre Fernandinha também -- a voz de Beca tinha um ar divertido -- O Geraldão vai ter pesadelos com você.  

 

-- Sou da gangue do ovo. Mexeu comigo, tá frito! -- brincou Alisson -- Falando sério agora, eu não faço a menor ideia de como consegui aplicar aquele Ippon no mestre.  

 

-- Já a mestre Fernanda quase me partiu no meio -- Fael se virou e a fitou com um sorriso nos olhos -- Descobri que Jesus me ama!  

 

-- Ainda bem que alguém te ama, né Fael? -- Beca disse fazendo uma careta engraçada.  

 

Alisson estacionou o carro em frente à casa da Beca e virou-se para ela.  

 

-- Hoje a noite lá em casa, então. Vão levar alguém com vocês?  

 

-- Estou pensando em chamar aquela menina cabeluda que vive piscando pra mim lá no Expresso. Hoje eu crio coragem e chego junto.  

 

-- Cara, como você é tapada. A menina tem um problema no olho -- Fael caiu na gargalhada.  

 

-- O nome disso é: "ptose", uma doença que faz a pálpebra superior cair sobre o olho -- Alisson falou já ficando impaciente.  

 

-- Céus! Coitada! -- Beca colocou a mão sobre a boca -- Como aquele cara da Petrobrás, Alis?  

 

-- Quase. Mas voltando ao assunto, hoje vamos derrubar o prédio.  

 

 

 

 

 

Lorraine passou pela mesa da secretária e parou diante da porta de sua sala.  

 

-- Sandy. Encaminhe todos para a sala de reuniões. Em cinco minutos estarei lá. E não me passe ligações durante a reunião.  

 

-- Sim doutora -- a secretária pegou o interfone e começou a chamar todos os médicos de plantão e enfermeiros envolvidos no caso.  

 

Dez minutos depois, Lorraine estava de pé diante de vinte funcionários do hospital.  

 

-- Eu tenho más notícias -- disse a médica, vendo-os olharem atentos para ela. Detestava esse tipo de situação. Procurar um culpado para punir e entregar a cabeça para o pai. Essa era uma atitude covarde e costumeira do seu pai a frente do comando do hospital.  

 

-- Somos um time de profissionais altamente qualificados. Isso não significa, evidentemente, que sejamos os únicos médicos competentes do Brasil  e muito menos que não cometemos erros -- Lorraine suspirou, cansada, e continuou -- Como todos já devem ter ficado sabendo. O paciente Guilherme foi a óbito ontem de madrugada.  

 

O nome, Guilherme provocou certo burburinho na sala, mas ninguém se atreveu a falar em voz alta.  

 

-- Como já era de se esperar, a família está ameaçando entrar na justiça contra o hospital -- deu alguns passos pela sala, como se ela precisasse encontrar as palavras certas para se exprimir -- Sabemos que Guilherme não foi o primeiro nem será o último paciente a morrer por negligência, geralmente nesses casos paga-se uma indenização a família e em poucas semanas o caso cai no esquecimento.  

 

-- Então qual é o problema doutora Lorraine? -- perguntou Pâmela.  

 

As sobrancelhas finas de Lorraine se arquearam e ela respondeu com um sorriso gélido:  

 

-- O problema é que meu pai está lançando a sua candidatura a Governador do Estado e um caso como esse será uma festa para os adversários.  

 

-- Qual será a postura do hospital diante dessa falha? -- Afonso Hernandes, primo de Lorraine perguntou com uma expressão séria e preocupada.  

 

-- Vamos ter que abrir uma sindicância para apurar a verdade dos fatos. Descobrir o culpado e puni-lo, será a nossa prioridade a partir de agora.  

 

 

 

 

 

Alisson tirou o estetoscópio do pescoço e guardou na valise.  

 

-- Terminei de atender, mãe. Agora preciso ir. Hoje farei plantão no PS, e você sabe como é né? Final de ano o pessoal come e bebe como se fossem os últimos dias de vida. Não quero chegar atrasada.  

 

Helena abraçou com veemência a filha, beijou-a e fez um carinho em seu rosto -- Deus lhe abençoe.  

 

A pediatra caminhava tranquilamente pelos longos corredores bem iluminados e coloridos do orfanato, quando ouviu uma voz infantil vindo do quarto nove. Parou diante da porta entreaberta e com a audição aguçada que detinha pode ouvir o que a criança falava:  

 

-- Papai do céu vê se traz a minha mamãe pra mim. Vê se você, que pode mais que a gente, me pode dar esse presente de Natal. A Duda, minha amiguinha, disse que você não escuta a gente porque ela já pediu e você nunca atendeu. Mas eu acredito! Eu sei que quando a minha mãe me conhecer ela vai gostar de mim e vai me levar com ela. Amém.  

 

Alisson encostou a cabeça à parede e começou a chorar. Se soubessem quanto é triste estar só e abandonado, sobretudo quando criança, nunca abandonariam, descartavam, rejeitavam e jogavam fora.  

 

 

 

https://www.facebook.com/ojardim.dosanjos.5 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 5 - Capítulo 5:
Lea
Lea

Em: 14/07/2021

Dois capítulos seguidos que me doeram a alma no final! Angélica será adotada pela Alisson, só acho!!

Responder

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Van Rodrigues
Van Rodrigues

Em: 15/01/2017

No Review

Responder

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Rita
Rita

Em: 28/12/2016

Essa criança me fez doer o coração com essa oração


Resposta do autor:

Olá Rita.

No Brasil, o abandono de bebês vem desde a era colonial, quando era comum encontrar bebês largados em ruas, becos e portas de casa ou em rios, mangues e no lixo. Havia a possibilidade de alguém recolher o neném e criar. Os três últimos configuram a eliminação das crianças. Os recém-nascidos jogados nas ruas corriam risco de ser devorados por cães e porcos que vagavam pela cidade.  

Muito triste. Até. 

Responder

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julia28
julia28

Em: 28/12/2016

Gente bem engraçadinha a Allison ne?Ja amo ela demais.

Apaixonada pelo conto.


Resposta do autor:

Olá Julia28.

Obrigada pela visita. Volte sempre anjo.

Beijos.

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 27/12/2016

Vandinha!Lorraine vai se pegar em algum momento.....kkkkkkk Elas vivem se provocando... Acho que cabelinho de mola vai dançar.... #SQN kkk

Se a Pam e a Lorraine ficam se provocando agora, imagina quando elas souberem que a loira linda e de cabelinho de molas de cada uma conhece é a mesma pessoa? Jesus, Maria e José a coisa vai pegar fogo. Não quero nem ler...rsrs

Estou me preparando para a guerra entre anjos e demônios. Acho que vou resistir, eu acho!

Abraços fraternos!


Resposta do autor:

Olá NovaAqui.

Não sou meteorologista mas prevejo uma tempestade de cenas bem violentas entre elas. Vai sobrar pra todo mundo.

Mais um demônio à vista. Aguarde. Beijos.   

Responder

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Mille
Mille

Em: 27/12/2016

Ola Vandinha

Mim emocionei com a oração da garotinha, mais tenho fé que logo alguém aparece para adotá-la.

Fiquei na duvida qual das duas lia primeiro, então li Entre lambidas primeiro e cá estou eu comentando primeiro o paraiso.

Alisson mandou ver com no grandalhão, deu uma sorte das boas.

Bjus e até o próximo


Resposta do autor:

Olá Mille.

A garotinha órfã é uma de nossas principais personagens. Vamos falar muito dela ainda.

Fica com Deus. Beijos.

Responder

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