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O Jardim dos Anjos por Vandinha

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Palavras: 3291
Acessos: 5564   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 3

O Jardim dos Anjos -- Capítulo 3 

 

 

 

-- Sandy venha até a minha sala -- Lorraine falou para a secretária que estava ao telefone. 

 

-- Sim, doutora -- a mulher resmungou e saiu correndo atrás dela com uma pilha de papéis na mão. 

 

Sandy, trabalhava no hospital há vinte anos e tinha uma determinação férrea, sofreu muito após ser abandonada pelo marido. Criara seus quatro filhos sozinha, e era uma funcionária formidável. 

 

-- Meu pai está na sala dele? -- Lorraine guardou a bolsa e sentou-se em sua confortável poltrona. 

 

-- Ainda não, mas ele acabou de sair de uma reunião e foi para o almoço, portanto logo voltará -- Sandy colocou os papéis sobre a mesa e deu um passo para trás, oscilando ligeiramente -- A doutora deseja algo mais? 

 

-- Assim que meu pai voltar me avise. Ele me ligou ontem dizendo que tinha algo muito importante para discutir. 

 

-- Sim doutora -- a secretária caminhou até a porta para sair. 

 

-- Sandy. 

 

-- Sim? -- a mulher virou-se para Lorraine, que estava com os cotovelos apoiados na mesa. 

 

-- Felipe está no hospital? 

 

-- O doutor Felipe não vem hoje a tarde, ele tirou o dia para se preparar para o jantar de confraternização do hospital. Ele pediu para o doutor Jean visitar os pacientes dele. 

 

Lorraine levantou a mão e balançou a cabeça de um lado para o outro. 

 

-- Com licença -- Sandy finalmente saiu da sala. 

 

-- Droga! -- esbravejou com sangue nos olhos. Levantou-se de sua cadeira e com um gesto rápido, pegou seu celular e discou o número do irmão. 

 

Chamou, Chamou, caiu na caixa postal. Lorraine ligou novamente, ao terceiro toque Felipe atendeu. 

 

-- Oi mana -- gaguejou -- Aconteceu algo? 

 

-- Aconteceu! -- esbravejou indignada com o irmão -- Eu vou lhe matar Felipe! 

 

-- Aiii... Pra que berrar assim? -- afastou o aparelho do ouvido -- Credo. 

 

-- Preste bem atenção Lipe -- respirou fundo, tentando se acalmar -- Você tem exatamente uma hora para chegar ao hospital e sentar-se a minha frente. Ouviu? 

 

-- Ouvi -- como um garotinho obediente, ele respondeu -- Estou indo mana. Chego aí em menos de uma hora. 

 

 

 

 

 

Alisson, Fael e Beca estavam deitados no gramado do jardim do orfanato com os braços abertos e estendidos, observavam o céu azul e ensolarado. 

 

-- Ainda está tendo aqueles sonhos eróticos Alisson? -- Fael deu uma entortadinha na cabeça para o lado e olhou para a amiga. 

 

-- Não são sonhos eróticos. São premonições -- Alisson falou olhando para o céu. 

 

Beca apontou para uma nuvenzinha branca que passava com pressa pelo céu. 

 

-- Aquela nuvem me fez lembrar aquela mulher gostosona que vimos no restaurante semana passada. 

 

-- Não achei tão gostosona assim. A mulher já é magra e ainda bota um vestido branco colado. Ficou parecendo um baseado -- a voz de Alisson soou desinteressada. 

 

-- Ah! Esqueci que a única gostosona do mundo é a sua dama de branco -- rebateu Beca. 

 

-- Não estou preocupada se ela é gostosa ou não. O que me preocupa são esses sonhos turbulentos. Monstros aparecem, abismos, demônios e até mesmo o inferno -- Alisson falou com a voz trêmula. 

 

-- Se isso acontecesse comigo, acordaria todo dia cagado -- comentou Fael. 

 

-- Não duvido -- Bianca se sentou e olhou para Alisson -- Ouvi dizer que você pegou a professora de judô -- Beca entrou de surpresa no assunto -- É verdade? 

 

-- Não, não é. Quem te contou? 

 

-- Alguém viu você saindo da casa dela. 

 

-- Eu fui visitá-la -- ela respondeu séria -- Mas isso não quer dizer que eu esteja andando com ela. A professora estava resfriada e me chamou para examiná-la. Só isso. 

 

-- Sei não! Cabelinho de anjo, mas atitudes de diabinha -- Fael comentou maldoso -- Sua malandra. 

 

Alisson deu uma gargalhada com espontaneidade. 

 

-- Malandro é o pardal que canta mal pra não ficar na gaiola -- ondas de cachinhos louros caíram até os ombros quando ela sentou-se -- E a ruiva que sorriu para você lá na lanchonete, Beca? 

 

-- A Raíssa? Só porque ela sorriu para mim não quer dizer que ela terminará com a namorada e jogar tudo para o alto para ficar comigo. Tô fora. 

 

-- Faz bem Bequinha, minha deusa. Melhor perder a morena que os dentes -- Fael também sentou. 

 

-- Mas não posso evitar que uma pequena esperança ainda esteja viva em meu peito -- Beca murmurou com um sorriso triste -- Porém não quero me meter em problemas. 

 

-- Arranja uma calculadora para namorar, querida. Pelo menos ela sabe dar valor. 

 

-- Não brinca Fael, a Beca está sofrendo -- Alisson se levantou e deu a Beca uma mão para que ela também se levantasse -- Vamos levantar o astral e transmitir alegria para as crianças. 

 

Os três amigos órfãos cresceram juntos no orfanato. 

 

O orfanato Santos Anjos é um lugar que vive de carinho e amor doado pelo Centro Espírita Lar Meninas da Luz, por voluntários, por doadores, por amigos e amigas e pela comunidade. Alí vivem meninas e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e abandono. 

 

O Orfanato é administrado pelo Centro Espírita Lar Meninas da Luz. A médium Helena de Burnier é a Diretora Administrativa que conta com o apoio de voluntários, parceiros e colaboradores, entre outros. 

 

As crianças e adolescente eram sempre encaminhadas ao Orfanato pela Vara da Infância e/ou Conselho tutelar. 

 

-- Sejam bem-vindos. Já estava com saudade -- a jovem senhora falou fazendo um beicinho doce e teatral com os lábios, que deixou Alisson com vontade de beijá-la na bochecha. 

 

A médica pediatra deu uma gargalhada gostosa, abraçou-a com força e beijou sua cabeça com alegria e carinho. 

 

-- Como é chorona. Meu Deus! Faz apenas três dias que estivemos aqui -- Beca também a beijou. 

 

-- Sem contar que ficamos a manhã inteira brincando com as crianças -- Fael falou sorrindo e fazendo gestos engraçados. 

 

-- Eu sei meus amores. É que estou mal acostumada -- confessou. 

 

Alisson abraçou a médium Helena de Burnier com imenso carinho. Sentia uma gratidão profunda por Helena. Foi ela quem a criou depois de ter sido abandonada na porta do orfanato. Considerava-a como a sua verdadeira mãe e nunca se sentiu de outra forma que não fosse de uma filha amada. 

 

A francesa deu-lhe muito mais que um nome e sobrenome. Ela devolveu-lhe a vida. 

 

Alisson de Burnier estudou muito, formou-se em medicina e nunca se esqueceu de dedicar um pouco do seu tempo e talento para ajudar outras pessoas. Era o mínimo que podia fazer em agradecimento a tudo que havia recebido. 

 

Vários os motivos levam uma pessoa a querer praticar o bem, pode ser religioso, político ou social. Para Alisson, na verdade pouco importava o motivo, contanto que não fosse ao seu favor, mas a favor dos outros, que tanto necessitavam. 

 

Alisson era uma mulher linda. Tinha os cabelos loiros e cacheados, olhos azuis bem claros. Sorriso fácil, gentil e carismática. 

 

Todas as crianças eram tratadas com muito amor e carinho no orfanato, mas desde a primeira vez que Helena pegou Alisson no colo, sentiu que aquela criança era especial e por algum motivo Deus a tinha deixado alí em sua porta. 

 

-- Estão vendo aquele bebê? -- Helena apontou para uma criança no colo de uma das colaboradoras do orfanato -- Esse bebê chegou hoje. Foi abandonado porque é soropositivo. Os pais já não estão mais vivos e a avó idosa se recusou a criar. 

 

Os olhos desanimados de Alisson se voltaram para o bebê e sentiu uma vontade imensa de protegê-lo. 

 

-- Eu me vejo em cada uma dessas crianças -- os lindos olhos de Alisson se encheram de lágrimas. 

 

-- Eu também -- Fael era o menino apavorado que perdeu o irmãozinho gêmeo com dez anos. Ele morreu afogado quando tomava banho em um rio próximo à casa da família. Assistiu a todo o desespero do irmão e sentiu na pele toda a crueldade dos pais que o culparam pela tragédia. Ouvia vozes e possuía um demônio dentro dele que gritava condenando-lhe. 

 

-- Queria tanto ter o poder de acabar com todo esse sofrimento -- Beca foi abandonada pela mãe dentro de uma lixeira. Os garis a encontraram e entregaram ao conselho tutelar. 

 

Juntos eles se acalmavam, se cuidavam, eram histórias diferentes, mas com o mesmo fim: o abandono. 

 

 

 

 

 

Felipe chegou esbaforido no hospital. Olhou no relógio e entrou no elevador. A irmã estava uma fera e não era pra menos. Estava tão entusiasmado com o jantar de confraternização que esqueceu até de avisar que não trabalharia hoje. 

 

Assim que a porta do elevador se abriu, saiu correndo até a sala de Lorraine. Deu duas batidinhas e entrou. 

 

-- Até que enfim! -- Lorraine disse assim que o viu. 

 

-- Vim o mais rápido que pude -- deixou-se cair na cadeira giratória de frente para a irmã. 

 

Lorraine olhou para ele e suspirou fundo. 

 

-- E esses olhos vermelhos? Chorando de novo por causa daquele Gnomo da Paraíba? 

 

-- Claro que não. Estava chorando vendo Crepúsculo de novo -- os cabelos negros de Felipe estavam despenteados, como se ele tivesse passado as mãos na cabeça -- Ele vai estar no jantar, então resolvi caprichar no visual. Não quero parecer arrasado. Quero que ele saiba que estou em outra. 

 

Felipe estava de coração partido por causa de um cara que era um bosta. No começo ele até que era legal, fazia sentir-se uma pessoa especial. Ou, pelo menos, era isso que Felipe pensava. Tristemente chegou a conclusão de que era apenas sex* que ele queria. Estava sendo difícil desistir dele e tentar partir pra outra, mas estava decidido a não se humilhar mais. 

 

-- Vou fazer de conta que acredito -- pegou alguns papéis da gaveta e colocou sobre a mesa -- Lembra-se do paciente Guilherme Pedroso? 

 

-- Lógico que lembro. Ele está há duas semanas conosco. 

 

-- Pois é Felipe... Ele estava. Alguma coisa saiu errado e ele faleceu nessa madrugada -- ela falou, o tom de voz preocupado -- Papai está há horas em reunião com os familiares. 

 

-- O que será que aconteceu? Você conversou com o Afonso? 

 

-- Não o encontrei -- Lorraine saiu de sua cadeira e caminhou nervosa pela sala -- Afonso sempre desaparece nos momentos que mais precisamos dele. 

 

-- Não vamos sofrer por antecedência. A melhor coisa a fazer é esperar o papai retornar do almoço e ver o que ele tem para falar -- Felipe passou a mão pelo cabelo, levantou-se e foi até Lorraine -- Eu mesmo acompanhei todos os exames dele. Vamos descobrir o que aconteceu. Qualquer coisa me chame, ficarei um pouco mais por aí. Depois vou dar um trato no papai aqui. 

 

Lorraine ficou em silêncio observando o irmão sair. Desde que conheceu Elmi, Felipe só tem sofrido, foi melhor para ele terem terminado. 

 

 

 

 

 

Silvana saiu do elevador e atravessou a recepção do prédio com um aceno de passagem a um dos funcionários da recepção, que lhe devolveu o cumprimento. 

 

Abriu a bolsa, pegou o celular e ligou para Andras. 

 

-- Olá Andras -- olhou de um lado para o outro para checar se alguém a observava e continuou a falar -- Preciso falar com você. Por favor, é urgente -- pediu nervosa. 

 

-- Estou aqui no centro. Já estou indo, me espere em frente ao prédio -- respondeu -- Silvana... Fique calma -- Andras falou com um sorriso vitorioso nos lábios. 

 

 

 

 

 

Alisson estava sentada ao lado de Helena Burnier em um banquinho no jardim do orfanato. 

 

-- Sonho constantemente com ela, mãe. E nos meus sonhos sinto uma enorme necessidade de protegê-la. Mas infelizmente tudo não passa de um sonho e acordo antes que ela possa grudar sua boca na minha -- a voz dela soou angustiada -- Eu a venero, a amo. Nos meus sonhos eu a abraço e a protejo. É muito estranho. Sinto que vou reencontrá-la... Quero reencontrá-la e ao mesmo tempo, acho que não. 

 

-- Você me disse que ela tratou-lhe mal naquele dia. 

 

-- Com razão né mãe. Pensa, uma pessoa desconhecida pulando em cima de você no meio da rua e a jogando no chão. Eu parecia uma louca. 

 

Helena deu uma gargalhada. 

 

-- Pensando por esse lado... -- falou ainda rindo. 

 

-- Eu sinto que tenho uma missão a cumprir, mas não sei qual e ainda tem mais essa tal de Andras, eita mulher estranha! 

 

-- Eu compreendo perfeitamente a sua angustia, meu amor. Essa é uma dúvida muito comum entre as pessoas. Sabemos que temos uma missão na terra, e logo nos inquietamos tentando descobrir qual a nossa. Olhamos para nossa vida, não vemos acontecimentos importantes e ficamos na expectativa que um médium venha nos dizer, por revelação espiritual, qual a missão que nos compete. Na verdade, isso geralmente não acontece, pois cabe a nós mesmos descobrirmos qual a nossa missão. 

 

-- Você tem razão mãe. Vamos esquecer a Lorraine e a Andras Barcelos -- sacudiu os cachinhos loiros para afastar de seu rosto e pegou sua valise de cima do banco -- Sobre a minha missão, seja qual for, levarei até o fim. 

 

-- Como vocês falam: É isso aí. Vamos entrar, tem muitas pessoas que além da Medicina da Alma, necessitam também da Medicina do Corpo -- Helena segurou a mão da filha com delicadeza e a conduziu até o salão principal do Centro. Todas as quartas-feiras, era montado um consultório improvisado para que Alisson pudesse atender gratuitamente a comunidade carente da região. 

 

-- E eu sei que a senhora é a melhor médica da alma que existe. Por mim é até merecedora do Nobel de medicina. 

 

Helena sorriu. 

 

-- As moléstias e os desarranjos físicos que infelicitam a Humanidade, exceto aqueles derivados do meio ambiente e os estados mórbidos resultantes da idade, são efeitos de enfermidades da alma. Até mesmo as doenças atribuídas aos excessos de toda espécie ou aos maus hábitos, como o de fumar, o de ingerir bebidas alcoólicas e outros. 

 

-- Os vícios também? -- surpreendeu-se Alisson. 

 

-- Sim, porque os abusos, da mesma forma que as tendências para os vícios, são consequências de desejos. Ora, quem deseja é a alma: e não o corpo; este é apenas o veículo através do qual aquela se manifesta. 

 

-- Interessante mãe. Na Bíblia, tem algumas passagens que confirmam isso. Lembro-me do relato de João, o evangelista, cap. 5, V. 2-9,14: Em Jerusalém, havia um homem que há trinta e oito anos se achava enfermo. Jesus, que o viu deitado, e soube estar ele doente há tanto tempo, disse-lhe: Levanta-te, toma a tua cama e anda. E no mesmo instante aquele homem curou-se; tomou a sua cama e começou a andar. 

 

"Depois, achou-o Jesus no templo e disse-lhe: Olha que já estás são; não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior." 

 

-- Percebeu? "Não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior." 

 

-- Entendi mãe -- abraçou Helena e lhe deu um beijo na testa -- Jesus curou a alma dele -- Alisson olhou longamente para a médium e, depois, sorriu -- Da mesma forma que a senhora curou a minha. 

 

 

 

 

 

Lorraine entrou na sala do pai caminhando a passos largos com elegante arrogância. Estava curiosa. Cada vez que seu pai a chamava para conversar, era sempre por um motivo grave. A reunião com os familiares de Guilherme levou a manhã inteira e provavelmente o caso se estenderia ainda por um bom tempo. 

 

-- Bom tarde pai -- cumprimentou o elegante empresário que estava de cabeça baixa analisando alguns papéis. 

 

-- Finalmente você chegou, estava te esperando -- falou de forma seca. 

 

Ela atravessou a sala caminhando com cuidado como se fosse uma gata, e parou diante da mesa. 

 

Por mais que entrasse ali, sempre se surpreendia com a sala tão bonita. Era como uma imagem de cartão-postal. Era amplo e impressionante. 

 

Marcos Hernandes é um cirurgião cardíaco de 60 anos renomado e reconhecido por todos. Um homem excêntrico e de grande poder na cidade, tanto monetário quanto pessoal. Era considerado o melhor na especialidade. Como se estivesse regendo uma orquestra, faz movimentos rápidos e firmes - maneja a tesoura, por exemplo, como um caubói antes de levar o revólver ao coldre. Até a mais experiente das bordadeiras invejaria sua habilidade com pinças e linhas da espessura de um fio de cabelo. 

 

Era linha dura, exigente em tudo que fazia, principalmente com relação aos filhos: Lorraine, Felipe e Maitê. Não admitia erros. Errar era uma palavra que não podia estar no seu dicionário. Ele herdou o hospital de seus pais, e independente de obstáculos, desafios e crises, conseguiu com seu espírito inovador e empreendedor superá-las, mantendo o hospital no topo da lista dos maiores da América Latina. 

 

-- Sente-se. 

 

Encolhendo os ombros, ela obedeceu. Marcos estava sentado atrás de uma mesa enorme de carvalho, maciça. Parecia que nada no mundo conseguiria varrer a expressão de arrogância de seu rosto de feições rudes.  

 

-- O que está acontecendo Lorraine? -- Marcos encarou a filha -- Se tem algo que não admito de meus filhos é a incompetência. 

 

Lorraine permaneceu em silêncio. 

 

Marcos pegou o prontuário do paciente e entregou para ela. 

 

-- O que faremos agora? Diga-me?-- Marcos perguntou furioso. 

 

-- Não estou entendendo -- Lorraine olhou para o pai como se estivesse vendo um fantasma -- O que houve? 

 

-- O que houve? Veja você mesma. 

 

Pegou a pilha de papéis e começou a folheá-la. Quando leu a causa da morte de Guilherme, entendeu o motivo da ira do pai. 

 

-- Mas ele estava bem pai. Estava estabilizado, com a sua pressão arterial sistêmica mantida, outros sinais vitais estáveis e a insuficiência respiratória controlada -- falou completamente atônita -- Eu e Felipe havíamos examinado ele horas antes. 

 

-- Estamos perdidos. A família deu a entender que irá até a mídia. Isso vai manchar minha imagem perante os eleitores. 

 

-- Desculpa pai, mas estou um pouco perdida. Não sei o que aconteceu. 

 

-- Pois eu sei -- o cardiologista deu um soco súbito na mesa e Lorraine fez uma careta assustada -- Você deixou o paciente nas mãos daquele veado. Só podia dar nisso. 

 

-- Não fala assim pai. O Vitor é um ótimo médico. 

 

-- Nessa empresa tem mais veado do que no pantanal. Nosso lema deveria ser: "Escreveu não leu, o pau comeu". 

 

-- Não seja tão trágico -- falou de forma calma procurando demonstrar uma tranquilidade que não tinha -- Vou marcar uma reunião com todos os envolvidos. A situação é muito grave. Vamos descobrir o que aconteceu. 

 

-- Espero sinceramente que descubra -- se levantou, caminhou até um pequeno balcão e serviu-se de um copo de água. 

 

Lorraine já estava diante da porta quando Marcos completou em voz baixa: 

 

-- Você tem quinze dias -- tomou um gole de água, repôs o copo sobre o balcão e olhou sério para a filha -- Descubra quem foi o culpado e demita. Vou tentar calar a boca da família oferecendo uma indenização milionária. Isso na maioria dos casos costuma funcionar. 

 

 

 

https://www.facebook.com/ojardim.dosanjos.5 

Fim do capítulo


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Comentários para 3 - Capítulo 3:
Van Rodrigues
Van Rodrigues

Em: 15/01/2017

Oie^^

 

Para não passar em branco, queria dizer que o capítulo estava ótimo.

 

Beijoss

 

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annagh
annagh

Em: 26/12/2016

Olá...

Que trabalho lindo de Alisson e seus amigos!!! São três pessoas  que tinham tudo pra serem revoltadas com a vida, com a mãe que lhes abandonou...no entanto, são pessoas  que  conseguiram vencer na vida, extremamente  humildes, caridosas e gratas por tudo que  são e conquistaram. Lindo!!!

Pai de Lorraine é “o cão chupando manga”.

Silvana e Andras juntas não é bom sinal.

Bastante suspeita essa morte do paiente.

 

Um excelente início de semana pra você Autora...até mais.


Resposta do autor:

Olá Annagh!

Anjos existem ou não existem? Encontramos tantos em nosso caminho. Não é mesmo?

Demonios existem ou não existem? Também conhecemos muitos por aí.

Vou colocar um mistériozinho na cabeça de vocês. Quem é o assassino do hospital?

Beijos. Amanhã eu volto.

Responder

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Rita
Rita

Em: 25/12/2016

Pronto a Silvana já está indo para o lado do mal. Não gosto dessa Andras é o diabo! Até tenho pena da Lorraine, o pai é muito bravo, a vida dela não é fácil. Não sei como é que morreu esse Guilherme mas tá estranho. 


Resposta do autor:

Olá Rita.

Você falou corretamente. Andras é o diabo.

Anjos e demonios se confrontarão a todo o momento.

Amanhã tem mais. Beijos.

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 25/12/2016

Vandinha!

Feliz Natal!

Essa Andrade é esquesita. Sei não se ela não vai influenciar Silvana contra Lorraine. Acho que esse ser estranho vai perturbar e muito.

Alisson tem que ficar esperta. 

Sei que teremos muitas emoções e não espero nada diferente de você.

Um abraço e um beijo procês aí .

 

 


Resposta do autor:

NovaAqui!

Que o Menino Jesus ilumine o Natal com a esperança de dias melhores e momentos especiais em sua vida. Que Ele ilumine sua família para que jamais esqueçam que a compreensão é a base de tudo.

 

Anjos e demônios existem, minha querida. A Andras fará de tudo para causar a discordia e a infelicidade. Será que ela conseguirá?

Amanhã eu volto. Beijão.

 

Responder

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Mille
Mille

Em: 25/12/2016

Olá Vandinha 

Estou achando que a Silvana sob influência de Andras está por trás da morte de Guilherme. 

Não gostei do pai da Lorraine, o achei arrogante, preconceituoso, mais aguardar mais capítulos para ver se mudo de opinião.

Bonito o trabalho dos três amigos irnaos, cuidando dos outros como fizeram por eles antigamente.

Para acrescentar a história do malandro: Malandro é o pato que nasceu com os dedos grudados para não usar aliança.

Bjus e até o próximo

 


Resposta do autor:

Olá minha querida!

Você esteve presente em todos os meus romances, em todos os capítulos postados.
Fazendo-me sorrir com seus comentários e sujestões. 
Todas as suas palavras me ajudaram de alguma maneira, até cheguei a mudar algumas ideias que tinha por sua causa.
E é com todo carinho que desejo tudo de bom na sua vida, 
Um Natal repleto de alegrias. 
E que todos seus sonhos se tornem realidade neste
E em todos os Natais que ainda virão. 
Um forte abraço. 
Feliz Natal!    

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