Capítulo 2
O Jardim dos Anjos -- Capítulo 2
Silvana falou bom dia e sentou-se à mesa de frente para Lorraine.
-- Pelo visto nossa conversa de ontem não teve nenhuma valia para você -- disse Lorraine irritada.
-- Imagino que esteja irritada por eu ter chegado tarde ontem à noite -- disse ao mesmo tempo em que se servia de café.
Lorraine deu uma gargalhada irônica e jogou o guardanapo sobre a mesa.
-- Até que você não é tão burra como parece -- berrou -- Onde você estava?
Silvana estremeceu.
Lorraine encarava-a com uma ferocidade que assustaria qualquer um.
-- Você está me ofendendo -- erguendo-se da cadeira na qual estivera sentada, Silvana a enfrentou -- Você não vai mais me humilhar. Você é desprezível.
-- Você é uma vagabunda Silvana -- esbravejou em alto tom -- A única coisa que você quer é o meu dinheiro. Com certeza estava se divertindo com outra mulher em um motel ou sei lá aonde. Rindo pelas minhas costas.
-- Não sei do que você está falando -- Silvana deu dois passos em direção à Lorraine e parou -- Fique sabendo que eu estava com meus pais...
A empresária não acreditava em uma única palavra que Silvana falava.
-- E você acha que eu vou acreditar nisso?
Lorraine foi para cima dela, mas Silvana não se acovardou. Suas unhas cravaram na pele dos braços dela.
-- Não chegue mais perto de mim -- disse jogando Lorraine contra o sofá.
Lorraine não aceitaria ser confrontada daquela maneira. Não aceitaria tal situação, devido a sua personalidade forte. Ela avançou sobre Silvana raivosa e enlouquecida, dava tapas e gritava.
Silvana se defendia como podia. Estava assustada e com medo.
-- Já que as palavras não são suficientes... -- Lorraine se preparou para dar um soco. Silvana fechou os olhos e colocou as mãos na frente do rosto.
-- Pare com isso, Lorraine! -- alguém agarrou o braço dela.
A médica virou a cabeça e deparou-se com Felipe parado ao seu lado. Ele parecia assustado, encarando a irmã sem piscar.
-- Ficou maluca?
A voz de Felipe trouxe-a a realidade. Abriu as mãos lentamente e se afastou de Silvana.
Ela sabia que tinha ido longe demais, mas tinha que deixar claro a Silvana que ela não ficaria quieta como uma idiota. Se ela queria aprontar, que aprontasse bem longe dali.
-- Não fico nem mais um minuto aqui -- Lorraine pegou a sua pasta executiva e saiu sem dizer mais nada.
-- Sinto muito pelo que aconteceu. Espero que perdoe minha irmã, ela não está passando por um bom momento no hospital.
Felipe abaixou a cabeça e foi atrás da irmã. Não conseguia acreditar que ela fosse tão má assim, ao ponto de agredir Silvana daquela forma tão violenta. Seria muita crueldade até mesmo para ela.
Alisson sentou-se no encosto do banco da praça e apoiou os pés no assento. O cotovelo no joelho e o queixo apoiado na mão.
Estava sentindo-se ridícula agindo daquela forma, exatamente como no sonho. Mas precisava descobrir. Ter certeza de que tudo não passava de algo criado em seu subconsciente.
O centro da cidade, a Rua das Palmeiras, a bela catedral, até o horário conferia.
Pulou do banco, limpou a calça com as mãos e levantou os braços como se fosse se espreguiçar.
-- Mais alguns minutos e verei se estou a um passo da loucura. Porque estão me olhando? Eu sou normal -- falou para os pombos -- Vou avisando, se alguém ficar sabendo disso, vocês vão se ver comigo -- mexeu com a mão fazendo o bando de pombos se erguer em uma revoada aflita -- Suas escandalosas -- falou sorrindo.
Alisson fechou os olhos por um instante, sentiu a brisa balançar os seus cachinhos loiros. Nesse instante teve a horrível premonição: Viu uma camionete preta descer a Av. JK em alta velocidade e atropelar uma mulher que estava em cima da calçada. Ela estava vestida elegantemente com um terninho branco e carregava uma pasta estilo executiva na mão. Devido ao forte impacto da batida, a vítima foi jogada contra um muro e ficou caída no chão.
A cena era forte. Alisson abriu os olhos e olhou as horas: 08h58min. Não esperou nem mais um segundo, saiu correndo como uma louca, atravessou a Avenida procurando pela mulher de terninho e quando a encontrou... Não pensou duas vezes.
-- Cuidadooo... -- Alisson gritou correndo e jogou-se sobre ela. As duas saíram rolando pela calçada, derrubando tudo o que estava no caminho.
A camionete preta passou em alta velocidade e sumiu no final da avenida.
-- Aiiiiii... -- a mulher berrou -- Socorrooo... -- continuou berrando.
-- Calma moça -- Alisson pediu.
-- Calma? Quer fazer o favor de sair de cima de mim? -- empurrou a loira para longe.
-- Meu Deus! Você se machucou? Está sangrando -- apontou para a roupa da morena que estava toda manchada de vermelho.
-- Não é sangue sua doida. É tinta -- a mulher esbravejou -- Olhe o que você fez sua desastrada.
-- Quem vai pagar o meu prejuízo? -- perguntou o pintor ajuntando o cavalete.
Lorraine ficou por algum tempo admirando aquela deusa com sua beleza loura e bronzeada, seus maravilhosos dentes brancos, seus olhos azuis, seus cabelos de molinhas que pareciam de um anjinho...
-- Eiiii... -- Alisson ficou de pé -- Espera aí sua grossa. Eu salvei a sua vida, você estava prestes a ser atropelada por uma camionete preta.
-- É a desculpa mais esfarrapada que ouvi até hoje. Pelo menos assuma a patetice.
Alisson sentiu vontade de agarrar aquela mulher insuportável e... Beijá-la... Beijá-la tanto até matá-la sufocada.
-- Quem vai pagar o meu prejuízo? -- insistiu o pintor.
-- Essa foi demais! -- Alisson perdeu a paciência -- Escuta aqui seu fruto de um relacionamento extraconjugal de uma Cascavel com uma Jararaca, quem você pensa que é para falar desse jeito comigo?
-- Ha! Ha! Ha! -- riu debochada -- Presta bem atenção cabelo de mola. Eu sou a doutora Lorraine -- falou com grande arrogância.
-- Quem vai pagar o meu prejuízo? -- o pintor tocou no braço da loira.
-- Grande coisa. Eu sou a doutora Alisson.
-- É francesa?
-- Não. Brasileira do Saguaçú mesmo -- falou limpando a sujeira da roupa.
-- Logo imaginei. Bem coisa de pobre mesmo, Adiginton Jakson, Gleydson, Dchemifir, Kerollayne, Alisson. Nasceu lá na beira do mangue?
-- Você é bem metida né, dona? Fique sabendo que fui criada, no maior e mais famoso prédio do Saguaçú.
-- O Residencial Saguaçú?
-- Não. O Orfanato Santos Anjos.
-- Idiota -- Lorraine resmungou.
-- Egocêntrica.
-- Pokémon mola -- Lorraine berrou.
-- Achei que "O Diabo Vestia Prada" -- Alisson olhou para a roupa dela -- Mas não. Ele veste terninho da Feira da Madrugada, do Brás.
-- O queeee? -- Lorraine explodiu.
Um a zero para Alisson, a loira havia tocado no ponto fraco da médica.
-- Fique sabendo que minhas roupas levam o nome de uma das grifes mais lembradas do mundo: a Chanel.
-- Quem vai pagar o meu prejuízo? -- o pintor perguntou para Alisson.
-- A dona Lorraine, que é amicíssima do senhor Coco Chanel é quem vai pagar todo o seu prejuízo -- a loira falou apontando para a médica. Deu as costas e saiu irritada em direção ao outro lado da Avenida -- Que absurdo! Salvo a vida dela e ainda fica me ofendendo. Sua Boneca Inflável tamanho GG -- berrou para ela do outro lado da rua.
Lorraine ficou olhando indignada, vendo-a se afastar rapidamente por entre os carros. Abriu os braços dramaticamente bufando de raiva e entrou no prédio do banco desferindo insultos e muitos palavrões.
Alisson atravessou a Avenida andando rápido sem olhar para trás. Estava chateada, havia arriscado a sua vida para salvar a dela e o que recebeu em troca da senhora superior? Comentários ofensivos e xingamentos de todos os tipos.
-- Já vai?
Uma mulher perguntou, surpreendendo Alisson. Sua voz era rouca e tão sedutora quanto o resto.
-- Ainda é cedo -- falou sentando-se no mesmo banco em que Alisson estava sentada algum tempo atrás.
-- Quem é você? -- Alisson perguntou intrigada com a estranha abordagem.
-- Me chamo Andras... Andras Barcelos. Você é a...
-- Alisson Burnier, francesa do Saguaçú, antes que pergunte -- falou ainda irritada com Lorraine.
-- Você veio até aqui com uma missão muito nobre, não é mesmo Alisson? -- perguntou olhando diretamente para o prédio do banco onde Lorraine acabara de entrar.
-- Como você sabe que eu vim até aqui para isso?
-- Porque eu vim até aqui pelo mesmo motivo, bebê -- ela fez um biquinho fofo e Alisson quase derreteu -- Eu tenho a minha missão Alisson e você a sua.
Aquela conversa estava estranha demais para duas pessoas que acabaram de se conhecer.
Andras fitava Alisson de frente. O seu olhar era frio e hostil, falava em tom compassado e arrogante. Alisson sentiu-se dominada e fraca.
-- Preciso ir embora -- Alisson achou melhor fugir daquela presença.
-- Você conhece a sua missão Alisson?
Se a intenção era desconcertá-la, Andras podia ficar satisfeita. A única coisa que Alisson sabia era que tinha que estar alí naquela hora e naquele lugar, mas o motivo, não fazia a menor ideia.
-- Eu sei qual é a minha missão, mas nem adianta perguntar por que eu não conto por nada -- mentiu, não por orgulho, mas por pura precaução.
Andras deu uma gargalhada.
-- Não precisa me contar Alisson. Eu sei o que você veio fazer aqui -- ficou séria, desviou rapidamente o olhar para a Catedral e bufou -- O Cristianismo é uma invenção de cérebros doentes.
-- Eu acredito no cristianismo como eu acredito no sol, não por aquilo que ele é, mas que através dele eu posso ver tudo ao meu redor. Cristão não é o adepto da religião de Cristo. Cristão é aquele que reflete o caráter e a missão de Cristo.
-- Você é uma idiota Alisson. Está vendo esse povo que caminha apressado pelas ruas? Ele não estão nem aí para a missão de Cristo. Estão mais preocupados em trabalhar e receber seu pagamento no começo do mês. O consumismo tomou conta do mundo -- Andras deu alguns passos -- Você é um daqueles espíritos perdidos que não sabem quais as suas atribuições.
-- Eu confio naquele que me guia -- Alisson respondeu sem pestanejar.
-- Cuidado! Ele pode te guiar em direção a mim.
Andras seguiu o seu caminho, atravessou a praça até ficar fora do alcance da visão de Alisson.
Logo que entrou em sua sala, Lorraine deixou-se cair na cadeira.
-- Que loucura! Que inicio de dia -- colocou o rosto entre as mãos e suspirou profundamente. Tem dia que é melhor não acordar que dá tudo errado.
Pegou o porta-retratos que estava virado para baixo e olhou para a fotografia de Silvana por um longo tempo. Lembrou-se da mulher loira de cabelos encaracolados e sorriu.
-- Aquela louca linda bem que podia ter me deixado o número do celular -- suspirou fundo -- Que olhos! Que boca! -- umedeceu os lábios passando a língua pela boca -- Que...
-- Manaaa... -- Felipe colocou a cabeça para dentro -- Oi -- disse ele, abrindo mais a porta -- Papai passou por mim com a cara mais feia do mundo. Deu-me uma vontade louca de mostrar a língua pra ele -- Felipe sorriu, mas depois retomou sua expressão séria -- Desculpe. Acho que estou sendo inconveniente.
-- Deixe disso. Estava apenas pensando na vida.
Lorraine se levantou e caminhou em direção ao frigobar que ficava num canto da sala. Pegou um copinho de água e retornou para a mesa.
-- O que aconteceu com sua roupa? -- Felipe perguntou assustado -- Parece sangue.
-- Isso aqui é tinta vermelha -- passou a mão sobre a mancha e balançou a cabeça em negativa -- Fui até o banco e uma maluca pulou em cima de mim na calçada. Ela me derrubou sobre um cavalete desses de artistas de rua -- falou de cara feia.
-- Que perigo! Com que intensão ela fez isso?
-- Ela falou que uma camionete preta iria me atropelar e que estava salvando a minha vida.
Felipe coçou a cabeça e falou com seriedade.
-- Muito estranho, mana. Você deveria ter chamado a polícia. Sabe-se lá o que essa gente tem na cabeça.
-- Deve ser uma drogada, tendo algum tipo de alucinação -- ficou alguns segundos pensativa antes de comentar -- Só que era uma maluca tão linda. Você não faz ideia.
-- O que? Lorraine Hernandes elogiando alguém? A mulher deve ser uma deusa.
-- Menos Felipe -- retrucou, tentando disfarçar seu constrangimento.
Sandy entrou na sala toda agitada.
-- Doutora Lorraine, tem um homem esquisito lá na portaria fazendo o maior escândalo. Ele disse que a seguiu do banco até aqui para cobrar o prejuízo dele de qualquer jeito.
Alisson entrou no apartamento jogou as chaves sobre a mesinha de centro e atravessou a bela sala em direção à cozinha.
Foi até a geladeira, abriu e ficou parada em frente com as mãos na cintura.
-- Como eu sou idiota. Fico aqui olhando como se fosse saltar um frango assado aí de dentro dizendo: coma-me, coma-me -- pegou uma maçã e empurrou a porta com o pé. Quando se virou deu de cara com a empregada -- Aiii... Jesus!
-- Sou tão feia assim? -- perguntou a empregada, torcendo o nariz.
-- Você parece um fantasma Augusta -- puxou uma cadeira e se sentou -- Estou com fome e essa geladeira está igual loteamento novo, só luz e água.
-- Mentirosa. Tem cerveja e frutas -- Augusta tirou o casaco e ajeitou sobre a cadeira -- Já vou preparar o lanche.
-- Foi aonde vestida desse jeito? Foi fazer exame de fezes?
-- Muito engraçadinha. Fui até o Mercado Municipal comprar algumas coisas que faltavam para a ceia de Natal. Principalmente gêneros de... -- Augusta se sobressaltou quando ouviu o barulho da campainha.
-- Deixa que eu atendo. Deve ser a Beca.
Mal Alisson abriu a porta, a amiga entrou sorridente.
-- Jingle bells, jingle bells, jingle all the way... Atrapalho algo? -- perguntou meio que pulando olhando por toda a sala.
-- Claro que atrapalhou. Você quebrou totalmente o clima de romance que rolava entre eu e a Gugu -- Alisson fechou a porta e caiu deitada no sofá.
-- Tá pegando a empregada agora é?
-- E se fosse? Ela até que é bem gostosa pelada.
-- Viu ela pelada, Alis? -- Beca arregalou os olhos e sentou no sofá menor.
-- A espiei no banho... Não me chama de Alis que eu não gosto. Sinto-me no plural.
-- Só se você me prometer que não vai mais me chamar de Beca. Me sinto aquela roupa usada em formatura.
-- Combinado!
-- Você não tem vergonha de espiar a Gugu? O capeta está só esperando no inferno esse povo que gosta de espiar as pessoas no banho.
-- Foi só por curiosidade. E fique sabendo que já pedi perdão.
-- Ah, então vê se não faz mais isso, né?
-- Sabe a mulher do sonho? Encontrei ela hoje.
-- Fala sério -- Beca falou incrédula -- Caramba Alis! Que história mais louca. Encontrar uma pessoa que você conheceu nos sonhos.
-- Louca mesmo -- bateu com a mão no joelho e olhou para Beca -- A mulher é extremamente arrogante. Do tipo que se acha a dona do mundo. Soberba, orgulhosa, mal educada -- suspirou fundo -- Linda, sexy e irresistível.
-- Se é assim, valeu a pena salvar a moça. Pensa que desperdício uma mulher dessas morrer.
Alisson balançou a cabeça em um claro sinal de que concordava com a amiga.
-- Alguém estava tentando matá-la e seja lá quem for não desistirá assim tão fácil. Ela está correndo perigo e não faz ideia disso.
-- Algo me diz que essa história está longe de ter um final.
-- Esqueci-me de contar outra coisa. No meio de toda aquela confusão conheci uma mulher chamada Andras, pessoa sinistra, misteriosa e fria.
Beca olhou para ela e sorriu.
-- Em matéria de mistério ninguém ganha de você Alis, sua vida é pior que o buraco negro.
-- É eu sei. Às vezes chego a pensar que não nasci, cai do céu dentro de uma cesta.
Beca achou engraçado e balançou a cabeça.
-- O que a mulher misteriosa falou para você?
-- Que eu sou um daqueles espíritos perdidos que não sabem quais as atribuições que foram dadas. Falou algo sobre termos uma missão, sei lá. Não entendi muito bem.
-- Já conversou com Helena de Burnier?
-- Ainda não, mas vou conversar. A tal da Lorraine é mais linda pessoalmente do que em meus sonhos -- Alisson mordeu os lábios e balançou a cabeça em negativa -- Mas também é mais arrogante e mal educada. Quase me bateu, aquele molinete de pegar tubarão.
-- Que horror! Agora que você já salvou ela, esqueça essa mulher por um tempo.
-- Já esqueci.
-- Vai tentar algo com a professora? Aproveita a festa enche a cara e cria coragem.
-- Lembrei de uma: Um bêbado chega ao bar e observa no fundo do balcão um pote cheio de dinheiro. Ele então cheio de curiosidade pergunta ao barman:
-- O que é isso?
O barman com um olhar malicioso responde:
-- Isso é uma bolsa de apostas, deposite dez reais, eu lhe darei as instruções e caso você ganhe você leva todo o pote.
O bêbado sem nada a perder resolve aceitar o desafio e entrega dez reais ao barman.
-- E agora o que eu tenho que fazer?
-- Bom você tem três tarefas para cumprir, a primeira é virar duas garrafas de cachaça e não fazer careta. A segunda é arrancar o dente dolorido de um pitbull raivoso que fica nos fundos. E finalmente, você terá que fazer goz*r uma velhinha de 90 anos que nunca teve orgasmo na vida.
O bêbado então pensa, "mole pra nós".
Ele começa, vira a primeira garrafa, vira a segunda, balança a cabeça, mas não faz careta. O barman espantado o parabeniza. Ele já tropeçando nas próprias pernas segue em direção aos fundos onde se encontra o pitbull.
Ouve-se uma gritaria, o cachorro se põe a latir ferozmente, coisas caem no chão e depois de uns 15 minutos o bêbado todo arrebentado pergunta:
-- Agora, cadê essa velha com dor de dente?
-- Pensando bem acho melhor esquecer esse negocio de encher a cara. Já conseguiu os pães para o cachorro quente? -- Beca mudou de assunto.
-- Foi fácil. O dono da panificadora ficou comovido com a nossa causa e além do pão, forneceu a salsicha.
-- O Fael conseguiu os refrigerantes, o restante ficou por conta da dona Helena.
-- Conseguimos brinquedos para todos... Então, acredito que não falta mais nada -- Alisson deu um suspiro de tristeza ao lembrar das crianças do orfanato -- Lembro-me muito bem de como esperava com ansiedade pelo dia 24 de dezembro. Qualquer bonequinha feia era motivo de muita felicidade. Sabe aquelas pernalhudas que a mãe Helena dizia que era a Barbie?
-- Claro. Foram três anos seguidos ganhando uma daquelas e, confesso, sentia-me muito feliz.
-- Acho que é por isso que o dia do órfão é comemorado no mesmo dia que se celebra a véspera de Natal, para que possamos fazer uma reflexão sobre estas crianças, que por uma série de motivos não poderão estar em companhia dos pais em momento algum do ano -- Alisson olhou para Beca e deu um leve sorriso -- Temos que pensar em fazer algo por estas crianças, algum gesto de solidariedade poderá fazer toda a diferença, principalmente com seres humanos jovens e carentes.
Querida leitora.
Nesse momento de paz, onde todas as pessoas se abraçam, se entendem, se cumprimentam e buscam por novos sonhos, para tentar descobrir a razão de ser feliz de verdade.
Neste momento onde Deus se faz presente em cada oração, cada família, em todos os lares, eu também gostaria de expressar o meu carinho por você.
Quero desejar que os seus passos nunca estejam sós, estejam sempre amparados pelos querubins e arcanjos que têm a missão de caminhar com você segurando firme em suas mãos, para que os seus pés nunca venham a tropeçar no meio do caminho.
Que neste Natal você possa sentir a presença de Deus, da paz, do amor e do perdão.
Feliz Natal, na paz de Deus, que sempre pode todas as coisas, pois para o Senhor nada é impossível.
Desejo que você realize os seus ideais.
Feliz Natal!
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Fim do capítulo
Comentar este capítulo:

Lea
Em: 14/07/2021
Pq a Silvana já não se separou da Lorraine, mulherzinha arrogante! Cabia uma denuncia oficial contra a Lorraine. O que poderia ter acontecido se o cunhado não tivesse chegado!! Alisson "anjo protetor" da Lorraine,e Andras " anjo protetor" da Silvana,seria isso??? Eu penso que a Lorraine precisa de um exorcismo!

Maria90
Em: 17/01/2017
Eu adorei o encontro delas, foi bem como eu imaginava. A Alisson tem uma energia tão maravilhosa, eu espero que ela ajude a Lorraine a se conectar novamente com as pessoas ao seu redor. Uma trauma não justifica você se tornar amarga desse jeito. Vai falar mais dos sentimentos da Silvana em relação a perda?
Beijos
Resposta do autor:
Olá Maria.
Obrigada por estar acompanhando o romance e também por comentar. É sempre bom saber a opinião das leitoras.
Nos próximos capítulos vamos saber mais sobre os sentimentos da Silvana.
Beijão e desculpa a demora em responder.
Paz e Luz.
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Van Rodrigues
Em: 15/01/2017
Oie
Estou amando sua história!
Beijoss
Resposta do autor:
Olá Van.
Obrigada por estar acompanhando o romance.
Ultimamente tenho estado muito ocupada, me perdoe. Por isso a demora nos capítulo, mas logo, logo volto a postar normalmente.
Paz e Luz. Beijos.
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annagh
Em: 26/12/2016
Oi Vandinha.
Ainda não entendi o comportamento de Lorraine para com Silvana. Ela já traiu LOrraine???
Premonição!!!??? Interessante!!!
Esse primeiro encontro de Alisson com LOrraine foi bem do jeito que imaginei...kkkkkk...
Essa Andras me dá arrepios..
Beca já me conquistou...
Beijos...Feliz Natal!!!
Resposta do autor:
Olá minha querida. Desculpa a demora em responder.
Lorraine é uma pessoa perturbada por fatos do passado. A perda da filha e o abandona da mãe causaram-lhe um desequilibrio emocional enorme.
O sentimento possessivo e o ciúme exacerbado, a faziam acreditar que estava sendo traída. Fato que só veio acontecer mais tarde.
Nos próximos capítulos abordaremos mais esse assunto.
Beijos e até.
Paz e Luz em 2017 e sempre.
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cidinhamanu
Em: 24/12/2016
Olá Vandinha, boa noite.
Já teve ação, emoção, mistério e agora no aguardo do romance...
Estou adorando a Alisson. Muito gente boa essa loirinha. Tomara que ela consiga se entender logo com a Lorraine.
Nossa que confusão..... Essas duas não é mole não... Elas reagiram até que bem... Essa relação ainda vai render muuuuito...
Beca uma fofa, dando a maior força a amiga, sem interesse algum... kkkk
Vandinha,você tem uma delicadeza ao escrever que comove e nos faz entrar na história. Nos personagens... Arrasando...
Parabéns mais uma vez...
Que venham os próximos capítulos.
Beijos.
Cidinha.
PS: Obrigada pela mensagem. Desejo que você também realize os seus ideais.
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Mille
Em: 24/12/2016
Olá Vandinha
Allison salvando a donzela e levando patada, Lorriane ainda descobrirá que o trem que atropelou irá estar presente na vida dela.
Andras e Allison de frente a frente cada qual com seus proposito e que as força do bem vença, temos um longe caminho para nossa atrapalhada loirinha.
Feliz Natal e boas festas!
Admiro sua escrita e cada história nos cativa com os personagens que fica marcado em nossas vidas. E sem contar sua atenção com nós leitoras, nós sentimos (eu sinto) acolhida.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
Olá minha querida!
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Rita
Em: 24/12/2016
Mais um capítulo fantástico! Até já favoritei :) to adorando.
Feliz Natal :* tudo de bom.
Resposta do autor:
Olá Rita.
Todos os dias temos provas da existência de Deus: a luz do sol, as flores no jardim... Mas foi na noite de dezembro, anos atrás, que Ele se mostrou misericordioso conosco, colocando o Filho de seu amor entre nós. Por isso espero que essa essência desta chama divina esteja sempre em seu coração e que ela traga um Natal de paz e um Ano Novo de alegrias.
Beijão.
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cidinhamanu
Em: 24/12/2016
Olá Vandinha!!
Desejo a você e família, um Feliz Natal e um Ano Novo muito próspero. Esperarei, por mais um ano, compartilhar grandes momentos e conquistas com você!
Eu sei que eu não tenho idade para acreditar no Papai Noel. Mas em honra da nossa amizade eu vou lhe pedir um presente: ter você sempre na minha vida.
Feliz Natal, minha amiga amada, e que o Ano Novo traga muitas felicidades e realizações para todas nós. Boas Festas!Que haja amor, paz e perdão nas casas de todas e muito mais que presentes, que se troquem gestos de carinho e bondade entre todos.
Que a casa de cada uma se encha de risos e harmonia, e não fiquem desejos por cumprir. Boas festas, amiga! E que a nossa amizade perdure por muitos e muitos natais.
Que no próximo ano possamos continuar amigas e esperar juntos a chegada dos nossos sonhos que partirem, comemorando com imensas taças de amizade verdadeira a vinda e a realização de cada um. Um Feliz Ano Novo!
Cidinha.
Resposta do autor:
Cidinhamanu
Vou te contar um segredo. Ontem encontrei com o Papai Noel e ele me disse que eu poderia pedir qualquer coisa neste Natal! Meu pedido foi para ter meus amigos bem pertinho de mim neste Natal e Ano Novo. Por isso eu já vou avisando, ser por acaso aparecer um velhinho por aí e ele tentar te empacotar, relaxa... e por favor, vê se colabora, tá?
Feliz Natal! Muita paz e Luz agora e sempre. Beijão.
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