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Pentimentos por Cidajack

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Palavras: 3496
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Capítulo 17

 

 

Sexta-feira, Luck combinava com Becky que passariam o final de semana na mansão.

Estavam deitadas, após uma das maratonas sexuais rotineiras.

- Luck..

 Sim...- a doutora levantou os olhos de sobre o relatório que tinha no- colo.

 Podemos fazer um jantar amanhã e convidar Clara e Marcella?-

Os olhos azuis não esboçaram reação alguma. Apenas pareciam indagar mais argumentos.

 Sabe...sei lá, elas são minhas únicas amigas. E a Clara é praticamente- nossa guardiã. Depois desses acontecimentos todos, fico sem graça de ficar impondo um relacionamento profissional o tempo todo.

 Se você quer saber algo sobre mim e Marcella, não precisa ter esse- trabalho. Basta me perguntar. - a resposta não atendeu à pergunta de Becky, mas a deixou chocada, pois parecia haver rispidez no tom de Luciana, o que a deixou sem reação.

 Nã..não! Luck, não é isso. - buscando espaço, foi até o banheiro.-

Luciana a seguiu com o olhar e permaneceu olhando até que ela voltasse.

 Deixa. Não precisa então. - e deitou, ligando a televisão.-

A doutora sentiu que pegara pesado. Estava esperando que Rebecca questionasse algo desde o dia que contou sobre a relação dela com a diretora.

 

 Estava no terceiro ano de casamento com Thomas. Como ele- queria que eu começasse a me envolver com as empresas, eu tinha um consultório no mesmo local onde era um dos centros médicos. Passado um tempo, com o início da qualificação dos hospitais e centros médicos, ele me colocou como responsável. Apesar de muitas resoluções terem sido aproveitadas, esse primeiro processo não seguiu adiante, sendo engavetado. Mas, foi por ele que travei contato com Marcella.

 

Becky, que desligara a televisão, nem respirava para não interromper a narrativa.

 Eu tinha plena consciência do que pensavam de mim. Realmente, Thomas não- apenas me dera carta branca, como ensinara-me que eu não poderia ser menos do que ele era para aquelas pessoas. Quando eu apareci como sua esposa, já tinha herdado a fama dele e não o desapontei por um segundo sequer. Era até divertido ver as pessoas saindo da minha frente como se meu olhar as fulminassem. Isso quando ousavam me olhar. - sorriu com certo prazer - Ao mesmo tempo, eu sabia que por trás daqueles olhares, dentro de suas cabeças, onde pensavam estar a salvos de serem vistas, o pensamento corrente oscilava entre ódio, inveja, traição ou tudo combinado. Desde que casei com Thomas, muito mais nova do que ele e em um casamento que ninguém apostava que acontecesse e, assim, ele jamais teria herdeiros; desde que surgi, minha reputação não era das melhores.

 Isto nunca a incomodou?-

 Becky, eu tinha Thomas. Isso era o que contava! Posso concluir a narrativa?-

A loirinha ficou calada.

Luciana contou algumas coisas que Becky já sabia através de Clara. Entretanto o desenrolar, a secretária não sabia mesmo.

Após ser enfrentada por Marcella, a médica começou a prestar atenção nela. Disse que a achou uma mulher muito bonita ( o que Becky podia atestar), inteligente, culta e muito aguçada em suas percepções. Até o fato de ser negra, deixara a situação mais excitante para a doutora. A parte o desejo, disse que sabia que naquela mulher estava uma grande executiva e alguém de valor para as empresas. E comentou isso com o Prof. Thomas.

 Contou sobre a cobiça sexual também? - a loirinha não se conteve.-

 Becky, Thomas era como eu: o que desejássemos, iríamos ter. O ponto alto de- nossa relação era a cumplicidade; e o de mais tácito, que nada nos separaria. Acredite, sempre tivemos tudo o que desejamos. Nós éramos iguais. Nunca esqueça disso!

Precisou apenas de um momento a sós com a diretora, então coordenadora de marketing, para ditar suas regras. Desse dia em diante até o momento no qual soube da gravidez, Luciana e Marcella foram amantes.

 Era sex* puro. Admito que fui mais presa dela do que ela minha. Não- tínhamos diálogos sobre nada. Entrava, recebia prazer, saía. O que ela tinha disso tudo, era puramente a satisfação de suas fantasias.

Rebecca ficou sem fala. O jeito que Luciana contara essa parte da vida dela fora de uma precisão cirúrgica. De uma frieza que somente os grandes cirurgiões são capazes. Exceção feita às menções ao professor, o resto da narrativa foi feita em tom monocórdico, quase hipnótico. Sem qualquer enlevo.

 Você me assusta, Luck! - disse isso sem pensar e viu o medo nos olhos- dela.

 Quando não quero falar do meu passado, é porque sei que você ficará- assustada. Sei que corro o risco de perder sua luz se deixar você enveredar por minhas trevas. - agora sim, os olhos tinham as mais confusas expressões.

Sem qualquer palavra, a loirinha tirou o relatório que estava esquecido no colo da doutora; tirou os óculos que a deixavam com aquele tom professoral que amava e a excitava; colocou o note no chão e, dessa forma, abriu espaço para se alojar no peito da doutora, buscando seu abraço, que imediatamente fechou-se ao seu redor, como querendo ter a certeza de que ela não fugiria.

 Não irá me perder nunca. Eu sou parte de você agora. E sempre.-

 É difícil admitir, mas me envergonho de contar essas coisas para você; mas,- quando conto, em nenhum momento, tenho arrependimentos; e, quando penso em Thomas, sei que ele teria orgulho de mim. É estranho. Não poderei ser para você o que deseja, a menos que deixe de ser o que Thomas fez de mim. Ou, por outra, o que ele trouxe à tona em mim.

Rebecca não queria acreditar naquelas palavras. Ela via em Luck uma pessoa diferente dessa que o professor tanto se orgulhava. Ele não trouxera nada à tona, por outra, ele sufocara uma pessoa com ofertas de poder; com demonstração de manipulação de fraquezas; sem ter qualquer escrúpulo. O que será que Luciana passou, para que isto ocorresse?

As palavras da esposa do Prof. Arthur surgiam em sua mente: "Aconteceu a ambição em um coração jovem...". E Paula? Essa fora a primeira vítima? Quais foram as palavras de Cecília sobre a relação entre as duas médicas: "Ambas saíram machucadas, mas somente uma era forte, corajosa e cada vez mais ambiciosa e, por conseguinte, poderosa."

 Luck...ao menos você sabe que não sou o professor!-

 E isso me deixa fora de meu elemento.-

Ficaram abraçadas, ouvindo o barulho dos alunos da faculdade vizinha. Não fizeram amor, não falaram mais nada. Apenas sentiam o movimento da respiração uma da outra; sabiam que estavam acordadas, imersas em pensamentos.

Aos poucos, a médica sentiu que Becky adormecera. Preparou-se para receber sua mais constante visita: a insônia.

**

 

Na segunda-feira de manhã, estavam reunidas na sala da doutora, no hospital. Presentes a secretária, diretora e, via viva-voz, Régia.

 Régia, como a idéia do jatinho foi sua, quero que participe da escolha.- Clara e Marcella selecionaram dois modelos. Um deles vai ficar para uso da empresa e o outro quero para meu uso particular.

 Quando decidiu isso, doutora? - Marce-lla quis saber.

 Agora. Alguma objeção, Marcella? - a pergunta não precisava de- resposta.

 Mas, por que ela tem que ir junto nas negociações?-

 Ela conhece a parte técnica. Régia sabe pilotar, conhece algo de mecânica.- Sabe fazer as perguntas certas. E eu confio nela. Tudo bem com você, Régia?

 Se você acha que poderei ajudar, irei quando quiserem. Aproveito e vejo- Anna, estou com saudades dela.

 É, mas as coisas por aí precisam estar caminhando. Semana que vem estarei- reunida com uma pessoa do governo. Rebecca não pode fazer nada com as terras, mas temo que o tempo de abandono tenha colocado o latifúndio na mira do Incra. Juro que quanto mais eu penso, menos entendo o pai dela. Sei que você protege o cara, mas tenho certeza que João tinha que matar o pai de Becky e, só não o fez, porque de alguma forma ele se antecipou e fugiu, deixando as terras dessa maneira misteriosa. Clara, como andam as investigações sobre o paradeiro dos pais dela.

Antes que a secretária pudesse responder, a líder fez uma observação.

 João não é santo e matar por encomenda sempre foi seu ofício. - Clara pode- perceber a expressão de repugnância no rosto de Marcella e de preocupação no da doutora - Mas, ele tá cheio dessa vida, doutora, pode acreditar. Quanto ao abandono, geralmente grandes extensões de terra só chamam atenção em áreas produtivas. Isso aqui, com exceção ao arsenal fitoterápico que cresce espontaneamente, não oferece produtividade, sem um bom investimento. O pai dela devia tirar o sustento e algo para venda local, sem muita pretensão. De certo é que o solo não é castigado, conforme observaram os lavradores aqui do acampamento e eles sabem o que falam. Lógico, falo como botânica. Com certeza, engenheiros agrônomos darão opiniões abalizadas.

 OK. Vamos esperar e ver. Você tem toda a responsabilidade sobre os atos- desse camarada. Clara, e então?

A secretária relatou sobre o questionário entregue para Rebecca e já em poder do escritório de investigações. Comentou sobre o tio da loirinha e que, se ele estivesse vivo, poderia ser mais uma pessoa a dar trabalho nessa confusa estória das terras.

 Quando poderemos esperar um relatório mais satisfatório, Clara?-

 Os relatórios são semanais, salvo alguma descoberta extraordinária. Ou- seja, sexta-feira teremos o primeiro. Eu e Rebecca nos reuniremos com eles essa tarde, para que ela possa fazer retratos falados de seus familiares.

 E é só isso que você fez? - a pergunta foi cortante, sem qualquer- reconhecimento pelo empenho da secretária.

 Sim, doutora!-

 Doutora...- a líder chamou, tentando desviar a atenção e aliviar o- desconforto gerado por Luck.

 Diga, Régia.-

 ....tenho ido à cidade e existem muitos boatos sobre Rebecca por aqui. Ela- quase virou santa para esse povo e a fazenda o paraíso. Logo vai ter capela para ela.

 E...- a doutora parecia não entender.-

 ...bem, toda espécie de gente busca pelo paraíso, se a doutora me- entende.

 Você acha que teremos invasões?-

 Enquanto não tivermos as dimensões dessas terras, é difícil saber se- estamos ou não sendo invadidos. Isto pode ocasionar muita polêmica.

 Clara, esse escritório deve estender as investigações até a terra natal de- Rebecca, entendeu?

 Essa orientação já foi dada, doutora. Estou cercando todas as- possibilidades.

 Luciana, eu preciso ficar nessa reunião? - Marcella quis saber, expressando- certo tédio.

 Não, mas eu quero que fique. Alguma objeção? - curta e grossa.-

 Esses assuntos não são pertinentes ao hospital, doutora.-

 Já que insiste em saber, na verdade, você está aqui para prestar contas a- Régia. - foi a resposta que pegou a diretora de surpresa.

 C...c..como assim?-

 Régia, como você sabe, tiramos sua filha da UTI e a colocamos em um quarto.- Marcella, diga a Régia como aconteceu.

 Doutora, deixa. Sei que minha filha está sendo bem...-

 Régia, o imbecil do meu sócio, Prof. Victor, aproveitando-se da minha- ausência e a do Prof. Arthur, andou querendo tirar a Anna do hospital e, pelo que chegou aos meus ouvidos, isso quase aconteceu porque Marcella não deixara uma orientação sequer sobre quem era sua filha. Não fosse a famosa rádio peão que sabe mais que minha diretora, a menina poderia ter ido parar na enfermaria, como indigente. Fui abordada diretamente por Rebecca, que fez amizade com a chefe da UTI. Mesmo a enfermeira de Anna não teve voz contra meu sócio.

 Ma...ma...mas, Luciana, eu intervi o mais rápido possível quando- soube...nada aconteceu com a menina, além de umas poucas horas na enfermaria...

 Ela era responsabilidade sua. Além do mais, na situação dela, essas "poucas- horas na enfermaria" poderiam significar muito. Meus hospitais não são serviços públicos. Não quero ser acusada de erro médico ou desleixo com meus enfermos. Agora, diga a Régia como está acomodada sua filha. E, acredito que um pedido de desculpa será bem encaixado nessa explicação.

Clara estava estupefata. Tinha sabido do ocorrido. Mas, nunca imaginara que Luciana faria isso com Marcella. Quando soube, ficou enfurecida com o descaso que a diretora estava tratando a menina, pelo simples fato de achar que Régia era uma ameaça. Tiveram uma briga feia em casa. Só não foi pior, porque realmente Marcella já estava sofrendo antecipadamente pela reação de Luciana e, sendo assim, a secretária não quis torturar ainda mais.

Nunca imaginaria que a médica considerasse Régia a esse ponto. Uma vez que tudo fora normalizado, todos achavam que o assunto tinha morrido. Até por isso, nem comentaram com Régia.

Agora, testemunhando a diretora se desculpando, muito a contra-gosto, com a líder; Clara sentia a humilhação que a diretora estava engolindo. Entretanto, no fundo, achava que Régia merecia essa consideração.

 Bem, Marcella, ficou justificada a sua presença na reunião? - a doutora- perguntou com sarcasmo.

Um silêncio constrangedor pairou no ambiente.

 Não ouvi as resposta, Marcella.-

 Sim.-

 OK. Estão dispensadas.-

À saída da sala da médica, encontraram com Rebecca.

 Credo!! Parece que estão saindo de um velório!!! - a loirinha brincou, para- se arrepender em seguida.

 Não sei como você suporta! - foi a resposta da diretora.-

 Não liga, Rebecca. Entra que a doutora a espera. - a secretária colocou- panos quentes.

 

**

Marcella estava enfurecida. Abriu a porta da sala com um estrondo. Clara vinha em seu encalço.

 Luciana não tinha o direito de fazer o que fez!!! Não tinha que me obrigar- a pedir desculpas para aquela sem terra cangaceira! De todas, essa foi a pior humilhação que já passei nesses anos junto dela.

A secretária tinha que admitir que a doutora poderia ter sido um pouco mais discreta; ao menos, poupado a diretora de ser humilhada na sua frente. Mas, é claro que a humilhação não pode existir sem testemunhas.

 Calma, Marcella! Já superamos coisas piores no passado. E, garanto, que- Régia se sentiu muita pior do que você. Isso não faz parte da natureza dela.

 Clara, quem está sob os refletores sou eu! Não me venha defender a- troglodita. Eu sei muito bem que ela foi uma mera espectadora nessa ceninha, mas foi por causa dela que eu fui chamada ao carpete.

 Marcella, admita que você vacilou. Ou foi muito ingênua. Você não deu a- devida atenção à Anna por achar que era capricho de Becky e que a doutora não estaria atenta.

 Mesmo assim, estou puta com Luciana.-

A secretária ficou quieta. Marcella amassava com toda sua ira uma pobre folha de sulfite. Clara imaginou toda aquela ira canalizada para um pessoa e estremeceu.

 É engraç-ado que para Luciana todos esses anos de lealdade nada significam. Tudo que a gente faz ela sempre pergunta se não podemos fazer melhor. Você a atende com quase idolatria e ela vive questionando sua competência. Agora, aparece essa selvagem e ela fica com mesuras. Você reparou que a troglodita a interrompeu e nem sequer recebeu um costumeiro corte?

Clara não queria discutir. Sabia que falar de Régia com Marcella era briga na certa.

 Vai ver Luciana quer nos alertar sobre nosso relacionamento. Sei lá, quer- provar que aqui ela manda e desmanda em nós.

 Marcella, todos nós sabemos que, independente de relacionamentos, ela manda- e desmanda em nós aqui dentro. Aceitamos isso há muito tempo. E, como Rebecca disse, ela ficou espantada ao perceber que tememos a influência dela em nossa vida particular,o que significa que ela não deseja expandir seus domínios além das relações profissionais.

O papel há muito se tornara uma bolinha que rolava entre os dedos da diretora impacientemente.

 E essa dos jatinhos? Explica para mim, se você entendeu! - e saiu andando- para o closet, após atirar violentamente a bolinha de papel no lixo.

Clara suspirou fundo.

 Marcella, se você se acalmar, deixará seu habitual tino empresarial se- manifestar. Luciana está sendo o que é sua natureza primária: uma sagaz empresária que sabe investir seu dinheiro.

Clara deu tapinhas no sofá indicando que queria a diretora sentada ao seu lado. Como de costume, assim que Marcella sentou, a secretária começou a massagear seus pés, ato que Clara sabia deixava-a completamente relaxada.

 É. Você tem razão. As condições da negociação ficam muito mais vantajosas- na compra do segundo avião, tenho que admitir. E, do jeito que Luciana é impaciente, esperar para poder usar o jato não está em suas qualidades. Mas, por que temos que levar a troglodita?

Clara, agora com essa novidade, começava a formar um palpite. Lembrou da orientação da doutora para que comprasse roupas sociais para Régia e, na época não entendera e nem ousara questionar. Entretanto, agora, arriscaria dizer que a médica estava imaginando empregar Régia como sua piloto particular. Era uma possibilidade e, enquanto fosse apenas suposição, não iria ventilar nada.

 Só sei que Régia entende de aviões. Não sei se sobre modelos atuais, mas- ela conhece bem sobre essas máquinas.

A diretora estava mais calma.

 Por que agüentamos Luciana em nossa vida? - perguntou, mas em tom mais- resignado - Há quase dez anos estou com ela. O professor era osso duro de roer, mas Luciana o supera com requintes de crueldade.

 Você quer largar tudo. Sei que podemos, se realmente quisermos. Acredito- que financeiramente, estamos mais do que preparada para nossa velhice.

Marcella olhou para Clara.

 Clara, você pode estar, mas eu ainda não.Tenho dependentes. Tenho coisas- que quero conquistar ainda. Minha ambição suporta Luciana. Agora, você....não entendo como ainda agüenta.

Clara sabia que era verdade o fato de não mais depender da doutora, quer financeiramente ou mesmo profissionalmente. Tinha conseguido muito nesses anos, usufruindo de todos os bens da médica e tendo o confortável salário que tinha. Soubera investir. Estava muito bem amparada para o futuro.

Entretanto, era leal à Luciana. De uma forma incondicional.

- Marcella, apesar de tudo, ela confia em nossa lealdade.Existem poucas pessoas como nós ao lado dela. Muito poucas.

Ambas ficaram em silêncio, ponderando essa afirmação. Se Marcella concordava ou não, ficou calada.

 Rebecca precisa de nós para ajudá-la. - a secretária completou.-

 Se for honesto e verdadeiro o sentimento de Rebecca, imagino o trabalho que- ela terá pela frente. Luciana é um ser cheio de nuances e temo que todas não são nada agradáveis. Becky exerce um poder sobre ela, isso é inegável. Mas, não sei se é algo que vai perdurar.

 Você, ao que sei, teve certo poder sobre ela. - a secretária comentou.-

 Sim. Mas, era só dentro daquelas quatro paredes. Sem testemunhas. Era- extasiante! - e sorriu, um sorriso de triunfo - Porém, era vazio. Era um alimento para os tormentos dessa mulher.

 É. Ajudando Rebecca, podemos terminar nosso turno mais cedo. - e sorriu,- beijando as ponta dos dedos de Marcella.

Ficaram se olhando por longo tempo. Clara sentia muito carinho por Marcella.

Estava recriminando Rebecca, mas também fazia o mesmo jogo com a diretora. Não conseguia reunir forças para terminar o relacionamento.

 O que tanto olha para mim, D. Clara?-

 Gosto de admirar a bela mulher que você é, D. Marcella.-

 Você já tem programa para hoje à noite?-

 Minha namorada vai me levar para jantar.-

 E ..ela já sabe?-

 Agora sabe!!!-

Ambas riram e trocaram beijos afetuosos.

 Já que você está mais calma, deixa eu ir. Tenho zilhões de coisas para- fazer.

Marcella observou Clara sair.

 Quando você vai ter coragem de falar tudo, Clara? - foi a pergunta feita- para a sala vazia.

 

**

- Clara, convença Rebecca a contar o mais cedo possível para Luciana. Aqui todo mundo sabe. Se a doutora apertar qualquer um, vai ficar sabendo.

- Régia, eu estou falando, ela prometeu que assim que tivermos pistas dos pais dela, ela conta.

Ficaram em silêncio ao telefone.

- Como você está...- falaram juntas e riram.

- Estou bem, na medida do possível, Régia.

- Amo você e sinto sua falta, sabia? - a líder falou, sem rodeios.

- Direta você, não? - a secretária quis ser séria.

- Eu não tenho que fazer rodeios. Você sabe o que eu sinto, você sente o mesmo,então para que esconder que estou morrendo de saudades de ver seus olhos, sentir sua pele, nem que seja em um simples aperto de mão.

- Pára! Não faz isso comigo. - Clara não queria chorar, mas as lágrimas eram rebeldes e brotavam sem permissão. - Eu...eu...juro que não sei...estou confusa, estou sem controle ...são sentimentos novos...

- Ssss..calma...após tantos anos sem amar alguém, não pense que estou emocionalmente melhor que você. Pior: sei que nada posso oferecer,por isso sei da injustiça que é essa minha intromissão em sua vida. Mas, eu não quero esconder o que sinto. Ao menos, da pessoa pela qual estou sentindo. - a voz da líder também demonstrava seu descontrole emocional.

- Você vem para cá na sexta-feira. A doutora quis fretar um jatinho para buscar você. Eu queria vôo comercial, mas ela não quis.

- Ela terá que ser paciente; você já informou a ela o quanto demora a entrega desses bichinhos?. - a líder queria desviar o assunto.

- É verdade. Ainda não falamos isso com ela. - Clara aceitou a deixa - Bem, sexta eu vou buscá-la. Você sabia que iremos para o haras no sábado? Eu, você, Marcella, Becky e Luciana?

- Que merd*!!!!

 

 

 

 

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