DUETO por May Poetisa
Capítulo 2
Na sexta-feira as duas jovens trabalharam o dia inteiro e não se encontraram. Quando a noite chegou, por volta das dezenove horas, Vitória ouviu barulhos vindos do apartamento ao lado e ficou dividida, na dúvida se deveria ou não aceitar o convite da nova amiga. Como se estivesse adivinhando a indecisão da ruiva, Layza tocou a campainha da vizinha e quase a arrastou para o apartamento ao lado. Cerca de oito pessoas participavam daquela reunião de amigos, todos bebericando algo e papeando sobre diversos assuntos. Vitória se divertiu e adorou os amigos da morena, conheceu o irmão de Layza, o Luiz que estava acompanhado de uma moça, junto deles tinham outros dois casais, sendo um hétero e outro formado por duas mulheres, Paula e Mônica, as melhores amigas de Layza.
Certo momento decidiram jogar truco, Vitória e Layza, formaram uma dupla imbatível e até parecia que as duas já se conheciam há muito tempo. Por volta da meia noite, os casais começaram a se despedir e neste momento Vitória recebeu algumas mensagens, ficando cabisbaixa em seguida.
- Vitória, algum problema? Você estava tão animada e agora parece triste.
- Layza, eu recebi uma mensagem do Gabriel, ele vai passar o final de semana no interior, pior que eu conheço o namorado que tenho, ele apronta muito.
- E porque você ainda esta neste namoro se sabe que ele apronta?
- Pior que eu nem sei, no começo era bom. Mas ultimamente tem esfriado, acho que amor nunca tivemos, é mais amizade mesmo e inicialmente paixão.
- Ruiva, vai por mim ser solteira é melhor e eu tenho a certeza de que ninguém esta enfeitando minha cabeça (zombou).
- Credo, sua insensível! Você nunca namorou?
- Não. Meu lance mais longo durou uns três meses. Sabe aquela história de quem é fiel a duas mulheres é fiel duas vezes, o problema é que elas eram amigas e fui descoberta.
- Layza, você é muito sem vergonha!
- Estou brincando contigo linda, nunca precisei ser fiel, pois não sou dada a relacionamentos sérios e sou sincera, não tenho coragem de iludir ninguém e, além disso, nem curto mentiras e traições. Eu sou maluquinha, mas não brinco com sentimento de ninguém.
- Certa você, faz bem! Bom eu já vou indo, adorei seus amigos e a noite foi ótima! Muito obrigada!
Lay acompanhou Vitória até a porta e as duas se despediram.
Naquele final de semana, Vitória aproveitou para descansar e estudar. Já Layza praticou esporte, foi para a balada, dormiu até tarde e curtiu com alegria o final de semana.
No domingo à noite, Layza estava papeando com a amiga Mônica por mensagem sobre diversos assuntos até que Vitória se tornou a pauta.
- Lay, sua vizinha é solteira?
- Tem namorado.
- E você a acha bonita?
- Sim, claro e muito inteligente. Ela é pediatra lá no hospital.
- Se ela não namorasse. Você investiria nela?
- Não sei (respondeu pensando).
- Vocês formariam um belo casal (Mônica afirmou).
- Deixa de história!
- Ela é legal, gostei dela, é diferente e simpática.
- Sim, concordo.
Enquanto as duas amigas conversavam, no outro apartamento Vitória discutia por telefone com o namorado.
- Gabriel, tentei falar contigo o final de semana inteiro e o seu celular só desligado (reclamou).
- Fiquei sem bateria, cheguei em casa carreguei o celular e resolvi te ligar.
- Você deve ter se divertido muito (falou com ironia).
- Nem foi tão bom, poderia ter sido melhor e não estou a fim de ouvir sermão.
- Você é muito chato!
- Se eu sou chato você é o que?
- Não me perturbe!
- E você o que andou fazendo?
- Estudando e descansando.
- Sua velha!
- Alguém tem que ter responsabilidade.
Enquanto o casal estava ao telefone, Layza tocou a campainha da vizinha, Vitória atendeu com o fone no ouvido, fez sinal para que a outra entrasse e aguardasse.
Layza sentou no sofá da sala e ficou aguardando. Não fazia ideia com quem ela estava conversando, mas pelo semblante da ruiva percebeu que o diálogo estava sendo tenso.
- Boa noite! Desculpa, te deixei esperando. Tudo bem?
- Boa noite, tudo sim e contigo? (disse levantando e a cumprimentando).
- Também.
- Eu estou querendo comer pizza, você gosta?
- Sim. Vamos pedir ou quer ir a uma pizzaria?
- Podemos pedir? Estou com preguiça de sair.
- Domingo é o dia da preguiça mesmo. Qual sabor você gosta?
- Frango com catupiry e você?
- Também gosto, pode ser meia frango com catupiry e a outra metade de brócolis com bacon?
- Nossa muito bom, claro que pode e tem que ter borda.
- Sim e muita coca cola para acompanhar.
- Vou pedir, depois deste diálogo minha fome aumentou.
As duas fizeram o pedido e aguardaram por meia hora, ouvindo música e jogando xadrez.
- Ruiva você joga muito, me lembre de não jogar mais contigo, perdi três partidas.
- Morena, xadrez é o meu jogo de tabuleiro preferido e gostei muito de jogar contigo.
Ouviram o interfone e foram juntas pegar a pizza, dividiram a conta, voltaram para o apartamento e se deliciaram.
- Eu tenho a melhor vizinha, ela come pizza comigo, perde no xadrez e é uma boa parceira no truco.
- Eu também tenho uma boa vizinha e já estou gostando da nossa amizade. Antes era um velho chato que morava aqui, ele vivia reclamando do barulho.
- Também você e suas acompanhantes gem*m muito alto (provocou).
- Como é que é? O que você ouviu? (perguntou espantada).
- Muitos gemidos e outras tantas coisas que prefiro nem pronunciar (disse segurando o riso).
- Jesus, que vergonha! (Layza comentou toda envergonhada).
Vitória começou a gargalhar.
- Poxa, você estava me zuando, nossa que mancada, sua malvada!
- Sua cara de espanto foi hilária, mas relaxa que não é possível ouvir nada.
- Ufa! Imagine que constrangedor.
- Então você é escandalosa entre quatro paredes?
- Nem tanto e você?
- Também não.
- Já somos amigas mesmo, até sobre intimidades já estamos falando.
- Verdade!
- Agora vou voltar para o meu apartamento, hora de dormir, pois amanhã acordamos cedo.
- Obrigada pela companhia e desculpe as brincadeiras.
- Também adorei tudo e até a próxima!
Naquela noite ambas foram dormir pensando uma na outra.
No meio da semana Vitória voltou a brigar com o namorado, que foi em uma balada sem avisa-la e a mesma descobriu por fotos postadas por amigos dele no facebook.
- Gabriel, você não sabe o que quer da sua vida, nem nos leva a sério.
- De novo isso? Esta carente ou é a TPM?
- Deixa de ser idiota.
- Ei menos, se continuar assim vou te largar falando sozinha.
- E você ainda se acha o dono da razão. Estou me cansando de tudo isso, você só apronta.
- Amor, calma, amanhã eu passo para te ver e jantamos juntos.
- Estou brava contigo.
- Eu sei e desculpa vai vacilei.
- Você vive vacilando, o que não aguento são as mentiras.
- Linda, vai descansar e amanhã nos falamos com calma.
As brigas entre o casal já era algo constante. No dia seguinte conversaram, tentaram se acertar, jantaram e dormiram juntos na casa do rapaz.
Já Layza continuava a se aventurar, saindo com uma ou outra mulher que conhecia, porém começou a se sentir diferente. Embora cheia de amigos e com várias paqueras, parecia que faltava algo e aquilo estava atormentando à morena que não fazia ideia do que estava se passando em seu íntimo.
- Lay, você ouviu o que eu falei? (Luiz tentava chamar a atenção da irmã).
- Você falou comigo?
- Sim. Qual o problema? Porque você esta tão desligada?
- Sei lá, só não prestei atenção.
- Você vai querer ir ao Festival comigo? Ganhei ingressos e podemos aproveitar o final de semana.
- Sim, eu quero ir. Mano, mas, para onde que nós vamos mesmo?
- Porr* Lay, você esta estranha hein. Vamos a um Festival de música em Florianópolis, naquela cidade cheia de mulher bonita.
- Entendi (respondeu sem demonstra ânimo).
- Com este seu desânimo até parece que vamos num velório.
- Como? Quem que morreu?
- Aff! Ninguém morreu.
- Então não brinque com coisa séria.
- Ok! Nós vamos sair no sábado bem cedo, quero aproveitar e pegar praia.
- Vai ser bom!
- Vai sim e a noite vamos pegar muitas mulheres.
- Pode ser (concordou).
- Vai ser e você trate de voltar para o seu normal, tu esta chata assim toda desligada.
No final de semana Vitória voltou a chorar e procurou por Layza, porém a morena não a atendeu, já estava em viagem. Layza curtiu muito o Festival ao lado do irmão e nem soube que a nova amiga precisava de acalanto.
Fim do capítulo
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