Vitória estava enfrentando dias complicados e repletos de infelicidade, não estava mais suportando as incertezas, mentiras, traições e angústias. Por intermédio de amigos começou a confirmar suas suspeitas e obteve a certeza de que namorava um crápula.

Depois de dias sem se encontrarem Layza e Vitória pegaram o elevador juntas.

 

- Vizinha, quanto tempo! (comentou a sorridente Layza).

 

- Olá! Nossa nem parece que somos vizinhas, mal nos encontramos (concordou).

 

Depois dos cumprimentos Layza reparou que a outra estava muito abatida.

 

- Tudo bem contigo?

 

- Tirando o cansaço sim e você como vai?

 

- Tudo em ordem e você esta abatida assim só por conta do cansaço mesmo?

 

- É também.

 

- Uma moça tão bela nem pode ficar triste assim, vamos sair amanhã à noite?

 

- Não sei, acho que nem serei uma boa companhia.

 

- Deixa disso é bom conversar e distrair.

 

- No final de semana passado te procurei, mas você não estava.

 

- Eu viajei com o meu irmão, fomos a um Festival de música no sul.

 

- Foi bom?

 

- Incrível! Aproveitamos muito e você o que fez de bom nestes dias?

 

- Além de chorar? Trabalhei bastante.

 

- Credo, a coisa esta feia. Então esta decidido, amanhã a noite você vai sair conosco, nós vamos a um barzinho que tem karaokê lá na Augusta, esteja pronta às sete da noite.

 

- Lay...

 

- Sem desculpas, você vai e ponto.

 

- Você é muito mandona sabia?

 

- Só estou fazendo a coisa certa. Chegamos! Bom descanso e até amanhã (despediu-se depositando um beijo no rosto da outra).

 

Para adormecer naquela noite Vitória voltou a tomar calmante e nem ouviu seu celular tocando. Somente no dia seguinte verificou as chamadas perdidas e as mensagens do namorado, ela estava o ignorando e criando coragem para colocar um ponto final naquele relacionamento falido.

A noite decidiu aceitar o convite, escolheu um vestido despojado e uma sandália de salto médio, no horário combinado estava pronta aguardando para saírem. Com pontualidade Layza tocou a campainha.

 

- Olá! Você é pontual (comentou já fechando a porta).

 

- Eu tento e Uau como você consegue ficar ainda mais bonita?

 

- Pare com isso, que fico constrangida (reclamou).

 

- Que linda! Fica vermelhinha. Podemos ir num carro só?

 

- Eu só não quero voltar tarde, se isso for problema, melhor usarmos dois carros.

 

- Não pretendo voltar tarde e todos trabalham amanhã. Vamos com o meu carro então.

 

- Lay, obrigada viu eu preciso sair mesmo (revelou entrando no carro).

 

- Disponha! Chamarei-te sempre e se você não tiver compromisso, não aceitarei recusas.

 

- Os seus amigos que estavam na sua casa aquele dia que vão hoje?

 

- Sim! Minhas melhores amigas Paula e Mônica. Aquele casal de amigos do meu irmão, Olivia e Mauro. Também vão outros dois rapazes. Já o Luiz vai com outra mulher que ele esta conhecendo.

 

- Seu irmão também é adepto da sua filosofia de vida?

 

- Sim, somos dois solteirões e minha mãe querendo netos (brincou).

 

- Eu sei que tem todo o lado bom de estar solteiro. Mas não falta algo?

 

- Como assim?

 

- Companheirismo, carinho e afeto, por exemplo.

 

- Você é romântica (constatou).

 

- E você sem coração!

 

- Não, também nem é assim. Só sou mais fria que você e não sou dada a romantismo.

 

- Boba! Posso ligar o rádio?

 

- Claro, fique a vontade!

 

As duas ouviram músicas e logo chegaram ao barzinho, por lá encontraram os amigos e aguardaram o restante da turma chegar. Depois de beber e comer petiscos, fecharam uma sala de karaokê para o grupo, que naquele dia somava dez pessoas e novamente a dupla formada por Layza e Vitória, foi o destaque da noite, conseguiam as melhores notas, não se desgrudavam e nem viram o passar das horas.

Após a noite agradável, os casais se despediram e as duas retornaram felizes.

 

- Vi, nós formamos um dueto imbatível!

 

- Lay, concordo contigo, somos as melhores!

 

- Eu adorei!

 

- Eu também e muito obrigada! Seus amigos são incríveis.

 

- Eles são ótimos, sempre que nos reunimos à alegria é garantida.

 

- E seu irmão é uma comédia, todo brincalhão.

 

- Aquele lá é um palhaço.

 

- Nossa eu tenho uma agenda lotada amanhã, vou chegar tomar um banho e dormir.

 

- Meu dia também será cheio e que venha logo o final de semana!

 

- Já tem planos para o final de semana?

 

- Sim, sábado, eu e o Luiz, vamos num show no começo da noite e depois balada (contou toda animada).

 

- Que ânimo de vocês dois. Sempre saem juntos?

 

- Sim, são raras as vezes que saímos sem a companhia um do outro, até nossas férias procuramos marcar juntos e você quer ir conosco?

 

- Não, obrigada, nem tenho este pique de vocês não.

 

- Prontinho chegamos e a senhorita esta entregue.

 

- Lay, mais uma vez obrigada e eu adorei tudo.

 

- Boa noite!

 

As duas se despediram com beijos e abraços. Foram dormir relaxadas pensando na noite agradável que tiveram. 

No sábado à tarde Vitória combinou de encontrar Gabriel e foi até a casa do rapaz.

 

- Sumida! Estou com saudades de você (Gabriel disse tentando beijar Vitória que se afastou).

 

- Precisamos conversar!

 

- Você ainda esta brava? Deixa disso. Vamos para a cama assim você relaxa e me desculpa.

 

- Gabriel, eu cansei!

 

- Eu sei que vacilei contigo e não vou aprontar mais. Soube também que naquela festa tinha amigas suas, que acabaram tirando fotos, mas eu posso explicar.

 

- Você extrapolou e eu estou exausta. Nós estamos vivendo uma farsa que precisa acabar.

 

- Eu gosto de você, podemos nos acertar e eu volto a andar na linha.

 

- Na realidade você nem nos leva a sério. Eu mereço muito mais. Então, acabou!

 

- Como assim? Porque isso agora?

 

- Cansei de ser feita de trouxa, você é um boêmio, traidor, mulherengo e irresponsável.

 

- Vic, para com isso, seja mais compreensiva, eu sou homem...

 

- Para, cala a boca, você só piora as coisas.

 

- Docinho! Vamos superar isso.

 

- Entenda, eu estou terminando com você.

 

- O que?

 

- Isso que você acabou de ouvir. Você já tem atitudes de um homem solteiro mesmo, então, nem vai notar tanta diferença.

 

- Qual seu problema? Você tem outro? (perguntou segurando firme em seus braços).

 

- Eu não tenho ninguém, diferente de você que têm várias.

 

- Você não pode terminar comigo assim, isso é um despautério (comentou indignado apertando o braço dela).

 

- Me solta! Você vai me machucar (reclamou).

 

- Vitória você vai se arrepender.

 

- Já disse, me larga! (debateu-se).

 

- Quer saber, eu que não quero mais (bradou largando-a e saindo da sala).

 

Vitória ouviu um barulho vindo do quarto, coisas caiam ao chão e também eram arremessadas na parede. Ela rapidamente pegou sua bolsa e saiu correndo dali, sabia que quando contrariado Gabriel tornava-se agressivo. Já dentro do seu carro começou a chorar compulsivamente e foi direto para o seu apartamento.

Layza tinha acabado de se arrumar para curtir o sábado ao lado do irmão, logo que chegou à porta deparou com Vitória deixando o elevador aos prantos.

 

- Linda, o que aconteceu? (perguntou se aproximando).

 

- Lay... (Vitória em desespero se jogou nos braços dela).

 

- Anjo, venha vamos entrar você precisa se acalmar e me contar o que esta acontecendo.

 

 

 

 

 

Fim do capítulo