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  • Duas vidas, um amor inesquecível
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Duas vidas, um amor inesquecível por Enny Angelis

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Palavras: 10965
Acessos: 14513   |  Postado em: 00/00/0000

Notas iniciais:

Oi amores *-*

Sorry pela demora! 

Capítulo 28

 

-- Doutora Samantha certo? -- Carlos indagou olhando Samantha.

-- Sim. -- Samantha confirmou o dando atenção.

-- Então, eu posso conversar com você em particular?

-- Claro, sem problemas. -- Samantha concordou já imaginando o teor da conversa. -- Agora?

-- Se não se importar.

-- Pai o que o senhor que falar com a Samantha? -- Amanda indagou, mas já podia imaginar qual seria a conversa.

-- Depois conversamos, filha. -- Carlos disse já abrindo a porta para sair.

-- Se for sobre eu viajar de ônibus, esquece! -- Amanda disse convicta.

-- Ah você já sabe. -- Carlos constatou fechando a porta e olhando a filha. -- Essa daí te contou não foi? -- Investigou se referindo a Marina.

-- Pai, “essa daí” é a minha amiga e tem nome! -- Amanda disse o fitando séria. -- E para a sua informação quem me disse foi a Samantha e eu já decidi que depois da minha alta eu não vou de ônibus para lugar nenhum!

-- Mas filha, eu queria que fossemos logo. Não podemos ficar mais dias aqui com você e sem contar que a empresa está uma bagunça. -- Carlos explanou aproximando-se mais de Amanda. -- O que eu queria falar com a doutora era se você poderia viajar de ônibus assim que tiver a alta. Ela pode não é doutora? -- Inqueriu olhando Samantha que, até o momento só observava, assim como os outros no quarto.

-- Olha, de avião está fora de cogitação e quanto a ônibus eu já havia conversado com a Amanda... digo a Eloá e não aconselho, seria muito desconfortável e desnecessário essa viagem assim, de imediato, sendo que ela pode ficar e depois de uns dias viajar sem problemas e de avião. Evitaria alguns riscos, devido à recente cirurgia.

-- Mas o outro médico disse apenas que ela não poderia viajar de avião, então ela pode ir de ônibus. Filha, pensa comigo, não precisamos ficar aqui. -- Carlos observou olhando Amanda. -- E pra começar você nem deveria ter vindo, olha no que deu.

-- Carlos! -- Lúcia o repreendeu.

-- Pai! -- Amanda disse ao mesmo tempo que a mãe.

-- Mas é verdade. Me diz porque veio pra Curitiba, tão de repente? Sem precisão.

-- Eu vim porque eu precisava resolver um assunto.

-- E que assunto era esse?

-- Carlos para de aborrecer a Eloá, ela pode sentir dor. -- Marina disse calma.

-- Quem você pensa que é para dizer o que eu tenho ou não que fazer, a filha é minha! -- Carlos disse elevando o tom da voz.

-- Vovô...

-- Natelly isso é assunto de adultos!

-- Carlos, por favor! -- Lúcia disse tentando acalmar o marido.

-- É... eu acho melhor o senhor se acalmar, tem criança aqui. -- Fabrício advertiu.

-- Eu estou calmo! -- Disse em voz alta.

-- Naty leva a Agatha lá pra fora, por favor. -- Amanda pediu. -- Meu anjo, vai com a Natelly! -- Disse e deu um beijo na pequena.

-- Mãe?

-- Vai com ela amor, depois você volta. -- Samantha advertiu a filha.

-- Tá bom! -- Agatha concordou e saiu com Natelly.

– Eloá você irá de ônibus assim que tiver alta! -- Afirmou fitando a filha assim que as duas meninas saíram do quarto.

-- Olha, eu como médica, não posso deixar o senhor fazer isso, será uma viagem desconfortável para ela. 

-- Não vai ser nada, Florianópolis é aqui do lado, e não há contra indicações sobre ela ir de ônibus.

-- Eu digo que sim! Pois será longa, cansativa, com pouco espaço, balançando sem parar, e uma total falta de responsabilidade sua, fora o egoísmo, ainda mais você sendo o pai dela! -- Samantha já estava irritada com o homem a sua frente. E assim que disse essas palavras todas as outras pessoas riram discretas da cara de desgosto que Carlos fez.

-- Quem você pensa que é para falar assim comigo? -- Inqueriu irritado.

-- Eu sou a pessoa que salvou sua filha, que cuidou dela durante todos esses dias, que deu tudo que ela precisou, principalmente respeito e carinho! -- Samantha estava de frente para Carlos o olhando nos olhos. -- Eu não vou permitir que o senhor a leve de qualquer jeito, só porque a empresa está um caos, ou simplesmente porque se acha o chefão e quer mandar em tudo e em todos. -- Disse o cutucando com o dedo indicado no peito e continuou. -- Eu me acho sim nesse direito, tanto como pessoa, como a médica responsável por ela e também como dona deste hospital, onde ela foi e está sendo bem tratada. Portanto o senhor pode esquecer de querer leva-la em uma viagem de ônibus onde ela passará oito horas desconfortáveis, entendeu? -- Samantha explanou e o indagou determinada sem desviar o olhar do homem a sua frente. 

Carlos a olhava assustado e muito aborrecido, achando a ousadia de Samantha um absurdo. Ele olhou as pessoas ao redor e pode perceber que riam discretamente, embora tentassem disfarçar, e isso o exaltou mais ainda, não queria ficar inerte diante do ato destemido da mulher a sua frente. 

-- Eu sou o pai dela e tenho esse direito, muito mais que você que não é nada dela! Não fez mais que o seu trabalho como médica, você jurou salvar vidas, portanto não fez mais que a obrigação! -- Carlos disse quase gritando. 

-- Pai, para! -- Amanda o repreendeu também gritando, estava aflita vendo o pai e Samantha discutindo, estava com medo que sua morena falasse tudo, fazendo com que os pais descobrissem a verdade sobre elas de forma inadequada.

-- E para a sua informação Doutora. -- Carlos continuou irônico, sem dar ouvidos a censura da filha. -- Uma vigem de ônibus de Curitiba para Florianópolis leva no máximo, no máximo cinco horas de viagem, portanto não será longa e nem tão desconfortável! -- Carlos disse com um sorrisinho cínico, achando que havia conseguido desconcertar a morena a sua frente.

-- Papai por favor, para de ofender a Samantha, ela...

-- Você, calada! -- Carlos disse interrompendo a filha, sem desviar o olhar de Samantha e isso o permitiu ver quando ela o pegou pelo colarinho e o sacudiu com força o deixando deveras assustado e com certo medo.

-- Não me interessa se dura oito ou cinco horas! -- Samantha disse entre dentes. Ela o encava meio de cima, tanto por ser mais alta que Carlos, quanto pela retração do homem, assustado. -- Nem que durasse cinco minutos! Eu não vou permitir que o senhor a leve daqui. Nem que como último caso eu adie a alta dela. E para a SUA informação, ela vai para a minha casa, pois eu ofereci e ela aceitou. Deste modo, Amanda só irá com o senhor ou com qualquer outra pessoa, quando estiver totalmente recuperada e principalmente se for por decisão própria. Porque ao contrário do senhor, EU sim a respeito e respeito suas decisões! -- Samantha disse e riu ao ver a cara de espanto e indignação do homem. -- Então pode esquecer leva-la daqui sem que ela queira. -- Disse calma, mas ainda o segurando pela gola. -- EU NÃO VOU PERMITIR, ENTENDEU! -- Quis deixar bem claro e o soltou.

-- Filha vai permitir que ela faça isso com o seu pai? Não vai falar nada? E que história é essa de você ir pra casa de uma estranha? -- Carlos investigava preocupado e indignado com toda a situação. -- E você Fabrício, não vai falar nada? Eloá é a sua mulher, vai deixar essa daí tomar todas as decisões? -- Indagou olhando-o.

Fabrício riu um pouco alto sem conseguir se conter, pois estava adorando o sogro ter o que merecia a tempos. Olhou Amanda sorrindo e depois fitou Samantha, e sua conclusão era a de que elas formavam um casal belíssimo.

-- Olha Carlos, eu também sempre respeitei as decisões de minha esposa, portanto, se ela acha que deve aceitar a sugestão da doutora Samantha, e ficar na casa dela. -- Fabrício sorriu olhando Amanda e deu de ombros. -- Eu concordo perfeitamente! -- Disse olhando Carlos que, arregalou os olhos furioso.

-- Mas que espécie de homem você é?

-- Com toda certeza, um homem diferente do senhor! -- Fabrício disse irritado.

-- Ora mais...

-- Pai já chega! -- Amanda gritou bem mais alto, e logo sentiu uma leve pontada na cabeça, levou a mão ao local enquanto fazia uma cara de dor.

-- Amor, está doendo muito? -- Samantha perguntou preocupada aproximando-se de Amanda.

-- Não, foi só uma pontada. -- Avisou.

-- Está vendo, Carlos? -- Lúcia indagou num misto de preocupação e irritação encarando o marido. -- Sai do quarto, e depois teremos outra conversa!

-- Eu não vou sair! -- Carlos tinha notado como Samantha tratara sua filha e isso o deixou antenado.

-- Ah vai. Você já esgotou minha paciência de anos. Mas no momento eu estou pedindo que saia, já fez muita besteira em tão pouco tempo! -- Lúcia declarou séria.

-- Mas que diabo deu em vocês? E eu não vou sair nada!

-- Saia logo seu velho e não enche! -- Marina disse enfurecida. Tanto que nem percebeu o modo que o tratou.

-- E tu cala essa boca sua sapatão idiota! Eu nem sei o que... -- Carlos não teve tempo de terminar de falar, pois Marina o acertou com um forte tapa no rosto. Carlos levou sua mão na face batida e fitou Marina enfurecido e quando tentou partir para cima dela, Fabrício o segurou.

-- Me larga! -- Gritou. -- Essa desgraçada vai me pagar...

-- Já chega! -- Amanda gritou. -- Sai daqui e eu estou mandado pai! -- Advertiu olhando Carlos que, ainda estava sendo segurado por Fabricio.

-- Mas... -- Carlos foi interrompido pela entrada rápida de dois homens grandes e fortes no quarto.

-- Doutora o alerta veio desse quarto, confere? -- Um dos homens investigou assim que viu Samantha.

-- Confere sim! -- Fabrício foi quem respondeu. -- Esse senhor aqui está importunando a paciente, agredindo verbalmente a acompanhante e a doutora Samantha também.

-- Queira nos acompanhar senhor. -- O outro segurança falou.

-- Eu não estou fazendo nada disso! -- Carlos defendeu-se vendo os dois homens o pegando pelo braço, um de cada lado.

-- Fez sim! -- Marina afirmou.

-- Sam, precisa mesmo disso? -- Amanda indagou preocupada com o pai.

-- Amor, eu sei que ele é seu pai, mas já deu por hoje! -- Samantha avisou. Sentia por saber que faria uma coisa que seu amor não apoiaria e que poderia chatear-se com ela. -- Levem ele para fora do hospital, mas sem machuca-lo! -- Ordenou.

-- Sam... -- Amanda tentou intervir. 

-- Sinto muito, mas ele não vai entrar aqui até estar calmo! -- Samantha disse olhando Amanda nos olhos, mas logo desviou o olhar com medo de ver algo que a ferisse mais. 

-- Eloá, faz alguma coisa! -- Carlos pediu já sendo conduzido pelos seguranças.

-- Pai eu...

-- Ela não manda nos seguranças. Levem-no, com cuidado! -- Samantha avisou e Carlos foi retirado do quarto.

-- Fabrício vai com ele, por favor! -- Amanda pediu com os olhos marejados.

-- Eu? – Investigou surpreso.

-- Vai, ele está zangado demais, pode passar mal, sei lá. -- Amanda insistiu.

-- Eloá seu pai já me tirou a paciência logo cedo, não sei se... -- Fabrício começou a explicar-se, mas viu a preocupação de Amanda e resolveu acatar. --Tudo bem! -- Saiu atrás de Carlos.

-- Sam não precisava tanto! -- Amanda disse olhando Samantha, estava triste com a atitude da morena.

Samantha a olhou e pode ver a tristeza e um desapontamento em seus olhos. Sentiu o coração doer, mas sabia que era o certo a fazer, mesmo tendo que ver a decepção de Amanda para com ela.

-- Sim, precisava! -- Samantha suspirou desviando o olhar. -- Ele é explosivo, fala e faz o que quer, e só a opinião dele é a que conta. Por Deus Amanda como você suporta isso o tempo todo, ele é seu pai, não seu dono! -- Samantha estava com a voz um pouco alterada. -- Desculpa, mas eu não permitiria que ele continuasse aqui, e você viesse a sentir dor novamente.

-- Filha, ela tem razão. -- Lúcia concordou. -- Eu sei que é seu pai, mas ele passou dos limites e muito. E se Samantha não tivesse mandado o levarem eu mandaria!  

-- Tudo bem...

-- Relaxa meu anjo. -- Marina sugeriu. -- Ele vai ficar bem, e quando estiver calmo ele volta.

-- Marina, você bateu no meu pai. -- Amanda lembrou a olhando decepcionada. -- Você não devia ter feito isso! -- Advertiu.

-- É... -- Marina ficou sem jeito. -- Me desculpe. -- Disse baixo.

-- Ah Amanda, ninguém aqui tem sangue de barata não! -- Samantha advertiu decepcionada também. -- Ele mereceu! Ou por acaso já esqueceu que foi ele quem a ofendeu primeiro? Saco! -- Samantha alterou-se novamente. Entendia que Carlos era o pai dela, mas Amanda parecia que estava tão acostumada a ser submissa que, às vezes esquecia de pesar a situação vendo o lado das outras pessoas e não somente o do pai.   

-- Sam... -- Amanda percebeu a zanga de Samantha.

-- Eu vou dar uma volta! -- Samantha afirmou a olhando séria. -- Vou esfriar a cabeça. -- Avisou já se dirigindo a porta.

-- Samantha? -- Amanda a chamou atormentada, não queria que ela saísse daquele jeito.

-- Depois! -- Samantha afirmou e saiu.

-- Droga! -- Amanda disse batendo a mão na cama irritada.

-- Filha se acalma. -- Lúcia advertiu olhando-a. -- Ela só saiu um instantinho...

-- Como calma mãe? -- Amanda indagou olhando Lúcia. -- Ela saiu com raiva de mim, por estar defendendo o papai e não ela e nem a Marina. E com toda razão né? Como eu sou idiota! Agora ela deve estar pensando que estou com raiva dela por ter jogado a verdade na minha cara e pior, que estou do lado do papai e contra ela... Bem, na verdade eu não sei de que lado estou, mas eu não queria que ela tivesse saído daquele jeito. -- Amanda confessou angustiada enquanto encarava a porta pensativa e preocupada.

-- Ei quer parar de drama? -- Marina advertiu. -- Olha eu sinto ter que te dizer isso, mas é, você foi uma idiota, uma completa idiota! -- Afirmou rindo.

-- Marina! -- Lúcia a repreendeu, mas logo riu também.

-- Vocês duas não estão me ajudando. -- Amanda advertiu séria e triste. -- Eu vou atrás dela! -- Falou em um rompante tirando o lençol de cima do corpo.

-- O que? -- Marina e Lúcia indagaram surpresas. -- Filha... -- Lúcia a censurou.

-- Tá maluca? Olha a roupinha que está vestida? Ah já sei, além de deixa-la irritada, agora quer matá-la de vergonha? -- Marina perguntou e logo gargalhou ao ver a cara de espanto e concordância de Amanda que, voltou para a cama imediatamente.

-- Merda! -- Amanda esbravejou sentando na cama e cruzando os braços.

-- Filha? -- Lúcia falou aproximando-se mais de Amanda e a fazendo olha-la nos olhos. -- Quer me contar o porquê dessa mulher mexe tanto com você?

-- Mãe eu... -- Amanda suspirou e olhou Marina, esta, acenou positivamente a incentivando.

-- Acho que está na hora de termos uma conversa! -- Lúcia disse após ver Marina sorrir para sua filha.

-- Está sim... -- Amanda concordou fitando a mãe.

-- Eu vou dar um volta. -- Marina avisou, foi até Amanda e lhe deu um beijo no rosto, saindo logo em seguida.

-- E então? -- Lúcia indagou pegando uma das mãos da filha passando a fazer um leve carinho.

Amanda olhava a mão da mãe sobre a sua, ainda estava indecisa e com medo, mas sabia que havia chegado a hora de contar a verdade, toda a verdade. Suspirou e fitou a mãe decidida.

-- Eu amo a Samantha, mãe! -- Afirmou e sorriu lembrando dos momentos que passou com a morena. Viu que a mãe sorriu e levou sua outra mão livre a seu rosto lhe fazendo um carinho. -- Ouviu o que eu disse? Eu disse que amo a Samantha. -- Repetiu fitando-a um pouco insegura.

-- Eu ouvi perfeitamente o que você disse filha, as duas vezes que disse. -- Lúcia afirmou sorrindo. -- Eu sabia que o cuidado dela com você era por um motivo maior, e não apenas dedicação ao trabalho. -- Lúcia observou. -- Ela também te ama não é? É evidente que sim! -- Declarou sorrindo abertamente.

-- Mãe, eu não sei se a senhora está entendendo direito. -- Amanda ajeitou-se na cama, ficando se frente para a mãe. -- Eu e a Samantha nos amamos como namoradas, amantes, tipo homem e mulher, só que duas mulheres entendeu? Mãe eu sou lésbica mãe, e nos amamos muito! -- Amanda resolveu deixar bem claro a condição. Pois ao ver a calmaria da mãe, pensara que ela não havia entendido toda a situação. Lúcia riu ao ver a filha lhe deixando bem aberto o que era e o que sentia por Samantha.

-- Filha eu também entendi perfeitamente essa parte! -- Sorriu.

-- Então... não vai brigar, me xingar, dizer que é errado, me expulsar da sua vida, ou coisa assim? -- Amanda investigou fitando a mãe, já tinha os olhos marejados de emoção, pelo que já conhecia de Lúcia, se ela não havia se oposto a tudo assim que começou a revelação, não se oporia nunca mais. E isso significava que sua mãe a aceitava como era e sem questionamentos ou julgamentos absurdos. – Mãe... -- Amanda a abraçou forte, deixando as lágrimas de emoção e felicidades caírem soltas pelo rosto. -- Obrigada, obrigada, eu te amo tanto sabia? E saber que a senhora me aceita como sou me deixa tão, mas tão feliz. -- Amanda desfez o abraço e olhou Lúcia que, sorriu também emocionada. -- A senhora já sabia não era? -- Indagou sorrindo, estava feliz, sem medo, sabia que agora poderia conversar sobre tudo com sua mãe, sem reservas ou medo de ser repreendida ou julgada.

-- Não meu amor. -- Sorriu limpando as lágrimas de Amanda. -- Bem, mais ou menos, eu desconfiava. Na verdade sempre desconfiei, mas fiquei calada, preferi me fazer de desentendida, era meio que mais cômodo, pois era mais fácil negar as insinuações de seu pai a seu respeito. Quando ele me indagava sobre você e suas amizades com pessoas homossexuais, eu ficava indignada e negava tudo antes que acabasse falando o que não devia. -- Lúcia explicou. -- Me desculpa ter ficado quieta por todo esse tempo, mas... enfim, se eu tivesse te cobrado a verdade, do jeito que eu era tão submissa a seu pai, com certeza eu teria te exposto, mesmo sem querer... Sei que errei, mas foi o jeito que achei para te proteger e proteger a nossa família.

-- Mãe eu entendo. E a assenhora não tem nada do que se desculpar. -- Amanda sorriu e abraçou novamente a mãe. -- Eu estou tão feliz mãe...

-- Eu também, meu amor. -- Lúcia admitiu. -- Filha olha pra mim. -- Pediu e foi atendida. -- Você terá sempre o meu apoio de agora em diante, nunca mais ficarei omissa diante da homofobia do seu pai, nunca mais me farei de desentendida diante desse assunto. Me perdoa por não ter dito nem feito nada antes, mas de agora em diante eu afirmo que você sempre teve e sempre terá meu respeito, meu orgulho, minha admiração, meu amor, meu carinho, meu apoio, meus conselhos, meus puxões de orelha. -- Riu e Amanda também. Ambas estavam emocionadas. -- Filha, tudo que você precisar e eu puder te oferecer eu não hesitarei, ouviu bem? Pode vir até mim sempre, sempre! Eu te amo, você é e sempre será minha primogênita preferida linda, que amo tanto, tanto...

-- Mãe só existe um filho primogênito e no nosso caso, EU! -- Amanda advertiu rindo.

-- Não interessa, eu te amo, amo mesmo assim! -- Afirmou sorrindo e a beijou no rosto. -- Querida, eu jamais te ofenderia com discursos idiotas de que o que você é, é errado. Não faria isso, nunca... Eu venho de uma geração diferente da sua, mas ainda assim, eu já vivi tempo suficiente para aprender com outras pessoas, com o mundo. Acho que tenho experiência, e maturidade suficiente para saber que amar não é errado, nem o amor entre duas mulheres. Filha, você é meu orgulho, como filha, como profissional, você liderou e lidera aquela empresa com maestria. É meu orgulho como mulher, foi e é meu orgulho como mãe, a Natelly tem um exemplo em você, em tudo! Você sempre me orgulhou e me orgulha em tudo, e não vai ser agora que deixará de ser, jamais!

Amanda olhava a mãe com extrema emoção, suas lágrimas de felicidade e também orgulho da mãe, caiam soltas pelo rosto, sabia que a mãe era especial, mas não imaginara que fosse tanto, era uma surpresa. Via a mãe agora com admiração muito maior, fascinada, com as palavras de amor, conselhos, carinho, entendimento e principalmente respeito e apoio.

-- Mãe eu te amo tanto e admiro mais ainda! -- Confessou alegre. -- Obrigada, muito obrigada...

-- Não me agradeça meu amor, é meu dever, e faço de coração, com amor... Eloá, vejo em seus olhos sua alegria, amor, sua felicidade. Você ama essa médica como nunca amou ninguém antes não é?

-- Amo mãe, amo muito. Não sei, não saberia viver sem ela. Eu não sei explicar é forte, é inexplicável, só sei que quando estou com a Sam eu me sinto completa, feliz, amada, protegida, eu quero ficar com ela, formar uma família... -- Amanda sorriu lembrando das promessas e planos que fizeram. -- Eu amo aquela pequena como se fosse minha filha de verdade. Agatha já é parte de mim, as duas são meus amores, e não saberia ser feliz sem elas, não mesmo.

-- Entendo... -- Lúcia sorriu emocionada e feliz pela filha, segurou com ambas as mãos ao rosto de Amanda. -- Filha, você tem a minha benção, meu apoio, minhas felicidades para que se case com Samantha. -- Admitiu. Amanda abriu e fechou a boca, mas não conseguiu falar nada devido a surpresa, contentamento, deslumbramento com tais palavras -- Forme uma família com a mulher que você ama, e que também te ama, te respeita... Aliás, meus parabéns! Se eu estiver certa aqui com os meus pensamentos. -- Sorriu. -- Você sempre teve um bom gosto, mas dessa vez você superou-se. -- Lúcia riu novamente e Amanda a acompanhou. -- Tens uma namorada belíssima. E Samantha também não saiu perdendo nadinha. -- Advertiu sincera. -- Você é linda também! -- Observou.

-- Obrigada mãe. -- Sorriu fascinada. -- Sam é linda, bela por dentro e por fora, eu a amo tanto.

-- Compreendo... -- Lúcia sorriu. -- Agora o que eu não entendo, se bem que ninguém sabe como se apaixona tão fácil. -- Riu. -- Enfim, o que eu quero saber é como e quando tudo isso aconteceu? Você não estava em coma, dormindo? Como você já gosta delas assim, com essa intensidade? -- Lúcia ainda estava confusa.

-- Mãe eu não fiquei em coma, eu acordei e descobri que tinha perdido a memória...

-- O que? Como assim perdeu a memória? -- Lúcia indagou surpresa e confusa.

-- Calma. -- Amanda riu. -- Vou te contar tudo.

 

* * * *

 

-- Toda vez a mamãe manda eu sair de um lugar porque sou criança, eu queria saber se a Amanda ia ficar lá em casa. Agora não vai mais dá de saber! -- Agatha declarou birrenta enquanto percorria o pequeno espaço da porta até uma das cadeira na sala de espera e assim que sentou-se, cruzou os braços fazendo um bico em descontentamento, ato que fez Natelly rir abertamente enquanto sentava ao lado dela.

-- Calma aí minha jovem! -- Natelly disse ainda rindo. -- Olha, eu te entendo, a minha mãe sempre fazia isso comigo também.

-- Sério? Ela quem falou pra mim sair junto contigo e a mamãe concordou. -- Lembrou ainda embirrada. -- A Amanda ainda fala pra você sair dos lugares?

-- Às vezes sim! -- Admitiu e sorriu.

-- Então quando ela casar com a minha mãe, ela vai ser a minha mãe também, aí ela vai falar sempre pra mim sair dos lugares quando os adultos tiver conversando?

Natelly ficou deveras surpresa com a notícia e espontaneidade da pequena a seu lado. Sabia que havia flertes de Samantha e sua mãe, já existia o beijo entre elas, a mãe já se dizia amando. Mas quanto a casamento? Natelly estava muito surpresa e confusa, sem contar de como Agatha falava com tanta naturalidade e certeza sobre sua mãe e a mãe dela casarem, irem morar na casa da médica, entre outras coisas...

-- Vai ou não? -- Agatha insistiu a olhando ainda séria. 

-- Oi? Ah sim...

-- Ah não!

-- Não, digo, eu estava falando da pergunta que você fez. -- Natelly se embaralhou toda e riu. -- Calma. É assim, deixa eu te explicar. Tem assuntos e coisas que as crianças que nem você e até as adolescentes que nem eu, ainda não podem fazer e nem ficar ouvido ou vendo. Aí como as mães da gente que nos ama muito, muito mesmo, pede pra gente sair do quarto, da sala, dos lugares onde eles adultos estão conversando. Mas isso não é pra nosso mal e sim para nosso bem, pois elas nos amam e cuidam de nós. Foi por isso que a sua mãe concordou que você saísse do quarto comigo, porque ela te ama muito e cuida de você. Não é verdade?

-- É sim. -- Agatha sorriu descruzando os braços. -- A mamãe me ama muito e eu amo ela também, e amo a Amanda. Elas vão se casar e eu vou poder chamar a Amanda de mãe, ela vai ser minha segunda mãe aí eu vou ter duas mãe e uma irmã, você vai gostar de ser minha irmã? Eu vou gostar de ser sua irmã, você é legal. Ah você também vai ter duas mães porque a minha mãe vai casar com a sua. Então ela vai ser sua mãe também, legal né? A mamãe vai te deixar chamar ela de mãe também, a Amanda deixou eu chamar ela de mãe...

Natelly apenas sorria fascinada com o contentamento e desenvoltura da garotinha a sua frente. Gostou de Agatha assim que a viu, e agora havia chegado à conclusão de que, nem que não quisesse gostar dela, isso seria impossível, a pequena era um encanto de menina, tinha uma inocência, pureza, alegria, espontaneidade... Sorria fascinada com as explicações sinceras e empolgante de Agatha, que pelo visto seria sua futura irmã casula e que no momento já tinha traçado todos os pontos que queria para si, sorriu a fitando e em um ato automático a puxou em um abraço e lhe deu um carinhoso beijo na testa.

-- Eu vou amar ser sua irmã pequena! -- Confessou sincera a olhando sorrindo.

-- Legal! -- Comemorou feliz. -- E você quer chamar a minha mãe de mãe também? Se quiser eu peço pra ela deixar. -- Avisou.

-- Mais na frente vemos isso, está bem? -- Sugeriu sorrindo enquanto lhe fazia um carinho nos cabelos.

-- Tá bom. -- Concordou.

-- Mas me conta como tem tanta certeza de que a sua mãe vai se casar com a minha? Samantha quem te falou foi?

-- Foi. As duas estão namorando então elas vão casar, elas dormem juntas, só não esses dias porque a Amanda está aqui no hospital, mas quando a mamãe levou a Amanda lá pra casa elas...

-- A minha mãe foi pra sua casa? Mas como isso? Se ela estava em coma? -- Natelly indagou confusa.

-- Levou, no domingo, a gente até foi no parque e no cinema...

-- Espera. Espera aí, a minha mãe foi no cinema com a sua mãe?

-- E eu também! -- Declarou sorrindo.

-- Isso não está me ajudando. -- Natelly riu notando. -- Vamos fazer assim. Me conta tudo sobre a minha mãe e a sua mãe e você também. -- Riu. -- Me conta tudo desde o começo, tudo que você sabe, pode ser?

-- Aram. -- Concordou sorrindo e ajeitando-se na cadeira. -- Foi assim, a mamãe levou a Amanda lá pra casa, no domingo...

Agatha começou a contar e com detalhes sobre o tempo que Amanda passou em sua casa, com ela e com a mãe. Contou sobre os passeios, os jantares, as brincadeiras, o namoro delas... Natelly ouvia a tudo surpresa e admirada. Mas na metade da conversa elas foram interrompidas pela chegada de dois homens que chegaram correndo e entraram no quarto de Amanda.

-- O que foi que houve? -- Natelly estava preocupada. -- O que esses homens querem no quarto da minha mãe? -- Natelly indagou levantando-se da cadeira, estava ficando aflita, pensava que sua mãe estivesse passando mal ou coisa parecida.

-- Eles são seguranças do hospital.

-- Seguranças? -- Indagou surpresa virando-se para olhar Agatha que, permanecia sentada.

-- É. Mamãe me disse que eles são seguranças. Você não viu as armas deles? Mas porque eles estão no quarto da Amanda? -- Também estava curiosa.

-- É o que eu queria saber... -- Natelly advertiu séria. -- Eu vou lá ver! -- Falou decisiva indo em direção a porta.

-- Vai me deixar sozinha aqui? -- Agatha investigou já preocupada.

-- Ah é! -- Natelly voltou rapidamente e sentou-se ao lado da pequena. -- Me desculpa, eu fiquei preocupada e acabei esquecendo de você. Mas eu vou ficar aqui contigo. Me desculpa? -- Natelly sorriu a olhando.

-- Aram! -- Agatha sorriu de volta.

-- Que bom... -- Natelly observou e voltou a olhar a porta do quarto da mãe, estava preocupada.

-- Ah eu ainda não te contei tudo de quando a Amanda estava lá em casa. -- Agatha advertiu. -- Falta a parte da surpresa que a mamãe fez e eu ajudei e do desenho que eu fiz e dei de presente pra ela.

-- Olha... -- Natelly pegou ambas as mãos de Agatha enquanto a olhava sorrindo. -- Depois você me conta o resto, eu quero muito saber de tudo, mas no momento eu estou um pouquinho preocupada. Mas vou querer saber de tudo depois, tudinho mesmo.

-- Porque você tá preocupada? É porque os seguranças estão lá no quarto? -- Agatha indagou sem entender direito.

-- É sim! -- Natelly concordou. -- Vovô o que houve? -- Natelly indagou levantando-se preocupada ao vê-lo sair do quarto acompanhado pelos dois seguranças.

-- Nada demais querida. -- Disse parando em frente a neta. -- Foi só uma discursão boba. -- Mentiu.

-- Se foi boba, porque esses homens? O que o senhor aprontou dessa vez? -- Indagou séria.

-- Olha lá como fala com seu avô Natelly! -- Repreendeu a neta.

-- Desculpe...

-- Vamos senhor, as ordens são...

-- Eu sei qual é a ordem e me larga eu sei o caminho! -- Carlos falou aborrecido e saiu andando na frente, logo sendo seguido pelos seguranças.

-- Pai o que aconteceu? A mamãe está bem? -- Natelly perguntou a Fabrício ao vê-lo saindo do quarto.

-- Calma filha. -- Ele avisou. -- Sua mãe está bem, está um pouco chateada, mas está bem.

-- Mas o que houve?

-- Seu avô quer porque quer levar sua mãe de ônibus e a doutora Samantha negou fervorosamente até o pegou pelo colarinho e tudo, depois ele ofendeu a Marina e ela o esbofeteou e foi uma confusão só! – Fabrício disse rápido.

-- Vovô Carlos não tem jeito mesmo. -- Natelly notou sentida. -- Pai a mamãe é namorada da Samantha. -- Natelly avisou sorrindo.

-- Mas já? -- Indagou surpreso.

-- Sim.

-- Elas são rápidas. -- Advertiu rindo.

-- Tem mais...

-- Filha depois você me conta. -- Fabrício suspirou. -- Sua mãe me pediu pra acompanhar o senhor rabugento.

-- Pai!

-- Ah! Tu é igual tua mãe, eu hein! -- Riu. -- Deixa eu ir lá. -- Fabrício deu um beijo na filha e saiu na mesma direção que os outros três haviam ido.

-- Naty? -- Agatha a chamou, estava ao lado dela.

-- Oi linda? -- Natelly a fitou sorrindo.

-- Porque o seu avô estava zangado e saiu com os seguranças?

-- É porque ele... -- Natelly suspirou magoada. -- Nada demais. Ele teve uma discursão boba com a minha madrinha, a Marina e os seguranças estão levando ele para dar um passeio pra ver se ele se acalma. -- Sorriu.

-- Ahh... Mãe!? -- Agatha viu Samantha sair do quarto.

-- Oi meu amor. -- Samantha sorriu sincera ao ver a filha.

-- A Amanda vai ficar lá em casa? Porque o vô da Naty saiu zangado? O que aconteceu? -- Agatha fazia uma pergunta atrás da outra sem dar tempo da mãe responder nenhuma. -- Porque a senhora saiu do quarto? Eu posso entrar agora?

-- Calma filha. -- Samantha riu. -- Eu te explico depois. Eu sai porque precisava pensar.

-- Pensar em que? -- Agatha investigou olhando a mãe.

Samantha abaixou-se ficando a altura da filha. -- Filha, a mamãe está um pouquinho chateada. Por isso eu sai do quarto, vou pensar um pouco, para não fazer nada errado.

-- A senhora está chateada com que? É com a Amanda? -- Perguntou ficando triste.

Nesse momento quem saiu do quarto foi Marina, esta, ficou ao lado da afilhada.

-- Não meu anjo! -- Samantha disse voltando a sua atenção para a filha. -- Está tudo bem. A mamãe não está chateada com a Amanda! -- Sorriu.

-- Verdade mesmo?

-- Sim, é verdade.

-- A Amanda vai ficar lá em casa né? -- Agatha investigou curiosa.

Samantha desviou o olhar passando a fitar Natelly e Marina ao lado delas.

-- Eu já sei de tudo! -- Natelly avisou sorrindo.

-- Eu também! -- Marina observou.

-- Bem, quase tudo, a Agatha me contou sobre a mamãe ter ido pra sua casa, ter perdido a memória, enfim... -- Natelly completou.

-- Filha, você... -- Samantha fitava Agatha rindo. -- Deixa pra lá. -- Falou e beijou o rosto da filha e levantou-se voltando a fitar Natelly. -- Já que sabe de tudo... Aconteceu umas coisas e, e resolvi sair, vou dar uma volta por aí. -- Samantha avisou. -- Obrigada por ficar com a Agatha, se quiser entrar, eu vou levar ela comigo.

-- Ah não mãe... Nós já vamos embora?

-- Não filha. Vamos lá na minha sala, depois voltamos.

-- Ah tá.

-- Naty a sua mãe está tendo uma conversa com sua avó e acho melhor não interrompe-las. -- Marina advertiu.

-- O que elas estão... Não! Sério? -- Natelly investigou surpresa.

-- Sim. -- Marina sorriu. -- Eloá vai contar tudo!

-- Maravilha gente! -- Natelly comemorou. -- A vovó é legal, ela vai apoiar a mamãe vai ver.

-- É, desculpa, mas é o que eu estou pensando? -- Samantha indagou curiosa, estava contente, sua Amanda falaria sobre elas, com a mãe.

-- É sim, a Eloá vai contar sobre a vida dela, e principalmente sobre vocês. -- Marina confirmou e Samantha abriu um sorriso feliz.

-- Fico feliz... Bem, eu vou indo.

-- Se não se importar eu queria ir com vocês, posso? -- Natelly indagou um tanto envergonhada. -- É que eu quero saber de tudo, sabe sobre você e minha mãe, se não se importar em me contar claro. -- Sorriu.

-- Não, não me importo. -- Samantha sorriu.

-- Posso contar tudo que sei, se quiser.

-- Olha eu posso te contar sobre eu e Amanda, mas eu quero conversar com a Amanda, digo sobre saber tudo dela, da vida dela... Já havíamos combinado isso.

-- Claro, você está certa, bem certa! -- Natelly concordou. -- Vai com a gente? -- Natelly se referia a Marina.

-- Na verdade eu quero ir sim. -- Marina riu. -- Samantha? -- Marina olhou a morena séria e a conduziu a um canto, um pouco distante de Agatha. -- É... Não querendo me meter, mas já me metendo. -- Riu. -- Peço que tenha mais paciência com a Eloá e o pai dela, a relação deles é... é como você viu, ela ainda é obediente demais, quase tudo que o pai quer ela atende, meio que...

-- Submissa demais?

-- É! Olha ela ama, amo muito os pais a família e eles ainda não sabem sobre ela, e todo o resto, enfim... Peço que tenha muita paciência com ela, acredite ela já mudou e mudou muito depois que te conheceu, mas ainda tem essa obediência extrema ao pai, você viu, ela ficou daquele jeito, me repreendeu, sei que eu errei, mas enfim... -- Riu.

-- Você acha que eu peguei muito pesado com o pai dela? Ela ficou com muita raiva de mim não é? -- Samantha indagou sentida.

-- De jeito nenhum! Aquele velho rabugento teve o que mereceu. -- Ambas riram. -- Olha a Eloá não ficou com raiva de você, ela ficou foi desesperada depois que você saiu, pensava que você tinha ficado com raiva dela. Queria vir atrás de você e tudo. -- Marina riu.

-- Sério?

-- Sim, mas eu a impedi a roupinha azul não era muito adequada para desfilar pelo corredor de um hospital. 

-- Ah sim... -- Samantha também riu. -- Eu não fiquei com raiva dela, eu fiquei irritada sim, mas com toda a situação. Não consigo ficar irritada com ela, não mesmo!

-- Entendo... Samantha, outra coisa, é que eu quero saber o real motivo da vinda da Eloá pra cá. Pois a Agatha me disse sobre a estadia dela na sua casa, disso eu já sabia um pouco, li o diário, enfim, mas sua filha ficou triste ao tentar narra um assunto, segundo o que ela me disse vocês estavam na casa dos seus pais e ela quis banana e vocês...

-- Ela narrou o que aconteceu? -- Samantha a interrompeu olhando Agatha que brincava com Natelly não muito longe delas.

-- Ela até tentou, mas empancou, eu não insisti, percebi que o assunto a abala. Foi um assalto? -- Marina indagou curiosa e um tanto preocupada.

-- Não. -- Samantha suspirou cansada, ainda tinha tanta coisa para resolver sobre esse assunto. -- Foi uma tentativa de sequestro. -- Avisou ao voltar a fitar Marina. -- Tentaram sequestrar a Agatha.

-- Ai caramba, que desgraçados!

-- Pois é... Eram três um fingiu ser barroado por mim, eu toda preocupada sai do carro e a Agatha saiu também, ela foi pega por um dos homens e a Amanda pelo outro, ambos armados e encapuzados. -- Samantha suspirou triste e irritada, a sensação de culpa estava querendo a invadir novamente. -- Eu não consegui fazer nada a Amanda rendeu o homem que a segurava, mas eu não fiquei de olho nele e ele a machucou... -- Samantha parou de narrar lembrando detalhadamente da cena.

-- Sinto muito mesmo. -- Marina afirmou sincera. -- Olha se quiser pode falar outra hora, um outro dia.

-- Não, está tudo bem. A Amanda ainda não lembrou dessa parte, mas foi ela quem nos salvou, eu e a minha filha... -- Samantha afirmou feliz e orgulho agora. -- Vamos pra minha sala, eu peço o lanche... -- Samantha olhou a hora. -- Se bem que, quase meio dia já é hora de almoço. -- Riu. -- Pedimos o almoço e eu te conto tudo.

-- Ok.

-- O almoço da Amanda já deve estar chegando, servem ao meio dia. Adverti para ser sempre excelente, especial...

-- Tenho certeza que sim... Você tem uma irmã igual a você? Já que eu não posso me casar contigo eu ia adorar conhece-la! -- Marina falou séria e depois de um tempo as duas caíram na gargalhada. -- Desculpa, mas eu não aguentei ficar sem essa piada. -- Ria. -- Mas agora é sério, tu tem? -- Insistiu e riram novamente.

-- Olha ter uma irmã eu até tenho, mas ela é diferente de mim, um pouco na aparência e totalmente diferente na personalidade e pra completar o seu azar, eu acho, ela é hétero! -- Samantha avisou e riu da cara de insatisfação que Marina fez.

-- Ai que droga! -- Marina riu.

-- Mãe eu tô com fome! -- Agatha avisou

-- Oh meu amor. -- Samantha a beijou na testa. -- Ah... você está suada. -- Notou ao sentir o sabor salgado nos lábios.

-- Eu estava brincado com a Naty. -- Avisou sorrindo.

-- Eu vi. Brincando de correr. -- Samantha disse rindo. -- Vem, vamos comer.

-- Ebaaa... Naty nós vamos comer. -- Agatha voltou correndo para onde Natelly estava.

-- Você tem uma filha maravilhosa. -- Marina proferiu olhando Agatha.

-- Obrigada, ela é a minha vida. -- Samantha confessou. -- Vamos! -- Chamou já andando em direção a filha. -- Vamos filha...

 

* * * *

 

-- Filha isso é... incrível! -- Lúcia falou após ouvir atentamente a filha. -- Eu estou admirada com tudo isso. -- Confessou sorrindo.

-- Eu também mãe. -- Amanda sorriu contente. -- A Samantha foi a minha salvação, e não só literalmente. Eu a amo tanto mãe, e não me canso de dizer isso, a amo, quero tudo com ela, tudo! -- Confessou.

-- Meu amor... -- Lúcia beijou a bochecha da filha eufórica. -- Eu estou tão feliz por você estar feliz. Nossa eu fiquei tão aflita, angustiada com o seu desaparecimento e a cada dia que passava me preocupava mais e mais. E olha só onde você estava, sendo feliz. -- Observou sorrindo aliviada e risonha. -- Lógico que se eu ao menos imaginasse isso, ficaria mais fácil não se preocupar. -- Riu.

-- Pois é... Pena que ainda não lembro tudo, e porque voltei pra cá. -- Amanda lembrou. -- Mas logo lembro, e vou perguntar a Sam também. -- Sorriu animando-se.

-- Filha, não quero de deixar desanimada. Mas sabes que teu pai vai ser um problema não é? -- Lúcia a advertiu, ambas conheciam o pai e o marido que tinham.

-- Eu sei mamãe. -- Amanda suspirou sentida. -- Mas ele vai ter que entender mãe, ou pelo menos me respeitar. Não vou permitir que ele estrague a minha felicidade, não vou.

-- Seu pai é um bom homem meu amor, mesmo sendo do jeito que é, mandão, invasivo... No fundo, bem lá no fundo ele tem uma doçura, um carinho, ele vai entender, ele é seu pai, e te ama, mesmo não demonstrando isso, não de uma forma adequada, ele ama e isso o fará entender.

-- Eu torço para que sim, mãe... Mas que ele vai me deserdar de início ele vai! -- Amanda avisou triste, seus olhos marejaram e foi abraçada com todo amor e carinho pela mãe. -- Quando ele souber a verdade, ele... eu sinto que ele vai ficar furioso comigo, por ter o engando, por eu ser o que sou, por... -- Amanda soluçava nos braços de Lúcia, esta, a tentava confortar, lhe passando amor, carinho e palavras confiantes, confortantes... -- Eu tenho medo de perder o amor dele mãe, eu... eu o amo tanto, não... não quero pede-lo, mas se ele não me aceitar mais como filha, eu... eu não vou abandonar a Samantha, isso não mãe. Eu amo os dois, claro que de forma diferente, mas se o papai vier com a típica chantagem do “eu ou ela” eu fico com a Samantha mãe! Vou sentir tanto, vai doer muito, mas eu não vou mais me deixar levar pelo papai pelo que ele sempre me induz a fazer, não vou. -- Amanda já estava mais calma, chorava ainda, mas era silencioso, fitou a mãe e viu que ela também chorava. -- Me desculpa, não...

-- Shiii. -- Lúcia a interrompeu. -- Eu te entendo e saiba que terá meu apoio em qualquer que seja a sua decisão, independentemente da de seu pai!

-- Obrigada mãe... ai como eu fui burra em não ter te contado antes.

-- Não fala assim filha, tudo no seu tempo. -- Lúcia afirmou e sorriu lembrando-se de algo. -- Querida, não está com fome? A comida já deve estar fria, a moça veio deixar já faz umas meia hora. -- Lúcia avisou fitando a bandeja posta sobre o carrinho.

-- Não estou com fome. -- Amanda disse indecisa. -- Na verdade eu queria que a Sam tivesse aqui comigo. -- Confessou triste. -- Ela está demorando, mãe. Será que foi embora?

-- Claro que não filha, ela deve estar ocupada ela é médica, sei lá, mas pelo pouco que já a conheço e pelo que me contou, ela não é disso, viria aqui se despedir com certeza. -- Lúcia falou o que realmente pensava. -- E manda essa tristeza embora e coma sim! -- Amanda viu a mãe pegar a mesa bandeja e ajeitar perto dela, sobre suas pernas. -- Coma tudo que é para ficar boa logo e ser feliz! -- Lúcia sorriu alegre. -- Olha, ver? -- Destampou os pratos e a aparência da comida estava ótima. -- Sua namorada pensa em tudo. Vai comer sim!

-- Vendo essa maravilha quem que resisti? -- Sorriu animada, pegou um talher e logo levou um pouco da comida a boca. -- Amo peixe! -- Sorriu e pôs mais um pouco na boca. -- Pena que já esfriou um pouco se eu soubesse tinha comido logo. E a senhora, não vai comer não? -- Amanda investigou. -- Aquela outra bandeja ali não é a sua comida?

-- É sim e vou comer também. -- Avisou e logo arrumou-se também para comer. -- Está realmente muito boa. -- A senhora concordou, estava sentada no sofá. -- Filha me conta, como e quando soube que gostava de mulher e não de homem. Com que você já namorou? Sabe eu imagino, desconfio, mas não tenho certeza. -- Lúcia sorriu fitando a filha.

-- E de quem a senhora desconfia? -- Amanda investigou também rindo.

-- A primeira é a Marina e a segunda é a Carol e tem aquela moça lá da empresa, a que é a sua secretária.

-- A Lígia.

-- É, essa mesmo. O Carlos passou foi meses me atormentando para eu conversar com você, que ela era sapatão, que era pra você demiti-la, pois o povo estava falando e que isso e que aquilo... -- Lúcia disse fazendo gestos e Amanda não pode deixar de rir. -- Pois é, eu desconfio de que você namorou essas três. Estou certa? -- Sorriu.

-- Tem duas em questão que sim. -- Amanda falou depois de uma garfada da comida e um cole de suco.

-- Quais? -- A senhora indagou curiosa.

-- A Marina foi a minha primeira namorada, foi com ela que me descobri lésbica, apaixonada e... enfim... -- Amanda riu um pouco envergonhada.

-- Que fez sex* pela primeira vez? Amor? Transou? Sei lá... -- Lúcia riu embaraçada. -- Enfim, ela foi sua namorada. Por quanto tempo? Eu lembro que vocês eram muito amigas, é... não era só amigas, mas enfim, sempre foram próximas e ainda são até hoje. -- Constatou.

-- Eu namorei com Marina por quatro anos. Depois nós percebemos que nosso amor de namoradas tinha se transformado em amor só de amigas, e decidimos terminar e ser apenas amigas. Marina é uma amigona, sempre foi, nos amávamos sim, mas ele se transformou em uma bela amizade -- Amanda sorriu lembrando.

-- Entendo... Ah eu lembrei de outra coisa. Como o Fabrício se encaixou se encaixa em tudo isso?

-- Fá é outro amigo, o marido perfeito! -- Amanda gargalhou. -- Fá é meu melhor amigo, amigão, um bom homem um excelente pai, ama as duas filhas linda que tem.

-- Espera ai. -- Lúcia indagou confusa. -- Como assim duas filhas? Ele tinha namoradas também? Claro que devia ter, afinal... afinal como era que vocês... como era a relação de vocês? Ele descobriu que você gostava de mulher ou você contou? Eu estou confusa. -- Confessou.

-- Normal mãe. -- Amanda riu. -- Nosso casamento foi o maior erro, mas um erro maravilhoso.

-- Hein?

-- Digo da Naty, entre outras coisas. Foi assim... -- Amanda narrou desde quando conheceu Marina, sobre as incertezas do casamento dela e de Fabrício, contou como ambos revelaram que não se amavam... Lúcia ouvia a tudo incrédula, era muita informação para absorver, mas ao mesmo tempo divertida de se ouvir.

-- Filha sua vida foi uma aventura. -- Verificou rindo. -- Descobrir na lua de mel que não se amavam e ainda que um traiu o outro, eu estou... admirada. 

-- Pois é...

-- Me conta mais. Como foi a decisão de ficar nesse casamento de fachada? Quem é a namorada de Fabrício? Ah e a filha é bonita? Tem quantos anos?  Quando se separou da Marina, você namorou a Carol não foi? Pois pelas minhas contas, só pode ter sido ela, a Lígia veio depois e você disse que só namorou duas das que eu falei... Vai mulher conta.

-- Ei senhorinha, calma! -- Amanda riu divertida da urgência da mãe em querer saber tudo. -- Foi sim. A Carol foi minha segunda namorada, eu a conheci através da Marina, Carol quem fazia a escolta dela, e depois de uns meses a gente começou a namorar.

-- O Fabrício sabia delas?

-- Sim. No mesmo dia em que nós resolvemos contar a verdade um para o outro, decidimos que nos divorciaríamos. Curtimos a “lua de mel”. -- Amanda disse fazendo aspas. -- E assim que retornássemos daria entrada no processo, aí foi quando aconteceu a junção das empresas, mas mesmo assim estávamos decididos. -- Amanda disse e tomou um pouco de suco. -- Hum... No entanto, eu soube que estava grávida da Naty e resolvemos levar adiante e até hoje. Fá, teve as namoradas dele, mas a uns anos ele casou de vez com a Camila, não um casamento no papel mesmo, pois somos casados, mas ele construiu uma família, na verdade somos todos uma família só, a Camila sabe de tudo também.

-- Essa Camila que você fala, é a da empresa?

-- Essa mesma. Camila se tornou uma amigona também, eles dois tem uma filha linda a Gaby, Gabriele, tem oito anos.

-- Ah eu já vi ela. Ela tem os olhos azuis, e o cabelo meio cacheados, linda ela. Estou impressionada com tudo isso...

 

* * * *

 

-- Cida sua comida estava magnifica, como sempre! -- Alexsandra admitiu sincera enquanto degustavam da sobremesa. O almoço foi regado de conversas corriqueiras e uma vez ou outra uma olhada carinhosa entre Alexsandra e Laila.

-- Que bom que gostou, e muito obrigada. -- Cida agradeceu contente a olhando sorrindo. A mesa era redonda. E estava disposta começando por Cida e sentado à seu lado esquerdo o marido, e ao lado dele estava Mônica, depois Cecilia em seguida Alexsandra, Laila e Michael ao lado direito de Cida. 

-- Verdade querida, estava uma delícia. -- Francisco concordou com Alexsandra.

-- Obrigada, obrigada... -- Cida falou fazendo uma leve reverencia e todos riram.

-- Bem, como hoje a louça não é minha eu vou subir. -- Mônica advertiu levantando-se. -- Com licença família e agregada, Alex. -- Falou olhando Alexsandra sorrindo. -- Vamos, amor? -- Chamou por Cecilia.

-- Eu vou depois, amor. -- Avisou calma olhando a namorada. -- Vou só ajudar a Laila a tirar a mesa e já subo.

-- Ok. -- Mônica aderiu lhe dando um beijo no rosto e saiu.

-- Já que hoje também não é meu dia de lavar a louça eu vou jogar vídeo game. -- Michael avisou levantando-se também. -- Alex, quer jogar?

-- Filho para de encher a moça com isso! -- Francisco o advertiu.

-- Mas ela que disse para eu chamá-la. -- O menino avisou.

-- Foi sim seu Francisco. -- Alexsandra observou.

-- Sendo assim, pode ir com ele se quiser. -- O homem sorriu.

-- Vai Alex, eu vou lavar a louça e depois vou lá com vocês. -- Laila a incentivou.

Alexsandra olhou Laila pensativa, não era justo e nem cavalheiro de sua parte deixa-la lavar a louça sozinha, não quando ela estava ali, e poderia ajuda-la, mesmo não tendo a menor desenvoltura com os pratos, talheres e uma pia.  

-- Vamos Alex. -- Michael a tirou dos pensamentos, estava animado.

-- Vamos fazer assim, eu ajudo a Laila com a louça e depois nós vamos, pode ser? -- Alexsandra sugeriu. -- Vai ser rapidinho. -- Completou sorrindo.

-- O que? -- Cida inqueriu interrompendo. -- Nada disso! Você é nossa convidada, não vai lavar a louça. -- Cida observou olhando Alexsandra.

-- Cida, não tem nada a ver isso, não custa nada eu ajudar. -- Alexsandra achou. -- Confesso que não sou uma exímia em lavar louça, mas eu acho que dou conta. -- Observou rindo e logo começou a recolher os pratos.

-- Laila, não vai dizer nada? -- Cida inqueriu olhando a filha.

-- Eu? O que? -- Laila observava Alexsandra admirada. Estava em transe a olhando, observando o empenho da morena em querer ajuda-la com a louça, quando foi desperta pela mãe. -- Alê, deixar isso aí que eu lavo, não precisa me ajudar, acabo rapidinho. -- Laila falou pegando os pratos que estavam nas mãos de Alexsandra.

-- Nada disso, eu te ajudo! -- Alexsandra pegou os prados de volta.

-- Quer parar com isso? Você é convidada, eu vou lavar! – Laila, novamente pegou os pratos das mãos da namorada. 

-- Não, eu...

Francisco, Michael e Cecilia riam divertidos da briga das duas mulheres junto às trocas de mãos dos pratos. Cida as olhava também rindo, mas logo preocupou-se ao ver seus pratos passando de uma mão para a outra, pratos esses que tinham sido um presente... Ela viu a hora que eles parariam no chão quebrando-se em pequenos pedaços e foi com esse pensamentos que resolveu acabar com a situação.

-- Vocês duas? -- Disse alto assustando-as. -- Ai Jesus, meus queridinhos! -- Cida correu e pegou os pratos das mãos de Alexsandra e os colocou dentro da pia, enquanto o marido, o filho e a nora riam divertidos. -- Ok. Alexsandra, já que quer ajudar, você enxagua e Laila lava. E com cuidado! Eles foram presentes da minha avozinha que já se foi. -- Advertiu e logo sorriu para quebrar o clima meio tenso.

-- Presente? -- Alexsandra inqueriu olhando Cida. -- Aí, não quero mais pegar neles não! -- Confessou rindo.

-- Mas ahh... -- Cida disse rindo. -- Faz o que quiser. -- Cida deu de ombros. -- Eu vou pro meu quarto dormir. -- Proferiu já saindo. -- Só espero encontrar meus pratinhos inteiros quando acordar!

-- Ei? -- Alexsandra inqueriu indignada, fazendo todos rirem.

-- Alex, eu vou estar no meu quarto, se quiser jogar sobe lá. -- Michael disse e saiu, sendo seguido pelo pai e por Cecilia que, resolveu deixar as outras duas sozinhas.

-- Porque que insistiu em me ajudar? -- Laila investigou olhando Alexsandra sorrindo.

-- Ah, eu só não achei justo te deixar arrumar tudo sozinha, sendo que eu podia te ajudar. -- Alexsandra confessou sorrindo. -- Mas tem um probleminha. – Riu torto.

-- Você nunca lavou uma colher não é? -- Laila investigou já rindo.

-- Ai que horror! -- Alexsandra fingiu estar indignada. -- É isso que pensa da sua namorada? -- Inqueriu sorrindo aproximando-se mais um pouco de Laila.

-- Mais ou menos... -- Laila disse rindo a olhando.

-- Pois fique sabendo que já lavei louça sim! -- Alexsandra olhou em direção a porta de acesso da cozinha para um corredor e depois a sala, este estava vazio. Voltou a fitar Laila e a abraçou pela cintura colando os corpos.

-- Alguém pode ver... -- Laila advertiu olhando na mesma direção que a namorada tinha olhado antes. 

-- Não, é rapidinho. -- Alexsandra a fez olha-la e a beijou com carinho.

-- Alê, ainda não podemos ficar assim, no meio da cozinha. -- Observou. -- Vamos cuidar na louça. -- Laila desvencilhou-se de Alexsandra e começou a pegar o restante da louça sobre a mesa. Alexsandra não insistiu, sabia que a namorada estava certa. E então começaram a arrumar a cozinha. Alexsandra limpou a mesa e enxaguou a louça que Laila lavou.

-- Você é sempre assim? -- Alexsandra investigou assim que elas haviam terminado todo o serviço.

-- Assim como? -- Perguntou Laila sem olhá-la, estava lavando suas mãos.

-- Sempre dedicada em tudo?

Laila olhou para Alexsandra. -- Sim, sempre dou o melhor de mim, e nesse caso da louça, hoje era o meu dia de lavar. -- Laila sorriu. -- Agradeço por ter me ajudado, mas não precisava. Sei que vocês, digo você e seus irmãos, não precisaram e nem precisam fazer isso se não quiserem, mas eu estou acostumada a dar duro sempre, sou o que sou e tenho o que tenho hoje graças a isso.

Alexsandra a admirava mais ainda por isso, nunca gostou de trabalhar em casa, limpar, lavar, fazia às vezes por intervenção dos pais, era verdade, tinham empregados para tudo e ela ainda tem. 

-- Você sempre me ensina algo sabia? E te agradeço por isso. -- Falou se aproximando mais de Laila e a enlaçando pela cintura.

-- O que vai fazer? -- Laila perguntou, mas já sabendo a resposta e por isso não podia deixar, alguém poderia aparecer a qualquer momento e pensando nisso se desfez do abraço de Alexsandra rapidamente.

-- Nem um beijinho? -- Alexsandra investigou a puxando de volta.

-- Não senhora. -- Riu saindo de perto de Alexsandra novamente. -- Não podemos meu irmão ou meus pais podem aparecer a qualquer momento.

-- Tem razão, certa como sempre, mas...

-- Mas nada. -- Interrompeu Laila fingindo seriedade e já ia saindo da cozinha quando foi pega de surpresa pelo braço e praticamente arrastada para área de serviço por Alexsandra, que queria mais um beijo dela a qualquer custo. Alexsandra fechou a porta e a encostou na mesma, cheia de desejo.

-- Pronto. Questão número um resolvida, agora a segunda.

Alexsandra capturou os lábios de Laila numa rapidez e ávidade tremenda em busca de aplacar sua vontade por um beijo da mulher menor em seus braços, essa retribuiu com o maior prazer aos beijos, e toques às vezes lentos, outras mais fortes.

-- Você é maluca! -- Laila disse ofegante.

-- Isso é ruim? -- Alexsandra indagou sorrindo ainda ofegante.

-- Depende?

-- Do que? -- Alexsandra fazia um carinho no rosto de Laila.

-- Se eu for ganhar mais um beijo desses eu até aceito sua maluquice. -- Sorriu cínica e Alexsandra a beijou novamente.

Depois de uns beijos carinhosos na área de serviço Alexsandra e Laila foram se juntar a Michael no quarto do mesmo. Alexsandra começou uma partida e logo venceu, Michael pediu revanche e conseguiu vencer... Laila apenas os observava rindo divertida, não sabia jogar, e mesmo com a insistência da namorada dizendo que a ensinava, não quis. Mônica e Cecilia se juntaram a eles e logo Mônica também entrou na brincadeira, quem perdia a partida saia e o outro da vez entrava. Ficaram nessa brincadeira, conversavam casualidades, riam divertidos e um e outro comemoravam a vitória da vez.

-- Pega! -- Alexsandra comemorou mais uma vez sua vitória no jogo de vídeo game.

-- De novo! E eu que pensei que era o melhor nesse jogo. -- Michael confessou rindo.

-- Aí mané, perdeu e perdeu feio! -- Mônica ria divertida.

-- Ah nem vem, que tu perdeu também. -- Michael advertiu e logo gargalhou com a cara de contrariedade da irmã. -- Vai é bom jogar na cara dos outros que perdeu né, eu estou gostando. -- Disse fingindo-se indiferente.

-- Besta! -- Mônica disse lhe bagunçando os cabelos.

-- Ei? -- Ele reclamou. -- Eu estava com meu penteado da hora! -- Advertiu enquanto ajeitava os cabelos passando as mãos por ele.

-- Da hora? -- Mônica indagou incrédula. -- Só se for do já passou DA HORA de corta essa moita aí! -- Gargalhou da cara indignada que o irmão fez.

-- Laila tua acha que meu cabelo está feio? -- Michael investigou com quem ele realmente confiava.

-- Olha, ele até está bonitinho assim. -- Riu. -- Mas acho melhor você cortar um pouquinho, vai ficar muito melhor. -- Afirmou sincera. 

-- Então tá. -- Deu de ombros. -- Amanhã depois da aula eu corto. -- Concordou.

-- Oh pirralho porque tu nunca me escuta? -- Mônica indagou fingindo estar sentida. -- Era que EU tinha dito, porque só é a Laila?

-- Porque ela é confiável já tu não sei não... -- Michael riu em deboche e quase não de tempo de desviar da almofada que Mônica jogou sobre ele. -- Errou... -- Michael só tinha tido tempo de dizer “errou” e logo sentiu outra almofada, esta sim lhe acertou em cheio no rosto. -- Peste! -- Riu jogando a almofada de volta na irmã que, desviou sem problemas.

-- Ei já chega! -- Laila advertiu séria. -- Querem um lanche? Quer Alê? -- Sorriu fitando Alexsandra que ria divertida dos cunhados.

-- Não sei...Que horas é essa? -- Alexsandra indagou depois de ter casado o celular, logo lembrando de que ele estava no quarto de Laila.

-- Quatro. -- Michael avisou. -- Quatro e cinco na verdade. -- Riu.

-- Eu tenho que ir. -- Alexsandra disse desanimada.

-- Já? -- Michael que indagou desgostoso. -- Ah fica mais um pouco, lancha com a gente depois você vai. -- Sugeriu sincero, havia gostado de Alexsandra, da presença dela, já a considerava uma amiga. Apesar da diferença de idade, os dois se entenderam bem.

-- É Alê fica depois você vai. -- Laila insistiu a fitando sorrindo, também não queria que a morena se fosse.

-- Ok, eu fico! -- Alexsandra declarou contente, além de não querer ir, negar algo para Laila era impossível, ainda mais vendo o sorriso da namorada a pedindo para ficar.

-- Legal. Vamos ao lanche. -- Foi Mônica quem disse. -- Amor da minha vida, linda... -- Mônica disse distribuindo beijos no rosto de Cecilia.

-- Sei... -- Cecilia riu a olhando. -- Diz logo o que você quer. -- Advertiu.

-- Ei, não posso mais te elogiar não? -- Fingiu-se embravecida.  

-- Pode. Claro que pode, deve! -- Cecilia sorriu e a beijou. -- Mas esse que fez agora a pouco foi suspeito. -- Riu. -- O que você quer?

-- Ah maldade! -- Mônica riu. -- Alex você concorda com isso?

-- Sei de nada. -- Alexsandra avisou levantando as mãos e todos riram.

-- Vamos gente. -- Laila sugeriu.

-- Amor faz meu suco preferido que só você sabe fazer. Faz? -- Mônica indagou com uma cara de pidona.

-- Eu sabia! -- Cecilia riu. -- Faço sua boba.

Todos se dirigiram animados a cozinha. Ao passarem pela sala viram Cida assistindo e fazendo um crochê, Francisco falava com alguém ao celular, os cumprimentaram e completaram o percurso até a cozinha. Laila e Cecilia preparam os sanduiches e o suco enquanto todos conversavam divertidos no ambiente. Sentaram-se a mesa para comerem e este momento seguiu animado entre risos e mais conversas triviais. Ao termino, todos limparam e arrumaram tudo. Alexsandra advertiu que tinha que ir para casa, já havia ficado tempo demais, embora sua vontade você de ficar ali ao lado de Laila e da família dela, sabia que não podia e que já estava mais que na hora de despedir-se de todos, inclusive da namora. 

-- Tchau Alex e obrigada por ter vindo. -- Cida disse depois de abraça-la com carinho.

-- Obrigada você, Cida. -- Sorriu sincera. Já havia de despedido dos outros, Cida era a última, a penúltima na verdade, ainda faltava Laila. -- Tchau gente, foi um prazer e desculpa qualquer coisa.

-- Que nada, volta sempre. -- Cida avisou.

-- Eu te acompanho. -- Laila disse sorrindo e logo as duas saíram.

-- Então tchau... -- Laila disse sorrindo ao chegarem ao lado do carro. -- Eu amei você ter vindo, tudo!

-- Eu também linda. -- Alexsandra aproximou-se. -- Queria te dar um beijo. -- Admitiu.

-- Meus pais podem ver.

-- Eu sei. -- Alexsandra concordou olhando em direção a casa. -- Já sei. -- Destravou o carro e abriu a porta. -- Entra. -- Sorriu.

Laila não questionou e logo entrou. Alexsandra deu a volta rapidamente e também entrou.

-- Você pensa em tudo, não? -- Laila falou rindo. 

-- Tudo para te ter assim... -- Alexsandra fez um leve carinho no rosto da namorada e a puxou para um beijo amoroso e calmo. -- Agora sim uma despedida descente da minha namorada. -- Declarou sorrindo.

-- Foi sim. -- Laila sorriu também contente. -- Tchau, até amanhã.

-- Até amanhã... -- Disse e a beijou novamente.

-- Eu tenho que sair. -- Laila disse desgostosa.

-- Eu sei. -- Alexsandra suspirou vencida. -- Tchau amor. -- Sorriu.

-- Tchau amor. -- Disse e depois de mais um beijo foi que Laila saiu do carro e Alexsandra arrancou com o carro.

 

    

 

  

Fim do capítulo

Notas finais:

Oi queridas, demorei mais está ai! Espero que tenham gostado! ^^

As coisas andam meio corridas por aqui, mas enfim... 

Quanto aos comentários eu li e amei todos, de verdade, só que ainda não deu de responder a todos. Mas peço que comentem sempre! *-* Respondo quando der, mas leio todos, assim que dar também, kkk mas leio! E vou responder. 

É isso, quero voltar logo, quero mesmo! 

Beijão no coração de vocês!:)


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Comentários para 28 - Capítulo 28:
Andreia
Andreia

Em: 09/09/2024

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Lea
Lea

Em: 09/10/2021

Um capítulo melhor que o outro!!

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rhina
rhina

Em: 09/07/2020

 

Carlos não perde a oportunidade.

Rhina

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Marilia
Marilia

Em: 05/10/2015

mela mor de toda a nação n demora para postar eu amo demais tua estória bjs parabéns

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Taciele
Taciele

Em: 04/10/2015

Capitulo muito bom 

Alex e Laila cada vez melhor anciosa para a primeira vez das duas 

Parabéns pela história!!!

Até o proximo capitulo.

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NayGomez
NayGomez

Em: 04/10/2015

Esse pai da Eloá é um saco, que ainda vai fazer inferninho na vida de Samanta e Eloá, o boom é  que elas podem contar com muitas pessoas  :) . Agora Alex e Laila sao lindas eu amei a junçao das duas pois elas tem personalidades bem diferentes enquanto a Laila é a meiguice e compreensão em pessoas a Alex é eletrica e Alegre uma completa  Outra e eu ameii,  *-* agora eu acho que a Vick vai ser o maior problemas delas.  Enfim quero mais CAP *O* nao demore muito Enny pliis! 

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Mag Mary
Mag Mary

Em: 04/10/2015

Ain que fofa a mãe da Amanda, entendeu e aceitou tudo numa boa, que linda.

A Alex esqueceu o celular no quarto da Laila, será que alguém aí vai ligar pra ela rsrs

Bjus

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