CapÃtulo 3 - O que não tem remédio...de dia mudam-se as perspectivas
Acordei ainda sem saber onde estava mas toda arrepiada de frio. O quarto estava gelado e o cobertor tinha caído para o lado. Meio zonza, puxei-o de volta até ao meu pescoço, virei para o lado oposto e continuei a dormir.
Algum tempo depois abri os olhos e permaneci na preguiça, a cama era definitivamente muito boa.
Claro que minha paz associada a muita preguiça não durou muito tempo. Mal lembrei-me de onde estava e em que circunstâncias, pulei daquela cama enorme e quase quebrei o pé na porcaria de um candeeiro enorme e de péssimo gosto que ficava entre a cama e uma mesa ou secretária, sei lá.
O quarto estava quase na penumbra mas devido às cortinas pesadas, eu sabia que já era dia e sendo assim precisava agir e depressa. Corri as cortinas e o sol feriu os meus olhos, tive vontade de fechar tudo de novo mas o dever era mais importante.
Peguei a minha bolsa atrás de todos os instrumentos que me ligavam ao mundo e à civilização.
Telefone? Fora de área.
Tablet? Sem conexão à internet.
Telefone de novo...sem conexão à internet.
Claro que me segurei para não arremessar tudo contra a parede branca que parecia zombar com a minha impaciência. Branco simboliza calma, paz e eu queria matar qualquer um que aparecesse à minha frente naquele momento.
Milhões escorriam em vão...meu negócio do ano perdera-se por causa de um incêndio idiota provavelmente provocado pela negligência de algum imbecil. Mais uma vontade quase incontrolável de quebrar tudo.
Mas não quebrei nada, não podia, adiantaria alguma coisa? Não. Eu não faço nada em vão, nem quebrar aparelhos eletrónicos.
Sentei-me na cama com o meu laptop sobre as pernas e comecei a trabalhar. Não tinha mais nada para fazer diante daquele cenário de guerra. Algum tempo depois meu estômago lembrou-me que precisava recheá-lo para manter-me viva e saí da cama.
Fui à varanda ver o cenário horrível ao qual estava confinada. Verde, muito verde e mais nada. Respirei resignada e cheia de fome. Olhei para os contornos da varanda e vi uma guitarra, alguns livros, um bloco de notas, caneta, um lenço enorme verde caído ao chão e uma garrafa de água pela metade. Franzi a testa para logo de seguida lembrar-me da adolescente. Estava confinada num quarto com uma adolescente que tocava guitarra e lia milhões de livros ao mesmo tempo, era só o que me faltava.
Entrei no quarto no momento em que a doida voltava da rua. Ela olhou-me de cima abaixo o que aumentou a minha irritação matinal. O olhar foi tão intenso que me senti nua...bom, estava quase nua, só usava meu conjunto de lingerie. Normalmente durmo nua, mas com o ar condicionado a 16 graus e tendo a companhia de uma estranha, achei mais prudente dormir com alguma coisa no corpo.
--Bom dia!
--Bom dia! - Respondi mais por educação ou o que restava dela. Bom dia para quem?
Ela sorria e claro que me senti mais irritada. Eu queria acabar com o que restava do mundo e ela sorria como se exalasse felicidade? Louca!
--Não sei do que gosta para café da manha mas trouxe donuts e café com leite. - Ela disse com aquele sorriso que me irritava cada vez mais.
--Obrigada pela gentileza. - Claro que usei um tom carregado de ironia. - Para café só frutas e um expresso. - Mentira deslavada, mas não queria muita conversa com aquela estranha.
Ela colocou o pacote na mesa perto da porta e passou por mim indo em direção à varanda.
--Alguma novidade?
--De quê?
Como de quê? Aquela idiota não estava interessada em sair daquela situação?
--Disseram quando vamos sair daqui? - Tentei manter uma voz pausada mas estava com muita raiva daquele ar blasé daquela adolescente. Mas esperar o quê de adolescentes?
--Nada de novo...sem previsão para sairmos daqui.
Assim, na maior tranquilidade do mundo. Claro que ela não tinha nada para fazer e ficar perdida no meio do nada era apenas mais uma aventura, já eu tinha um negócio de milhões em jogo. Suspirei alto e dirigi-me ao banheiro.
Fechei a porta e olhei-me ao enorme espelho que tinha numa das paredes, o banheiro era pequeno e aquele espelho dava a sensação de mais espaço. Eu estava acabada, olheiras e o cabelo que mais parecia um ninho de aves. Não pude evitar uma comparação à adolescente que tinha um semblante fresco e irradiava vida. Mas ela não tinha dormido numa cadeira na varanda?
Tirei as peças que usava, coloquei em cima do lavatório e entrei no box. Bati a cabeça numa espécie de suporte para shampoos e afins que na minha opinião não tinha nenhuma razão para estar na posição em que estava.
--Droga!
A água era forte, menos mal. Deixei que corresse com força sobre a minha cabeça, precisava pensar e estar com a cabeça fria era imprescindível.
Tudo ia muito bem quando precisei usar shampoo. Claro que tinha esquecido, e o esquecimento não se resumia a ter deixado na mala, eu simplesmente não levara um shampoo. Nada de novo, eu sempre esqueço alguma coisa nas minha inúmeras viagens.
A diferença é que quase sempre fico em excelentes hotéis onde abundam amostras de shampoos mais ou menos confiáveis. Agora estava numa coisa perdida no meio do nada em que só havia um sabonete e que só foi usado por mim por estar fechado. Meu cabelo não pode ficar sem shampoo...
Sai do box pingando agua pelo chão e procurei no armário que ficava abaixo do lavatório. Claro que estava atrás de algum produto da menina. Estranho? Sim, mas se não tem outra opção, porque não? O meu cabelo é que não ficaria impraticável, jamais.
Nada nos armários, nem vestígios de que aquela menina também usava o banheiro. A praticidade gritou alto, enrolei-me numa toalha e fui pedir socorro à adolescente.
Ela estava deitada na cama de costas para mim e ouvindo musica. Chamei moça, moça, várias vezes e ela não reagiu...música em altos berros, coisa de adolescente.
Atravessei o quarto e fiquei à frente dela que mais uma vez olhou-me com uma intensidade esquisita. Ela parecia atordoada e eu não entendi nada, e nem queria entender, só estava interessada num shampoo para o meu cabelo.
--Desculpa...não ouvi.
--Musica alta destrói os tímpanos.... - Não pude evitar o uso do sarcasmo tão característico da minha personalidade.
--Não está alto, apenas preciso concentrar-me e musica ajuda.
Não entrei no mérito da coisa...concentrar-se para quê?
--Desculpa perturbar a tua concentração, mas esqueci meu shampoo em casa e meu cabelo não pode ficar sem...posso usar o teu? - Senti-me uma idiota por depender de shampoo alheio mas quem manda ter cabeça no ar.
--Claro que sim. - Ela desceu da cama e foi procurar o bendito shampoo na bolsa.
Eu fiquei parada e pingando água...ridículo.
--Não deixei no banheiro porque imaginei que pudesse não gostar...--Disse entregando o shampoo. Senti algo estranho mas não dei importância.
Ia fechar a porta do banheiro para terminar o banho quando ela disse mais coisas que fugiam à ideia inicial que tinha criado na minha cabeça...
--Pega meu gel de banho também, com certeza é bem melhor do que o sabonete do hotel. - Ela entregou-me o gel e o sorriso permanecia no rosto, o mesmo de sempre.
--Obrigada.
--Disponha, peça o que quiser, afinal estamos juntas nessa aventura...
Terminou a frase e voltou à posição anterior, deitada na cama, ouvindo musica e de costas para mim.
Aventura...adolescente.
O shampoo dela era maravilhoso, ou então meu cabelo precisava dele porque ficou macio e muito cheiroso. O gel de banho era quase comestível de tão bom...fiquei algum tempo acariciando o meu corpo com aquele toque de seda. Precisava muito daquele banho, senti-me outra ao terminar. Passei o difusor nos fios, desse eu não esquecia nunca, nem podia ou ficaria com o cabelo ridículo, vesti roupas limpas, guardei as usadas e deixei o quarto disposta a sair para comer alguma coisa e depois embrenhar-me no trabalho, afinal era a única coisa que podia fazer naquele fim de mundo.
A menina continuava na mesma posição, só que agora escrevia no tablet. Pensei em sair sem dizer nada mas ela tinha sido tão educada que resolvi mudar um pouco a minha atitude.
Mal percebeu minha presença, ela tirou os fones dos ouvidos e abriu aquele sorriso. Pela primeira vez reparei que ela tinha covinhas na bochecha e bem acentuadas quando sorria. Reparei também que tinha um olhar misterioso e olhos lindos, de um tom estranho de verde, ou cinzento, não era fácil distinguir, ah e maças de rosto muito acentuadas...a adolescente era bonita e era percetível uma mistura entre os progenitores que dera muito certo.
--Obrigada pelo shampoo e gel de banho. Deixei no banheiro já que provavelmente vamos usar mais vezes e isso não me irrita. Vou sair para tomar café...
Ela sorriu e eu não entendi porquê...aquela menina era doida.
--Acho que vai ter de comer meus donuts. O hotel só serve café da manhã até às 10 e já passa do meio-dia.
Olhei para ela com alguma incredulidade, já passava do meio-dia? Eu dormira tanto assim? E as olheiras? Mil coisas passaram pela minha mente em segundos...até aí nada de novo.
--A sério? Não percebi o avançar das horas...
--Ah, e não servem outras refeições...só o café da manhã.
--E existem lugares decentes onde se possa comer?
--Não sei, só desbravando...
Ela sorriu daquele jeito e as covinhas ficaram muito evidenciadas. Às vezes parecia que ela debochava da minha cara, mas não levei a sério, estava com fome...muita fome.
Sem pensar muito, ataquei o pacote de donuts que ela trouxera e tomei o café com leite que mesmo morno estava delicioso.
Depois de saciada a minha fome, fui mexer mais uma vez no telefone e afins para novamente sentir-me frustrada. A menina estava na cama e foi a minha vez de ocupar a varanda para trabalhar.
Passou-se algum tempo, pouco ou muito, estava sem noção de nada perdida naquele fim de mundo. Tinha trabalhado bastante mas sentia-me irritada por não poder sair dali, por não poder ter contacto com o resto do mundo. Senti falta das minhas conversas intermináveis com Susan ao telefone, senti tanta saudade de Scout e da arrogância dele. Estava irritada e aquilo era no mínimo contagioso.
A menina apareceu na varanda e eu me lembrei que ela existia...não estava com a menor vontade de conversar e muito menos com uma estranha.
--Vou sair para comer e tomar ar, quer alguma coisa?
O excesso de gentileza daquela mulher já começava a me irritar.
--Nada obrigada, só preciso de concentração e silêncio para trabalhar. - Fui extremamente indelicada, eu sei disso, mas a irritação me cega.
--Ok, não vou incomodar o seu trabalho, Já percebi que é uma mulher muito ocupada...a propósito, como se chama? Disseram-me na receção ontem mas no meio da confusão esqueci completamente...
Arregalei os olhos, como assim? Mas ela estava certa, estávamos no mesmo quarto há algum tempo e não sabíamos o nome uma da outra.
--Catherine! -Disse olhando nos olhos dela.
--Skya!
--Diferente...
--Umhum...tchau.
Ela saiu e eu fiquei parada olhando para a vista do quarto. Jamais conhecera alguém com o nome de Skya. De repente ela pareceu-me adulta para a figura de adolescente que tinha, bom, pelo menos eu achava que a figura dela era de adolescente. Eu não usava aquelas roupas...deixei as conjeturas sobre minha companheira de quarto para lá e voltei ao trabalho.
Quando estou focada no trabalho esqueço de comer. Horas passaram e o único movimento que fiz foi sair da varanda e sentar-se na secretária no quarto, era muito melhor para escrever.
Levei um susto quando senti uma mão no meu ombro. Por mais focada que estivesse, a mão era quente e suave, impossível não reagir. Pulei da cadeira para imediatamente me sentir uma idiota diante do olhar da menina...Skya, é esse o nome dela e não dá para esquecer.
--Desculpa...desculpa, não quis te assustar...
Ela ficou extremamente vermelha e por incrível que pareça deu-me vontade de rir, mas não o fiz. Ela era uma adolescente, definitivamente.
--Não me assustaste... estou a trabalhar.
--Não precisa de um pouco de descanso? O final de tarde por aqui é estimulante...
Estimulante para quem? Para quê? Que menina doida...
--Vou ficar por aqui mesmo, ainda preciso fechar algumas coias, não vou render-me ao ócio apesar de estar retida nessa situação.
--Tudo bem...vou para a varanda e prometo não incomodar.
Ela levou o tablet, fones de ouvido e um bloco de notas para a varanda. A guitarra já lá estava e em pouco tempo ouvi acordes suaves...e ela cantava também, ou cantarolava. Era mais um humm humm e larala larala mas bom de se ouvir...por instantes esqueci a irritação.
Não conseguia mais trabalhar produtivamente, estava sem conexão com o mundo...só me restava o confinamento de um quarto de hotel com uma quase adolescente. Resolvi ir até à varanda, não foi uma resolução logica, mas fazer o quê? Conversar asneiras com uma menina que nunca mais veria na minha vida parecia uma opção perfeita para aquele momento.
Ela estava de olhos fechados e estendida numa das espreguiçadeiras da varanda. Os fones no ouvido, claro. Aquela menina ficaria surda em pouco tempo. A guitarra estava em cima da sua barriga e ela a segurava com uma das mãos, enquanto a outra estava caída em direção ao chão.
Dessa vez eu tive receio de incomodar e preparava-me para voltar ao quarto quando ela abriu os olhos. Nunca vi olhos assim...os olhos dela são lindos e de certa forma perturbadores...sim, perturbam porque parece que nos desnudam a alma, parece que entram-nos adentro...Catherine, isso não saiu do teu pensamento...alma? Bati a cabeça, claro.
--Oi...-- Ah, e ela tinha uma voz que parecia mel...definitivamente não estava muito bem da cabeça.
--Oi...cansei de tentar organizar as ideias e produzir.
--Eu sugiro que façamos alguma coisa para passar o tempo...- Ela sorriu meio tímida, provavelmente esperando mais uma das minhas reações intempestivas.
--Estou aberta a sugestões...se não fizer alguma coisa eu enlouqueço dentro dessas quatro paredes.
Ela pareceu ficar espantada com a minha resposta. Sentou-se na espreguiçadeira e convidou-me para ocupar a outra.
Sentei-me e mais uma vez sem pensar.
Ela me olhou e sorriu fazendo aquelas covinhas na bochecha...essa menina é linda.
--Preciso avisar que sou péssima companhia, ninguém me aguenta por muito tempo...acho que só o Scout me atura.
--Scout? Teu marido?
Soltei uma gargalhada, a primeira em dias.
--Pelo menos um sorriso ou melhor uma gargalhada muito gostosa. Qual foi a
asneira que disse dessa vez?
Olhei para ela ainda sorrindo e ela retribuiu com aquela intensidade que notara noutro momento qualquer...desviei e não entendi porquê.
--Scout é meu gato.
Foi a vez dela rir até segurar a barriga.
--Eu sou meio...- Tentou dizer ainda sem recuperar completamente o folego.
--Doidinha? - Arrisquei também sorrindo.
--Mais ou menos isso...saiba que gatos são animais sábios, perspicazes...
--Gosta de gatos?
--Muito, já tive alguns ao longo da vida...
--Eu odiava até que um defunto deixou o Scoutie lá em casa e não tive outra alternativa...
--Defunto? - A cara dela tentando entender minhas loucuras era impagável, me vi rindo e com vontade.
--Defunto são os ex namorados, ex amantes, ex alguma coisa...
Riso dela e meu também.
--Hmmm entendi...defunto, gostei.
--Nunca fico com nada dos ex alguma coisa. Quando vão embora é em definitivo, mas o Scoutie eu não pude deixar no lixo, ou rasgar em mil pedaços...meu bichano é meu amor hoje em dia.
--Não guarda nada nem quando a história foi boa?
Parei para pensar, ainda que por segundos.
--Quase nunca é...
--Não é uma forma muito radical de ver as coisas?
Mais uma vez parei para pensar mas não por muito tempo.
--Pelo menos sobrou o Scout...- ela sorriu e eu também.
Sim, da história com o Christian sobrara o Scout, meu Scoutie. Era um constatação obvia, mas ouvida da voz dela pareceu...nem sei, mas foi bom ouvir aquilo de uma voz tão doce...
A conversa fluiu de uma forma que jamais passara pela minha cabeça ser possível. Skya era boa ouvinte e tinha sempre uma coisa inteligente para dizer, mas sem presunção, essa característica era minha, mas nessa conversa eu esquecera algumas das minhas nuances...simplesmente conversava e ela ouvia, ela falava e eu ouvia, sorria...sem pensar.
Falei de mim, das minhas relações doidas, falei sem pensar, mas com a certeza que só era possível porque jamais a veria novamente.
--Ei mocinha, eu já falei demais...saiba que isso é raro. Agora quero saber de ti, tudo.
--De mim? Não tem nada de muito interessante...a tua vida é tão mais interessante...
--Não venha com essa falácia...posso te ajudar, que tal começar a explicar a origem dessa beleza um tanto ou quanto exótica.
Ela soltou uma gargalhada e mais uma vez ficou vermelha.
--Exótica é sinónimo que me acha feia?
--Não! - Quase gritei para me fazer mais convincente. Ela poderia ser qualquer coisa, mas feia, jamais. - Eu não presto muita atenção à beleza das mulheres, digamos que não me interessa nada, mas só sendo cega para não ver que és muito bonita...linda.
Ela mordeu um dedo que levara à boca e ficou mais vermelha ainda.
Achei aquilo...bom, sei que é loucura, mas achei aquela reação muito sexy e não consegui controlar um sorriso diferente...diferente até para mim...
--És sempre assim? - Perguntei olhando nos olhos dela.
--Assim como?
--Tímida.
--Sim...muito, mas estou tentando melhorar.
--Para quê? Timidez muitas vezes é um charme e tanto e os homens adoram mulheres com ares de indefesa...
--Mas eu não sou indefesa...
--Não disse que era...disse que tinha ares de...é diferente.
Ela sorriu mais uma vez e aquelas covinhas me encantaram.
--E de onde vem essa beleza toda?
--De uma mistura doida dos genes do meu pai e da minha mãe. Sou filha de uma mãe do Uzbequistão que por sua vez é filha de um russo e uma tailandesa e de um pai Checo.
--Wow! Os olhos meio rasgados e com um leve ar oriental deve ser por parte da avó Tailandesa...
--Umhum...sou muito parecida com a minha mãe que é das mulheres mais lindas que já vi na vida e tenho a personalidade do meu pai, livre, que adora o mundo e novas descobertas...ah e assim como ele, só me interessa ser feliz e fazer os outros felizes.
Aquele relato e o entusiasmo com que foi feito me fascinaram. Fiquei parada ouvindo ela falar, falar e sempre com aquele sorriso no rosto.
--E o nome Skya, veio de onde?
--Meu pai escolheu. Ele adora astronomia, cresci pendurada em telescópios, horas com os olhos no céu atrás das melhores constelações. Ele adora o céu, seja de noite ou de dia e quis dar-me esse nome, mas minha mãe não quis e sugeriu que fosse Skya e fiquei Skya.
--Teu nome é lindo...diferente e lindo. Se entendi bem tiveste uma infância e adolescência bem agitada...- Estava muito interessada na história de vida dela, tão diferente da minha...
--Sim, fui bem itinerante. Conheci muitos países por causa da profissão dos meus pais, ele é diplomata e ela musicista. Cada hora estava num lugar diferente, já viajei com a minha mãe por mais de seis meses sem o meu pai, ela estava em digressão e não poderia deixar-me sozinha com o meu pai que quase nunca parava...fui feliz, conheci muitas coisas, culturas diferentes...
--Tu já és fruto de uma fusão de culturas...que interessante.
Ela falou por mais algum tempo e bebi tudo o que tinha para dizer...a adolescente ou quase isso era culta e com uma vivência de deixar muita gente adulta com inveja.
De repente fui movida por uma curiosidade...ela falara de muita coisa mas nunca de amores, paixões...com certeza teria algumas histórias para contar, ou muitas...estava curiosa e na falta de algo mais para fazer...
--E amores? Essa menina do mundo é de muitos amores? - Perguntei sem pensar muito e sem permitir que ela pensasse também.
Ela me olhou de forma enigmática e os olhos da cor de azeitona ficaram mais brilhantes.
--Muitos? - A curiosidade guiava a minha língua,
--Poucos...mas muito intensos.
O interesse aumentava...
--Alguma paixão no momento? - (Catherine tu só podes estar doida...)
Ela olhou-me dentro dos olhos e com uma intensidade desconcertante a ponto de me fazer remexer na espreguiçadeira. Senti um calor ou frio sei lá na boca do estomago...meu estomago é sensível...
--Me desfazendo dos últimos recortes de uma grande e intensa paixão...
Aquela frase provocou algo a mais em mim, mas só me ative à fome que me consumia.
--Estou com muita fome.
--Eu também. - Disse ela rindo e parecendo também estar aliviada com a mudança de rumo da conversa. - Vou sair para buscar alguma coisa. - Disse já de pé e prendendo o cabelo no alto da cabeça.
--Será que tem alguma coisa decente nesse lugar?
--Eu vi alguns restaurantes quando saí para passear, também vi uma estação de serviço com uma loja de conveniência de algum porte...devo achar alguma coisa.
--Traga algo bom, ou quase isso...estou azul de fome.
Risos.
--Pudera passou o dia todo à base de donuts...
Gargalhada.
--Pois...agora estou faminta.
--Vou lá ver se consigo um milagre e volto em seguida, o que queres comer?
--Qualquer coisa, desde que seja boa...mas volte logo, estou quase morrendo.
--Sim senhora Dona Catherine. De fome não vais morrer.
Ela saiu correndo porta afora e eu sorri, ou melhor ri com gosto.
Olhei à volta como se a certificar-me que estava tudo bem...estava, por mais estranho que pudesse parecer a sensação era boa, provavelmente porque iria comer. Estava com muita fome o que era perfeitamente justificável, não comia nada de jeito há bastante tempo.
Comecei a cantarolar uma velha canção enquanto tentava encontrar alguma coisa parecida com pratos ou talheres naquele quarto. Claro que não encontrei nada e só me restou ligar à receção e pedir. Para o meu espanto, em dois minutos entregaram o meu pedido no quarto e com muita simpatia.
Olhei mais uma vez à volta e definitivamente a varanda era a melhor opção para um jantar ou algo parecido com uma boa refeição. Chamei atenção à minha euforia...se encontrasse algumas frutas frescas já me daria por muito satisfeita.
Arrumei os pratos e os talheres na mesinha que ficava entre as espreguiçadeiras, lavei as mãos e fiquei à espera da Skya.
Nem esperei muito, em poucos minutos ela entrou rindo e com aquela energia que lhe caracterizava.
--Tu não vais acreditar...
--O quê? - As mãos dela estavam carregadas de sacolas.
--Tem tudo nesse lugar, estou em êxtase.
Gargalhadas.
--Vamos comer?
--Vamos devorar tudo e trouxe vinho também. Estou feliz.
--Eu também. - Disse sincera. - Já estava certa que comeria umas frutas que lembrariam lagostas.
Risos.
--Não tem lagosta, mas trouxe quiche de espinafre e presunto, sandwich de frios e de queijo, trouxe bolo de chocolate com recheio de brigadeiro, ameixas frescas porque adoro, uvas, torradas e um vinho que o vendedor garantiu ser maravilhoso.
--Estou com água na boca, vamos comer?
--Agora. Na varanda?
--Sim, já tem pratos e talheres.
--Mulher pratica.
Risos.
--Já somos duas.
--Espera só mais um pouco, falta um pequeno detalhe mas muito importante. Música, eu não faço nada na vida sem música.
Rindo entramos na varanda para degustar um excelente jantar, enquanto Nina Simone e seu soberbo Feeling Good invadia o quarto.
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Susan não largava o telefone das mãos e demonstrava alguma preocupação pela falta de notícias da amiga. Sabia que nada de muito sério tinha acontecido mas conhecia bem Catherine e sabia também que ela estaria desesperada por ficar presa algures em parte incerta do sul do país.
--Eu começo a ficar com ciúme desse telefone. -Disse Ciara abraçando-a por trás.
--Sem razão...boba.
--Ainda à espera de notícias da Catherine?
--Sim...sei que nada de mais sério aconteceu apesar do incêndio e das ligações todas cortadas, mas ela está presa e a Cathe...
--Essa Cathe precisa entender que as coisas não acontecem sempre como ela quer...
--Nesse dia acreditarei em milagres.
--Não entendo como podes ser tão amiga dessa doida egoísta...
--Meu amor...
--Eu sei...não entendo mas respeito assim como respeitas minhas loucuras e minha vida cheia de eventos sociais quando és essa mulher tão caseira e que eu aprendi a amar como jamais amei outra...
--Hmmm...gostei dessa parte.
Susan beijou o braço da sua mulher que a abraçava que imediatamente a puxou para o sofá onde Scout, Younie e Strauss também dormiam.
--Cuidado doida, vamos cair em cima dos filhotes.
Risos.
--Eles já estão acostumados com muito amor.
As duas deram asas à sua paixão regada a muito amor, enquanto Younie a mais curiosa dos três gatos assistia a tudo com os olhos semicerrados.
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--Eu acho que vai chover. - Disse Catherine enquanto servia mais uma taça de vinho.
--Com esse céu carregado é bem provável e não seria nada de extraordinário, pelas minhas pesquisas essa é a região mais instável do país.
Catherine sorriu e fixou um olhar inquisidor em direção a Skya.
--O que foi dessa vez?
--A garrafa de vinho já está abaixo da metade e a pergunta que me faço é a seguinte, teria essa menina idade para apreciar bebidas alcoólicas? - Já não achava que ela fosse uma adolescente de 16 anos, mas...não fazia a menor ideia da idade daquela menina/mulher.
Ela riu com vontade e levantou da espreguiçadeira cheia de atitude. Eu não entendi nada mas não estava preocupada em entender muita coisa.
Voltou em pouco tempo e estendeu-me o passaporte com uma mão enquanto a outra estava na cintura.
Sorri antes de abrir na parte dos dados...25 anos, ela tinha 25 anos. Quase mordi minha língua, mas disfarcei muito bem.
--Vês? Posso beber uma garrafa inteira de vinho e fazer tudo o que me der na cabeça, sou adulta dona Catherine, apesar dessa cara de menininha eu já sou bastante crescida.
Ela me olhou de uma forma diferente...aquele olhar que despia, ou penet*ava a fundo, não sei ao certo, mas o olhar e aquele sorriso provocaram uma contração no meu estomago.
Ela riu muito e apontou para a minha cara rindo mais um pouco.
--O que foi sua doida?
Ela levantou-se num rompante e me puxou pela mão.
--Vem cá! - Disse de forma imperativa.
--Para quê? - Argumentei como era de praxe.
--Vem cá! - Ordem dada, ordem cumprida.
Entramos no quarto e ela quase me empurrou para dentro do banheiro. Posicionou-me em frente ao espelho e começou a rir...mais uma vez.
--Skya...
--Olha...
--O quê?
--Olha a tua cara...
Olhei para o meu reflexo no espelho. Estava vermelha e com uma expressão que nem eu sabia que tinha... fiquei sem saber o que dizer. Eu? Mas o que veio a seguir foi pior do que não saber o que dizer.
Ela me abraçou e com a cara enfi*da na minha nuca começou a rir. Meu estomago pulava...e Nina Simone cantava I put a spell on you...loucura.
--Não sou a única que fica vermelha...a timidez ao que parece não é apenas característica de uma mulher de 25 anos com cara de 18.
Ela continuava me abraçando e rindo na minha nuca. Eu nunca ficava vermelha, desde os meus 18 anos...nunca. Tratei de sair daquela situação quase correndo.
--Vamos acabar o vinho moça?
--Vamos.
Ela sorriu mais uma vez daquela forma estranha, ou seria mania da minha cabeça?
Acabamos o vinho mas não assunto para muita conversa, cada vez era mais interessante ouvir as histórias daquela mulher que apesar de 10 anos mais jovem do que eu, já tinha vivido muita coisa e melhor, coisas muito interessantes.
Não entendi muito bem quando ela disse que estava cansada e que queria dormir. Por mim ficaríamos ali até...sei lá até quando, mas estava muito boa aquela conversa.
--Boa noite e obrigada pela companhia.
--Obrigada pelo jantar, pelo excelente vinho e pela companhia. O fim do mundo nem é tão chato...- Sorri, ela retribuiu e entrou no quarto.
Eu fiquei desapontada. Estava crente que a conversa estava sendo interessante para as duas. Eu podia varar a noite conhecendo aquela mulher...e sabia que ainda tinha muito para conhecer. Será que minha companhia não era interessante? Será que minha conversa não agradava? Acho que ouvi bem mais do que falei, mas ela tinha tanta coisa interessante para compartilhar.
Sacudi a cabeça e minha altivez veio ao de cima...quem perdia era ela. Sou sim interessante...muito interessante.
Fiquei ali por algum tempo até que as condições atmosféricas me forçaram a entrar e a trancar a porta da varanda. Caía muita chuva lá fora e alguns raios cortavam o céu.
Entrei no banheiro tentando não fazer barulho o que foi um sacrifício já que morando sozinha eu jamais precisava preocupar-me com esses detalhes. Escovei os dentes, vesti uma camiseta e voltei ao quarto.
Ela estava numa das pontas da imensa cama...menos mal, eu ocuparia a outra e seria como se estivesse sozinha. Detesto dividir minha cama. O quarto estava frio, o que era estranho porque o ar estava desligado...caía o mundo lá fora e ventava muito, claro.
Deitei-me mas não consegui dormir imediatamente como pretendia. Trovões rasgavam os céus e raios iluminavam o quarto. Um barulho quase ensurdecedor de água caindo compunha o cenário.
Adoro chuva, adoro tempestades, trovões,...adoro o poder da natureza em sua plenitude.
Skya estava irrequieta, virava-se de um lado para o outro. Estaria passando mal? Levei algum tempo para perguntar mas diante da sua clara agonia não tive alternativa.
--Skya...- ela não respondeu e eu me assustei. Se ela sentisse alguma coisa naquele fim de mundo estaria perdida. E se a menina sofresse de epilepsia ou algo mais sério? Meu exagero é uma coisa de outro mundo...
--Skya! - Mais uma vez ela não respondeu o que me fez rolar na cama e colocar as mãos nas costas dela.
--Skya, está tudo bem? - Ela tremia, claro que não estava tudo bem.
--Não...- Disse baixinho e continuava a tremer.
Um trovão bradou nos céus e a sensação de tudo a tremer foi nítida.
Ela tampou os ouvidos e pulou nos meus braços. Eu não estava à espera...nada à espera daquela atitude.
--Eu tenho fobia de tempestades...morro de m...me...medo de raios e trovões.
Ela gaguejava e tremia-se toda.
Eu a abracei nos meus braços...aos poucos ela foi se acalmando mas o coração continuava a bater com muita força.
--Tu também tens medo de tempestades?
--Não, pelo contrário, adoro. Porquê? - Não entendi a pergunta.
--Então diz isso ao teu coração, ele está galopando no peito, parece que tem medo...que está apavorado assim como o meu...
Eu não soube o que dizer, já era a quarta ou a quinta vez que acontecia com aquela mulher.
Ela apertou-se a mim e eu a abracei o mais forte que pude.
O tempo passou, não sei se demorou muito ou pouco...a chuva amainou. Agora só caiam gotas inofensivas e ela permanecia quieta no meu braço. Eu não sabia o que fazer, não queria ser rude...afinal ela estava sendo tão simpática comigo o que não é fácil.
--A chuva parou...- Disse finalmente forçando que a atitude de mudar a situação partisse dela.
--Hmmm...eu sei, ainda bem...- disse com voz sonolenta e me abraçou um pouco mais.
Por instantes esqueci de respirar...o sensato seria tirá-la dali, mas deixei o meu nariz preso no cabelo dela que tinha um cheiro simplesmente irresistível, apertei-a em meus braços e decidi permanecer como estava...
Fim do capítulo
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Silvana Januario
Em: 28/09/2015
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Se não der certo, volte aqui que daremos um jeito, se vc tiver paciência, claro.
Coktail molotov? Nãããããããoooooo. Skya tá mais pra Sex appeal...
Beijo Naná, qqr coisa dá um grito de Help que eu venho lhe socorrer.
Resposta do autor:
Meu bem, ou eu sou muito burra ou essa coisa nao quer nada comigo kkkk.
Aparece o code lá mas nada da imagem. Desisto, vai ficar sem capa e pronto.
Skya, pode ser muita coisa, depende do feeling da Nadine e essa anda meio doida rsrsrs. Adoro coisas nada lineares...
Bjs e valeu pela ajuda ainda que a capa nao tenha saído do meu computador kkkkk
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Silvia Moura
Em: 27/09/2015
....ai como é bom essas cenas que culminam a uma cama, se esbarrando os corpos eletrizados de tensão, as vezes de tesão, outras horas sem entender o que acontece, ou querendo entender, querendo que se arrebente o fio que ainda as seguram...risos... nadine... linda... o que posso lhe dizer sem me tornar repetitiva nesse momento: te adoro autora... não suma ..please... bjão doce....
Resposta do autor:
Que se arrebente o fio...amei, lindo.
Teus comentários aqui, ou no Lesword são simplesmente...nao sei a palavra certa, acho que peguei o mal da Catherine, nao saber o que dizer rsrsrsrs
Nao vou sumir, prometo. Eu nunca sumo...ok, ás vezes a vida me impede de ser tão assidua, mas o importante é sempre concluir o que se inicia.
Beijo doce p vc tb Silvia
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Silvana Januario
Em: 27/09/2015
Se eu fizer algum comentario incoerente, eh pq estou de ressaca.
Fui comemorar meu niver numa boate e fervi horrores cm meus amigos hahahahah.
Agora to trabalhando e de ressaca.
Bom, sobre o capitulo:
Conseguimos descobrir um pouco mais sobre Skya. Com uma bela mistura da cultura uzbequistanesa, tailandesa, checa, russa e me sai um mulherao desses.
Cathe, me parece que os primeiros sinais da atraçao fisica esta surgindo. E pra Skya nao eh diferente. Pelo contrario, os olhares intensos indicam isso.
Essa viagem promete fazer com que Cathe reveja seus conceitos sobre a vida.
PS: nao ligue para a falta de acentuaçao em algumas palavras, estou comentando pelo celular.
Beijao Naná.
Ah, conseguiu colocar a capa?
Resposta do autor:
A Skya é quase uma bomba cultural rsrsrs, muita mistura de raças, será que dá boa coisa? Coktail molotov...
Atração forte...uiii o que será que vem por aí? Vamos ver...
Não consegui a capa...sou leeeeeerda. No Lesword só consegui com o apoio paciente da Carolina.
5) Na parte da sinopse, dá um "enter" pra ter espaço e cola o HTML code ali e salva.
Salvar onde??????? Fiz tudo lindo mas chegando na parte salavr eu boiei geral rsrsrsrs Help me!
Bjs
:)
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mtereza
Em: 27/09/2015
Muito legal o capitulo engraçado ver a confusao da Cart sentido coisas diferentes com relaçao a Skya sem saber ou sem querer acreditar se perguntando o tempo todo o que esta acontecendo com ela kkk muito bom e no final das contas a adolescente ja tem 25 anos ansiosa pelos proximos capitulos
Resposta do autor:
Confusão é o que nao falta na vida da Catherine...a adolescente se duvidar sabe mais da vida do que a trintona metida a sabida hahahaha
Bjs
:)
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Simone
Em: 26/09/2015
Adoreiiiiii!!!!!
Uma forma doce de encarar ou começar a enxergar um novo mundo, novas possibilidades.
Estou adorando esse jeito leve da Skya.
É Nadine, acho que sua expectativa de fazer um conto curto está se tornando impossível de se realizar. E eu estou adorando isso!!!!! 😍 😀 😍
Beijos!!!!
Resposta do autor:
Skya...ela é uma caixinha de surpresas.
Acho que a Catherine está em transe rsrsrs quando acordar...vamos ver.
No proximo capitulo, vocês que acompanham é que terão de decidir se paro no 5 ou seguimos viagem rsrsrs. Eu posso parar no quinto (plano inicial) ou ir até mais 5 ou 10...ideias nao me faltam e por enquanto, disposição tembém.
Beijo
:)
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preguicella
Em: 26/09/2015
Adorando ver Catherine perder a pose com Skaya! haha
bjão
Resposta do autor:
Rsrsrsrs, valeu!
Bj
:)
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Sem cadastro
Em: 26/09/2015
Cathe com coração galopante.... Kkkk já era.
Já está reparando nas covinhas de Skya. Disse que ela é linda. Já foi fisgada pela "adolescente". Quero ver quando ela cair em si. Louca para vê -la entrar em parafuso.
Já ansiosa pelas cenas dos próximos capítulos!
Beijos Naná!
Resposta do autor:
É que não tens noção da beleza das covinhas da Skya rsrsrs, apaixonantes.
Parafuso geral e eu ADORO essa parte da "parafusagem" kkkkk.
Beijos linda
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