Gustavo vai até a Camargo Control, afim de entregar a carta de Amelina. A dias que tentava sem sucesso, Antonela não cedia espaço na agenda e desta vez só o recebeu porque cansou da insistência.

Antonela fala assim que Gustavo fecha a porta: Eu só espero que essa sua insistência em falar comigo seja de fato por um assunto relevante Gustavo, eu não estou com a menor paciência para você.

Gustavo a encara e cínico responde: Boa tarde para você também Antonela (Olha o relógio e ver que já são 18 horas) Quase noite já! Bom eu vou bem e você?

Antonela sem humor: Eu não estou com tempo para o teu cinismo Gustavo. Aliás eu já estou de saída pra casa, fala logo!

Gustavo: Eu não vim brigar Antonela, eu apenas vim fazer um favor pra Amelina.

Antonela desconfiada: Um favor pra minha mãe... Anda logo Gustavo, fala o que vocês dois estão aprontando dessa vez.

Gustavo: Nada Antonela, deixa de neura. A Amelina está em Portugal.

Antonela surpresa: Portugal? Mas como, sem avisar, sem se despedir de ninguém?

Gustavo: Se despediu de mim e me pediu pra te entregar essa carta (Ele entrega nas mão de Antonela).

Antonela olha o envelope: Ela te mandou me entregar, porque ela não veio falar comigo?

Gustavo: Ela tem os motivos dela Antonela, o caso é que eu fiz o favor e (é interrompido pelo telefone da sala de Antonela).

Antonela: Um minuto. (Ela atende). Sim, quem? (Avisavam da chegada de Mayara que pedia para falar com ela) Tem certeza? (Uma ideia diabólica passa por sua cabeça). Manda entrar! (Imediatamente ela se levanta e senta no colo de Gustavo, que fica surpreso com o ato,  quando Mayara abre a porta e fica completamente chocada com a cena, lagrimas que ela não pode conter banharam seu rosto imediatamente, não podia acreditar que a mulher que ela tanto amava estava de novo nos braços do homem que tantas vezes ela declarou ter nojo, do homem que tentou violenta-la, quis avançar nos dois, quis sumir, Antonela olhou nos olhos dela, imediatamente levantou-se do colo do Gustavo, queria que Mayara sentisse exatamente o que ela sentiu ao ver aquela garota sentada em seus braços, mas diferente de Lorena que beijava Mayara naquela ocasião, Antonela não iria beijar Gustavo, só queria que Mayara os visse.)

Antonela: Mayara, o que você faz aqui? (Já tinha se afastado de Gustavo).

Gustavo fala animado: Enfim Antonela você vai topar o ménage que eu te propus com sua ninfetinha.

Antonela ferina responde: Se ela topar, é claro! (Claro que jamais aceitaria, falou porque estava chateada e queria ver a reação de Mayara).

Gustavo: eu sabia Antonela, eu sabia, e aí Mayara? (Não se continha em excitação).

Mayara não conseguia conter as lagrimas: Nunca! (Falava com ódio, rancor). Eu tenho nojo de você Antonela, você é podre! (Antonela sentiu um baque, nunca imaginou ouvir aquilo de Mayara, nunca viu tanto ódio nos olhos dela, o que havia feito? Já se perguntava). Você é pior que ele, tem coragem de deixar esse homem te tocar depois de tudo, de tudo que te fez, do que tentou me fazer. Você é uma cachorra vira-lata. Como eu me arrependo de ter me envolvido com você (Enxuga as lagrimas). Mas foi bom, foi bom saber quem você é de verdade, não quero mais essa mulher volúvel, sem moral que você é. O único sentimento que me restou é nojo! (A olha com desprezo e sai da sala, esquecendo até de falar que foi lá para avisar que Téo estava doente, ao lembrar-se disso foi direto para o hospital, não queria se afastar do menino).

Gustavo ainda estava sem entender o que havia acontecido, Antonela bebia água, nos olhos uma frieza que camuflava a tristeza que se apoderara dela.

Gustavo: Mas você pode me explicar o que houve aqui Antonela? Essa Mayara é doida, você não falou nada de mais, não precisava aquilo tudo!

Antonela: Eu só te peço uma coisa Gustavo, vai embora e me deixa em paz!

Gustavo: Mas não era isso que voce queria, você queria o mesmo que eu um ménage com a garota lá!

Antonela: Eu falei aquilo para machucar a Mayara seu babaca, será que você não entendeu, eu esperava outra reação dela, que ela partisse pra cima, perdesse a cabeça e me machucasse, me batesse, mas ela fez pior, ela tá com aversão a mim, com nojo de mim, porque até eu mesmo estou, me deixa em paz

Gustavo viu nos olhos de Antonela algo que nunca viu antes uma tristeza profunda, uma dor sem tamanho: Você me usou para causar ciúmes em sua garota? É isso mesmo?

Antonela falou mais pra si do que pra ele: Não esperava aquela atitude dela, Não esperava!

Gustavo: Eu vou te deixar em paz Antonela! Pode ficar despreocupada. Foi uma promessa que fiz a sua mãe e pretendo cumprir. (Gustavo sai, Antonela chora afundada em dor e desespero, perdeu sua garota da forma mais vil que isso poderia ter acontecido, por um capricho, queria que ela sentisse o mesmo ciume que ela sentiu por vê-la nos braços de Lorena, no entanto, fez com a pior pessoa pra isso, a pessoa que Mayara mais tinha horror, e até mesmo ela própria! Como pedir perdão por isso?).

Gustavo saia do hospital e chegou em casa completamente abalado, sentou no sofá e chorava desesperado repetindo "Não pode ser, não pode ser" inúmeras vezes.

Suzi, aparece e pergunta preocupada: Gustavo! Gu o que houve amor? Que você tem? (Se ajoelhou diante do marido)

Gustavo responde desesperado: Eu fui no hospital buscar o resultado do exame de sangue que eu tinha feito, você lembra que o médico pediu pra olhar, ver as coisas como estava...

Suzi reponde: Claro que eu lembro, mas e daí? (Se preocupa). Responde? Você tá com alguma coisa grave Gustavo?

Gustavo a olha destruído: Eu tô com vírus da Aids Suzi, eu vou morrer! (Suzi o olha assustada, fica muda, lagrimas brotam de seu rosto)

Suzi falando mal articulando: Perai você tá... Você... (Começou bater em Gustavo com ódio) Desgraçado, infeliz, você acabou com a minha vida, isso quer dizer que eu também devo estar com isso, seu cretino! Eu te odeio! Maldito!

Gustavo chorava: Para Suzi, para se acalma, você não ver que é hora de me consolar, eu vou morrer!

Suzi fala com ódio: Eu espero que morra mesmo! O mais breve possível! (Saiu apressada para o quarto, recolheu as roupas e também a da filha, quando estava de volta com ela nos braços. Gustavo permanecia no mesmo lugar da sala e ouviu Suzi dizer). Meus advogados vão te procurar! Você vai ficar sozinho e eu espero que morra o mais breve possível, mas seu dinheiro, nele eu e sua filha temos direito e eu vou brigar por isso. (Saiu batendo a porta. E aquele tornava-se o fim de um homem que sempre tratou o próprio corpo como objeto, na cabeça dele acreditava estar se aproveitando dos prazeres, quando na verdade estava se desrespeitando e se expondo a grandes riscos. Tinha contraído o vírus a cerca de 6 meses, quando esteve participando de uma orgia, refestelada inclusive a drogas, não era viciado, mas naquele dia havia compartilhado até seringas.)

Após ter chorado e amargado tudo que podia, Mayara contou a Teodoro com frieza tudo que havia acontecido no escritório de Antonela, o deixando surpreso com tanta frieza. Estavam ainda no hospital.

Mayara terminava o relato: Agora, eu acho melhor o senhor ligar para ela pra avisar sobre o Téo, porque depois de tudo eu não consegui avisar.

Teodoro mal conseguia falar: Mayara, isso é..... Você está bem?

Mayara fria: Estou ótima! Melhor agora depois de saber quem de fato é sua filha, ainda mais depois de ter me sentido precipitada por ter saido de casa, não ter entendido que o ciúme dela era justificável, com licença eu vou ficar com o Téo.

Teodoro percebe: Ok! Bom, eu vou falar com a Antonela, você vai ficar aqui?

Mayara: Sim eu não pretendo me afastar, enquanto ele não estiver totalmente recuperado.

Teodoro: ótimo assim eu vou mais tranquilo.

Teodoro conversava com Antonela na casa dela. Eram por volta das 21 horas

Teodoro vai falando aflito: Filha onde você deixou esse seu celular em? Desde umas 4hrs da tarde que eu tento falar com você e nada...

Antonela pega o celular e percebe que estava desligado: Eu desliguei, e esqueci, mas o que houve porque essa aflição.

Teodoro alfineta: Se você tivesse recebido a Mayara direito saberia.

Antonela perguntou sem entender: O que a Mayara tem a ver com isso?

Teodoro: O Téo está no hospital, ele teve febre, aliás está febril agora, mas já melhor, permanece em observação...

Antonela em desespero: O que aconteceu com meu filho pai! Em que hospital ele tá me fala, eu vou pra lá agora.

Teodoro: Agora estar melhor, graças a Mayara que resolveu tudo no momento. Eu tentei falar com você, mas não consegui e ela me ajudou e está com ele inclusive enquanto eu vim te avisar.

Antonela, sentindo-se culpada: Então foi por isso que ela foi no escritório! (Desespera-se) O que eu fiz? (Sente-se culpada, sente-se o pior dos seres humanos) Como eu pude, ela estava ajudando o Téo e mesmo depois ainda estar no hospital com meu filho.... Eu sou um monstro pai (Chora copiosamente e amparada pelos braços do pai que não consegue dizer nada).

Antonela chega ao hospital e ao entra na sala em que o filho se encontra percebe sua animação ao brincar com Mayara, ria das caras e bocas que Mayara fazia com o boneco de fantoche do hospital.

É quando Téo a nota e a chama: Mamãe!! (Sorri, e Antonela também em alivio por vê-lo bem, Mayara fica desconfortável).

Antonela se aproxima e Mayara se afasta: Oi meu amor! Como você tá? Mamãe ficou muito preocupada com você.

Téo: Eu pensava que a "senhola" não ia vir mais, pensei que tinha me esquecido...

Antonela fala imediatamente: Claro que não meu amor, mamãe te ama, te ama muito, eu não estava sabendo, só por isso não vim antes.

Téo: a mamãe "Mayala" disse mesmo que você ainda não sabia. (Antonela olha pra Mayra como agradecendo, pedindo perdão, e nos olhos dela só viu frieza, teve medo, não despertou nenhuma sensação em Mayara).

Mayara fala de longe: Téo, eu vou tomar um café ali e depois eu volto tá meu lindo.

Téo: Tá mamãe, mas você volta né? (Perguntou em tom aflito)

Mayara sorriu pra Téo, o que encantou ainda mais Antonela, Mayara disse: Claro que eu volto, eu prometi que ia ficar com você lembra? Eu já venho. (Ao olhar Antonela só transmitia frieza, saiu da sala).

Téo disse: Mamãe eu tô com sono, vou dormir, melhor a "senhola" ir atrás da mamãe né, leva ela de volta pra casa. (Antonela beija Téo e promete)

Antonela: Eu prometo que eu vou fazer o máximo pra isso Téo, tá bom! (Saiu da sala e ao abrir a porta viu o médico contando a Mayara o sobre o estado de Téo)

O médico: A senhora é a mãe dele né? O ouvi chamar de mãe.

Mayara feliz: Sim, também é meu filho (O médico não entendeu bem o "também" que Mayara usou e de onde estava Antonela sorriu feliz por ouvi-la)

O médico: Os exames do Téo não apresentam motivos para essa febre que ele teve, eu imaginei que pudesse ser uma infecção, mas não, ao que me parece algo psicológico, de algum trauma, alguma perda, algum estresse emocional enfim, as crianças são mais sensíveis a essas coisas.

Mayara: Então a febre do Téo é psicológica, fruto de uma perturbação externa, ok doutor, eu vou conversar com a outra mãe do Téo e nós vamos ver o que é possível ser feito.

O médico: Faça isso, é importante que você e sua parceira atuem juntas para que ele se recupere mais rápido, ele vai continuar esta noite aqui em observação, mas amanhã bem cedo assino a alta dele.

Mayara: Ok doutor, eu agradeço muito todo cuidado com meu filho (Ela estende a mão e o médico aperta, saindo em seguida).

Antonela aparece: Mayara, eu ouvi o que o médico estava te falando sobre o Téo.

Fria Mayara responde: ótimo assim eu não preciso repetir! Licença... (Vai saindo, mas Antonela a detém pelo braço). Me solta Antonela, não me toca (Antonela teve medo do olhar de repúdio que recebeu da sua garota e soltou-a). Eu peço por gentileza que você não me toque.

Antonela tenta mostrar a Mayara que está arrependida: Eu agi feito uma cadela com você, mereço tudo que ouvi, nada justifica minha atitude Mayara. Você me mostra o quanto é superior, o quanto é melhor depois de tudo que fez por meu filho, me perdoa! (Chorava contidamente)

Mayara fria: é só isso? (Antonela vê a frieza em seus olhos e assente, Mayara sai sem nada dizer mais).

Fim do capítulo