Mayara e Antonela dormem na sala onde Téo estava em observação, não trocaram uma única palavra, sempre que Antonela tentou um diálogo, Mayara era monossilábica, demostrando a insatisfação.

Alguns dias se passaram. Adriana e Teodoro estavam muito bem, a mesma felicidade imergia dos casais: Clarisse e Bruna; Gaby e Lorena que estavam levando a relação a sério vivendo um dia de cada vez. Clarisse e Bruna não poderiam estar mais felizes, planejavam inclusive adotar um filho. Mayara e Antonela permaneciam na mesma, Mayara sempre visitava Téo na casa, mas sempre quando Antonela não estava e também buscava o garoto na escola, mas fazia questão de assegurar que não veria Antonela, ainda estava com raiva dela, apesar da raiva nunca ter sido igual ao amor.

Antonela estava buscando Téo na escola e conversava com o pai de outra criança, o homem de forma sutil da em cima dela, Mayara que também ia buscar o menino surpreendeu-se com a cena e tomou uma atitude inesperada.

O homem dizia galante para Antonela: Realmente o Téo só poderia mesmo ser essa criança tão especial, com uma mãe como você não poderia ser diferente. (Téo tinha acabado de entrar no carro com Délia)

Antonela sorri agradecida: Obrigada, você que é muito gentil (Ele toca o rosto de Antonela, Mayara que observa de longe não pode se conter e apareceu enlaçando a cintura de Antonela, em clara demonstração de quem está demarcando território, posse mesmo.)

Mayara séria fala: Algum problema? (Olha o homem e fala o fuzilando com o olhar). Será que você poderia sair fora, eu preciso falar com a MINHA mulher (Frisou o minha para que o homem se tocasse, este que saiu imediatamente sem se quer se despedir. Quando já estava distante, Mayara solta Antonela e fica de frente para ela, que aliás ainda tentava assimilar o que aconteceu). Quem é esse babaca Antonela? (Ela ia falar, mas Mayara continuou). Então você tá assim agora? Primeiro o nojento do seu ex-marido, agora esse ai, quantos mais que eu não vi? Em? (Estava possessa de ciúmes).

Antonela ainda surpresa pela cena: Mayara você tá com ciúmes? Achava que fosse meu esse papel, nunca imaginei...

Mayara não permitiu que ela concluísse: Ciúme? Você tá louca, pouco me importa com quantos você sai, eu tô falando pelo... pelo Téo, o Téo, é claro (Titubeou na resposta e Antonela percebeu)

Antonela faz charme: Só pelo Téo? Ahh que pena, pensei que você sentisse ciúmes de mim. Mas você é superior de mais para isso né? Só quem dar esse tipo de ataque sou eu! Mas isso é para você saber que nem sempre somos capazes de segurar o que a gente sente.

Mayara fala fria: Acontece que eu nunca te dei motivos, enquanto você, eu não preciso nem falar! (Ia saindo)

Antonela: Onde você vai? (Perguntou)

Mayara continuou andando sem olha-la: Embora! (Antonela a detém correndo mais rápido e se colocando na sua frente).

Antonela: Porque você não toma um suco comigo, a gente precisa conversar Mayara (Mayara ignorou completamente os sinais que seu corpo deram ao ouvir seu nome pronunciado por Antonela, não que não sentisse, sentiu e forte, mas controlou-se e resistiu).

Mayara: Nós não temos nada a falar. (E saiu)

Antonela: A gente não precisa acabar assim. Eu sei que você tem todos os motivos pra não me perdoar, mas não precisamos nos tratar assim.

Mayara volta e a olha cínica e reponde debochada: Você é muito engraçada, eu já cai no seu papo algumas vezes, mas não mais queridinha. Eu nunca vou entender o que aconteceu quando eu fui te avisar que o Téo estava doente. No fundo você sempre foi assim e eu quis me iludir, mas a verdade Antonela é que você é uma... (A olhou com asco, desagrado, desdém, Antonela não conteve as lagrimas ante aquele olhar de repulsa, esperava que Mayara a ofendesse).

Antonela perguntou com medo: Uma?

Mayara sentiu raiva de si mesmo por perceber o quanto amava aquela mulher, apesar de achar que ela não merecia, ver seus olhos banhados por lagrimas lhe dilacerava, mas se manteve firme: Eu te odeio! Odeio Antonela. Odeio porque você é um monstro, odeio porque não consegui que você me amasse e me odeio ainda mais por te amar apesar de tudo (Saiu apressada, aquela mulher a desnorteava completamente, Antonela chorava em desespero, sentia que jamais conseguiria o perdão de sua garota).

Mayara conversava com Júlia, contava sobre o encontro com Antonela.

Mayara fala: Ver ela e aquele cara cheio de intimidades, ela sorrindo por alguma coisa que ele falava, me fez o sangue subir e quando ele tocou no rosto dela eu explodi, não podia, não ia aguentar ver ela tão intima de outro e fui pra cima...

Júlia perguntou: E fez o que?

Mayara: Eu enlacei ela pela cintura e mandei o cara sair de perto dela.

Júlia não segura e dar uma gargalhada, é fuzilada pelo olhar da amiga: Ahh May desculpa, vai, desculpa! Mas eu nunca imaginei que você ia protagonizar uma ceninha de ciúmes, fala sério, isso é mais a cara dela né?

Mayara fala vencida: Tive medo de perde-la, perde-la de vez, mas também não quero mais mesmo. Tive ciúmes sim, odeio, mas tive, meu coração parecia que ia se partir e depois ela ainda teve coragem de comparar isso ao que ela sentiu quando viu a Lorena no meu colo, mas não se compara Júlia!

Júlia tentando fazer a amiga pensar: Porque não se compara May? Foi ciúme, a mesma coisa...

Mayara revoltada: Claro que não, ela me ofendeu, disse absurdos, depois ainda teve coragem de sentar no colo daquele asqueroso do ex dela, isso não se compara a nada. Eu sempre insisti, eu quis lutar com ela pela nossa relação sempre, mas ela sempre foi covarde, arrogante. Não adianta Júlia, não se compara!

Júlia fala: talvez você tenha razão, mas não se esqueça que ela também viu Lorena no seu colo te enchendo a face de beijos, isso não se compara? Ela te ama May.

Mayara fala com lagrimas: Amor é o que eu sinto Júlia, ela não me ama.

Antonela entregava o filho a Teodoro e Adriana que estavam no apartamento dele.

Antonela: Pai eu preciso que você fique com o Téo, eu tenho que falar com a Mayara, ela tem que me perdoar.

Teodoro: Filha se acalma, é claro que eu fico com o Téo, aliás nós (Olhou pra Adriana que assentiu e saiu com Téo afim de deixar Teodoro e a filha mais à-vontade). Mas pensa no que você vai dizer, no que você pode ouvir, passaram-se sim alguns dias, mas a Mayara continua chateada com você, e não é pouco e ela tem razões de sobra para isso.

Antonela: Eu sei que não mereço alguém como ela, mas a amo de mais, quero essa garota comigo pra sempre, nada faz mais sentido sem ela. Meus dias estão péssimos, estou me sentindo a mais inferior, a menor dos seres e ela precisa saber que eu me arrependo, que eu a amo, que eu preciso da ajuda dela pra viver, pra seguir, pra respirar, pra me sentir alguém.

Teodoro se emociona com as palavras da filha e pergunta: Tá esperando o que pra ir atrás dela? (Abraça a filha que desaba em pranto em seus braços). Seja sincera com ela, fale das suas limitações, e fale principalmente do quanto ela é essencial na sua vida, como parceira, como amiga, como mulher. Demonstre pra ela o que vai no seu coração, porque ela te ama filha, ela só precisa sentir confiança em você e ela volta.

Antonela pergunta insegura:  O senhor acha mesmo que ela volta pai?

Teodoro: Eu não tenho a menor dúvida! Anda não perde tempo, vai logo. (Antonela sorri beija a face do pai e sai em busca daquela que além da mulher da sua vida, era o motivo de sua transformação).

Fim do capítulo