Capítulo 9
Sem querer mais resistir, Flávia a abraçou forte, enquanto lhe explorava a boca com a língua e as curvas do corpo com as mãos. E Tina descobriu o quanto o toque de um corpo parecido com o seu podia despertar desejo e prazer.
Minutos depois, já não satisfeitas apenas com os beijos e carícias, com os corpos ardendo, travaram uma luta breve com as roupas. E, antes que fizessem amor ali mesmo no sofá da sala, Tina deixou claro que preferia sua cama. Sem esperar consentimento, pegou Flávia pela mão levando-a para seu quarto.
Sem pressa, depois de já estarem na cama, Flávia saboreou o corpo da mulher que, a cada gesto, deixava claro o quanto sentia prazer, gem*ndo baixinho. Algumas vezes, exigindo que beijasse novamente sua boca, antes que continuasse a explorar o corpo. Por fim, Tina se entregou completamente, sentindo o sex* latejando e exigindo satisfação, e foi arrebatada por um orgasmo demorado,indescritivelmente delicioso,que fez com que seu corpo inteiro tremesse, enquanto crispava as mãos no lençol e nos cabelos da amante.
Ainda não totalmente recuperada do terremoto que varrera seu corpo, mas decidida a também dar prazer à amante, seguiu os mesmos passos de cenas dezenas de vezes assistidas nos filmes. E, como boa aprendiz, proporcionou à amante prazer igual. Mas, maravilhada com a sensação, e desejando repetir indefinidamente a gama de sensações, nem permitiu que a mulher se refizesse, oferecendo-se novamente para que a outra a possuísse.
Duas horas depois, reclamou de fome, mas deixando claro que a ideia de saírem para almoçar estava terminantemente descartada.
- Nem pensaria em sairmos para jantar, agora. – Declarou Flávia, rindo, enquanto beijava-lhe a ponta do nariz.
- Quando muito podemos pensar em pedir algo para comer, caso não tenha algo congelado. Não pretendo me vestir nem sair dessa cama tão cedo. Pelo menos não antes de você fazer mais uma vez aquilo com a língua. –Determinou Tina, sem o menor constrangimento.
- Minha querida, vamos pedir. E enquanto esperamos, mostro de novo como se faz aquilo. – Brincou a arquiteta, completamente encantada com a liberdade da mulher.
Durante o restante do final de semana só saíram da cama para cuidar da higiene pessoal, e atender a porta quando da chegada das tele-entregas de comida. Os celulares foram esquecidos, assim como qualquer outro assunto da vida prática. Bastou-lhes a companhia uma da outra e as intermináveis horas de prazer.
No domingo à noite, resolveram, de comum acordo que deveriam buscar o carro de Tina no escritório, e que dormiriam separadas, uma vez que no dia seguinte ambas precisavam estar cedo no trabalho, inclusive porque a administradora enfrentaria o dia de mudança do escritório.
Antes de dormirem, ainda falaram-se por telefone, já deitadas nos quartos, mergulhados no escuro. Adormeceram pouco depois, exaustas pela maratona dos dias anteriores, mas extremamente felizes e confiantes.
Antes de sair de casa na manhã seguinte, Flávia mandou uma mensagem para a amante: - Senti falta de você na cama, essa noite. Adoraria ter acordado ao seu lado.
A resposta veio segundos depois.
- Risos. Senti falta do seu perfume no travesseiro. Precisamos resolver isso. Agende-se para quarta à noite. Desta vez na sua casa. Beijos. Tenha um bom dia. Sua, Cristina.
Flávia gargalhou ao ler a mensagem curta e direta da mulher. Adorava seu jeito decidido e franco. E a voracidade da outra no que dizia respeito a sex* a deixava exausta, mas muito atraída.
No cair da tarde, voltaram a se falar por telefone, Cristina chegara em casa cansada do tumultuado dia de mudança, e Flávia ainda estava no escritório, concluindo um projeto.
- Então, como foi seu dia? – Indagou a arquiteta, assim que Tina atendeu o celular.
- Desgastante... E o seu?
- Normal... bastante trabalho. Ainda estou na Space, tenho que terminar um projeto, então resolvi ficar até mais tarde. – Explicou a mulher.
- Por que não termina em casa? Você já comeu alguma coisa?
- Como já comecei, se parar agora, tiver que dirigir até em casa, com certeza vou primeiro querer comer algo, porque hoje só almocei, então só vou concluir o que tenho pra fazer bem mais tarde. Assim fico direto, depois, quando terminar, vou pra casa, como qualquer coisa e descanso. – Justificou-se, cansada só de pensar em ter que chegar em casa e ainda trabalhar.
- Demora muito ainda pra terminar?
- Ah, umas duas horas. Mas tudo bem, é parte dos ônus. – Riu, sabendo que toda profissão tem esse lado. E não podia queixar-se, afinal, se tinha muito trabalho, era porque havia construído um nome de referência.
- Hum... Também preciso comer algo, passei o dia correndo e nem me alimentei direito. Nem lembro o que comi de almoço.
- E o escritório?
- Está ficando perfeito, ainda temos muita coisa para arrumar, arquivos, documentos de clientes, essas coisas, mas acho que amanhã até o final da tarde poderemos reabrir.
- Caso perceba que precisa ser feito mais alguma coisa, mando um dos rapazes para lá amanhã, basta que me avise. – Ofereceu Flávia, sabendo o quanto era difícil encontrar bons profissionais, mesmo para serviços pequenos.
- Não, está tudo bem. Ficou perfeito mesmo. Você pensou em tudo, obrigada. – Elogiou, sabendo que a mulher tinha se empenhado para que o espaço atendesse a todas as suas necessidades e permitindo comodidade mais que suficiente.
- Bom, ligo pra você quando chegar em casa, para dar boa noite, se já não estiver dormindo.
- Estarei acordada. Apesar de cansada, não consigo dormir cedo. Até. Beijos.
- Beijos, querida.
Tina desligou o celular. Olhou ao redor, querendo que a mulher estivesse a seu lado no sofá, e que pudessem pedir algo para comerem juntas, depois caírem na cama, talvez dormir. Talvez. Então apanhou novamente o celular e discou para a Pizza Hut e encomendou um média, metade Marguerita, metade Supremee um refrigerante.
Quase uma hora depois de terem conversado por telefone, Tina ligou novamente para Flávia.
- Abre a porta. Tô quase aí. – Anunciou, simplesmente, e desligou.
Já conhecendo um pouco a mulher, Flávia riu e se levantou para esperá-la na recepção da empresa, pois sabia que devia estar estacionando, então não foi surpresa vê-la abrindo a porta do carro, já equilibrando uma embalagem de pizza e uma sacola com uma garrafa de refrigerante.
Fascinada com o gesto da mulher, Flávia abriu a porta e encontrou-a na metade do caminho, oferecendo-se para ajudá-la com as coisas que carregava. Assim que pegou a pizza, Tina, com a mão livre, puxou-a pelo pescoço e beijou-a sem timidez.
- Você precisa comer, eu também, então decidi trazer pizza para jantarmos. Depois vemos onde vamos dormir. – Declarou, já se virando e caminhando à frente de Flávia, deixando-a parada na calçada, com um sorriso largo no rosto.
- Adoro você, sabia?
- Sim. Agora vem, a pizza está esfriando. – Sorriu, satisfeita com a reação da mulher, mas sem querer deixá-la saber.
Saborearam a comida, conversando sobre a mudança da empresa de Tina e sobre os projetos novos que a arquiteta tinha assumido. Depois, Cristina ordenou que Flávia fosse terminar seu trabalho, que a esperaria assistindo um filme na internet. Mas, contrariando-a, Flavia, pouco depois, desligou o computador e decidiu que iriam para casa fazer algo bem mais gostoso.
- Bom, você é quem sabe se pode ou não deixar seu projeto para amanhã... Só precisamos resolver sevamos para a sua casa ou para a minha, mas prefiro que seja a sua, para que eu possa deixar meu perfume nos seus travesseiros, para quando eu não estiver na sua cama,você possa dormir comigo igual.
- Resolvido, então.Vou pegar no meu armário uma muda de roupa que deixo sempre aqui para alguma eventualidade, para levar para lavar, e vamos.
- Hum? Que tipo de eventualidade? – Perguntou, achando aquela conversa muito estranha, já demonstrando que não tinha gostado do que ouvira.
- Hei, não pensa bobagem... Como às vezes preciso voltar para cá direto depois de ter fiscalizado alguma obra, deixo sempre roupa para trocar, caso precise de um banho ou me suje. – Explicou, depressa, Flávia, achando divertida a situação.
- Sei... – Semicerrou os olhos, com ar desconfiado.
- É sério, e como me sujei de tinta, mas tive que voltar para o escritório para uma reunião com clientes, cheguei minutos antes e troquei de roupa, agora preciso levá-las para lavar.
- Hum... vou aceitar a desculpa, mas... – Decidiu, dando-se por vencida.
- Boba... vem cá. – Puxou-a para um beijo longo.
Tina, que já estava com saudades do corpo da mulher, não pensou duas vezes. Pegou sua mão e guiou-a até o seio, para que a acariciasse, intensificando o beijo e o abraço. E com voz rouca, murmurou ao seu ouvido que não agüentaria esperar chegarem em casa.
Completamente excitada, Flávia não hesitou, começando a desabotoar a blusa da mulher, enquanto andava de costas puxando-a para o sofá de couro de sua sala. Rapidamente, se livraram das roupas e a arquiteta pôde comprovar que a namorada estava tão molhada quanto ela mesma.Bocas e mãos iniciaram uma guerra sem vencedores, e os orgasmos foram quase sincronizados. Depois caíram na risada.
Ao chegarem em casa, já tendo satisfeito parte do desejo, Flávia convidou a namorada para tomarem banho juntas, depois dormiram abraçadas, exaustas.
Durante aquela primeira semana, dormiram juntas, ou melhor, passaram a noite juntas mais uma vez, então se programaram para passar o final de semana no Best Western Le Jardin em Caldas Novas, uma estância hidromineral de águas termais, onde poderiam relaxar nas piscinas, e aproveitar para namorar mais um pouco.
Muito à vontade, já ao descer do carro, enquanto o mensageiro do hotel retirava a bagagem do porta-malas, Tina entrelaçou os dedos nos de Flávia, deixando claro, a quem interessasse que não eram apenas amigas, mas um casal, deixando a namorada ainda mais feliz. A mulher sempre a surpreendia positivamente, não tinha como não se apaixonar por ela.
Fizeram amor muitas vezes durante os dois dias, e também aproveitaram as águas termais e o serviço de massagem do hotel, para distensionar.
Fim do capítulo
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