Capítulo 37
Conforme havia combinado, Dr. Gustavo passara 14 horas em ponto na casa de Clara, para levá-la à casa de seus pais. Quando adentrou o carro do médico, Clara ficou com medo dele agir de forma estranha com ela, devido sua última declaração, porém o médico continuava com a mesma simpatia que sempre tivera com ela:
- Boa tarde, Clara!! Como passou a noite de ontem? - Cumprimentou Gustavo, sorrindo.
- Boa tarde, Gustavo, passei bem e você?
- Também passei bem, apesar de ainda estar digerindo a informação de ontem. - Brincou.
- Ai Gustavo, por favor, esquece esse assunto.
- Esquecer?? Então posso agir como se eu não soubesse de nada? - Falou irônico.
- Aii, você é chato!! - Disse Clara, rindo do comentário. - Claro que não é para esquecer dessa forma, você entendeu vai.
- Eu sei, estou brincando com você, é uma forma de quebrar um possível clima tenso no ar.
- Você está certo, é a melhor forma mesmo. - Concordou Clara. - Gustavo, você vai mesmo levar tudo isso numa boa?
-E de que outra forma eu poderia levar, Clara? A escolha é sua, não tenho direito de fazer você mudar isso, apenas tenho que respeitar. E gosto muito da sua família, você sabe disso, não quero me afastar de vocês, até por que eu também gosto muito de você, não falo apenas por causa do interesse que demonstrei ontem, mas gosto da sua pessoa.
- Entendi, obrigada, Gustavo, também gosto muito de você, ainda mais depois de ontem.
- Depois do meu beijo? - Brincou novamente.
- Aii Dr. Gustavo, hoje você tá demais. - Esbravejou Clara. - Quero dizer que depois de ontem, passei a te admirar mais, você me respeitou, isso é digno de uma pessoa séria.
- Você não tem com o que se preocupar em relação a mim, Clara, continuarei te respeitando e espero de verdade que você encontre uma solução para ser você mesma diante de seus familiares. - Falou o jovem, agora sério.
- É, isso eu também espero.
- Você vai conversar com seu pai sobre isso?
- Eu decidi conversar com ele sim, mas primeiro quero me encontrar com a Mari, acho que ela chegará de viagem na semana que vem, quero me acertar com ela primeiro e depois decidir junto com ela a melhor forma de falar com meus pais.
- Entendi, acho que é a melhor coisa a se fazer mesmo. - Concordou o médico - Mas, acho que você já tem que estar preparada, pois sua mãe vai especular algo sobre a gente.
- Com certeza, ainda mais depois de termos saído ontem. Ela vai pensar mil coisas, ai meu Deus, por que tem que ser assim??
- Relaxa Clara, quando a vida segue muito igual ao esperado, tudo perde a graça. - Refletia o jovem. - Esse é o prazer da vida: se aventurar por lugares que nos levam além da nossa zona de conforto.
- É interessante esse ponto de vista, você deve ser um aventureiro.
- Sou nada, só tenho o hábito de enxergar a vida desse jeito. Clara, nós que trabalhamos na área da saúde, convivemos constantemente com duas extremidades opostas: a vida e a morte. Quando você passa a ver muito isso, começa a perceber que o que mais vale é viver bem cada momento, pois tudo passar muito depressa. A vida voa aos nossos olhos e muita coisa que a gente deixa de fazer o tempo não permite voltar atrás.
- Nossa Gustavo, você falando assim dá até um certo medo, sei lá, dá uma sensação estranha.
- Não é para ficar com medo, mas sim para se refletir melhor sobre a vida e sobre o tempo muitas vezes perdido.
- É, eu sei.- Concordou Clara. - Você está falando igual o meu primo Alex.
Depois do último comentário, Clara ficara pensativa, como se estivesse refletindo sobre o que o Gustavo lhe falara sobre a vida, porém, o médico não deixou espaço para que Clara ficasse muito tempo pensando e foi puxando outro assunto com a jovem. Quando se deram conta os jovens já estavam na rua dos pais de Clara e a morena foi logo se preparando para ouvir as insinuações de sua mãe sobre ela e Gustavo.
De fato, foi isso que ocorrera, pois, assim que Clara e Gustavo adentraram a casa, dona Ana foi de imediato puxando a filha para o quarto, com o pretexto de que iria mostrar uma roupa para ela, no entanto, o que ela queria era encher Clara de perguntas acerca do médico.
Clara pacientemente respondeu todas as perguntas e disse que nada havia acontecido, visto que ela não queria nada com o médico, acabou também inventando que Gustavo estava na verdade interessado por uma de suas amigas. Dona Ana custou para acreditar que tudo aquilo fosse verdade, porém, no final acabou se dando conta de que a filha não estava mesmo interessada no médico. Assim a simpática senhora preferiu não insistir muito, pois sabia o quanto a filha ficava irritada com esse tipo de assunto.
Quando retornou para a sala, a morena reparou que novamente seu pai não falara nada com ela e nem com o Gustavo. O comportamento de seu pai lhe deixaria muito tranquila em outras situações, porém devido aos últimos acontecimentos, Clara começava a pensar que aquele silêncio todo significasse alguma coisa. Mesmo assim, a jovem preferiu adotar a atitude do pai e não perguntou nem comentou nada. Até por que, depois da noite passada a jovem percebera que não poderia viver mais presa as vontades de seus pais, assim, logo ela daria um jeito de conversar com Sr. Antônio e dona Ana a respeito de sua sexualidade.
Quando já estava quase completando 17 horas, Clara decidiu ir embora, pois ela estava com a cabeça cheia de pensamentos sobre as decisões que estava prestes a tomar e de como sua vida mudaria de rumo a partir de então. Assim, a morena se despediu de Dona Ana e de Sr. Antônio, que já havia retornado da partida de tênis com o Dr. Gustavo, pegou seu carro e seguiu novamente para seu apartamento.
Ao chegar lá a jovem foi direto para o banho e em seguida para a cama, pois não queria fazer mais nada naquele domingo, a não ser pensar em Mariana e em todas as possíveis dificuldades que ela enfrentaria depois que se assumisse.
Se deitou toda encolhida na cama, pegou a blusa de Mariana, que não saía mais de lá e pela primeira vez começou a pensar em como seria viver livremente ao lado da loira. Pensou também na reação das pessoas ao saber de sua opção sexual, da surpresa que seria para a maioria, pensou ainda como sua irmã iria lidar com aquela situação, ainda mais depois que ela se assumisse para os pais.
Porém, dessa vez nada fazia Clara mudar de ideia, estava convicta do que queria fazer. Esses meses que ficara longe de Mariana foram suficientes para mostrar que ela não conseguiria viver escondendo a verdade das pessoas, especialmente após ter a certeza de que ela era lésbica. No entanto, ela também começou a pensar sobre o fato de estar separada de Mariana por mais de dois meses:
- Meu Deus, será que eu demorei muito para tomar essa decisão? Será que é tarde?? E se a Mari tiver me esquecido?? E se ela não me perdoar por ter sido tão cruel??
Clara começava a ficar tensa, porém se lembrou da última conversa que tivera com Mariana e de como a jovem estava sofrendo com a separação.
- A Mari tem todo o direito de não querer me perdoar agora, mas ela me ama, isso eu tenho certeza. - Falava animada e cheia de esperança. - Ela não me esqueceu, aposto que nessa viagem ela focou a mente apenas no curso que iria fazer, conheço a Mari, sei que no fundo ela está me esperando, sei que ela ainda tem esperanças de que eu mude. Ai meu Deus, quando minha loirinha chegar eu vou mostrar para ela o quanto a amo e o quanto fui idiota, vou mostrar que estou arrependida e que eu mereço o amor dela.
A jovem falava para si mesma enquanto cheirava a blusa de Mariana.
- Minha Mari, vou te recompensar por todo o sofrimento que fiz você passar, vou mostrar que você é única na minha vida, únic... CARAMBAA... será que devo falar do beijo que o Gustavo me deu?? - Falou Clara, agora em voz alta, interrompendo a fala anterior. - Acho melhor eu falar, não quero mentiras, não quero esconder nada dela e também preciso explicar que foi assim que eu descobri o que quero.
Clara ficou um tempo em silêncio, pensando na própria frase que acabara de falar e começou a se sentir estranha.
- Ai, isso não soa nada bem, eu iria ficar puta de raiva se a Mari tivesse beijado outro ou outra, mas eu terminei com ela, ela estava livre para ficar com quem quisesse. Ai....
A morena se levantou rapidamente e foi até a cozinha pegar um copo com água, para tentar frear os pensamentos. Bebeu a água lentamente e depois retornou para o quarto, se sentindo melhor.
- Isso é ridículo Clara. - Repreendia a si mesma. - Tanta coisa para se pensar e eu fico focada nisso. É claro que a Mari não ficou com ninguém e eu também não, aquele beijo não foi nada, me deu até repulsa. Preciso me preocupar é em conseguir o perdão da Mari por tudo que fiz, é nisso que tenho que pensar, sem contar as coisas que terei que enfrentar. Ai meu Deus, me dê forças, não posso fraquejar nem me acovardar.
A jovem voltou a abraçar a blusa de Mariana e disse em voz firme!
- Eu te quero mais que tudo Mari. Agora, levo isso até o fim!
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Chiara e Mariana chegaram em Roma antes de anoitecer, as jovens estavam muito cansadas da viagem, assim cada uma seguiu para seu quarto e não demoraram para adormecer. No dia seguinte Mariana foi logo procurando Pedro para contar sobre a viagem e sobre o que também acontecera entre ela e a italiana. O jovem evidentemente não ficou nem um pouco surpreso, porém admirou a atitude das jovens de terem sido tão sinceras uma com a outra.
Já Chiara, aproveitou os poucos dias que restavam, antes da viagem ao Brasil, para organizar os detalhes de sua ida e também para conversar com seu sócio sobre as atividades agendadas para aquele período que precisariam ser remanejadas para outra data. A jovem estava muito ansiosa com o que estava prestes a fazer e começou a achar que talvez aquilo fosse sua maior loucura. Mesmo assim, Chiara não desistiu da ideia e permaneceu decidida a ir atrás de Fabiana.
Assim, a semana foi passando e tudo foi resolvido tranquilamente durante aqueles dias que antecediam a viagem. Chiara passou todos os informes importantes para seus funcionários e procurou agilizar os documentos para a viagem, enquanto Mariana e Pedro finalizaram o curso e também aproveitaram os últimos momentos em Roma para conhecer os lugares que ainda não tinham ido.
Até que finalmente chegara o dia de retornar para o Brasil e as duas jovens seguiram para o aeroporto sozinhas, visto que Pedro e Mariana não encontraram passagem para Chiara no mesmo voo que eles, assim, Pedro gentilmente trocou com Chiara a sua passagem e as duas jovens puderam viajar juntas. Pedro embarcaria num outro voo, agendado para o final da noite.
Quando já estavam dentro do avião, as jovens começaram a conversar:
- Mari, assim que chegarmos ao Brasil você vai procurar a Clara?
- Eu vou procurá-la sim, mas primeiro eu quero conversar com ela, definitivamente não vou ficar me humilhando como eu estava fazendo antes de vir para Itália. Mas preciso vê-la, preciso saber se ela mudou, eu sei que ela me ama, Chiara, mas preciso saber se ela quer esse amor.
- Entendi, Mari, eu acho que esse tempo que vocês passaram sem se ver vai fazer bem para as duas. Mas Mari, er... e se a Clara não tiver mudado nada? - Perguntou a italiana cautelosa.
- Não aconteceu isso, eu sinto, Chiara.
- Claro Mari, claro, me desculpe, não quero deixar você com receio. Eu gosto do seu otimismo, continue assim.
- Na verdade nem sei se isso é otimismo, acho que é mais esperança, tenho esperança de chegar no Brasil e ser surpreendida pela Clara.
- Er... por falar nisso, você não acha que ela vai ficar com ciúmes se me ver na sua casa?
- Acho que sim, mas não tem nada a ver, você é minha amiga e é só explicar o motivo que te trouxe ao Brasil, ela vai entender.
A loira parou de falar e virou o rosto para a janela, avistando uma sequência contínua de nuvens, como se fosse na verdade um céu banhado de neve. Ficou pensando no diálogo com Chiara e de como ela já estava falando como se fosse algo certo o retorno de Clara para ela, como se fosse certo que Clara teria ciúmes dela com Chiara, no entanto, o que era fato mesmo é que elas estavam separadas por causa da falta de coragem de Clara.
- "Por que estou pensando se a Clara vai ficar com ciúmes da Chiara, se nem ao menos tenho certeza de que ela mudou e de que irá me procurar? Ai meu Deus, não deixe aquela Mariana ansiosa e insegura retornar para o Brasil, quero ser essa pessoa nova, que viveu lindas coisas na Itália, quero agir com uma segurança nova, quero mostrar para a Clara que ela pode me perder para sempre se não me valorizar como mereço, se demorar muito para tomar coragem".
Os pensamentos da loira foram interrompidos pelo toque da mão de Chiara em seu braço.
- Ragazza, mantenere la calma, tutto si risolverà. - Falou a jovem em seu belo italiano - você sempre me diz isso, agora está na hora de ouvir isso também!
Mariana sorriu para Chiara e procurou interiorizar aqueles pensamentos positivos que ela mesma costumava transmitir às pessoas.
- Você tem razão, vamos ficar tranquilas, tudo vai dar certo!
- Isso mesmo. - Disse a italiana com seu sotaque característico.
- Mas, e você Chiara, conseguiu pegar informações exatas sobre o local em que a Fabiana trabalha?
- Consegui sim, descobri o nome da empresa dela pelo Facebook e depois joguei no Google, fica na Avenida Paulista mesmo, perto do Museu de Artes de São Paulo.
- Nossa, perto do MASP?? Super fácil de achar então.
- Se você diz. - Falou rindo.
- É sim, eu te levo até lá.
- Obrigada Mari.
- Não precisa agradecer, é o mínimo que posso fazer por você Chiara, me mostrou tanta coisa na Itália, me ensinou tanta coisa sobre lá. Serei eternamente grata por tudo o que fez por mim, foi algo para minha vida mesmo, não só o lado profissional, mas você me ajudou a restaurar meu interior.
- Não fala assim Mari, não fiz nada de mais, você faria o mesmo por mim. Mas agora vamos mudar de assunto, pois quanto mais nos aproximamos do Brasil mais eu fico ansiosa, ainda mais tocando nesse assunto.
- Está certa. - Concordou Mariana, rindo da ansiedade de Chiara.
- Vai Mari, me fala qualquer outra coisa, me conte sobre seu trabalho lá na Agência de Turismo Bellamar.
As jovens engataram nesse assunto durante grande parte da viagem e foram puxando diversos outros assuntos, para espantar de vez a ansiedade que insistia em tomar conta das duas. O tempo de viagem demorou para passar, mas finalmente as várias horas de voo chegaram ao fim e o avião em que elas estavam pousou no Brasil. Seguiram para o desembarque e lá foram recepcionadas calorosamente por Fred, que já as esperava eufórico no saguão do aeroporto.
- Meu amor, que saudadeee. - Disse o jovem correndo em direção a Mariana.
- Aii Fred, muita saudade. - Falou a loira, abraçando forte o amigo.
Chiara observava os dois amigos se cumprimentarem de uma forma tão verdadeira que de cara pegou simpatia por Fred.
- Nossa, o Brasil não é o mesmo sem você, minha vida não é a mesma, aiii que saudadee. - Falou Fred mais uma vez sem largar Mariana.
- Aii meu Deus, esse meu amigo não perde o drama. Eu também estava sentindo muito sua falta, Fred, difícil demais ficar longe de você e dessa sua alegria espontânea. Mas, agora deixa eu te apresentar a Chiara. - Disse a jovem, virando-se para a morena. - Bom, Chiara, esse é o Fred e Fred, essa é a Chiara.
- Muito prazer, Fred! - Disse Chiara.
- Ahh, mas que italiana linda, e esse sotaque maravilhoso?!?! Vem aqui me dá um abraço. - Falou o jovem empolgado, indo até a italiana para abraçá-la. - O prazer é todo meu, Chiara, seja bem-vinda ao Brasil!!
- Obrigada, Fred, acho que nunca fui tão bem recebida num lugar.
- Imagina gata, agora vamos, pois acho que vocês estão mega cansadas.
- Estamos mesmo, Fred, e ainda temos um pedaço bom para andar de Guarulhos até São Paulo.
- Relaxa, pois como ainda está de madrugada, não vai ter trânsito.
- É, pelo menos isso. Chiara, vai se acostumando com a realidade brasileira, andar de carro aqui não é tão fácil quanto na Itália.
- Ah, que isso Mari, lá também não é fácil, todo lugar é assim.
Os jovens seguiram para o carro de Fred e durante o caminho Mariana foi contando suas novidades para o amigo e ouvindo as dele. Fred era tão divertido que as jovens nem sentiram cansaço durante o percurso até São Paulo, pelo contrário, elas foram rindo o caminho todo e Chiara rapidamente ganhou intimidade com Fred.
Quando chegaram na casa de Mariana, Fred ajudou as jovens a subirem com a bagagem e ao adentrarem o apartamento elas foram surpreendidas com as faixas de "Seja bem-vinda" de Fred.
- Aiii meu Deus, que lindoo, amigo. - Disse a loira feliz.
- Gostou, gata? Você sabe que eu não gosto de passar batido por momentos como esse né?? Queria jogar uns confetes pela casa, mas você iria me matar depois, por causa da bagunça, ai só fiz as faixas mesmo. E por sinal, Chiara, me desculpe, era para estar escrito "sejam bem-vindas", mas não deu tempo de arrumar.
- Ah, imagine, Fred, ficou lindo, o que vale é a intenção, obrigada. - Disse Chiara, entusiasmada.
- De nada meninas, foi só uma bobeirinha. Bom, agora vou deixar vocês, pois já já tenho que "acordar" para pegar serviço. - Disse Fred, fazendo aspas com os dedos ao pronunciar o "acordar". - Preciso ir meus amores, amanhã eu venho aqui para conversarmos melhor. Mari, espero que tenha gostado dos meus cuidados com o seu apartamento.
- Claro que gostei, Fred, está para nascer alguém mais perfeccionista do que você.
- Isso é verdade. - Concordou Fred, de maneira engraçada. - Então, beijos meninas, comportem-se e até amanhã.
- Até amanhã, Fred. - Respondeu Chiara enquanto acompanhava com os olhos a loira levar o amigo até a porta.
Ao chegar lá Fred falou no ouvido de Mariana, enquanto lhe abraçava.
- Tenho novidades sobre o Alex, amanhã volto para conversarmos sobre isso e sobre a Clara, te amo.
- Está bem, quero saber de tudo, te amo também! Beijos.
A loira fechou a porta e caminhou até onde Chiara estava.
- Nossa, adorei o Fred, ele é muito engraçado.
- É sim, ele é ótimo, estava com muita saudade dele, amanhã a gente combina de fazer alguma coisa a noite.
- Tudo bem.
- Bom, agora vem. - Disse a loira puxando Chiara pela mão. - Vou te mostrar o apartamento e o quarto que você vai ficar.
- É muito aconchegante aqui, Mari, adorei a decoração.
- Ah, obrigada.
A jovem mostrou toda a casa para a italiana e em seguida arrumou a cama que ela iria dormir.
- Chiara, fique à vontade, sinta-se em casa.
- Obrigada, Mari.
- Vamos dormir e amanhã nós decidimos o que faremos.
- Sim, estou morrendo de sono.
- Se precisar de alguma coisa é só me chamar lá no quarto.
- Pode deixar.
- Até amanhã.
- Até!
Mariana caminhou para seu quarto e após tomar um rápido banho a jovem se deitou e, sem pensar em mais nada, se rendeu a um sono profundo, demonstrando o quanto estava cansada por causa da viagem.
No dia seguinte as jovens acordaram tarde, assim, Mariana decidiu levar Chiara para lanchar no Shopping Ibirapuera, já que a loira não tinha nada para comer em casa. Assim, já no shopping, enquanto almoçavam, Chiara e Mariana traçavam planos para o encontro da italiana com a Fabiana:
- Chiara, você acha que é uma boa chegar no local de trabalho da Fabiana?
- Pois é, eu estava pensando nisso, mas não sei de que outro jeito eu posso me encontrar com ela, não queria ligar, quero surpreendê-la.
- É, eu entendo, acho que o jeito vai ser ir até o escritório dela mesmo.
- Na verdade eu estava pensando em chegar e pedir informações para a secretária ou secretário. Vou perguntar qual horário ela sai e ficar esperando do lado de fora.
- Isso, acho que vai ser melhor assim.
- Ai Mari, estou tão ansiosa, preciso resolver isso logo, não aguento mais esperar.
- Bom, então vamos hoje, já que é sexta-feira, possivelmente o expediente dela acabará mais cedo.
- É, acho que sim. Você poderia me deixar lá no MASP, Mari?
- Claro, deixo sim, vamos terminar de comer e eu já te levo lá.
- Hoje eu resolvo isso.
- Resolve sim, a Fabiana vai ficar feliz de te ver.
- Assim eu espero, Mari, mas, e você, vai procurar a Clara hoje?
- Eu vou conversar com o Fred primeiro, quero saber se ele tem notícias dela, ele também está de paquera com o primo da Clara, então alguma coisa ele deve saber.
- Nossa, ele está ficando com o primo da Clara?
- Na verdade eu não sei, o Alex nem é gay, ou ainda não sabe que é, mas o Fred está apaixonado por ele.
- Nossa, será que o Alex é como a Clara?
- Não sei, Chiara, espero que não. Na verdade, eu espero que a Clara tenha mudado, vamos ver né.
As jovens terminaram de lanchar e Chiara já foi logo chamando Mariana para ir.
- Bom, então vamos Mari, estou realmente ansiosa.
- Vamos sim.
- Tem como você anotar seu endereço para mim? Depois pego um taxi e volto para sua casa.
- Se você quiser eu te busco.
- Não Mari, é melhor passar seu endereço, não sei que horas o papo vai terminar e nem a que fim vai chegar.
- Hum, entendi, você está certa. - Disse Mariana, piscando o olho para Chiara.
- Aii Mari, nem foi isso que quis dizer. - Disse a italiana rindo da insinuação de Mariana. - Mas enfim, vamos?
- Vamos, deixa só eu escrever meu endereço.
A loira pegou um guardanapo de papel e escreveu seu endereço para Chiara.
- Toma. - Disse, entregando-o a Chiara. - Qualquer coisa você me liga também.
- Ai Mari, esqueci meu celular na sua casa.
- Nossa, quer voltar lá para pegar?
- Não, nem pensar, não vou precisar dele mesmo.
- Tudo bem então, vamos.
As jovens caminharam para o carro de Mariana e de lá seguiram para a Avenida Paulista. Chiara estava visivelmente tensa e Mariana tentava tranquiliza-la pelo caminho. Porém, quando chegou na Avenida Paulista, Chiara parecia ter se transformado, estava segura, confiante, até parecia outra pessoa.
- Nossa, você se transforma quando se aproxima de seu objetivo. - Comentou a loira admirada por ver novamente a Chiara que ela conheceu.
- Eu sou assim, Mari, fico nervosa antes, mas na hora consigo me controlar, não quero demonstrar insegurança para a Fabiana.
- Quero seguir seu exemplo, também preciso ser assim quando me encontrar com a Clara. Ai, meu coração já acelera só de pensar nesse momento acontecendo.
- Bom, sua hora vai chegar, agora é a minha e estou tranquilizando meu coração. - Disse a jovem, de maneira calma. - Mari, você tem noção de que eu não vejo a Fabiana há muito tempo?? Não sei como ela está, a gente só conversava por telefone, mas agora vou vê-la. Nossa, nem acredito que estou aqui.
Mariana sorria para Chiara, ao mesmo tempo em que segurava em sua mão, para também demonstrar tranquilidade a ela.
- Vai atrás de seu amor, Chiara, vai e a surpreenda. Impossível não ficar feliz com sua presença.
- Obrigada Mari, você é linda mesmo. - Disse a italiana, antes de respirar fundo e olhar para o lado de fora do carro. - Agora eu vou, torce por mim.
- Pode deixar, estarei na torcida, sempre.
- Obrigada! Até mais tarde. - Despediu Chiara, dando um beijo no rosto de Mariana.
- Até mais tarde! Ahh Chiara... - Chamou Mariana, antes da morena bater à porta do carro. - Caso eu não esteja em casa na hora que você retornar para o apartamento, tem uma chave extra debaixo do tapete.
- Ai Mari, isso é lugar de guardar chave? - Falou a jovem sorrindo. - Mas tudo bem, eu pego sim, mas você vai sair?
- Acho que não, mas vai saber, né? - Disse Mariana, inevitavelmente pensando em Clara.
- Va bene, io capito...
- Sorte para nós duas.
- Sorte! - Falou Chiara. - Arrivederci...
- Até!
A loira arrancou com o carro e seguiu novamente para o seu apartamento com o coração ansioso por Chiara e também por querer logo se encontrar com o amor de sua vida. Ao chegar lá, mal havia terminado de fechar a porta da sala e escutou o interfone tocar:
- Nossa, quem será? - Disse, caminhando até o interfone. - Quem é?
- Seu amigo mais querido e amado.
- Fred!!! Ainda bem que você veio agora. - Disse a loira, já abrindo o portão para o amigo. - Sobe meu amor.
A loira desligou o interfone e foi até a porta para esperar o amigo chegar. Logo Fred aparece no elevador, todo sorridente e animado.
- Ahh, mas eu estava contando os minutos para vir ver meu amor novamente!!! - Disse o jovem, abraçando forte a amiga.
- Aii Fred, como eu senti sua falta, como você está, meu bem?
- Eu estou ótimo gata, e você, descansou da viagem?
- Eu estou bem também, descansada, mas estou ansiosa né, amigo, você já sabe. - Falou a loira, enquanto fechava a porta e caminhava até o sofá, para se sentar ao lado do jovem.
- Sei sim, por isso vim logo para cá, sei que você quer saber notícias da Clara.
- Sim, por favor Fred, me conta tudo o que você sabe.
- Mas, onde está a Chiara?
- Ela foi conversar com a Fabiana, mas me fala da Clara primeiro Fred, estou ansiosa para saber.
- Bom, eu não sei muita coisa, Mari, o Alex viajou semana retrasada e acabou ficando mais do que o esperado lá no interior, ainda não voltou, mas, na última vez que nos falamos ele disse que a Clara estava diferente.
- Di-diferente? Diferente como???
- Ele achou ela muito fria, distante, ela não queria nem tocar no assunto com ele. - Falava Fred, tentando não deixar a amiga triste, porém a loira já mostrava no olhar o quanto estava decepcionada com a notícia - Ai meu amor, queria ter boas notícias, mas o Alex não têm conversado muito com a Clara sobre você, pois ela está muito fechada.
- É, parece que nada mudou, né Fred. - Lamentou a loira
- Infelizmente eu não posso te dizer o contrário, minha flor, mas tenha calma, faz tempo que não falo com o Alex, talvez tenha ocorrido alguma mudança.
- Estou me cansando Fred, cansando de ficar esperando a Clara acordar para a vida, mas eu amo aquela mulher, amo tanto que sou capaz de perdoar tudo se ela me pedir, basta ela me pedir Fred.
- Ai, vem aqui minha linda. - Disse Fred, puxando a amiga para si. - Vamos esperar um pouco, deixa o Alex voltar de viagem, aí eu converso com ele.
- Tudo bem Fred, vou esperar sim, mas já estou com os pés no chão, não vou ficar esperando grandes mudanças.
Fred ficou em silêncio e apenas deu um beijo na testa de Mariana, sabia que não poderia falar nada para deixar a amiga mais confiante, afinal, nem ele sabia se a Clara iria, realmente, mudar. Porém, a loira logo interrompeu o silêncio e começou a perguntar sobre o Alex:
- Me fala de você, Fred, como estão as coisas com o Alex? Ele demonstrou mais algum interesse?
- Aii amiga, o Alex está afim de mim, tenho certeza! Mas não aconteceu nada entre a gente ainda, eu fico com medo, Mari, sei lá, medo de ser apenas uma aventura para ele. Ainda mais sabendo como sua família é conservadora, estou com medo de entrar nessa e sofrer.
- É, eu te entendo, Fred, e você já sofreu muito com isso. Mas, você tem que ter em mente que o Alex não é a Clara.
- Sim, eu sei disso, é por isso mesmo que eu não caí fora ainda.
- É nada, você não caiu fora ainda por que está todo apaixonado pelo Alex. - Falou Mariana rindo.
- Aiii, que perdição, não é fácil estar apaixonado né?
- Não mesmo! Mas é muito bom, triste é aquele que nunca se apaixonou por algo na vida, acho que a paixão é um sofrimento que faz bem.
- Cruzes, que masoquista. - Falou Fred, dando gargalhadas.
- É mesmo né, isso foi muito masoquista. - Concordou Mariana, também rindo.
- Nem sempre a paixão faz sofrer.
- Verdade, mas a maioria faz sim, ainda mais quando essa paixão se transforma em amor, um amor não consolidado pelas duas partes envolvidas, ou talvez não desejado. Ai, nem sei mais o que estou falando. - Disse a loira, rindo ironicamente de si mesma
- Esquece isso, vamos mudar de assunto.
- Concordo, é melhor mesmo!
Os dois amigos ficaram o resto da tarde conversando e colocando o assunto em dia. Mariana contou para Fred todos os detalhes da viagem, inclusive seu "affaire" com Chiara, já Fred, contou melhor sobre sua aproximação com Alex e dos detalhes que o fizera crer que o jovem também está interessado nele.
No meio da conversa Fred resolveu mandar uma mensagem para o Alex, avisando-o que Mariana havia chegado da Itália, porém não sabia se o jovem iria recebê-la, pois ele estava no interior de São Paulo, numa cidadezinha minúscula, onde os celulares quase não possuíam sinal. Mesmo assim, enviou a mensagem, pois sabia que o jovem iria ver assim que o sinal retornasse.
- Ai, que saudade do meu anjinho. - Disse Fred, assim que terminou de mandar a mensagem.
- Calma, gato, o Alex já deve estar voltando de viagem.
- É sim, ele deve chegar semana que vem. Mas enfim, vamos mudar de assunto. Marizinha, estou com fome, vamos comer alguma coisa?
- Nossa, ainda não fiz compras, Fred.
- Então vamos lá fazer. Você avisou a Chiara, onde fica a chave extra?
- Avisei sim, mas, queria estar aqui quando ela chegasse, Fred, estou curiosa para saber como foi a conversa com a Fabiana.
- Hum, ela não conhece muito o Brasil, né?
- Não, por que?
- Porque senão você deixaria um bilhete para ela avisando onde a gente está.
- Bom, hoje fomos lanchar lá no Shopping Ibirapuera.
- Ah, então vamos para lá, fazemos compra no supermercado de lá e aproveitamos para comer alguma coisa.
- Mas será que ela sabe chegar até lá?
- Pelo amor de Deus né, Mariana, a Chiara é uma pessoa culta e vivida, acha que ela não vai saber chegar a um shopping super conhecido?
- É, você tem razão, qualquer coisa ela também me liga.
- Isso, vamos escrever um bilhete para ela.
- Está bem.
Mariana foi até a mesinha do telefone, pegou papel e caneta e escreveu:
Chiara, sei que temos muito para conversar, queria ficar te esperando, mas estávamos morrendo de fome, então eu e o Fred resolvemos ir ao Shopping Ibirapuera fazer compras e lanchar. Se não quiser me esperar aqui, nos encontre lá no Shopping, qualquer coisa liga no meu celular.
Beijos...
Mariana!
- Prontinho, Fred, vamos então?
- Vamos!
Os jovens deixaram o bilhete em um local visível e seguiram para o shopping. Ao chegar lá foram direto para a praça de alimentação e após lancharem foram até o mercado fazer uma compra básica para casa de Mariana. Quando já estavam no caixa pagando as compras o celular de Mariana tocou:
- Alô - Atendeu Mariana.
- Mari, sou eu, Chiara.
- Oi Chiara, tudo bem?
- Tudo sim, acabei de ver seu bilhete, estou indo de taxi para o Shopping, onde te encontro?
- Ah, me encontra na praça de alimentação, onde nós lanchamos hoje. Mas, er... está tudo bem mesmo?
- A gente conversa quando eu chegar, Mari, mas fica tranquila.
- Está bem, ficarei te esperando
- Ok, um beijo.
- Beijo.
A jovem desligou o celular e foi logo falando com Fred:
- Ai Fred, não gostei muito da voz da Chiara, acho que aconteceu alguma coisa.
- Nossa, sério??
- Sério, mas vamos esperar para ver.
- Ai Mari, acho que vou deixar vocês duas conversarem, afinal, ainda não tenho muita intimidade com ela.
- Tudo bem, você está certo. Bom, pelo menos me ajuda a levar essas compras lá para o carro.
- Sim, eu te ajudo, vamos.
- Vamos.
Fred e Mariana levaram as compras para o carro e de lá o jovem foi embora. Já Mariana, retornou para a praça de alimentação e ficou esperando Chiara chegar. Não demorou muito e a italiana apareceu ao local combinado, com uma expressão não muito boa.
- Chiara, o que aconteceu?
- Ai Mari, aconteceu o já esperado por mim.
- Calma, vem aqui, vamos sentar.
A loira pegou na mão de Chiara e a conduziu para uma mesa desocupada, ainda na praça de alimentação. Assim que sentaram a loira voltou a perguntar:
- E aí Chiara, o que aconteceu? Me conta, estou curiosa.
- Bom, a Fabiana ficou realmente surpresa quando me viu, mas não foi uma surpresa boa, Mari.
- Como não??
- Ela ficou tensa, como se não quisesse que as pessoas me vissem lá.
- Mas por que?? Ninguém te conhece aqui.
- Também pensei isso na hora, mas depois eu entendi o porquê daquela tensão.
- Ai Chiara, não me diga que...
- Aham, isso mesmo que você está pensando, a Fabiana está namorando. - Falou a italiana, de forma séria e tentando esconder a tristeza.
- Mas, mas, como assim?? Ela te disse isso na cara dura, nem quis te ouvir??
- Não, a gente conversou, ela me levou para uma sala, lá mesmo onde ela trabalha e me falou que começou a namorar oficialmente há 15 dias atrás.
- Nossa, eu, eu nem sei o que te dizer, Chiara, estou me sentindo péssima agora.
- Pare com isso, Mari, você me ajudou a fazer o certo, agora eu estou verdadeiramente livre para seguir minha vida, não vou me lamentar, já esperava isso, imaginava que nunca mais eu voltaria a namorar a Fabiana, agora eu ouvi isso da boca dela e olhando em seus olhos, como você disse.
- Aii Chiara. - O coração de Mariana doeu por ver que os planos de Chiara não foram cumpridos do jeito que ela esperava. - Mas, ela não ficou nem um pouco balançada?
- Ficou sim, Mari, eu sei que ela ficou, mas isso não quer dizer nada. O fato é: ela tocou a vida dela aqui no Brasil, ao contrário de mim. Ela gosta muito da namorada e ela sabe que a Fabiana namorava uma italiana, inclusive ela já viu uma foto minha.
- Então foi por isso que ela não quis que as pessoas te vissem com ela?
- Foi sim. - Afirmou a italiana, cabisbaixa. - Mari, ela está namorando!!! Nossa, como foi difícil ouvir isso.
- Ai Chiara, vamos sair daqui, vamos para casa, lá você fica mais à vontade.
- Não Mari, não se preocupe, não quero chorar. - Respondeu a italiana ao perceber que Mariana queria ir embora por achar que ela estava segurando o choro. - Estou sentindo um aperto no coração, mas como te disse, já esperava isso, a sensação agora é de estar liberta para seguir a vida.
- Ainda bem que você pensa assim Chiara, eu não sei como reagiria no seu lugar.
- Você também reagiria assim, pode ter certeza. Até por que, você...
A jovem interrompeu sua fala ao escutar o celular de Mariana tocando na bolsa dela.
- Mari, acho que seu celular está tocando.
- Pode deixar, deve ser o Fred, depois ligo para ele, continua falando.
- Tudo bem. - Concordou Chiara. - Mas então, você agiria como eu Mari.
- Não sei Chiara, mas, eu realmente sinto muito, queria que tudo tivesse acontecido de outra forma.
- Mari, talvez tenha sido melhor assim. Por que se a Fabiana ficasse novamente comigo, iria reacender todo o amor que sinto por ela, mas aí, depois de quinze dias eu voltaria para a Itália e como ficaríamos??
- Minha esperança era dela te pedir para ficar aqui.
- Isso nunca iria acontecer, Mari, eu aceitei vir para o Brasil mais para colocar um ponto final mesmo nessa história.
A jovem segurou a mão de Chiara e deu um beijo nela, depois, inclinou um pouco seu corpo sobre a mesa e acariciou o rosto da italiana, demonstrando como sentia um forte carinho por ela.
- Tudo vai ficar bem, você vai ver!
Chiara segurou a mão de Mariana, que ainda estava em seu rosto e fechou os olhos, depois voltou a abri-los e falou:
- Vai ficar bem sim, Mari, ainda mais por eu ter uma pessoa como você na minha vida. Obrigada por tudo, por sempre me dar essa injeção de otimismo. Você é fantástica.
A loira ficou logo vermelha, arrancando um sorriso simples de Chiara.
- Como é fácil te deixar vermelha, né?
- Muito fácil, por favor, não faça isso, é vergonhoso. - Pediu a jovem, encabulada.
- Vergonhoso nada, é muito bonito. - Elogiou a italiana, ainda segurando a mão de Mariana.
- Aii, vamos mudar de assunto.
- Está bem.
- Bom, acho que a gente podia ir para casa e depois ligamos para o Fred, vamos sair hoje, o Fred é uma ótima pessoa para te animar.
- Ótima ideia, Mari, não quero mesmo ficar para baixo.
- E não vai ficar, agora é a minha vez de te animar, vou retribuir o bem que você me fez na Itália. - Disse a loira animada.
- Então vamos?
- Vamos sim...
As jovens se levantaram e Mariana foi logo aproximando seu corpo ao da italiana, colocou seu braço em volta do pescoço dela e conduziu Chiara até o estacionamento, onde estava seu carro. Em nenhum momento a loira deixou Chiara ficar pensativa, pois sempre animava a jovem, contando os casos engraçados de Fred ou relembrava as viagens que fizeram quando estavam na Itália.
Ao chegaram em seu apartamento, Mariana foi logo pegando o celular em sua bolsa para ligar para o Fred. Quando olhou no visor, reparou que realmente tinha uma ligação perdida, selecionou a opção "chamadas perdidas" e quando foi ver de quem era a ligação, seu coração foi a mil por hora...
- CLARA???
Fim do capítulo
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Lana queen
Em: 25/09/2016
Olha eu aqui de novo...domingo estou me dedicando em ler...dormi quase nada kkk
Capítulo perfeito, Fred sempre um amor, eu estava imaginando que Fabiana não ia estar sozinha uma pena porque Chiara merecia...
Vou ficando por aqui tô ansiosa pelo encontro da lindas...
Beijos
Resposta do autor:
Ei Lana,
Vc fez um intensivão né, rsrs, tadinha, dormiu pouco?
Fred é um grande amigo e consegue ter uma visão mais racional da história.
Chiara, no fundo sabia que sua viagem ao Brasil seria apenas para dar um ponto final para essa história. Mas, ela merece sim ser feliz tb.
Beijinhos
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