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Entre olhares e sorrisos: encontrei você por Gi Franchinni

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Capítulo 33

Mariana acordou, pela primeira vez em muito tempo, com o semblante animado. Já previa que muitas coisas boas aconteceriam naquele dia, principalmente por que conheceria mais um pouco da Itália sob o olhar de uma pessoa especializada, a Chiara. Assim a loira rapidamente se levantou da cama e arrumou uma roupa confortável, para poder percorrer os trabalhos de campo que seriam realizados no workshop.
 
O tempo ainda estava frio, assim a jovem vestiu uma calça jeans com botas longas e um casaco peludo que embora fosse fino, esquentava bastante. Depois passou uma leve maquiagem, colocou uma boina de lã na cabeça e desceu para o lugar onde estavam servindo o café da manhã. No local já estava um aglomerado de pessoas, que segundo seu pensamento, certamente iriam fazer o workshop.
 
A loira olhou a sua volta na esperança de encontrar Chiara, porém não a avistara. Assim, seguiu até a mesa principal e serviu-se de algumas frutas e um pouco de cappuccino, depois procurou uma mesa vazia para que pudesse se sentar. Encontrou uma próxima a entrada principal da pousada e lá saboreou, pela primeira vez naquela temporada, o café da manhã italiano.
 
Mariana era observadora, ficava o tempo todo olhando o movimento de pessoas na parte frontal da pousada. Realmente era um local de referência em Roma, pois desde que ela chegara, sempre viu aquele ambiente movimentado. Logo que terminou de tomar o café escutou uma voz conhecida, próximo ao seu ouvido:
 
- Buongiorno, signorina Mariana.
 
A loira virou-se assustada, mas logo que avistou Chiara, abriu um imenso sorriso.
 
- Buongiorno, signorina Chiara!!
- Como passou a noite?
- Muito bem, e você?
- Passei muito bem também! - Disse a italiana sorrindo. - Mas, e aí, está preparada para o workshop?
- Estou, preparadíssima! Me diga, Chiara, vamos a pé até a parte central de Roma?
- Costumamos levar as pessoas no nosso micro-ônibus. Porém, não será necessário.
- Como assim?
- Só tem você e mais três pessoas. Aconteceram alguns imprevistos com os outros participantes que viriam para o workshop.
- O que aconteceu? - Perguntou Mariana curiosa e ao mesmo tempo surpresa por terem apenas mais 3 pessoas no workshop com ela.
- Eles são da mesma agência de turismo, e parece que a empresa acabou não liberando eles para virem para cá devido a um problema interno.
- Nossa, que chato.
- Muito chato, a gente já programa as atividades do workshop de acordo com a quantidade de pessoas que estarão nele. Mas, não se preocupe, vocês não perderão nada em qualidade.
- Ah, mas isso eu não tenho dúvida nenhuma. - Disse a loira, convicta. - Então nós vamos de carro?
- Você vai comigo, pois as outras 3 pessoas marcaram de me encontrar na Piazza di San Pietro.
- Elas são de qual país?
- São daqui mesmo, Mariana.
- Nossa, então será somente eu que não falo italiano?? - Perguntou preocupada.
 
Chiara riu do comentário e voltou a falar.
 
- Não se preocupe, ragazza, o combinado foi que o workshop será todo em inglês. Fique tranquila.
- Está bem. - Disse Mariana aliviada.
 
Era incrível como a loira ficava à vontade na presença de Chiara, realmente os títulos da jovem não a intimidavam mais. Pelo contrário, via Chiara como uma nova amiga sem, no entanto, deixar de lado toda a sabedoria da jovem.
 
- Vamos então Mariana?
- Vamos! Deixa só eu pegar minha bolsa no quarto.
- Va bene!
 
A loira foi correndo até o quarto e logo já estava de volta, com uma bolsa e um caderno de anotações. Chiara olhou para as mãos da loira e deu um riso para ela.
 
- O que foi? - Perguntou a loira, ao ver aquele sorriso.
- Niente, só fiquei pensando aqui que você deve ser uma aluna muito aplicada.
 
A loira ficou vermelha, pois realmente era excelente aluna, mas não gostava de falar sobre aquilo.
 
- Impressão sua! - Disfarçou.
- Sei, estou percebendo mesmo que é impressão minha. - Disse irônica. - Só para te deixar mais tranquila, eu também era, praticamente uma nerd, mas essas coisas não se falam, né?
 
Mariana riu para a jovem e em seguida saiu atrás dela em direção ao carro.
 
- Trouxe a máquina de retratos dessa vez, Mariana?
- Dessa vez eu trouxe, está aqui dentro da bolsa.
- Isso mesmo. Vamos ver lugares magníficos!
- Já estou ansiosa!
- Vamos então, pois, já está quase na hora.. - Disse a morena arrancando com o carro.
 
As belas mulheres seguiram para a Piazza di San Pietro, conversando ao longo do caminho. Porém o percurso era curto, assim não demorou nada e já estavam no local. Logo que desceram do carro, Chiara levou Mariana até onde estava as outras jovens e as apresentaram. Por coincidência ou não, as jovens eram de Veneza, a cidade que Mariana tanto queria conhecer, mas não naquelas circunstâncias.
 
Ao ouvir novamente o nome da cidade, Mariana sentiu uma pontada no coração, mas tentou se controlar, pois já estava cansada de ver seus dias influenciados pelas lembranças de Clara. Chiara observava a jovem e achava sua postura um tanto misteriosa. Acreditava desde a noite passada que Mariana tinha algo diferente das outras pessoas, mas não conseguia identificar o que.
 
Chiara se distraíra olhando para Mariana, no entanto uma das jovens pediu para que ela as apresentasse para a jovem loira.
 
- Oh, desculpe-me, Mariana, essa aqui é Maria, especializada em Economia do Turismo, essa é a Antonieta, formada em Arquitetura e está é a Giovanna, formada em história, como eu. - Disse Chiara em inglês, apontando para cada uma das jovens. Em seguida ela apresentou Mariana para as jovens e foi logo iniciando a introdução do workshop, pois teriam muitas coisas para fazer em pouco tempo.
 
Assim, após a introdução, as jovens adentraram o carro e acompanhavam Chiara explicar todo o percurso para elas. A italiana parava em diversos pontos históricos onde havia bens protegidos, mostrando também quais eram considerados patrimônios históricos culturais da humanidade. Diversas vezes ela parou o carro e levou as jovens por uma caminhada a pé, para que pudessem conhecer de perto os monumentos antigos. Chiara realmente dominava o assunto, pois falava tudo com muita propriedade, sempre fazendo um apanhado histórico do local ou do monumento.
 
No meio do curso ela também pedia para que as jovens contribuíssem com os conhecimentos de suas áreas e isso deixou o workshop ainda mais proveitoso e interessante. As jovens italianas eram parecidas com Mariana no aspecto da desenvoltura, assim logo as quatro, juntamente com Chiara, ficaram mais soltas e mais próximas umas das outras.
 
Depois de um longo percurso de caminhada, o workshop chegara ao fim em seu primeiro dia. Assim, Chiara e Mariana se despediram das três jovens, chamando-as inclusive para irem ao bairro Trastevere com elas, mais tarde. As jovens aceitaram ir de imediato, até por que realmente aquele local ficava ótimo a noite e as companhias de Mariana e Chiara também eram muito agradáveis.
 
Já no carro Mariana não poupou elogios para a jovem italiana.
 
- Chiara, não posso deixar de dizer que você é muito boa no que faz. Nossa, explicou tudo perfeitamente, foi bem interessante analisar os bens tombados pela UNESCO in loco. Nos dá outra visão da importância dessas obras e dessas construções, para a preservação da memória dos diferentes grupos que ali estiveram. É fantástico.
- Calma que estamos apenas começando. Geralmente os outros cursos que falam sobre patrimônio fazem o caminho inverso: primeiro passam uma parte teórica sobre o conceito de patrimônio, falam sobre o que é a UNESCO e outras coisas mais, para somente depois irem para a prática. Porém, eu prefiro fazer o contrário, mostrar a prática primeiro, para depois dar sustentação com a teoria.
- Na verdade eu acho que você faz os dois ao mesmo tempo. Enquanto você ia mostrando as obras, você também falava do aspecto teórico, mas não ficava uma coisa chata, muito pelo contrário, prendia nossa atenção. Só lamento para o pessoal que não pode vir, eles perderam. - Disse brincando.
- E nós ganhamos com sua presença. - Respondeu a italiana, sem constrangimento algum.
 
A loira começou a ficar vermelha e Chiara inevitavelmente esboçou um sorriso, enquanto continuava dirigindo, olhando em direção à rua.
 
- Para com isso Chiara.
- Mariana, acho que você não tem dimensão de como é inteligente. Você fazia comentários lá que nem mesmo eu, que já trabalho há anos com isso, havia pensado anteriormente. - Falou mais uma vez a italiana, olhando de canto de olho para a loira.
 
Mariana apenas riu sem graça e foi tratando de puxar outro assunto.
 
- Er... nós não vamos demorar para sair, não é?
- Não, porque? Você está cansada?
- Não! É só para saber mesmo.
 
Mais uma vez Chiara olhou para Mariana e sorriu silenciosamente. Estava adorando ver a loira com a expressão envergonhada.
 
- Tudo bem então, já estamos chegando. Vamos tomar um banho, descansar por uma horinha e depois seguimos para Trastevere, pode ser?
- Por mim está ótimo!
 
Logo as jovens chegaram na pousada e antes de Mariana sair do carro, Chiara falou:
 
- Posso fazer um elogio?
- Ai, já vi que vou ficar vermelha de novo.
- Posso fazer dois elogios então? - Brincou Chiara.
- Vamos lá, diga.
- Você ficou linda com essa boina verde, e segundo, você sem graça é a coisa mais, mais, como se diz em português?? - Falou a morena, pensando. - Ahh, você fica a coisa mais fofa quando está vermelha.
- Aii... fuii - Disse a loira super vermelha, saindo correndo do carro.
 
A morena olhava para Mariana, rindo da situação e decidiu deixar que a jovem fosse para o quarto se arrumar para sair com ela, já havia constrangido muito a loira em um curto espaço de tempo.
 
Mariana entrou correndo no quarto e foi logo para o banheiro tomar um banho. Ficara tão envergonhada com os elogios de Chiara que somente depois que já estava no banho percebera como saíra rápido do carro da italiana.
 
- Meu Deus que vergonha!! Saí igual uma adolescente do carro da Chiara, aii, ela deve estar me achando uma criança agora. - A loira segurava as duas bochechas, como se estivesse tentando evitar que elas ficassem vermelhas. - Por que a Chiara fez aqueles elogios para mim? Ela quer me deixar sem graça mesmo, deve estar gostando da situação.
 
A jovem ficou mais um tempo no banho, pensando nas coisas que Chiara lhe falara e também na forma como a italiana lhe olhava.
 
- Tem algo diferente na Chiara, mas não sei o que é, talvez eu esteja viajando também, sei lá. - Pensava a loira, enrolada na toalha e já saindo do banheiro. - Melhor eu nem pensar em nada, até por que a italiana é tão expressiva, fala o que pensa. A Chiara parece ter uma personalidade muito forte, deve ser o jeito dela, enfim.
 
A loira seguiu tremendo até a sua mala, pois estava fazendo muito frio naquele início de noite e foi logo separando uma roupa bem quentinha para vestir. Pegou desta vez um casaco grosso, uma blusinha branca, junto com um cachecol azul xadrezado e separou ainda uma calça escura com uma bota de salto alto. Rapidamente vestiu a roupa e caminhou até o espelho gigante que tinha no quarto, para poder arrumar o cabelo e se maquiar.
 
Mariana deixou os cabelos soltos e passou uma maquiagem simples, mas suficiente para deixá-la ainda mais bela, especialmente seus olhos verdes, que foram devidamente realçados. Depois de pronta a loira olhou no relógio e viu que ainda estava cedo. Assim. Ligou o computador para ver se tinha mensagem do Fred, procurando evitar os pensamentos em Clara.
 
- Saudades Fred, você iria se divertir muito aqui. - Dizia a loira, rindo ao imaginar o amigo lá com ela.
 
A loira acessou seu e-mail e visualizou a resposta de Fred:
 
"Buongiorno, gata!! Como foi bom receber seu e-mail, Mari... aiii estou morrendo de saudade já, acho que um mês é muito para ficar longe de você, hahahaha.
Bom, fico mais tranquilo de saber que você chegou bem e que está aproveitando bastante. Amiga, de verdade, você merece, merece aproveitar ao máximo desse país maravilhoso.
Já avisei o seu pai e ele e a Andréa te mandaram um beijo, nem preciso falar aqui todas as recomendações que ele pediu, né?? Rsrsrs.
 
Como assim já fez amizade??? Quem é essa pessoa?? Aposto que é gente boa! Isso mesmo, estou gostando de ver!! Se joga na vida romana, meu amor, por que Roma é luxo!!! kkkkkkkkkk
 
Em relação as novidades, bem, não tenho nenhuma, afinal acho que você se esqueceu que tem apenas 2 dias que não nos vemos, kkkkkkk. Mas falando sério Mari, bem, eu tenho conversado com o Alex todos os dias e estou cada vez mais confuso. Ele não dá a entender que está interessado em mim, vou ficar louco, Mari, mas pelo que conversamos ontem ele deixou escapar que o coração dele estava começando a ser ocupado... =/ será que é por mim, amiga?? Aii, não tive coragem para perguntar, fiquei com medo da resposta, tenho medo de tentar algo e isso acabar afastando ele de mim. Nossa, nunca me vi tão perdido em alguém assim, estou mesmo apaixonado. =O
 
Bom, agora vamos a sua última pergunta, como a Clara está... Aii amiga, não queria falar mais nada dela enquanto você estivesse aí na Itália, lembra do nosso combinado?? ESQUEÇA O BRASIL, só não se esqueça de mim, rsrs. Mas, só dessa vez vou te responder... Bem a Clara não está nada bem, Mari, ela emagreceu horrores, o Alex estava até com medo dela estar em depressão, mas ela não está não. Ele sempre vai até a casa dela e conversa bastante com ela." - Ao ler aquilo Mariana sentiu um forte aperto no peito... ver o sofrimento de Clara era o mesmo que ver seu próprio sofrimento. - "Não se preocupe Mari, isso é normal, afinal ela está sofrendo por causa de sua própria escolha. Não te contei isso para deixar você triste, não quero que você perca o foco das coisas aí. Aproveite bem tudo o que lhe acontecer, até por que a Clara não mudou de ideia, amiga, deixe ela sofrer, deixe que esse sofrimento lhe mostre o verdadeiro caminho da felicidade.
 
No mais é isso, te amo muito e estou contando os dias para você voltar. Se cuida meu amor e não fique afobada para voltar logo para o Brasil, afinal, eu aguento a saudade, rsrs. Continue me mandando e-mail, está bem?
 
Um beijo de seu amigo irmão.... Fred!
 
PS: É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar, esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se desencontraram... Pablo Neruda"
 
Mariana leu umas duas vezes a frase final do e-mail de Fred e depois se encostou na cabeceira da cama, deixando o notebook de lado.
 
- Claro que não vou esquecê-la, é o amor da minha vida!
 
Respirou fundo e voltou a pensar no e-mail do amigo.
 
- Depressão??? Ai meu Deus, a Clara está mal?? Emagreceu??  - A loira respirava rápido e automaticamente levou a mão ao peito de forma a segurar a dor que sentia. - Ela não pode ficar doente, meu Deus, isso não, quero que ela aprenda com o sofrimento, mas não que ela emagreça. Aiii, minha Clarinha."
 
A loira ficou visivelmente preocupada, pensava que Clara estivesse firme, chegou até a duvidar se a morena sentia saudades dela ou se estava pensando sobre sua vinda para a Itália.
 
- "Aii, queria mandar um e-mail para ela, mas vou dizer o que??" - A loira chegou a pegar o notebook, porém desistiu antes de começar a escrever. - "Nãooo, não posso, calma Mariana, ela tem o Alex, ele não vai deixar que mal algum aconteça a Clara. Não posso fazer nada, é escolha dela."
 
A loira desligou rapidamente o computador e desceu para a recepção da pousada. Sabia que se ficasse no quarto iria começar a chorar e até mesmo poderia acabar mandando um e-mail para Clara. Assim, sentou-se em uma poltrona que ficava de frente para o corredor principal e ficou esperando que Chiara aparecesse para poderem sair.
 
Não demorou muito e a italiana apareceu toda elegante e com um sorriso no rosto. Vestia um casaco de lã vermelho com uma blusa preta por baixo e luvas pretas. Também usava um cachecol e uma bota de salto alto e no rosto sua maquiagem realçava o contorno marcante de seus olhos.
 
- Estou vendo que tem alguém animada por aqui. - Disse Chiara já próximo a loira. - Está aí há muito tempo?
- Não, acabei de descer, não queria esperar no quarto. - Disse com a voz não muito animada.
- Ei, tudo bem?
- Tudo, tudo sim, vamos? - Respondeu fingindo animação, para evitar que a morena lhe perguntasse qualquer coisa.
- Vamos sim! Vem. - Disse estendendo a mão para a loira. Mariana pegou a mão de Chiara e a acompanhou até o carro.
 
Ao chegar lá Chiara olhou mais uma vez para Mariana.
 
- Você está linda, mais uma vez.
- O-obrigada, er... você também, muito elegante. - Respondeu sem graça.
 
A morena riu para ela e também agradeceu ao elogio.
 
- Vamos de carro até a entrada do bairro, depois vamos andando para eu te mostrar a vida noturna de lá, você vai adorar.
- Tudo bem, vai ser ótimo! - Disse Mariana aliviada de sair da pousada e daquele quarto.
- Mariana, posso te fazer uma pergunta?
- Claro! - A loira respondeu firme, mas estava morrendo de medo do que Chiara iria lhe perguntar.
- Você realmente não tem namorado?
- Er... não, não tenho. E você?
- Não, também estou solteira. Mas está afim de arrumar algum italiano? - A morena fazia perguntas direcionadas, mas parecia que estava tentando colher informações da loira.
- Er... acho que não, Chiara, vim mais a trabalho mesmo, não estou pensando nisso. - Disse Mariana totalmente vacilante, pois na verdade o que lhe impedia de se aproximar de alguém era seu amor por Clara. Inclusive não queria falar para Chiara que gostava de mulheres e não de homens.
- Entendi, bom, se prepare, pois pode acontecer de algum italiano dar em cima de você lá no Trastevere.
- Ou em cima de você, né.
- Não, muitos já me conhecem lá e você, chama atenção de longe, é linda.
- Ai Chiara, por favor, para de me deixar sem graça. - Disse Mariana, mais uma vez vermelha.
- Me desculpe, tudo bem, vou conter meus elogios.
 
As jovens seguiram o restante do caminho conversando coisas a respeito da Itália até chegarem a entrada do bairro.
 
- Chegamos Mari, er... já estou até te chamando por apelido, né?
- Sem problemas, eu gosto que me chamem assim, e você tem algum apelido?
- Geralmente as pessoas me chamam de Chiara mesmo, mas tinha uma pessoa que me chamava de Kiki - Dessa vez foi a voz de Chiara que saíra triste. Mariana percebeu, mas preferiu não entrar em detalhes, não naquele momento.
 
A morena estacionou o carro e desceu em companhia da bela loira. Logo na entrada, Mariana já ficou surpresa com os encantos daquele lugar.
 
- Nossa Chiara, você tinha razão, aqui é magnífico. É totalmente a cara de Roma.
- Exatamente! Muitos falam que aqui é o coração de Roma, digamos que esse bairro traduz a cara da cidade, qualquer lugar que esbarrarmos aqui haverá uma bela história para contar.
- Nossa, é tão tradicional. - Disse a loira ao ver as antigas casas ainda contendo moradores. Olhava a sua volta e se sentia como nos tempos antigos.
 
Em várias casas havia roupas penduradas do lado de fora das janelas. Mais à frente Mariana avistava diversas entradas de ruas extremamente estreitas, como se fossem labirintos.
 
- Os habitantes daqui se consideram os verdadeiros romanos, muitos vivem aqui há muitos anos e seguem a história passada de seus familiares. - Explicava Chiara.
- Fantástico, estou impressionada.
- Muitas pessoas vêm para Roma, mas não incluem esse lugar em seus roteiros turísticos. Mas quando alguém me pede um conselho ou pede para que eu faça um guia turístico de Roma, eu vou logo aconselhando: quer conhecer Roma, então perca-se, se permita aventurar por lugares que não estavam planejados.
 
Mariana olhava para Chiara de forma encantada, era lindo ver a forma apaixonada como ela falava de Roma.
 
- O que foi? - Perguntou Chiara ao ver a cara boba de Mariana.
- Nada não, é que você contagia a gente quando fala de Roma.
- Imagina, esse lugar é lindo por si só.
- É lindo sim, mas quando você conta a história fica ainda mais lindo. - Respondeu Mariana. Chiara olhou para jovem e lançou mais um sorriso para ela.
- Vem, vou te mostrar um dos pontos mais bonitos e antigos daqui. - A italiana puxou Mariana pela mão e adentrou em uma rua estreita, que parecia sombria, até avistar seu outro lado. - Te apresento a mais antiga e bela das igrejas de Roma: a Basílica de Santa Maria.
- Meu Deus!! - Falou espantada.
- Linda, não é?
- Muito! - Dizia a loira em poucas palavras, devido ao seu estado de admiração.
- Aqui é a Piazza di Santa Maria.
- Nossa, é muito movimentado. - Falou a loira ao avistar um grande contingente de pessoas.
 
Havia de fato diversas pessoas ocupando de forma diferenciada aquele espaço. Tanto artistas quanto artesãos também expunham seus trabalhos dando um encantamento ainda maior para aquele lugar.
 
- Vem, vamos lá perto da fonte. - Chamou Chiara.
 
A loira a acompanhou, ainda admirada com a beleza do lugar.
 
- Nossa, preciso tirar uma foto aqui.
- Claro! Me dê sua máquina, eu bato.
 
Logo a loira entregou a máquina nas mãos de Chiara e esta tirou várias fotos da loira. Enquanto batia as fotos Chiara ficava olhando para Mariana de maneira encantada, como se estivesse apreciando aquele local, tão conhecido por ela, de maneira diferente.
 
- Aii, agora chega de fotos.
- Por mim continuava batendo. - Disse a italiana olhando para Mariana.
- Er... não. - Respondeu sem graça.
- Tudo bem, vamos então, o pessoal já deve ter chegado lá no Ristorante que combinei.
- Nossa, as meninas do workshop sabem onde fica esse Ristorante?
- Fica tranquila, qualquer pessoa sabe informar onde fica o Ristorante Mario's.- Disse simpática. - Vamos apreciar um maravilhoso vinho e uma pizza que vocês jamais se esquecerão.
- Ai meu Deus, já me deu água na boca. - Disse a loira, brincando.
- Vamos então, é aqui perto.
 
As jovens mais uma vez entraram em uma rua estreita e logo avistaram diversos bares e restaurantes. Mariana acompanhava Chiara, ainda com os olhares voltados para o ambiente que se desvelava para ela.
 
- Nossa, que vontade de pintar esse local! - Disse a loira, como se estivesse falando para si mesma.
- Como?? Pintar??
- Sim, ficaria uma bela paisagem cultural.
- Você pinta? - Perguntou Chiara, parando em frente a Mariana.
- Er... ah, pinto um pouco.
- Sei, do jeito que você é modesta, deve pintar demais! Se quiser posso tentar conseguir uma tela e algumas tintas para você.
- Ah, imagina, não quero incomodar.
- Para com isso Mariana, não é incomodo algum, é só conversar com um dos artistas lá na Piazza di Santa Maria, é fácil conseguir uma tela lá. Podemos fazer isso amanhã ou qualquer outro dia dessa semana.
- Ai Chiara, muito obrigada. Fico até constrangida, estou ocupando muito do seu tempo.
- Não mesmo, estou me divertindo muito. Agora vamos, acho que o pessoal chegou. - Disse olhando para um restaurante. Logo Mariana percebeu que se tratava do restaurante que Chiara havia falado anteriormente.
 
As jovens chegaram ao estabelecimento e logo Chiara falou em voz alta, com o sotaque italiano bem característico:
 
- Amice, buona notte!!!
 
Todos que lá estavam começaram a festejar com a presença de Chiara. Também olhavam encantados para Mariana e falavam várias frases em italiano, de forma tão rápida, que a loira não pode compreender nada. Chiara olhou para Mariana e lhe apresentou para seus amigos, pedindo para que eles falassem em inglês para que ela pudesse entender.
 
Na mesa estavam um casal de amigos de Chiara e outros 4 rapazes, todos aparentando ter a idade da italiana. Os jovens foram logo abrindo um sorriso na frente da loira, começaram a elogiá-la e perguntaram diversas coisas a respeito do Brasil. Não demorou muito para Mariana se entrosar com os amigos de Chiara, afinal ela era uma pessoa que fazia amizades de maneira rápida.
 
Depois de alguns minutos as três jovens do workshop também chegaram ao local, ambas muito felizes por estarem ali com vários jovens bonitos. Depois que elas foram devidamente apresentadas para o pessoal que estava na mesa, todos fizeram seus pedidos e iniciaram a noite com uma bela taça do melhor vinho italiano.
 
- Gostou do vinho? - Perguntou Chiara a Mariana
- Gostar é pouco, sem dúvida é o melhor vinho que já tomei.
- Hum, se eu te levar em um restaurante em Toscana então, você vai ver o que é o melhor vinho.
- Quem sabe um dia. - Disse a loira sorrindo.
- Quem sabe...
 
Chiara bebeu o vinho com um olhar fatal para Mariana, que até deixara a jovem sem graça.
 
- "Meu Deus, estou vendo coisas??" - Pensou a loira.
 
Logo Antonieta interrompeu seus pensamentos e começou a conversar vários assuntos com ela, perguntando sobre sua vida no Brasil e o que a jovem estava achando da Itália. No decorrer da conversa as pizzas chegaram e as jovens deixaram a conversa de lado para saborear aquela típica comida italiana.
 
Mariana ficara ainda mais fascinada com a culinária italiana depois que havia viajado para Itália pela primeira vez, porém aquela pizza estava tão saborosa que também chegou a comentar com Chiara que era a melhor que ela já havia comido.
 
Chiara ria para Mariana e esta tentava o tempo todo evitar de pensar que poderia estar acontecendo o que ela imaginava, ou seja, que a italiana estivesse lhe dando bola.
 
A noite se passava e os jovens continuavam conversando animados. As meninas do workshop já estavam demonstrando claro interesse em se arranjarem naquela noite com algum dos rapazes lá presente, porém um deles não tirava os olhos de Mariana. A loira nem se deu conta e continuava conversando como se nada estivesse acontecendo. Porém logo o jovem começou a conversar com Chiara em italiano e foi ali que ela começou a pensar que poderia estar ocorrendo algo que ela não havia percebido antes. Notou ainda que Chiara não sorria como o jovem, apenas respondia suas perguntas.
 
O jovem falava com Chiara, olhando para a loira e esta apenas olhava para Antonieta como se estivesse pedindo ajuda para entender o diálogo. Logo Antonieta aproximou-se do ouvido de Mariana e lhe explicou em inglês o que estava sendo conversado entre os dois:
 
- Eh Mariana, parece que você ganhou um admirador, o amigo da Chiara está falando que você é linda e que ele seria capaz de voar para o Brasil só para poder te ver de novo. Então a Chiara disse que você ficaria na Itália por pelo menos um mês, ele ficou todo empolgado, pediu para ela combinar de sair amanhã de novo.
- Aii não!! - Exclamou a loira.
- Não está afim? - Perguntou Antonieta surpresa, afinal o jovem era bonito.
- Não, acabei de sair de um relacionamento, acho que não estou com vontade de ficar com ninguém. - Respondeu a loira, sem achar uma outra resposta melhor para dar.
- Eu entendo, mas acho que a Chiara já está falando isso para ele.
-"Hã?? Como assim falando isso para ele?? Ela não sabe nada sobre minha vida afetiva!" - Pensou a loira. - O que ela está falando?
- Disse que parece que você não está muito afim, que deve estar se relacionando com alguém no Brasil. - Respondeu Antonieta em voz baixa.
- Entendi, obrigada!
- Não precisa agradecer. - Disse a jovem simpática.
 
A noite foi passando e pouco depois da meia noite Chiara perguntou para Mariana se ela desejava ir embora. A jovem respondeu que iria quando ela quisesse, e assim Chiara propôs delas voltarem. Mariana se despediu de todos, juntamente com Chiara e acompanhou a jovem por uma rua estreita.
 
- Antes de irmos gostaria de te levar em um lugar, posso? - Perguntou a italiana.
- Sem dúvida, me leva.
 
A italiana pegou a mão de Mariana e a conduziu para outra rua estreita que saia de frente para uma ponte antiga. Era lindo o lugar, tanto que Mariana se sentiu parte de um filme medieval.
 
- Estava a noite toda pensando em te trazer aqui. - Disse olhando para Mariana.
- Nossa, é muito lindo. - Respondeu Mariana, caminhando vagarosamente ao lado de Chiara sobre a ponte que separava o bairro Trastevere do centro de Roma.
- Essa ponte se chama Sisto, ela está acima do rio Tibre, gosto muito de vir aqui. - Disse a morena, parando no centro da ponte e se encostando na beira dela para avistar o rio.
 
A loira também se encostou na ponte ao lado de Chiara e ficou admirando as águas do Tibre junto com ela.
 
- É um bom lugar para vir e refletir sobre a vida. - Disse Chiara pensativa.
- É mesmo, aqui está calmo, diferente de onde estávamos antes.
 
As jovens ficaram um tempo em silêncio, apenas apreciando a calmaria do local. Chiara estava compenetrada olhando para as águas e Mariana ora ou outra olhava para ela. Até que num momento os olhares se cruzaram e Chiara virou seu corpo para Mariana. A loira teve uma sensação estranha e começou a temer a atitude de Chiara, assim foi logo dando um jeito de voltar seu olhar para as águas do rio Tibre.
 
Chiara percebeu o constrangimento da jovem e achou Mariana ainda mais bonita. Foi se aproximando vagarosamente dela e levou a mão em seu rosto, tirou uma mecha de cabelo que estava sendo empurrada pelo vento em direção a boca dela e falou:
 
- Nossa, como você é bonita.
 
A loira começou a respirar rápido, demonstrando que estava nervosa e sem perceber virou-se para Chiara. Esta aproveitou-se para olhar para os lábios da jovem e o olhar se revezava entre seus lábios e seus olhos. A loira estava sem ação e continuava parada feito uma estátua. Até que percebeu Chiara se aproximando ainda mais, colocando seu corpo colado ao dela. Sentiu a respiração da italiana tocar seu rosto e quando se deu conta a jovem já estava levando sua boca até a dela.
 
- Não, Chiara! - Disse a loira, segurando a italiana, impedindo-a de lhe beijar. - Er... me desculpe, mas é melhor não.
 
A italiana não ficou sem graça e nem mesmo constrangida com reação de Mariana. Apenas emitiu um sorriso para ela e perguntou:
 
- Você está vivendo algo muito forte no Brasil, não é? Ou será que eu me enganei sobre você?
- Co-como assim se enganou? - Perguntou Mariana ainda nervosa, por quase ter recebido um beijo de Chiara.
- Você gosta de mulheres não gosta, Mariana? - Perguntou Chiara, encostando-se novamente na beira da ponte, mas sem desviar o olhar da loira.
 
Mariana ficou ainda mais sem graça com a forma direta que Chiara lhe perguntara aquilo, no entanto preferiu falar a verdade, afinal, ela já era assumida.
 
- Sim, eu sou lésbica, Chiara. Mas como você soube?
- Não sei te explicar Mari, mas dizem que uma lésbica reconhece a outra.
- Vo-você é lésbica então???
- Sou sim. - Respondeu Chiara, achando graça da confusão de Mariana.
- Então eu digo que nem todas se reconhecem, nem desconfiava de você.
- Talvez você não tenha desconfiado por que está com a cabeça em alguém. - Cogitou a morena.
 
Mariana ficou um tempo em silêncio olhando para o rio, fazendo com que Chiara a acompanhasse. Depois, voltou a se virar para a italiana e falou:
 
- Chiara, er... me desculpe por ter te impedido de me beijar. Mas eu não queria que esse clima de romance, que é próprio de Roma, influenciasse em uma atitude que depois eu pudesse me arrepender. Não é nada com você, muito pelo contrário. Você é linda, inteligente, agradável, até arriscaria falar que me deu vontade de te beijar também. Mas, não posso me dar o direito de viver algo aqui sabendo que o que eu quero está no Brasil.
 
A morena emitiu um sorriso simples para a loira e disse:
 
- Você realmente é uma pessoa rara, sabia? - Chiara respondia, olhando nos olhos de Mariana, de forma ainda mais encantada. - Acho que qualquer pessoa se deixaria levar pelo charme e pelo clima romântico de Roma, mas você não.
- Er... quase. Mas, eu não quero te enganar, Chiara, tem uma pessoa no Brasil, pela qual eu quero lutar.
- Mariana, fica tranquila, eu sei o que é isso. - Disse com a voz triste.
- Sabe?
 
A italiana respirou fundo, mostrando o quanto era difícil para ela tocar naquele assunto, e começou falar:
 
- Mariana, tem uma pessoa que trouxe uma revolução para dentro de mim. Mudou minha vida por completo, mas depois simplesmente foi embora.
- Embora?? Como assim foi embora?
- Mari, quando fui fazer meu doutorado em Portugal eu conheci uma brasileira, dividíamos um apartamento. Até então eu não nunca havia me interessado por mulheres, mas ela começou a me despertar curiosidade pelo feminino. Foi então que comecei a frequentar ambientes gls e tive minha primeira experiência homossexual. Mas eu só queria ela, porém achava que ela jamais se interessaria por mim. Mas em um belo dia a gente acabou se aproximando mais, foi então que nossa história começou. Descobri que ela era lésbica, me declarei a ela e para minha felicidade também ouvi de sua boca que ela estava apaixonada por mim. Vivemos 4 anos intensos, cheios de lembranças boas, já estava certo na minha cabeça que viveria aquele amor para sempre.
- Mas, aí ela precisou ir embora? - Disse Mariana, já prevendo o desfecho da história.
- Sim, ela retornou para o Brasil, recebeu uma proposta de emprego muito boa e precisou retornar para lá. Achávamos que seria possível manter um relacionamento assim, à distância, mas não deu.
- Nossa, Chiara, eu.. er... eu sinto muito.
- Isso já tem mais de um ano, Mari, e sabe quando consegui parar de pensar nela?
- Quando?
- Justamente no momento em que estávamos aqui na ponte, antes deu tentar te beijar.
- Aii... - Disse a loira, abaixando a cabeça.
- Não é para você se sentir mal, Mari, pelo contrário, você fez certo. Eu também agi por impulso, você é tão linda, divertida, que me fez esquecer a Fabiana, pelo menos por alguns minutos. Na verdade, tenho me divertido muito em sua companhia.
 
Mariana lançou um sorriso cúmplice para ela e disse:
 
- Por que a vida é tão complexa assim? Por que a gente simplesmente não esquece uma pessoa com a mesma rapidez na qual nos apaixonamos por ela?
- Tá aí uma ótima pergunta. - Concordou a italiana, dando um sorriso para a loira. - Mariana, me desculpe se fui invasiva.
- Não, imagina, acho que o momento contribuiu muito para isso, né.
- Também, mas você realmente é linda.
- Você também. - Disse a loira, conseguindo não ficar vermelhar frente ao elogio. - Er... Chiara, a Fabiana que te chamava de Kiki?
- Sim.
- Hum, imaginei! - Disse a loira.
- E você, vai me dizer que o nome da dona do seu coração é Clara?
 
A loira soltou o ar com a boca e falou:
 
- Exatamente!
- Nossa, que ironia, olha, não tive culpa disso viu. - Brincou a morena.
- Ahh, acho que a culpa foi toda sua! - Riu Mariana.
 
As jovens mais uma vez se viraram para olhar as águas do rio Tibre e voltaram a refletir na vida. As duas tinham história parecidas, mesmo se tratando de situações diferentes. Tanto Chiara quanto Mariana não conseguiam se desprender do amor que sentiam por Fabiana e Clara.
 
Depois de um tempo, Chiara voltou a se virar para Mariana e lhe perguntou:
 
- O que aconteceu com vocês, Mari? Por que acabou?
- Bem, a Clara não é assumida, então na noite de réveillon o pai dela viu a gente se beijando. Depois disso ela terminou comigo, ou eu terminei com ela, nem sei dizer.
- Nossa, que situação complicada.
- É sim.
- Mas, o sentimento entre vocês era recíproco?
- Sim, a gente se ama muito, Chiara, mas ela não consegue superar o medo. Então acabou escolhendo a família no meu lugar.
- Ai Mari, eu sinto muito.
- Tudo bem, acho que essa viagem para Itália vai me fazer bem. - Disse a loira olhando para Chiara. - Na verdade já está fazendo, foi muito bom te conhecer.
- Eu digo o mesmo.
- Mas, você nunca mais falou com a Fabiana?
- Tem algum tempo que nos falamos, ela disse que sente muito minha falta, mas não vê esperanças para que a gente volte.
- Nossa, ela disse isso?
- Disse, mas eu entendo, Mari, como vou exigir que ela largue o emprego que conquistou, ou como eu poderia largar tudo isso que construí aqui na Itália?? É muito complicado.
- É sim, mas também acho muito complicado você viver longe de quem ama, ainda mais se o motivo da separação for justamente a distância.
- Mas, aí que tá, como poderia viver bem sabendo que ela renunciou ao emprego dos sonhos para vir morar comigo?
- Você tem que pensar que por amor as pessoas renunciam as coisas e isso jamais se torna um peso se de fato foi feito por amor.
 
A morena escutou silenciosamente aquelas palavras. Porém sabia que no geral, palavras ditas são muito fáceis, o difícil é colocá-las em prática, requer muito mais do que coragem, requer entrega e determinação para não olhar atrás.
 
- Mari, você está disposta a lutar pela Clara?
- Sim, estou, mas descobri que isso tem que ser feito no tempo certo. E você Chiara? Vai desistir da Fabiana?
- Não quero desistir, mas, não tenho muito para fazer, só se eu largar tudo aqui, pois jamais exigiria que ela largasse o emprego dela para ficar comigo.
- E se ela quisesse isso? E se ela quisesse que você desse essa injeção de coragem nela para ter forças de largar tudo e recomeçar uma vida aqui ao seu lado??
- Não Mari, acho que ela não quer isso.
- Mas e você, já pensou na possibilidade de largar tudo e ir para o Brasil?
-Já sim, mas ela não quer isso, disse que não daria certo pois, trabalhar com o turismo em Roma é minha grande realização, ela disse que não se perdoaria por ter permitido que eu largasse tudo isso aqui para ir ficar com ela.
- Nossa, que situação difícil.
- Mari, tentei esquecê-la de todas as formas, mas parece ser impossível. Acho que se ela falasse que encontrou alguém eu conseguiria seguir minha vida, mas me vejo presa a ela, por que o que nos separa na verdade é a distância.
- É, eu estou percebendo a complexidade da sua história. - Disse Mariana pensativa.
- Ai, me desculpa falar todas essas coisas, Mari, na verdade tenho ficado mais conformada esses dias. Decidi tocar minha, mesmo com esse sentimento forte por ela. Estou procurando viver sem pressão, sem ter a necessidade de esquecê-la, isso tem me feito muito bem. Tanto que, er... realmente quis te beijar.
- Acho que agora é hora deu ficar vermelha.
- Não faz isso, pode ser que ocorra outra tentativa de beijo por aqui. - Brincou Chiara.
- Ai Chiara, assim você me mata.
- É brincadeira, Mari, fica tranquila, não forçarei nada aqui, mas, se acontecer naturalmente.
- CHIARA!!!
- Perdonami - Pediu a italiana, sorrindo para a loira. - Er... Mari, você vai agir diferente comigo por causa disso?
- Não, claro que não, Chiara, acho que foi tudo muito natural, como diz você, acho que foi bom para nós duas compartilharmos nossas histórias.
- Foi sim. Nunca mais falei sobre isso com ninguém.
- As pessoas sabem de você?
- Sabem sim, mas na verdade eu não sou daquelas que ficam divulgando não. Até por que a Itália é o país mais atrasado da Europa Ocidental em termos de direitos igualitários, aqui não existe sequer a união civil entre pessoas do mesmo sex*, a influência do Vaticano ultrapassa as fronteiras daquele país.
- Nossa, não tinha pensado nisso ainda, as pessoas são preconceituosas aqui?
- Muitos são, outros fingem que não tem preconceito, mas tem. Mas na verdade, o que vigora aqui é: você pode ser o que quiser, desde que não grite aos quatro cantos muito menos à luz do dia. É mais ou menos por aí.
- É, digamos que não é muito diferente do Brasil então. - Disse a loira.
- A diferença é que aqui está mais próximo do Vaticano - Brincou Chiara.
- Isso você tem razão. - Também riu Mariana.
- Bom, a conversa está boa, mas vamos embora então?
- Vamos sim, muito obrigada, Chiara! Pela noite, pela conversa, por me apresentar esse lado de Roma
- Obrigada por me dar um fora também! - Brincou a jovem mais uma vez.
- Aiii, assim vou ficar me sentindo mal.
- Para com isso! - Disse a italiana, pegando no braço de Mariana e entrelaçando-o ao dela. - Vem, vamos para o carro, pois já está tarde! Essa noite vai ficar na nossa memória, com certeza. Não precisa ficar mal, da mesma forma que não estou me sentindo mal por você não ter deixado eu te beijar.
- Gosto do jeito natural como você leva as coisas.
- E eu gosto do seu jeito decidido. Vem, vamos voltar para a pousada.
 
As jovens seguiram para o carro e de lá se direcionaram para a pousada. De fato, não ficou um clima chato entre elas, muito pelo contrário, as jovens se aproximaram ainda mais ao saber que estavam passando por situações parecidas.
 
 

 


 
----------xx----------
 
 

 


Mais um dia se passara na vida de Clara e não havia nenhum indício de mudança em relação aos seus sentimentos. Continuava com a cabeça em Mariana e em sua própria fraqueza, porém nunca mais chorara nem mesmo se lamentara pela escolha feita. Conforme havia decidido na noite anterior, em que saiu com Alex e Laura, iria a partir daquele momento endurecer seu coração. Se fosse preciso mudar seu próprio jeito de ser, ela faria isso.
 
Assim, naquele início de noite a jovem ligou para o Alex e, com a voz completamente diferente dos dias anteriores, falou com o primo:
 
- Oi Alex, tudo bem?
- Oi Clara, tudo bem sim, e você?
- Estou bem também
- Você me parece diferente.
- Estou normal primo, apenas cansei de me lamentar pelos cantos, agora você verá uma nova Clara.
- E como é essa nova Clara? - Perguntou o primo, estranhando o comportamento da jovem.
- É forte, não olha para trás, não se lamenta, mas principalmente, sabe reconhecer quando uma situação é impossível de se reverter.
- Clara, não sei se é uma boa ideia você agir assim.
- Não quero saber Alex, já estou assim e assim será!
- Bom, acho que podemos conversar melhor sobre isso pessoalmente, né?
- Não tem nada para conversar sobre isso, primo. Eu estou bem, simples assim. - Falava Clara, de forma tão seca que parecia até que estava lendo um texto pronto. - Enfim Alex, te liguei para saber se você vai vir para cá hoje. Quero saber o que está acontecendo com você, quem é a menina que você está apaixonado?
- Calma prima, vou te contar pessoalmente, er... é um assunto delicado.
- Aff, no que você está se metendo, Alex??? Ela é casada??? Não estou acreditando.
- Nãoooo, aiii Clara, calma, já disse que te conto pessoalmente. Então, você já está em casa?
- Já sim, pode vir para cá.
- Está bem, já já chego aí. Beijo
- Beijo, Alex.
 
Em menos de meia hora Alex já estava em frente ao prédio de Clara. A morena tomou um susto ao escutar o barulho do interfone e levantou-se rápido para ver quem era.
 
- Oi, quem é?
- Sou eu né Clara, abre.
- Nossa, já??
- Já, estava aqui perto.
- Sobe então. - Disse Clara, abrindo o portão.
 
O jovem subiu rapidamente e logo já estava na porta de Clara. Tocou a campainha e esperou que ela abrisse.
 
- Você é rápido hein! - Disse dando um beijo no primo.
- Ai Clara, precisava vir logo falar com você, preciso falar.
- Ai Alex, estou até com medo do que você tem a dizer.
- Quem tem que ter medo aqui sou eu, Clara. Caramba, nem sei como te falar isso, acho que você vai pirar, nem sei se é o momento certo para te contar.
- Para com isso menino, já disse que estou bem, não é para ficar com dó de mim. Não é porque estou passando por um momento difícil na minha vida afetiva, que vou desejar que você não se acerte com alguém.
- A questão não é essa Clara, já te disse que não tenho dó de você, para de falar isso, que coisa chata. - Disse Alex, se jogando no sofá.
- Ai, desculpa, não precisa ficar mal-humorado.  - Falou Clara, se sentando ao lado do primo.
- Estou tenso, Clara, e você agindo assim só piora as coisas. Vai ser a primeira vez que vou falar sobre isso, então, tenha paciência comigo.
- Alex, estou curiosa, né, nunca te vi assim. Fica calmo e me conta o que está acontecendo, só não me diga, por favor, que você está se metendo em confusão.
-Acho que isso que vou falar será uma confusão não só para mim, mas para você também.
- Como assim, Alex? - Disse Clara, agora tensa como o primo.
 
O jovem respirou fundo, olhou para a prima, que encarava ele com um olhar de expectativa e ansiedade, e começou a falar:
 
- Clara, estou apaixonado mesmo, quer dizer, er... na verdade estou confuso, mais por conta da situação, acho que em outras circunstâncias eu afirmaria claramente que estou apaixonado, mas agora eu não consigo...
- ALEX!!! Pelo amor de Deus, não estou entendendo nada do que você está falando. Seja mais claro, menino.
- É difícil ser claro quando as coisas não estão claras nem para você mesmo!
- Tudo bem, vamos com calma então, começa me falando que é ela, depois você vai me contando aos poucos, vou tentando te ajudar.
- Ou vai me complicar ainda mais.
- Que isso, Alex?? Por que está falando assim de mim, você acha que eu não acredito mais no amor?? É isso?? Acha que eu não acredito mais que duas pessoas podem se apaixonar e serem felizes??? Acha que..
- CLARA, CALA A BOCA!!! - Gritou Alex, completamente nervoso.
 
Clara se assustou por ver o primo daquele jeito e simplesmente ficou quieta para que ele falasse.
 
- Clara, estou apaixonado pelo Fred! - Confessou o jovem com as duas mãos na cabeça.
- O-o que?? Espe-pera aí...
- É isso mesmo que você ouviu prima. Estou apaixonado por um homem!
- Alex, não pode ser, você, você sempre gostou de mulheres, para com isso.
- E você sempre gostou de homens, né Clara, será que precisamos mesmo ter essa discussão??
 
Clara ficou novamente muda.
 
- Clara, pensei muito se deveria contar isso para você, principalmente pelo momento que você está vivendo. Renunciou o amor da Mari por causa da nossa família e agora estou eu passado pela mesma situação.
- Calma, espera eu digerir essa informação. - Disse Clara se levantando do sofá, para tentar absorver a informação que recebera.
 
A morena caminhou até a varanda, depois voltou olhando para o primo que estava sentado no sofá, com a cabeça baixa, olhando para o chão.
 
- Alex, como isso foi acontecer? Digo, quando você percebeu que era gay?
- Eii, calma aí Clara, não sei ainda se sou gay, mas, não consigo parar de pensar no Fred. Poxa, ele é tão legal, eu... er... eu sinto vontade de beijar ele as vezes. - Disse envergonhado.
- Meu Deus! - Disse Clara assustada, se sentando novamente ao lado do primo.
 
Alex tinha razão, aquela notícia mexera não só com ele, mas também com Clara. Afinal ele era parte de sua família e tinha ciência de como tudo aquilo era malquisto por seus familiares. Foi inevitável também não pensar na história toda sem se lembrar de Mariana e nas confusões com sua família.
 
- Não te disse que você iria pirar? - Falou Alex, olhando para Clara.
- Caramba Alex e agora??
- E agora??? Eu que te pergunto isso, esperava que você pudesse me ajudar, né Clara.
- Uma fraca como eu?? Você sabe como eu sou Alex, sabe dos meus medos, como poderia desejar isso para você?
- Clara, se eu não tentei nada com o Fred ainda é justamente por causa disso, sei que o que vem depois é irreversível, mas como viver com essa vontade?
- Sim, eu passei pela mesma situação com a Mari. - Falou Clara, olhando para o chão. - Nossa, não estou acreditando que você está interessado no Fred, um homem!
- Nem eu, acho que isso é mais difícil para os homens.
- Não sei para quem é mais difícil. - Disse Clara, olhando agora para o primo. - Alex, eu não quero influenciar nas suas escolhas, muito pelo contrário, quero sempre poder te apoiar, mas se eu te incentivar a ficar com o Fred, er... isso parece meio contraditório, você não acha?
- Claro que acho, prima, eu te contei por que você viveu isso e também por que somos amigos, precisava compartilhar isso com você.
- Eu sei. - Falou a jovem, segurando a mão de Alex. - Me diz, o que seu coração está pedindo?
- Você sabe o que ele está pedindo.
- Ai meu Deus, Alex, como você vai lidar com isso tudo? Tem que pensar além do agora, tem que pensar no futuro também, afinal o Fred é assumido.
- Sim e além de ser assumido ele já sofreu muito por causa de um ex namorado que não queria se assumir. - Disse Alex, se encostando no sofá.
- Putz!
- Clara, tenho pensado muito sobre isso.
- Faz tempo que você tem percebido esses sentimentos pelo Fred? - Perguntou Clara, interrompendo a fala de Alex.
- Acho que desde quando a gente começou a sair, er... Clara... - Falou Alex, agora se ajeitando no sofá para olhar melhor para a prima. - eu queria que você se assumisse para os tios, eu achava que com isso eu iria ter mais coragem, mas não quero que você pense que foi por isso que fiquei incentivando você. Na verdade, eu sempre incentivei você a contar para os tios por que vejo o seu sofrimento, acho que isso não vai passar.
- Alex, por favor, não vamos mudar o foco da conversa.
- Me escuta, por favor, me escuta.
 
Clara soltou o ar com a boca, como se estivesse segurando para não falar um monte e esperou seu primo voltar a falar.
 
- Clara, vendo o quanto você está sofrendo eu comecei a pensar em mim, se eu decidir falar com o Fred e se eu perceber que é isso que quero, vou lutar para ser feliz.
- Co-como assim lutar para ser feliz??? Está maluco, Alex, vai falar para os seus pais??
- Sim!! Eu não vou renunciar a minha felicidade como você fez.
- Falar é fácil Alex, quero ver quando você estiver vivendo tudo isso.
- Eu já estou vivendo, Clara, não é por que nunca beijei o Fred que não sei o que isso representa.
- Mas, mas, você nem sabe se ele está afim de você.
- Sei sim, ele está, tenho praticamente certeza.
- Mas, então você vai ficar com ele? - Perguntou Clara ainda sem entender.
- Não sei, acho que vou, isso está me matando, preciso saber o que acontece comigo. Na verdade sempre me perguntei se tinha algo errado comigo, nunca me envolvi de verdade com nenhuma mulher, até mesmo na cama, Clara, sempre achei que tivesse algo errado comigo.
- Nossa, mas por que você nunca me falou isso?
- Como falar?? É o que te disse antes, é difícil explicar o que nem você percebe, não percebia que eu era assim, até o momento que eu comecei a desconfiar de você e da Mari, lá na virada de ano. Você não achou estranho minha tranquilidade em relação a vocês?
- Ai Alex, nem percebi, só tenho lembranças ruins daquele dia. - Disse Clara, rapidamente.
- É, eu sei, mas foi a partir desse dia que eu me abri mais à essa possibilidade.
- Mesmo diante do drama que eu estava vivendo?
- Mesmo diante do drama que você ESTÁ vivendo. - Disse Alex, corrigindo o tempo verbal da frase de Clara.
- Não estou vivendo mais nada!
- Para de ser teimosa, você está sofrendo como nunca sofreu na vida, está aí fazendo pose de durona, mas por dentro está em pedaços, não há papel que você possa representar que consiga disfarçar seu sofrimento, Clara, não adianta.
- Você está viajando. - Insistiu Clara, olhando para o chão.
- Nós dois sabemos que não estou viajando. Ontem no bar você não tirava a cabeça da Mariana, não tente disfarçar Clara, te conheço mais do que você imagina.
 
Clara continuava olhando para o chão sem dizer nada, afinal, sabia que o primo estava certo.
 
- A questão é, até quando, Clara?? Até quando você vai insistir que é capaz de esquecer a Mari para agradar seus pais?? E tem mais, até quando você acha que a Mari vai te esperar??
 
Ouvir aquela última frase fez o coração de Clara tremer. Até o momento a opção em voltar com a Mariana estava praticamente nas mãos dela, porém, ouvir aquilo do primo a fez pensar que talvez a loira pudesse ter partido para outra e desistido dela definitivamente.
 
- Pense nisso Clara, pois eu vou pensar muito bem no que fazer em relação ao que estou sentindo pelo Fred. - Disse o jovem, antes de levar a mão até o queixo da prima e levantar sua cabeça para que ela lhe olhasse nos olhos. - Só sei de uma coisa, na minha felicidade mando eu, e se meus pais me amam como dizem que amam, eles terão que me aceitar. Agora vou indo, não vim para cá esperando nenhum conselho seu, acho que vim mais para te mostrar que uma mudança é possível, é possível sim reverter as coisas.
- Não tenho condições para te falar nada mesmo. - Disse a morena com a voz embargada.
- Eu sei, não precisa dizer nada, apenas pense e não se esqueça que você tem meu apoio, não está sozinha, sou da sua família. Te amo, muito prima é horrível te ver sofrer assim, por favor, pare de ser tão covarde, pois a vida é curta e os momentos passam e não voltam mais.
 

O jovem se levantou do sofá, deu um beijo na testa de Clara, se despedindo dela, e saiu pela porta da sala, deixando Clara completamente atordoada no sofá.

Fim do capítulo


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Comentários para 33 - Capítulo 33:
Lana queen
Lana queen

Em: 25/09/2016

Uau...quanta novidade...Chiara querendo um beijo de Mari, Alex apaixonado pelo Fred...fofos...Fred merece é super amigo da Mari, que sofrimento da Clara...Está renunciando seu amor porque não tem coragem de se assumir então prefere anular seu sentimentos e prefere deixar que Mari siga seu caminho...Parece que já vivi isso kkk...

Gi acho que por hoje é só...volto amanhã, preciso dormir...Estou empenhada em terminar de ler.. Quero ver você responder kkk

Beijos 

Obs: Como estão as coisas ai no mundo encantado das fadas?

Beijossss 


Resposta do autor:

Muita informação, né, rsrs

 

Desse jeito... em um capítulo ou dois, muitas coisas podem acontecer. Assim também é em nossa vida, não é mesmo?  Em um instante tudo pode mudar, o inesperado pode acontecer.

 

Clarinha, continua mergulhada em seus medos... abriu mão de um amor verdadeiro por não ter coragem de viver essa história. Será mesmo que vale a pena fazer isso? Renunciar a felicidade por não conseguir lutar contra uma sociedade preconceituosa? É, não temos aqui uma resposta fácil, cada pessoa sabe o que sente e o que tem para enfrenta, assim, essa resposta é bem pessoal. Eu, particularmente acredito que felicidade nenhuma deve ser abdicada por medo. Vale mesmo é viver!

 

Nos resta ficar na torcida para que o amor sempre vença.

 

Beijos

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lucy
lucy

Em: 10/01/2016

Clara podia pegar carona nessa coragem do primo rs 

não seria nada mal.... deixa ela saber da italiana ao

ladinho da Mari hum... aí quero ler kkkk bjs nota mil 

 

 


Resposta do autor em 13/02/2016:

Kkkkkk,

 

Clarinha deu trabalho para o Alex... ô se deu!

 

Chiara vai dar uma apimentada na história, rs

 

Beijos

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Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 09/09/2015

cap.33 cadeeeeeeeeeeeeee vc eu vim aqui so pra de vê

 


Resposta do autor:

Nossa, que estranho, pra mim tá aparecendo... Será que não é o seu navegador?

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