• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Entre olhares e sorrisos: encontrei você
  • Capítulo 30

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Convite a perdição 3
    Convite a perdição 3
    Por Katalyloa
  • Enseada Negra
    Enseada Negra
    Por Brias Ribeiro

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Entre olhares e sorrisos: encontrei você por Gi Franchinni

Ver comentários: 4

Ver lista de capítulos

Palavras: 4720
Acessos: 7248   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 30

Mariana ficou olhando para Clara de forma surpresa, porém, rapidamente se lembrara do que havia combinado com Fred há minutos atrás, iria agir com firmeza e procuraria mostrar seu valor.
 
- Oi. -Disse seca
- O-oi Mari, podemos conversar? - Disse Clara com a voz trêmula.
 
A loira não respondeu nada, apenas deu passagem para que a morena entrasse. Em seguida avistou o Alex, que também acompanhava Clara, esperando do lado de fora.
 
- Oi Alex, tudo bem?
- Oi Mari, er... só vim dar um oi mesmo, acho que vocês têm muito o que conversar.
- Entra Alex, o Fred, um amigo meu também está aqui.
- Er... tudo bem. - Disse o jovem, também entrando no apartamento.
 
Mariana apresentou Alex ao Fred e ambos estavam visivelmente preocupados e constrangidos com aquela situação entre as jovens. Logo Mariana percebeu e falou para eles que iria para o quarto, para que ela e Clara conversassem. Os dois concordaram com a cabeça e acompanharam as duas seguirem para o quarto em um clima muito tenso.
 
- Meu Deus, o que será que vai acontecer? - Perguntou Fred, tentando não deixar transparecer as olhadas que dava para o jovem que mais parecia um anjo.
- Não sei, mas acho que não será coisa boa.
- Alex, me conta o que você e a Clara conversaram, estou muito preocupado com a Mari.
- Conto sim, mas também quero saber como a Mari está.
 
Os jovens ficaram dialogando na sala, enquanto no quarto o clima continuava tenso.
 
Mariana esperou que Clara entrasse para fechar a porta. Enquanto caminhava para a cama pôde notar que a morena estava com a aparência péssima, certamente também não havia dormido à noite. Por um momento a loira sentiu vontade de correr até ela e lhe abraçar, dizer que tudo ficaria bem, que aquilo iria passar, porém, mais uma vez se segurou e seguiu com a empreitada de dar um gelo na morena.
 
Mariana se sentou ao lado de Clara e voltou a falar em tom frio.
 
- Já estou ouvindo Clara, pode falar.
 
A morena sentiu um forte aperto no coração ao ver a loira falar daquele jeito. Queria ser capaz de tornar as coisas mais simples, porém, até o momento o que ela fez foi apenas dificultar a situação, além do sofrimento que causara em Mariana.
 
- Mari, eu estou me sentindo péssima pelo que fiz com você ontem, eu... eu não pensei na hora, eu fiquei desesperada, só conseguia pensar naquela situação. - Clara falava tudo de cabeça baixa, olhando para o chão. - Eu fiquei com medo daquilo tudo virar um escândalo... eu...
 
A morena parou de falar por um tempo, como se estivesse se controlando para não chorar. Depois, se ajeitou melhor na cama e virou-se para Mariana, para poder olhá-la nos olhos.
 
- Mari, sei que nada do que eu falar aqui vai justificar a minha atitude, mas por favor, me perdoa?
 
Ouvir aquelas palavras novamente balançara o coração da loira. Queria desistir de ser firme, queria simplificar as coisas e simplesmente perdoar a morena. No entanto, ainda assim tentou mostrar para Clara o quanto estava magoada.
 
- Clara, eu jamais imaginei que você fosse capaz de agir dessa maneira. Você me mandou embora no meio da madrugada, num lugar que eu nem conhecia e para piorar tudo, nem de carro eu estava.
- Mari, por favor me perdoa, eu.. er... eu não me lembrei que você estava sem carro, er.. eu..
- O seu egoísmo chegou em um ponto difícil de acreditar. - Interrompeu a loira - Eu jamais faria algo do tipo com você. Se uma coisa dessas tivesse acontecido comigo, a primeira coisa que eu iria querer é você ao meu lado, mas já vi que não pensamos igual. Você me tratou como uma desconhecida, Clara, agiu como se a culpa de tudo tivesse sido minha.
- Mari, por favor, tenta entender...
- Tentar entender?? - Perguntou indignada. - Clara, o que você acha que eu tenho feito esse tempo todo?? Sempre fui compreensiva com você, nunca te pressionei e o preço que pago por ser tão boazinha assim é o seu descaso!
- O-o que?? Eu não te tratei com descaso Mari, para de falar assim...
- NÃO TRATOU?? - Retrucou alterada - Uma pessoa que esquece toda a cumplicidade e apoio que se tinha num relacionamento, por causa de um ocorrido qualquer, e manda a pessoa embora sem nem sequer pensar nela, isso é total descaso.
- Mas, não foi um ocorrido qualquer, Mariana, caramba, meu pai viu a gente se beijando.
- Clara, por você eu fiquei um tempão sem falar com meu pai, então não me venha com esses papos de família, não me venha novamente dizer que tem medo de perdê-los, já estou cansada disso. Você age como se as coisas fossem difíceis apenas para você.
- Sua família te aceita.
- Me aceita hoje por que eu fui atrás disso, eu contei para meu pai, sofri com o preconceito dele, mas hoje estamos bem, pois amor de pai é assim, briga, quer o melhor para os filhos, mas depois acaba aceitando as coisas como elas são.
 
Clara não achava palavras nem para discutir com Mariana.
 
- Você não sai do lugar, Clara, sempre se deixa vencer pelo medo. Preferiu mandar sua namorada embora do que encarar a situação. Me senti péssima, como se eu não valesse nada para você.
- Mari, por favor não fala assim, você tem muito valor para mim, você... - Clara não conseguiu terminar a frase, começou a chorar feito uma criança. Queria poder mostrar para a loira o quanto a amava, porém sabia que suas atitudes revelavam o oposto. Sabia ainda que não conseguiria levar aquele amor adiante enquanto temesse a reação de seus pais e não queria fazer Mariana sofrer, pois a loira era o que de melhor havia acontecido em sua vida.
 
O sentimento por ela era real, era verdadeiro, no entanto, não era capaz de enfrentar a família para vivenciá-lo. Sabia que insistir naquilo traria ainda mais sofrimento para Mariana, pois agora que seu pai já sabia, não haveria mais desculpas que pudesse usar para disfarçar aquele relacionamento.
 
- Mari... - Falou com a voz chorosa. - ... não posso exigir que você me perdoe, realmente agi errado e muito menos tenho o direito de te fazer sofrer em uma relação na qual não sou capaz de me assumir.
 
A morena tentou continuar a falar, porém voltou a chorar. Mariana por sua vez sentiu o coração se apertar, pressentia que não viria coisa boa dali.
 
- Acho que já imagino o que vai acontecer, Clara. - Disse decepcionada e com uma tristeza no coração impossível de se mensurar. - Você vai jogar fora um amor verdadeiro, simplesmente por que tem medo de aceitá-lo em sua vida.
- Você não entende, Mariana, não dá para fazer meus pais aceitarem uma coisa dessas, como vou viver sem eles?? COMO??? - Disse desesperada, por saber que a fraqueza vinha de seu lado.
- "Mas viver sem mim você consegue, né?" - Pensou Mariana. - Você nem tentou Clara, na primeira oportunidade que apareceu para contar tudo e se assumir você pirou, aposto que a conversa com seu pai foi para dizer que tudo isso foi um engano, não é? Eu sou um erro na sua vida?? Foi isso que disse ao seu pai?
- PARAA, PARA COM ISSO. - Gritou. - Você não é um erro na minha vida.
- É claro que não sou, não sou um erro na vida de ninguém, eu sei o valor que tenho! O meu erro foi acreditar que você seria capaz de me assumir. Foi acreditar que um dia viveríamos livre dos medos e inseguranças de sua parte. Você já veio para cá pensando em terminar, não é? Nem sequer deve ter pensado em resolver isso junto comigo, como um casal.
- Isso não importa mais. - Disse chorando.
- Não importa mesmo, estou percebendo que na verdade você nunca me amou de verdade, era só paixão né Clara, tanto que na primeira dificuldade você nem se quer tentou lutar por nós. Sabia que um dia você iria cansar de brincar de ser lésbica.
 
Clara não falou nada, não queria dizer que tudo aquilo era mentira, que ela amava Mariana, pois sabia que não teria coragem de lutar contra seus pais, não queria continuar magoando a loira, pois aquilo só duplicava sua própria dor e o mal que estava causando à jovem.
 
- É isso então??? Tudo o que vivemos não foi nada?? - Disse a loira desacreditada.
- Você sabe muito bem que não é isso, Mari, o que vivemos foi real.
- Mas acabou?
 
Clara chorava, agora em silêncio, era possível ver as lágrimas caindo no chão, enquanto ela mantinha a cabeça e os braços apoiados na perna. Não queria ter que tomar aquela decisão, mas no momento era a única coisa que conseguia fazer.
 
Se levantou da cama, caminhou até a porta e disse:
 
- Me desculpa Mari, sou fraca mesmo, você não merece alguém como eu.
 
O coração de Mariana estava batendo muito rápido e antes que a morena saísse do quarto ela voltou a falar.
 
- Nem sempre a vida nos dá uma segunda chance, Clara, será que vale a pena mesmo renunciar nossa felicidade sem nem mesmo lutar por ela? Será que isso tudo foi realmente pouco, há ponto de não merecer nenhum esboço de reação da sua parte?
 
A loira esperou uma resposta de Clara, porém a morena continuava parada de costas para ela, com a mão na maçaneta da porta. Mariana caminhou até Clara e voltou a falar muito próxima a ela.
 
- Me fala como você vai ser feliz? Me fala que pode viver longe de mim sem pensar em tudo o que uma representa para a outra. Ou melhor, me fala que pode me esquecer e que voltará a namorar homens, aí sim eu vou entender sua escolha.
 
A morena virou-se, apoiou a costas na porta e voltou a chorar descontroladamente. Mariana continuava com um aperto no coração, mas agora não tinha mais vontade de consolar a morena. Era necessário aquele sofrimento, somente assim ela iria tomar uma postura capaz de ultrapassar os próprios medos.
 
A loira virou as costas para Clara, caminhou de volta até a cama e com as duas mãos na cabeça, voltou a falar.
 
- Acho que agora é minha vez de te mandar embora. Vai Clara,  não tenho mais nada para conversar.
 
A morena sentiu uma facada no coração e sem hesitar abriu a maçaneta da porta e saiu em direção a sala.
 
- Vamos Alex. - Disse chorando.
 
O jovem apenas olhou para Fred, que logo entendeu a situação, e se levantou para acompanhar a prima. Clara nem se despediu de Fred, abriu a porta e começou a apertar o botão do elevador de forma desesperada. Alex olhou novamente para Fred e conseguiu dizer antes de sair do apartamento:
 
- Cuida dela, eu cuidarei da Clara, logo te ligarei para saber como as coisas estão.
 
Fred concordou com a cabeça e esperou o jovem fechar a porta para ir até o quarto atrás da amiga. Ao chegar no quarto encontrou Mariana na cama, de cabeça baixa, porém sem chorar. Sentou-se ao lado dela e perguntou:
 
- Mari, como foi?
- Acabou Fred, acabou!
 
O jovem abraçou a amiga e começou a consolá-la.
 
- Ai Mari, calma, acho que isso foi necessário. Não seria certo vocês voltarem, a Clara precisa aprender a ser forte, a lutar pela felicidade dela.
- Eu sei Fred, por isso mesmo que a conversa chegou a esse ponto. Me segurei ao máximo para não correr até ela e abraçá-la, mas conforme íamos conversando, eu ia percebendo que na verdade ela já queria terminar comigo.
- Não queria não!
- Como é Fred? - Perguntou a loira surpresa, encarando o amigo. - Por que você acha isso?
- Eu não acho, eu tenho certeza, Mari. Enquanto você e a Clara conversavam aqui, eu e o Alex também falávamos de vocês lá na sala.
- E o que ele disse?
- Mari, ele e a Clara conversaram muito hoje, a Clara estava péssima pelo que fez com você. O Alex disse que ela não consegue se perdoar por ter agido assim.
- Ai Fred, não adiante me falar isso agora, afinal, o mal já foi feito, né. - Falou triste.
- Calma Mari, deixa eu te contar tudo. O Alex falou que eles ficaram conversando a tarde toda sobre isso, sobre a família deles e tudo mais. O Alex falou que estava tentando encorajar a Clara a contar tudo, mas que ela ainda estava resistente a essa ideia.
- É claro que está resistente, ela nunca vai contar, aposto que eles estavam pensando numa forma dela terminar comigo sem me fazer sofrer tanto, aposto Fred! - Falava decepcionada.
- Na verdade minha flor, a Clara veio para tentar achar uma forma de ficar com você, mas ela ainda não tem coragem para se assumir para os pais.
 
Mariana levantou-se da cama de forma brusca, virou-se para o Fred e voltou a falar:
 
- COMO PODE ISSO, FRED??? SE TUDO O QUE ELA FEZ ENQUANTO CONVERSÁVAMOS FOI MOSTRAR SUA COVARDIA EM CONTINUAR NESSE RELACIONAMENTO?? - A loira falava revoltada.
- Ei, calma, Mari.
- Ai Fred, como posso ter calma numa situação dessas? - Disse a jovem, agora em tom de voz mais controlado, se sentando novamente na cama. - A Clara me mata com essa insegurança, você precisava ver como ela estava aqui, chorando horrores, mas em nenhum momento pediu para que eu ficasse ao lado dela.
- Por que ela vai te fazer sofrer, Mari. Por mais que ela queira ficar com você, ela não tem coragem de contar para os pais, então ela não se sente no direito de pedir para você ficar com ela dessa forma, escondida..
- Acho que você está enganado Fred, não poderíamos mais ficar juntas nem escondidas, o pai dela nos viu.
- É, eu sei amor e também não iria te aconselhar a ficar com ela novamente sob essas condições. É como se você estivesse regredindo, poxa, você já é assumida. E outra coisa, o que ela fez não merece perdão tão fácil.
- Fred, eu a amo tanto que seria capaz de perdoá-la na hora. Vi em seus olhos o quanto ela estava arrependida, mas também sei que tem coisas que precisam ser resolvidas no tempo certo, por mais que o coração peça o contrário.
- Você me parece estar mais forte, Mari.
- Amigo, estou destruída por dentro, sei que se começar a chorar não vou parar mais. Mas não vai adiantar, o que foi feito, foi feito!
- Mas então er... você vai desistir da Clara? - Perguntou Fred com cautela.
- Não, não vou desistir dela Fred, não poderia desistir assim desse amor, meu sentimento por ela é a coisa mais real que tenho, mas quero deixar ela ter a sensação de que me perdeu. Se nada acontecer eu volto a procurá-la.
- Ai minha amiga, que amor é esse, hein! - Exclamou Fred. - Só posso te dizer que pelo que o Alex contou, a Clara está destruída também, ele nunca a viu assim, nem mesmo quando o Henrique terminou com ela.
- Agora só resta saber se ela está mal por minha causa ou por que o pai dela descobriu, né Fred.
- Ai Mari é pelos dois, claro né.
- Pode ser. - Disse desanimada. - Ai Fred, ela precisa reagir, a Clara não pode viver presaà vontade dos pais. Mas enfim, não posso fazer mais nada por enquanto, logo também estarei indo para Itália, acho que vai ser bom manter a cabeça ocupada, conhecer um novo lugar.
- Vai sim, meu amor. - Disse Fred, dando as mãos para Mariana. - Só não demora muito para voltar, tá? Como vou ficar aqui sem minha amiga querida?
 
A loira sorriu levemente para o jovem, demonstrando que também sentiria falta do amigo.
 
- Mari, er.. sei que não é o momento para falar isso, mas não pude deixar de reparar no Alex.
- O que tem o Alex, Fred?
- Não sei Mari, mas acho que ele estava olhando para mim de uma forma diferente.
- O que?? Ai Fred, acho que você está viajando agora.
- Pode ser, mas eu senti algo estranho e pensa um pouco, ele aceitou a Clara muito rápido, você não acha? Ficou incentivando para que ela contasse tudo para a família, ai, não sei não Mari.
- Será? - Perguntou a loira, agora com dúvida.
- Não dá para ter certeza, ele não tem nenhuma característica berrante de gay, mas nós bem sabemos como são essas coisas, né?
- Caramba, que ironia se isso for verdade. - Falou Mariana pensativa.
- E ele é lindo, Mari.
- Aii Fred, você ficou azarando o menino enquanto eu e a Clara discutíamos aqui no quarto??
- Credo Mariii, claro que não, só estou comentando. E eu estou namorando ainda, esqueceu?
- Eu que pergunto se você se esqueceu disso, né.
- Aff, meu namoro está tão morno, tanto para mim quanto para o Anderson, estou pensando em conversar com ele hoje.
- Pelo jeito não estarei sozinha nessa vida de solteira. - Falou a loira ainda desolada.
- Calma, que isso não é definitivo, não consigo ver assim o relacionamento de vocês, foi tudo muito intenso, muito forte. Não vai acabar assim, pense esse tempo em que vocês estarão separadas como uma oportunidade para a Clara refletir sobre suas escolhas.
- Sim, estou pensando desse jeito mesmo.
- Nossa, se o Alex realmente for...
- Fred, se isso for verdade eu até vou ganhar mais esperanças, sabia?
- Com certeza, até eu vou. - Brincou o amigo.
- FRED!!
- Aii, calma, foi só para descontrair, ele é bonito Mari, fazer o que??
- Só você para conseguir me distrair.- Falou ainda triste.
- Ain meu amor, quer que eu durma aqui com você?
- Não precisa Fred, você já fez muito por mim hoje.
- Sempre estarei aqui, Mari, sempre!
- Obrigada, Fred. Hunf, que bela forma de se começar o ano.
- Mas, isso não quer dizer nada, você sabe. Seu ano tem tudo para ser perfeito, já está formada, com um emprego fixo, vai viajar para Itália.
 
A loira respirou fundo, como se tivesse tentando extrair as coisas boas que Fred falava.
 
- Eu amo seu otimismo.
- Nem é otimismo meu amor, isso tudo que eu falei foram coisas que você conquistou, através da sua força de vontade e de sua batalha. Fica calma que tudo vai melhorar.
- Que assim seja então, por que já estou cansada de sofrer, Fred.
- Aii, não fala assim. - Disse o amigo, com o coração apertado, pegando a loira em um forte abraço. - Eu insisto, tudo vai melhorar! Agora vou indo então, por favor, qualquer coisa me liga que eu venho correndo.
- Pode deixar, ligo sim. - Falou Mariana, levantando-se para acompanhar o amigo até a porta.
 
Ao chegar lá Fred ainda falou:
 
- Se cuida Mari, não deixe essa situação te derrubar, você é mais forte que isso tudo. E outra coisa, você vale mais que ouro, a Clara vai perceber isso.
 
Mariana apenas abraçou o amigo e esperou que ele saísse para fechar a porta. Esse era o pior momento, ficar sozinha em casa e se deparar com todas as lembranças da noite passada e da conversa que tivera com Clara. A jovem até pensou em aceitar a companhia de Fred, mas achou melhor, ficar sozinha e refletir sobre os rumos que sua vida estava tomando.
 
Caminhou lentamente para o quarto e sentiu a vontade de chorar retornando.
 
- "Meu Deus, como ficar nesse quarto sem pensar em tudo o que vivi com a Clara??" - Mariana apertava o peito, como se estivesse tentando controlar a dor que sentia. - "Acabou, como ela pôde aceitar o fim sem nem lutar? Aii meu Deus, não deve ser verdade".
 
A loira pegou uma toalha e seguiu para o banheiro. Ligou o chuveiro e voltou a pensar na conversa com a Clara. Refez cada momento, cada palavra, tentou se lembrar do comportamento que a morena demonstrava diante dela. Realmente Clara estava péssima.
 
- "E se o Fred tiver razão? E se a Clara realmente tivesse vindo aqui com a intenção de continuar comigo? Aiii, que situação complicada, não poderia aceitar viver escondida, não sou eu quem tem que decidir nada, mas sim ela, ela precisa se assumir. Chega Mariana, chega de chamar a responsabilidade para você. Foi melhor assim, não posso aceitar o pouco que a Clara me oferecia, sempre me doei por inteiro a ela. Preciso ser paciente agora, esperar o choque da perda fazer efeito."
 
A loira falava de forma firme, procurando evitar que as lágrimas voltassem a escorrer pelo seu rosto, porém, ora ou outra o medo de Clara não procurá-la mais abatia seu coração.
 
- "Não faça isso Clara, não jogue fora nosso amor, seja corajosa, volta para mim."
 
Depois do banho Mariana decidiu ir deitar. Embora estivesse cedo, ela ainda estava com sono e seria melhor mesmo se dormisse logo para não ter que ficar pensando em seu próprio sofrimento. Assim, a jovem ficou mais um tempo na cama, pensando em Clara até que finalmente o sono a envolvera, dando uma pausa momentânea em suas aflições.
 
 

 


----------xx-----------

 

 
Clara entrou no elevador por entre lágrimas, chorava tanto que fora necessário que Alex a segurasse, para que não caísse.
 
- Clara, calma, calma, por favor, o que aconteceu? A Mari não te perdoou? - Perguntou o jovem assustado. No entanto Clara não conseguia falar, apenas chorava, como se tivesse acontecido uma desgraça. - Calma Clara, vamos para o carro, lá você tenta se recompor.
 
Alex levou a morena até o carro, abriu a porta para que ela se sentasse no banco da frente e correu para também entrar no veículo.
 
- Vamos lá, tenta respirar devagar, calma.  - Disse novamente, com as mãos no ombro e na perna da morena.
- Aii Alex, eu sou uma fraca, nunca deveria ter começado um namoro desses sendo assim como eu sou. - Falou chorando.
- Para com isso, Clara, esses pensamentos não vão adiantar nada. Olha... - Falou o jovem, segurando agora o rosto da prima. - Você realmente precisa se acalmar! Vamos, deixa o ar entrar, respira devagar.
 
Clara seguiu as orientações do primo e começou a respirar devagar.
 
- Viu, é melhor assim, calma, ok?
 
Clara concordou apenas balançando a cabeça, e logo Alex voltou a perguntar:
 
- Clara, o que aconteceu? Me fala, quero te ajudar.
- Alex, me leva para casa primeiro. - Pediu a morena com voz de choro.
- Tudo bem, vamos.
 
Alex não insistiu, esperou que chegassem até a casa de Clara, para poder tocar novamente no assunto. Porém, antes acompanhou a prima até o quarto, depois foi para a cozinha pegar um copo de água para ela e em seguida, retornou para o local onde a morena se encontrava.
 
- Toma, bebe um pouco de água.
- Obrigada. - Disse Clara, já conseguindo se expressar melhor.
- Clara, eu não entendo, a Mari temia mais que tudo ficar sem você, me diga o que aconteceu, ela realmente não te perdoou?
- Aii primo, na verdade eu que sou toda errada, eu pedi perdão para ela, é claro que ela ficou magoada, mas senti que ela havia me perdoado.
- Não estou entendendo então. Antes de irmos para a casa da Mari você estava decidida em lutar por ela, em se desculpar e tentar conversar com a Mari, para juntas encontrarem uma solução.
- Sim Alex, era o que eu queria, mas quando eu estava lá vendo o quanto a Mari estava sofrendo, eu não consegui falar nada. - Disse, voltando a chorar. - Alex, eu não vou me assumir para meus pais, como posso propor para a Mari que continuemos namorando desse jeito??? Não dá!! Foi loucura essa ideia. Sem contar que eu faço coisas absurdas para esconder a verdade de meus pais, olha isso que eu fiz com a Mari, como pude mandá-la embora??? Alex, não posso mais continuar com isso.
- Mas, então, você terminou com ela??
- Por incrível que pareça, acho que foi muito mais ela que terminou comigo e depois me mandou embora, disse que não tinha mais nada para me falar. Aiii Alex, por que fui me apaixonar por uma mulher?? Por que??? - Clara continuava chorando bastante, enquanto o primo tentava consolá-la.
- Clara, então você realmente vai abrir mão de sua felicidade? Pelo amor de Deus, isso é muito sério! Você já colocou na balança como será sua vida com a Mari e sem ela?? - Novamente Alex atacava com sua sinceridade.
- Não e nem quero colocar! - Respondeu fria.
- O que é isso??? Para de ser fria assim, Clara, você precisa enxergar o que você está perdendo!
- E você acha que eu não sei o que estou perdendo?? Alex, não quero pensar, pois sei que se eu colocar na balança vou ver que minha vida não será a mesma, que não haverá mais graça sem a Mari.
- Então, Clara, conversa com o t...
- Nãoo, por favor, Alex, não insista nisso, não vou falar com meu pai, não vou falar com ninguém. Eu sei que minha vida não terá graça sem a Mariana, mas também não sei viver sem minha família, esquece, acabou Alex.
 
A morena se levantou da cama e seguiu para o banheiro, sem falar mais nenhuma palavra com o primo. Alex apenas acompanhou a jovem entrar no banheiro e fechar a porta, em seguida escutou o barulho do chuveiro, sabia que o banho sempre era o refúgio de Clara. Assim, caminhou até a sala, pegou o celular e decidiu mandar uma mensagem para o Fred.
 
 
"Cara... a Clara tá acabada... ela insiste em fugir de tudo isso, mas sei que o coração dela falará mais alto. É questão de tempo e paciência. Espero que a Mari tb esteja bem.. mande notícias. Abraços!"
 
 O jovem deixou o celular na mesinha, encostou-se no sofá e sem perceber começou a pensar em Fred.
 
- "Ainda bem que a Mari tem a amizade do Fred, ele é muito gente boa, vai cuidar dela. Caramba, como estou envolvido nessa história. Por que quero tanto ver as duas juntas??" - O jovem começava a questionar o próprio comportamento em relação a história de Clara e Mariana, porém, logo voltou o pensamento para o Fred. Não queria dar corda ao pensamento, mas inevitavelmente se lembrara do jeito do rapaz, dos olhos, da forma de falar, lembrou-se ainda de alguns olhares que o Fred lhe lançava. - "Será que ele é gay? Parece que sim, tem jeito, enfim, não tenho nada a ver com isso."
 
Levantou-se rapidamente do sofá e voltou para o quarto. Ouviu que o chuveiro permanecia ligado, já prevendo que a morena iria demorar horas no banheiro. Assim, deitou-se na cama de Clara e acabou cochilando, afinal, ele também não tivera uma noite boa de sono.
 
Enquanto isso Clara continuava no banho, chorando silenciosamente e pensando em como faria para conseguir aliviar aquela dor.
 
- "Como vou te esquecer, Mariana?? Como?? Como conseguirei viver longe do seu olhar, dos seus carinhos?? Mas, como também conviver com o peso de ter decepcionado os meus pais?? Eles me deram a vida, sempre fizeram tudo por mim, não posso fazer isso. Preciso ser forte, preciso arcar com as consequências da minha decisão, de qualquer jeito eu iria perder, então, que assim seja, esquece Clara, esquece!"
 
Depois de pelo menos uma hora, a morena saiu do banho e encontrou Alex dormindo em sua cama. Sem constrangimento algum, colocou seu pijama e deitou ao lado de primo, na esperança de que o sono não demorasse a vir. E para sua sorte, realmente não demorara a dormir.
 
No início da madrugada Alex acordou assustado, olhou para o lado e viu a prima dormindo com uma expressão que dava dó. Olhou em seguida para o relógio que ficava no criado-mudo e viu que já iria dar 1h da manhã. Assim, levantou-se silenciosamente da cama, escreveu um bilhete para a prima, avisando que precisou ir embora, pois iria trabalhar no dia seguinte e saiu do quarto pela ponta dos pés. Foi até a mesinha onde estava seu celular e viu que tinha uma mensagem. Era de Fred, que dizia:
 
"Meu querido, as coisas tb não estão boas pra Mari... ela tá mto triste, mas é forte e vai superar. Não se preocupe... ela não desistiu da Clara. Isso fica entre nós dois, ok? Se quiser podemos almoçar juntos amanhã pra conversamos melhor, kquer coisa me liga. Abraços"
 
- "Querido?" - Pensou Alex - "Almoçar amanhã?
 
O jovem tentou evitar pensar no quanto estranhara a forma como Fred lhe chamara e voltou a dizer por pensamento:
 
- "Er... pode ser uma boa almoçar com ele... quero saber como a Mari está".
 
Guardou o celular, pegou a chave da porta, tirou-a do chaveiro para poder joga-la de volta por debaixo da porta, e saiu de lá, mais uma vez com o pensamento preso na mensagem que Fred lhe mandara.

 

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 30 - Capítulo 30:
DR3
DR3

Em: 11/10/2024

lendo essa história e sinceramente, vontade de encher a clara de socos. papo de otária! medrosa, fraca.. "ain, não quero perder meus pais". eu só tenho a minha mãe e sinceramente, estaria nem aí se ela não me aceitasse. antes da falicidade dos outros, sejam eles quem for, vem a minha. afinal, o erro tá neles. e sim, ela é ciente de que gosto de mulher. enfim, detesto gente fraca!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Val Maria
Val Maria

Em: 01/09/2020

Olá autora! 

Que história e essa?

É apaixonante essas personagens.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

lucy
lucy

Em: 09/01/2016

vai dar Rock Roll ou Poker Face entre Fred e Alex e eu estou na torcida.... rs

quanto a Clara e Mari tô. com pena sim mas

acho que Clara precisa desse tempo pra pensar nas coisas que estão

acontecendo e vai ser.inevitável , ela comparar o vazio na vida sem Mari

vamos ver o que vai rolar......

tá demaaaais o conto adooooro bjs e Parabéns arrasou !!! rs. nota mil !!!


Resposta do autor em 13/02/2016:

Lucy,

 

Kkkkkkkkk, morri de rir: "vai dar Rock Roll ou Poker Face entre Fred e Alex"... muito bom!!

 

Tô adorando seus comentários, me divirto com vcs...

 

Obrigada! Beijos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Sophia L
Sophia L

Em: 22/09/2015

Muito triste esse capítulo, a forma prostrada da Clara diante do medo. Não consigo imaginar como eu reagiria diante de uma situação dessa, por isso não a condeno. Pelo contrário me compadeço da dor, pois ela ama mto a Mari. 


Resposta do autor:

EI Sophia...

 

Acho muito bacana essa sua preocupação em comentar todos os capítulo. Que graça!

 

Obrigada, viu!

 

Pois é, essa situação é muito complexa e cada pessoa reagiria de um jeito. Realmente não dá para condenar, pois cada pessoa sabe o que lhe é pesado, não podemos ser reducionistas, a ponto de menosprezar o sofrimento da Clara devido ao que ela fez para a Mari. Somente quem sofre sabe a intensidade de sua dor.

 

Beijos ;)

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web