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Entre olhares e sorrisos: encontrei você por Gi Franchinni

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Capítulo 29

Clara permanecia no quarto, sem saber o que fazer. A morena não chorava, mas estava completamente atordoada com a situação. Não sabia se procurava o pai ou se esperava a festa acabar.
 
- "O que eu faço agora??? Aiii meu Deus, e se meu pai estiver contando para minha mãe?? Nãooo, não posso deixar."
 
A morena saiu do quarto correndo e foi em direção ao quintal, olhou pela porta e viu o Sr. Antônio mexendo na churrasqueira, sem conversar com ninguém. A jovem respirou fundo e caminhou até onde o pai estava.
 
- Por favor pai, não foi o que pareceu, vamos conversar lá no quarto. - Disse a jovem, tentando disfarçar para que as pessoas da festa não percebessem seu descontrole.
 
O pai da jovem continuava mexendo na churrasqueira, como se nada tivesse acontecido.
 
- Pai, por favor, fala alguma coisa.
 
Sr. Antônio olhou para a filha, deixou o espeto na churrasqueira e disse:
 
- Não quero vexame nem pouca vergonha dentro da minha casa! - Falava sério e com a voz baixa. - É melhor você esquecer essa história, não quero falar, não quero pensar, quero esquecer isso. E acho bom que você tenha entendido o recado!
 
Os olhos de Clara começaram a lacrimejar e a jovem sentiu-se sem forças para tentar prolongar a conversa. Conhecia bem o pai e sabia o que ele estava querendo dizer. Seu silêncio representava nada mais do que sua total reprovação e decepção diante da situação. Olhou para o pai novamente e antes que esboçasse qualquer tentativa de diálogo, Sr. Antônio voltou a falar:
 
- Sua mãe nunca vai saber disso! Nunca! - Falava com a voz firme. - Vou te dar uma chance para você consertar isso tudo, você é madura o suficiente para saber que esse tipo de vida é errado. Eu sei que você passou por coisas difíceis com o Henrique, mas nem todo homem é como ele!
 
Clara permanecia de cabeça baixa, não conseguia falar nada. Apenas pensava como a Manuela era parecida com Sr. Antônio, até mesmo as palavras usadas por eles foram iguais. Ambos achavam que um dos motivos para Clara ter se envolvido com uma mulher era o fato de ter sido traída pelo seu ex namorado.
 
- Foi um erro, todos cometem erros.
- Tudo bem pai. - Respondeu tentando conter o choro. - Não se preocupe, não vai acontecer novamente.
 
Sem esperar que o pai falasse qualquer outra coisa, Clara saiu correndo para o quarto, trancou a porta e desabou a chorar. Ela sabia o tempo todo que Sr. Antônio não iria aceitar seu relacionamento com a loira, porém o que mais estava lhe incomodando era o fato de não ter conseguido ao menos conversar com ele sobre aquilo. Fora mais covarde do que imaginava, pois simplesmente concordou com Sr. Antônio que tudo aquilo havia sido um erro.
 
O medo de ter sua opção sexual revelada para toda sua família, especialmente para sua mãe, a deixara ainda mais acovardada. A única coisa que conseguia pensar era numa forma de evitar que o ocorrido se espalhasse. Dessa forma, o que lhe restou fazer foi concordar com Sr. Antônio, como se de fato aquele acontecimento tivesse se ocasionado por um erro ou por um momento de impulso inconsequente.
 
A morena continuava chorando de forma descontrolada no quarto, sem conseguir visualizar um mínimo momento que fosse de esperança e de otimismo. Só pensava no pior, pois sabia bem de sua fraqueza e falta de coragem para enfrentar a situação de frente, como Mariana fizera.
 
- " Ai meu Deus, isso foi o fim, foi o fim!" - Pensava desesperada e chorando. - "Como pude trazer a Mariana aqui? Como pude me deixar levar assim pelo desejo, fui imprudente e esse é preço que se paga".
 
Clara cobriu a cabeça com seus próprios braços e permanecia chorando. Não queria pensar nada, pois sabia que o motivo maior de seu sofrimento era sua própria covardia, e isso não iria mudar, depois do que Sr. Antônio lhe falara. Sabia que aquela situação havia chegado a um ponto crítico onde seria necessário a tomada de decisões. Era preciso optar: ou contava tudo para seus pais e assumia o namoro ou lutava contra aquele sentimento que tinha por Mariana e seguia o caminho que aparentava ser mais fácil.
 
A morena não queria pensar, pois na verdade já sabia qual caminho iria acabar escolhendo.
 
Depois de mais de uma hora, Clara continuava trancada no quarto, chorando, até que escuta algumas batidas fortes na porta, que lhe despertara daquele choro intenso.
 
- Clara, abre para mim, quero conversar com você - Disse o jovem batendo na porta. - Sou eu Clara, o Alex, abre para mim.
 
A morena ficou um tempo muda, na tentativa de fazer o primo ir embora, porém o jovem insistiu.
 
- Clara, abre, eu quero te ajudar, eu sei o que está acontecendo.
 
Sua voz saia abafada, pois o jovem estava falando muito próximo à porta, para que ninguém que estivesse do lado de fora pudesse ouvir. Clara, terminou de escutar a frase do jovem e sentou assustada na cama.
 
- "Como assim sabe o que está acontecendo??"
- Clara, me deixa entrar, ou vou ficar batendo na porta até você abrir. - Insistiu.
 
A morena enxugou as lágrimas de seus olhos e levantou da cama, temendo o que o primo iria dizer. Abriu a porta e deu espaço para que o Alex entrasse e em seguida, voltou a trancar a porta.
 
- Alex, estou com muita dor de cabeça, o que você quer?
- Clara, para de fingir, não precisa mentir para mim, eu já sei o que aconteceu.
- Sabe do que, Alex?? - Perguntou impaciente.
- Eu sei sobre você e a Mariana. - Disse o jovem, de forma séria, se sentando na cama. - Não precisa negar, nem ficar com medo, só quero te ajudar.
- Não viaja, Alex. - Disse com a voz embargada.
- Caramba Clara, para de ser durona, para de agir assim. Você precisa de um amigo e eu estou aqui para te ajudar, não precisa mentir para mim.
 
A morena virou as costas para o primo, como se estivesse pensando se deveria mesmo assumir tudo para ele. Caminhou até a janela onde antes Sr. Antônio aparecera e percebeu que realmente precisava falar com alguém, precisava de ajuda, pois não estava mais aguentando segurar aquilo tudo sozinha. Assim, voltou a se virar para o jovem e perguntou de cabeça baixa:
 
- Como você soube, Alex?
- Clara, eu fiquei reparando em vocês na festa, mas, até aí não tinha tanta certeza.
- E como você teve essa certeza então?
- Er... bem... - Alex estava procurando a maneira certa para contar para ela que estava com Mariana. Gostava muito da prima, mas sabia que ela agira errado com a loira. - Clara, eu levei a Mari para casa, você a mandou embora no meio da madrugada e ela nem de carro estava.
- Aii meu Deus, eu... eu não pensei nisso, eu me esqueci que ela não estava de carro, nãooo... - Clara levou as duas mãos à cabeça e se desesperou ainda mais. Havia agido por impulso e de forma tão egoísta que não percebera o mal que causara a Mariana. - O que estou fazendo com a minha vida Alex?? O que estou fazendo com a Mari??
- Calma Clara, eu a deixei em segurança em casa, mas... er... ela estava muito mal, chorava muito.
 
Ao ouvir aquelas palavras do primo, Clara voltou a chorar e sentou ao lado dele o abraçando e rendendo-se de vez ao desespero que sentia. O jovem levou a mão até a cabeça da prima e começou a consolá-la, pois sabia o quanto aquela situação era complicada. Sabia que a prima estava sofrendo muito e vivendo um conflito sério entre o que sentia e o que os pais acreditavam e esperavam para ela, mas também não queria apoiar a atitude que Clara tivera com Mariana.
 
- Chora prima, põe para fora, vai te fazer bem. - Dizia o jovem enquanto abraçava a Clara.
 
Os dois ficaram um tempo abraçados, sem falar nada. Alex apenas consolava a morena e esta, por sua vez, chorava feito uma criança. Até que finalmente o jovem resolveu tocar no assunto novamente.
 
- Clara, se abre comigo, me fala como aconteceu tudo entre você e a Mariana.
 
A jovem desencostou sua cabeça do ombro de Alex, voltou a enxugar as lágrimas e começou a falar como ela e Mariana se conheceram, como se apaixonaram e diversos outros acontecimentos, até chegar àquele momento. Aproveitou também para explicar seu medo em relação a família e o conflito que estava vivendo em relação a sua opção sexual.
 
- Nossa Clara. Quanta coisa aconteceu na sua vida.
- Alex, estou perdida, meu pai viu, acabou Alex... acabou.
- Calma Clara, não acabou nada, você não pode falar assim.
- Como não, Alex?? Me diga então uma forma para solucionar isso tudo, me fala.
- Enfrentando a situação, Clara. Olha o seu estado, olha como você está, não dá para viver desse jeito, você precisa enfrentar a situação, escolher um lado.
- Alex, eu não quero ter que escolher, não é justo isso.
- Clara, você tem que pensar que isso não é definitivo. Você tem que tomar uma decisão e essa decisão levará a consequências que podem ser revertidas depois.
- Como assim??
- Quero dizer que talvez o tio e a tia não aceitem agora, mas isso não quer dizer que eles irão te renegar ou deixar de te amar, o tempo é capaz de mudar tudo.
- Não é não Alex, você não tem noção de como meu pai agiu comigo.
- E a Mari, Clara? Você tem noção de como você agiu com ela?
 
Nessa hora Clara engoliu seco, sabia que o primo estava certo, ela agira de forma cruel e a loira era a última pessoa que merecia passar  por aquilo. Apoiou os dois cotovelos nas próprias pernas e abaixou a cabeça, segurando o cabelo com as mãos.
 
- A Mari não merece isso, realmente eu fui um monstro, eu me descontrolei, não soube como agir... eu... eu fiquei apavorada, Alex. - Falava por entre as lágrimas.
- Eu sei que você ficou nervosa, Clara, mas não se manda uma pessoa, que você diz que ama, para fora de casa no meio da madrugada, sozinha e sem carro.
 
Clara chorava ainda mais e permanecia falando várias coisas de forma descontrolada e em tom de voz tão baixo que Alex não conseguira entender.
 
- Clara.... Clara... - O jovem tentava despertar Clara de seu desespero, mas a morena continuava chorando de cabeça baixa.
- Alex,  preciso sair daqui, me ajuda? - Voltou a falar depois de algum tempo.
- Mas... er...
- Por favor! Se eu simplesmente sair sem falar nada minha mãe vai desconfiar. Me ajuda Alex.
- Tá, tudo bem, eu ajudo... er... - Falou pensando em alguma desculpa. - ...vamos falar que a gente vai para a casa de algum amigo, que estão todos lá esperando a gente, mesmo que seja no finalzinho da festa.
- Qualquer coisa, Alex, só me tira daqui.
- Ok, mas, você vai ter que falar com a tia..
- Eu falo, mas só vou falar com ela, não quero falar com meu pai hoje.
- Combinado. Mas primeiro vai lá no banheiro e melhora essa cara. Dá para perceber de longe que você não está bem.
- Procura minha mãe e já vai adiantando o assunto, pois não quero ficar de muita conversa, eu... eu só quero sair daqui.
- Pode deixar Clara. Agora vai.
 
A morena se levantou e seguiu para o banheiro e Alex foi procurar Dona Ana para já avisá-la que eles iriam sair. Assim fizeram os jovens, Alex convenceu Dona Ana de que eles iriam para uma outra festa, antes que ela terminasse. A mãe de Clara até ficou feliz por ver que os primos haviam se aproximado, ela também estava tão distraída com a arrumação na cozinha que nem percebera os olhos inchados de Clara. Os jovens, aproveitando-se da distração de Dona Ana, saíram sem demora e seguiram para o lado de fora da casa.
 
Clara procurou o pai, mas não o viu no quintal da casa. Nem mesmo o Dr. Gustavo estava mais lá. Tinha apenas alguns tios, inclusive os pais de Alex.
 
- Clara, preciso avisar meus pais, eles vieram comigo no carro.
- Alex, deixa seu carro com seu pai, vamos no meu. Por favor, dorme lá em casa hoje comigo, não quero ficar sozinha. - Disse tentando segurar o choro.
- Tudo bem. Me espera lá no portão, já volto.
 
O jovem foi até os pais avisá-los que iria sair com a Clara e que só voltaria para casa mais tarde. Logo já estava caminhando novamente em direção a morena, que esperava cabisbaixa no portão.
 
- Pronto, vamos prima.
 
Os dois entraram no carro e seguiram para a casa de Clara. A morena pediu para que o primo dirigisse, pois não tinha condições de guiar o carro. Durante todo o caminho Alex tentou animá-la, porém estava impossível arrancar um sorriso de seu rosto. Clara estava se sentindo mal, pois além de se ver numa "sinuca de bico", também fizera a jovem Mariana sofrer. Além de todos os sentimentos confusos que vivia, agora também se sentia culpada por causar aquele sofrimento na pessoa que só lhe dera amor.
Alex, percebendo que não iria adiantar tentar fazer a jovem se animar, resolveu voltar a tocar no assunto.
 
- Clara, vai atrás da Mari, você vai se sentir melhor se pedir desculpas a ela, ela merece ouvir isso de você.
- E depois, Alex?? O que eu faço depois? Você não percebe que isso o que aconteceu vai mudar tudo???
- Eu sei disso Clara, mas você não pode deixar a Mariana daquele jeito, ela não tem culpa!
- Como vou falar com ela? - A morena chorava intensamente. - Como vou explicar minha atitude? Nem sei o que fazer, Alex, como posso continuar namorando a Mari depois disso tudo??
- Se assumindo, somente assim dará para continuar nesse namoro, Clara. Poxa, a Mari se assumiu para a família dela toda.
- Só que eu não sou a, Mari, para de falar como se fosse fácil!
- Não estou falando que é fácil, Clara, mas, você vai ter que se posicionar. Precisa se decidir, e eu como seu primo e seu amigo, te aconselho a ser feliz, vai lutar pelo que te faz bem. A Mari te ama muito, deu para perceber isso, mesmo com essa burrada que você fez de mandá-la embora da casa dos seus pais ela ainda te defendia.
- Eu só vou fazer ela sofrer com isso, Alex, eu não vou conseguir me assumir, eu não sei o que fazer. - Mais uma vez Clara desabou a chorar.
- Clara, você não vai fazer somente a Mariana sofrer, olha para você, está sofrendo também. Para de ser medrosa e lute pelo amor que vocês têm uma pela outra.
- Alex, é fácil falar quando não se está na pele da pessoa, né, queria ver se fosse você que estivesse interessado em uma pessoa do mesmo sex*, queria ver se iria contar para a tia Lucia e o para o tio Lucas. - Falou a morena, referindo-se aos pais do jovem.
 
O jovem ficou mudo por alguns minutos, pois realmente sabia que não seria fácil se assumir, porém logo voltou a falar o que estava lhe incomodando naquela história.
 
- Tudo bem Clara, realmente não é fácil se assumir, mas o que você fez com a Mari não foi nada legal, o mínimo que você tem que fazer é pedir perdão.
- Eu sei, não tinha o direito de fazer aquilo com ela, aiii como fui cruel. - Falou a morena sentindo uma dor horrível no coração.
- Então, Clara, vamos para casa da Mari, vamos passar lá e você conversa com ela, pede desculpas.
- Nãooo, não posso ir lá agora, Alex, não sei o que fazer sobre a gente, como vou chegar lá sem respostas?? Não posso.
- Mas, não acho certo você decidir as coisas sozinha, vocês são um casal, a Mari tem que fazer parte disso.
- Alex, não posso decidir nada agora, por favor, não me cobre isso, preciso apenas ir para a casa pensar. Colocar a cabeça no lugar, pelo menos já sei que a Mari está em casa em segurança.
-  E sofrendo né, Clara, ela pode até estar em segurança, mas não é a melhor forma de se passar o primeiro dia do ano.
- Chega Alex, você está acabando comigo assim.
- Me desculpa, Clara, me desculpa. - Pediu o jovem.
 
Realmente Alex tinha essa característica: era extremamente sincero e realista e isso nem sempre era bem aceito pelas pessoas, pois a maioria possui a dificuldade de ouvir a verdade quando esta não é de seu agrado.
 
- Por favor, não me julgue Alex.
- Não estou te julgando, Clara, não mesmo! - Limitou-se o jovem em falar apenas isso.
 
Os jovens ficaram em silêncio o restante do caminho. Clara permanecia chorando e Alex tentava pensar nas palavras certas para ajudar a prima a ter coragem. Nem mesmo ele estava entendendo por que aceitara tão bem aquela história e nem mesmo por que estava torcendo para a Clara se assumir. Era estranho se ver pensando daquela forma, mas o que ele mais queria ali era ver a prima feliz ao lado de Mariana, pois no pouco tempo que esteve com a loira percebera o quanto ela amava a Clara, sabia que ela realmente seria capaz de fazê-la feliz, mesmo sem a aprovação de seus pais. Assim, queria fazer com que Clara também percebesse isso, queria mostrar para a morena que a felicidade dependia apenas dela e não da opinião dos pais.
 
No entanto, sabia que não era o momento para falar aquilo. A jovem estava desesperada com o ocorrido e nada do que ele falasse a iria fazer procurar a loira naquele momento. Assim, os dois subiram para o apartamento de Clara e o jovem apenas fez companhia para ela. Não falou praticamente mais nada, apenas cedeu seu colo para que ela chorasse e refletisse sobre a decisão que precisava tomar.
 

 

 
 
----------xx-----------
 
 


 
Fred caminhou até a loira, se sentou ao lado dela e perguntou assustado:
 
- Ai meu Deus, o que aconteceu com você Mari?
 
Mariana abraçou o amigo e começou a falar por entre as lágrimas:
 
- Fred, o pai da Clara viu a gente se beijando. Ela, ela me mandou embora da casa deles.
- O QUE??? Não, não acredito que ela fez isso com você, Mari. - Disse indignado, enquanto abraçava a amiga. - Me explica direito, como assim o pai dela viu vocês?
 
Mariana explicou em detalhes todo o ocorrido a Fred, porém o jovem percebeu que Mariana tentava a todo custo minimizar a atitude de Clara, como se a morena não tivesse culpa de ter agido tão mal com ela.
 
- Mari, eu adoro a Clara, mas isso que ela fez foi um absurdo! Como ela teve a coragem de mandar você embora no meio da madrugada?? Ah não, agora fiquei realmente decepcionado com ela.
- Para Fred, por favor, eu sei que ela agiu errado, mas isso não foi o mais grave.
- Não foi o mais grave, Mari??? Meu Deus, o que aconteceu com a minha amiga??? Aquela que se valorizava mais que tudo, que não deixava ninguém fazer mal a ela?? Mariii, eu sei que você ama a Clara, mas não faz sentido você encobertar essa atitude dela, isso foi péssimo! - Falou o jovem em total reprovação do comportamento de Clara. - Eu sempre defendi e compreendi os medos da Clara, pois sei que não é fácil se assumir, mas ela não podia ter te mandado embora.
 
A loira estava de cabeça baixa, tentando controlar a dor que sentia. O jovem por sua vez olhava para a amiga e sentia o coração se apertar por vê-la daquele jeito. Ficara pensando no quanto Mariana havia mudado desde que começou a namorar com a Clara. Percebera o quanto a loira estava dependente daquela relação que tinha com a morena e isso nem sempre era bom, ainda mais se tratando de uma pessoa que vivia insegura quanto a questão de se assumir.
 
Por outro lado, também sabia como era sofrer por uma pessoa não assumida. Sabia também que o amor era capaz de cegar a pessoa a ponto de fazê-la se esquecer de si própria. A questão principal disso tudo era: nada em excesso é bom, até mesmo o amor.
 
- Mari, não fica assim, quero ver minha amiga forte. Aquela guerreira, que não deixa se abater facilmente.
- Ai Fred, mas e se tudo acabar? E se a Clara desistir de mim, eu sinto isso Fred, desde ontem que estou com essa sensação.
- Mariana, se ela fizer isso realmente ela não te merece, você sempre fez tudo por ela, sempre foi paciente com relação aos medos dela.
- Não quero pensar assim, Fred. - Disse a loira, deixando escorrer novas lágrimas. - Eu não quero perdê-la, pelo amor de Deus, ela é a mulher da minha vida.
- Ai meu amor, não fica assim. - Disse abraçando mais uma vez a amiga.
- Eu não sei o que faço, queria estar ao lado dela apoiando, dando forças, mas, agora estou aqui, sem notícias, cheia de dúvidas na cabeça.
- Mari, ela que tem que te procurar, afinal foi ela quem te mandou ir embora.
- Mas, e se eu fosse até o apartamento dela? Pelo menos para conversarmos e...
- Nem pensar!! Você não vai mesmo atrás dela, ficou maluca, Mari? Ela errou com você, para com isso, você não é assim. Se dê valor, deixe ela perceber o quanto te fez mal.
- Mas eu tenho medo de perdê-la.
- Mari, vou ser bem sincero, sei que você está com medo de perdê-la e talvez até seja por isso que você não esteja se dando conta de como ela errou, mas uma coisa é certa, o fato de você ir atrás dela não irá mudar em nada a decisão que ela precisa tomar. Nesse tempo todo de namoro você já mostrou para ela o seu apoio, ela sabe disso. A questão é a covardia dela, o medo de enfrentar a família e de perder a relação boa que tem com os pais.
- Ai meu Deus, não fala isso Fred. - Disse chorando muito.
- Calma meu amor, não chora assim. Mari, você não pode agir dessa forma, isso é muito cômodo para a Clara.
- Co-como assim? - Perguntou a loira soluçando.
- Você precisa mostrar para a Clara que ela também pode te perder, que ela precisa te valorizar. Não quero ver você se arrastando para ela. Na verdade, ela que deveria fazer isso, ela foi super grossa com você. Mari, olha para mim - Pediu o jovem, levantando a cabeça da amiga com a mão para que ela olhasse em seus olhos. - Quero que você dê um gelo na Clara, faça ela se sentir mal pelo o que fez com você;
- Como vou fazer isso?? Ela deve estar péssima por que o pai descobriu.
- Não importa Mari, ela precisa deixar de ser egoísta, ela não pensou em você em nenhum minuto.
 
A loira pensou um pouco e depois voltou a falar:
 
- Vou tentar, amigo. - Disse a jovem, já conseguindo controlar melhor o choro. - Mas, e se ela não vier me pedir desculpas?
- Ela virá Mari, a Clara errou feio com você, mas ela não é uma má pessoa, quando ela se der conta do que te fez ela vai ficar péssima e virá atrás para pedir desculpas.
 
Mariana concordou com o amigo e ficou mais um tempo em silêncio pensando. Por mais que soubesse que Fred tinha razão, a sua preocupação maior não era em torno da mancada que Clara dera, mas sim em relação ao futuro daquele relacionamento. Ela acreditava que a morena iria lhe pedir desculpas, porém não sabia o que viria depois disso.
 
- Está se sentindo melhor, meu amor? - Perguntou Fred depois de um tempo.
- Estou. - Respondeu triste. - Obrigada Fred, você é como um irmão para mim, me desculpe ter te acordado para vir para cá.
- E quem disse que você me acordou querida? Estava na casa do Anderson, a virada de ano ferve lá.
- Nossa, então você deve estar morrendo de sono.
- Até que não, Mari, tomei tanto energético que estou super ligado. - Respondeu fazendo uma expressão engraçada. Porém, nem assim a jovem riu.
- Obrigada mesmo. Amo você, Fred!
- Ain, também te amo minha flor, você é minha irmã também. - Disse o jovem, dando um beijo na testa de Mariana.
- Você e o Anderson estão bem?
- Estamos sim, Mari, mas estamos percebendo uma coisa, acho que somos muito mais amigos do que namorados.
- Como assim? O relacionamento não vai bem?
- Não Mari, pelo contrário, tudo está bem, mas eu sinto que está virando apenas amizade, falta algo mais sabe?
- É, sei sim. - Falou triste, pois se lembrara de Clara.
- Ei, não vamos voltar a ficar tristes, né?
- Tudo bem, você tem razão. Vem cá, deita aqui comigo, vamos tentar dormir um pouco.
- Ai será que consigo dormir agora?
- Fred, já são mais de 8 horas, vem, rapidinho você dorme.
- Está bem.
- Fica comigo, não quero ficar sozinha, nem quero ficar pensando em mais nada. Se é para eu ser forte, então que seja, não vou pensar mais. Você está certo amigo, preciso voltar a confiar mais em mim. Nunca fui assim e acho que ninguém gosta de pessoas assim.
- Aii, graças a Deus minha Marizinha voltou. Vem amor, deita no meu braço que vou te fazer cafuné.
- Obrigada Fred! Você sempre consegue abrir meus olhos.
- Ah, e antes que eu me esqueça. Feliz Ano Novo, minha amiga.
- Feliz Ano Novo - Respondeu Mariana com os olhos brilhando, por sentir o poder de uma amizade verdadeira.
 
O jovem apenas sorriu e estendeu o braço para que a loira deitasse nele. Logo os dois já estavam dormindo um sono profundo, afinal, nenhum deles havia pregado os olhos na noite anterior. Realmente estavam cansados, pois só foram acordar às 16 horas.
 
Os dois se levantaram e foram logo para a cozinha preparar um lanche. Mariana parecia estar mais forte, realmente a presença de Fred e seus conselhos faziam muita diferença em sua vida. Fred também possuía a característica de sempre alegrar as pessoas, seja pelo seu jeito de falar, pelas brincadeiras ou até mesmo pela forma como encarava a vida. Ele era a pessoa mais otimista que Mariana conhecia, no entanto, seu otimismo não era apenas para agradar as pessoas, mas expressava de fato sua forma de pensar.
 
- Gostei de ver essa carinha agora.
- É, estou melhor, amigo,  depois da noite escura sempre vem o dia, né.
- SEMPRE! Depois da tempestade sempre vem a bonança, já dizia minha mãe. - Brincou Fred, arrancando finalmente um sorriso da loira. - Nossa, ganhei o dia agora, arranquei um sorriso dessa loira gata.
- É meu amigo, só você mesmo.
 
Depois de comer os jovens seguiram para a sala e ficaram assistindo TV. Fred reparava que toda hora Mariana olhava para o relógio que ficava na parede, perto da estante, já imaginando o que a loira estava pensando.
 
- Ela vai vir, fica tranquila e firme.
- É, você tem razão mesmo, Fred, eu aqui toda preocupada, até havia deixado de lado o que ela me fez e ela nem me dá sinal de vida. Realmente minha paciência tem limite, não serei tão bobinha mais.
- A Clara é madura, já tem sua vida. Ela precisa perceber isso, não dá para viver em cima do muro.
- Não mesmo e não vou mais passar a mão na cabeça dela. Sinceramente Fred, acho que foi até bom eu ter passado essa noite chorando e pensando, foi bom que botei tudo para fora. Acho que agora estou mais racional, antes certamente eu me deixaria levar pela emoção.
- É sim Mari, mas... er... ah, deixa.
- Eu sei o que você quer perguntar, amigo. A resposta é: ela vai ter que me dar o valor que mereço e mostrar que realmente quer ficar comigo. - Disse com a voz firme.
- Ual, meu orgulho!!
- Você me fez ver que não vai adiantar nada eu ficar bancando a fraca, se ela for terminar comigo por causa dos pais isso vai acontecer de qualquer jeito, independente se estou sofrendo ou não. Então eu prefiro optar em mostrar para ela o que ela vai perder.
- Caramba Mari, impressionante como você cresce quando está sofrendo, meu Deus. - Falou o amigo surpreso e feliz por vê-la mais forte.
- É Fred, não sou muito de religião, mas já ouvi um trecho da bíblia que diz: quando estou fraco é então que me sinto forte!
- Isso aí meu amor. - Respondeu Fred em cumplicidade.
- Fred, também acho que o Alex vai conversar com ela, ele é muito legal, as vezes é sem noção, mas é legal.
- Hahaha, sem noção? - Perguntou rindo.
- É, ele é muito sincero, as vezes acaba falando demais.
- Nossa, sei bem como é, isso é chato as vezes, mas também é bom.
- Pois é, ele deve ter falado umas verdades para a Clara, só espero que ele não tenha piorado as coisas. - Disse olhando para a TV.
- Esse primo da Clara aceitou as coisas tão bem, né? Você não achou isso estranho, não?
- Ai Fred, sinceramente, nem tive tempo para pensar nisso, minha noite foi péssima.
- É verdade. Bom, deixa isso para lá. - Disse olhando no relógio. - Er, meu amor, acho que já vou indo, tudo bem?
- Tudo bem Fred, você já me ajudou demais. Obrigada mesmo e... er... Fred, me desculpe se estou sendo uma amiga relapsa com você, só tenho te procurado quando estou com problemas, me desculpe mesmo. Prometo melhorar.
- Para com isso meu amor! Foi a correria do final de ano que fez isso, seu pai se casou, você estava toda apertada para arranjar a papelada para a viagem, relaxa ok?
- Você é um anjo mesmo!
- Sou sim, faltou só os cachos dourados. Mas como sou um anjo moderno, tenho cabelos pretos, uso topete e gel no cabelo. - Brincou. - Agora chega de papo, vem aqui me dar um abraço.
 
A loira já ia em direção ao amigo para abraçá-lo, quando escuta o interfone tocar.
 
- Ai meu Deus.
-  Calma, fica calma, Mari, vai lá ver quem é. - Disse Fred, tentando acalmar a amiga, ao pensar na possibilidade de ser a Clara.
 
A jovem respirou fundo e seguiu para o interfone.
 
- Quem é?
- Mari, sou eu o Alex, posso subir?
- Oi Alex, pode sim. - Disse apertando o botão para abrir o portão. - Abriu?
- Abriu.
 
Mariana desligou o interfone um pouco decepcionada, pois acreditava que fosse a Clara. Porém, também sabia que o jovem traria notícias da morena, assim, voltou a ficar ansiosa.
 
- Ai Fred, é o Alex.
- Então ele vai te dar notícias da Clara, fica calma minha flor.
- Tudo bem, não vou chorar mais, não vou! - Falou tentando se convencer.
 
Logo os dois escutam a campainha tocando e a loira segue em direção a porta para abri-la. Levou a mão à maçaneta e puxou a porta, porém não fora Alex que avistara primeiro e sim a Clara.  


Fim do capítulo


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Comentários para 29 - Capítulo 29:
keique
keique

Em: 25/01/2018

Boa noite Gi, tudo bem? Não sei se vai ler esse comentário, mas vou falar mesmo assim! Estou adorando o romance, mas tem algo me incomodando a bessa....vc sempre coloca nas falas o termo "opção sexual". Acho que vc deve saber que não é uma opção, uma escolha, porque colocar dessa forma? Estou curiosa! 


Resposta do autor:

Olá, querida Keique!

 

Obrigada por acompanhar a história, que bom que está gostando!

 

Então, deixa eu te esclarecer a dúvida sobre o termo utilizado no texto... bem, o que ocorre é que quando escrevi essa história estava vivendo meu processo de descoberta (que não foi muito fácil). Assim, acabei escrevendo essa história como valvúla de escape. Por tanto, na época, para mim, esse termo "opção sexual" era correto, rsrs... Na verdade estava mais perdida que cego em tiroteio, hahaha... 

 

Hoje, já com mais maturidade e experiência nesse meio, concordo plenamente com você... não se trata de uma opção. Sendo assim, já agradeço por fazer essa ressalva para mim e te digo que pretendo corrigir futuramente, quando for revisar a história. Até pq, ela é bemmmm amadora e tem muitos outros erros.

 

Obrigada, minha cara Keique! Peço que releve qualquer outro erro que observar e esteja à vontade para me falar por aqui!

 

Um grande beijo!

 

Gi

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Sophia L
Sophia L

Em: 21/09/2015

Essa parte da história é mto triste. As duas sofrendo mto, não sei qual sofreu mais. Tudo mto intenso, adoro essa forma sua de abordar a dor os medos. Coloca o leitor dentro da história. Amo


Resposta do autor:

Obrigada, minha querida.

 

Que bom que estou conseguindo colocar o leitor dentro da história, esse é o maior objetivo de quem escreve. ;)

 

Beijos

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