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O Clã San'Germany por BiancaLaneska

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Palavras: 10099
Acessos: 3824   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 10 Assunto proibido

CAPÍTULO 10: Assunto proibido.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Passou mais uma semana e enfim chegou o dia do aniversário de Amanda, seus pais convidaram todos os conhecidos e todos de sua classe, e todos incluíam até as pessoas com quem a ruivinha não se dava bem, essa festa seria a festa do ano, teria tudo para ser espetacular.

 

Depois da conversa que Júlia e Amanda tiveram, a loirinha não a procurou mais e nem ficou por perto, estava sempre se esquivando, a ruivinha pensou que ela iria persistir mais um pouco, mas essa desistência a entristeceu, mas o que ela queria? Que a loirinha ficasse correndo atrás para que?

 

Júlia dormiu alguns dias na casa de Manu, o que provocou um desconforto na ruiva, e no dia de seu aniversário a loirinha decidiu não participar, seus amigos apesar de convidados também não iriam.

 

 

 

Júlia se arrumou com uma calça jeans preta e uma camisa branca com sua jaqueta de couro preta e um tênis, estava pronta para sair quando viu Amanda que também tinha acabado de se arrumar para receber seus convidados, estava em um vestido de noite azul marinho justo e longo, sua máscara era preta e dourada, usava um batom vermelho que dava ainda mais um charme fatal a ruivinha. Júlia parou encantada ao ver Amanda, estava praticamente babando, a ruiva também admirou a beleza da loira, mas indagou.

 

 

 

-- Vai para a festa assim? -- viu a expressão da loirinha que saia da hipnose em que estava.

 

-- Não vou participar da sua festa Amanda, mas tenha uma boa noite.

 

-- Como não vai? -- disse a puxando pelo braço para que não saísse.

 

-- Simples, não vou, e estou saindo, boa noite.

 

-- Você não pode estar falando sério Júlia! – alterou sua voz em praticamente um grito.

 

-- Para de gritar Amanda, mais que mania chata! -- soltou seu braço e saiu andando mas voltou e chegou perto da ruiva pegando em sua cintura e falando ao seu ouvido -- Quase me esqueci, feliz aniversário.

 

 

 

Amanda assim que ouviu a voz de Júlia, ficou arrepiada e fechou os olhos suspirando e esperando por mais, sentia falta dos lábios da loira nos seus, mas o que viu foi Júlia a beijar no pé do ouvido e sair andando. Isso a deixou muito irritada.

 

Seus pais ficaram na festa junto a sua avó, mas depois se retiraram para seus aposentos.

 

A festa continuou rolando na parte externa da mansão, Amanda não conseguiu tirar Júlia da cabeça e desejou que estivesse ali, acabou bebendo mais do que devia, ficou com a Rachel e ia ficar com outra garota tentando esquecer a loirinha, Rachel não gostou e acabaram discutindo. Amanda nem ligou, escolheu uma garota loira alta, por conta da bebida e do salto alto estava tropeçando e quando ia pro ataque acabou caindo, sendo amparada por braços conhecidos.

 

 

 

-- Acho que alguém bebeu demais.

 

-- Júlia? -- disse piscando algumas vezes para ter certeza que era real o que via.

 

-- Ainda sabe meu nome, isso é bom sinal -- disse debochando, ainda segurando-a. -- consegue andar?

 

-- Sim -- levantou tropeçando novamente.

 

-- Vejo que não, vem vou te levar para beber água, e tomar um ar.

 

Houve um silencio enquanto iam até a cozinha da mansão mas Amanda quebrou o silencio.

 

-- Resolveu aproveitar a festa?  -- perguntou enquanto caminhavam, ela estava bem mas queria Júlia junto de si, por isso estava simulando tropeçar.

 

-- Não, estava indo para meu quarto quando você caiu em cima de mim -- disse a chegando na cozinha e a sentando em um banco que estava por la, pegou uma garrafa de água e esticou para ela -- aqui, toma.

 

-- Obrigada.

 

 

 

Bebeu a água encarando a loirinha que fugia do seu olhar, ficaram nesse clima tenso sem ninguém dizer nada.

 

Júlia já estava ficando irritada com os olhares que a ruiva lhe lançava, não sabia qual era a dela, morde e depois assopra? Se cansou desse clima e se pronunciou.

 

 

 

-- Esta melhor Amanda?

 

-- Sim.

 

-- Ótimo, então estou indo para o meu quarto, boa noite. -- saiu andando mas foi impedida no meio do caminho.

 

-- Espera Júlia! -- a pegou pelo braço e a prensou contra a parede próximo a porta -- Eu não consigo te tirar da cabeça garota.

 

 

 

Não esperou que a loirinha respondesse e avançou na boca dela, um beijo com sofreguidão, até que Júlia a afastou, não gostou da atitude da garota, primeiro fica com ela depois a humilha? Com certeza ela não faria isso dessa vez.

 

 

 

-- Enlouqueceu Amanda? -- disse a empurrando pelos ombros, mas a ruivinha continuava a prensando na parede.

 

-- Júlia eu preciso de você agora.

 

-- Isso só pode ser efeito da bebida, pelo amor de Deus para de beber menina.

 

-- Para de falar garota, você quer tanto quanto eu -- forçou um beijo mas foi repelida, e ficou nervosa alterando o tom de voz em quase um grito -- Qual é Júlia?!

 

-- Você enlouqueceu, eu não quero ficar com você -- disse mentindo e para provocar completou -- e se eu quisesse uma ruiva na minha lista, ficaria com a sua mãe não com você, ela é esposa de Olávo mas não seria difícil conquista-la.

 

 

 

De imediato recebeu um tapa na cara e foi prensada mais contra a parede recebendo um beijo violento, no começo não correspondeu, mas depois deixou de lado o orgulho e a beijou com a mesma violência, o beijo era quase uma briga para saber quem podia mais, e no momento quem dava as cartas era a ruiva, talvez por conta da bebida ela estava com uma força fora do comum.

 

Desceu beijando o pescoço, voltou para a boca e puxou o lábio inferior da loirinha para si, se aproximou do ouvido da mesma e sussurrou

 

 

 

-- Você pode até negar que não me quer -- mordiscou o lóbulo da orelha e ouviu um gemido como resposta, então suas mãos desabotoaram a calça da loira e sua mão tocou-lhe a calcinha que estava úmida -- mas o seu corpo não.

 

 

 

Afastou a calcinha de lado e começou a massagear o clit*ris intumescido, Júlia perdeu todo o controle de seu corpo e só conseguia gem*r, tentou afastar a ruiva mas a mesma a puxava contra si com a outra mão pela cintura colando mais os corpos, quando estava prestes a goz*r Amanda deixou o clit*ris com a intenção de penetra-la com os dedos, e nessa hora Júlia se desesperou, recuperou a consciência e segurou suas mãos.

 

 

 

-- Para Amanda, não continua!

 

-- Júlia vai dar uma de difícil agora? Você quase gozou na minha mão! Deixa eu terminar -- disse irritada.

 

-- Eu já falei para parar! -- a empurrou, mas a única coisa que conseguiu foi afastar um pouco os ombros dela, seus corpos continuavam colados.

 

-- Não paro! -- levou um braço até o pescoço da loira a prensando mais na parede, lhe tirando o ar e com a outra mãos forçou a entrada de seu sex*.

 

-- PARA AMANDA! -- disse com desespero e quase sem voz, tentou tirar o braço da ruiva de seu pescoço e segurar sua mão, perdendo o controle e apavorada disse -- Eu sou virgem Amanda! Droga para!

 

-- Qual é Júlia -- disse parando de forçar a entrada e a encarou -- Você diz que vai ficar com a minha mãe e agora nega fogo? Não vou parar!

 

-- Eu sou virgem Amanda para! -- disse com lagrimas nos olhos, e chorou quando viu que ela realmente iria penetra-la a força. -- para por favor!

 

 

 

Amanda viu desespero na voz dela, e quando viu suas lagrimas parou, continuou com a mão em seu sex* mas não tentou penetra-la, estava incrédula, pensando se era verdade aquela garota ser virgem, já que era a patricinha-problema da alta sociedade, sempre vista em badalações e confusões na mídia, e sempre bem acompanhada.

 

 

 

-- O que está acontecendo aqui? Júlia?

 

-- Manu -- disse chorando, ainda presa contra a parede pelo braço de Amanda em seu pescoço.

 

-- O que está acontecendo? Larga ela Amanda! -- se aproximou puxando Amanda pelos ombros e vendo a situação da amiga com a calça aberta e chorando, de imediato assim que Júlia se soltou a agarrou abraçando-a -- Calma anjo, o que aconteceu?

 

-- O que você faz aqui garota?! -- perguntou Amanda irritada pela intromissão de Manuela.

 

-- Eu vim trazer a carteira que Júlia esqueceu no carro, mas você quem deve responder o que fez com a minha amiga sua louca? -- Disse alisando o cabelo da loirinha que nada falava, só a apertava em um abraço e chorava.

 

-- Não te devo satisfações, me deixe a sós com Júlia.

 

-- Não! Não vê como ela está? Se afaste dela está ouvindo? Vem Júlia, vou te levar para o seu quarto -- fechou sua calça e saiu andando abraçada com a loira e deixou a ruiva na cozinha, com uma expressão indecifrável.

 

 

 

********××××××********

 

 

 

Amanda saiu da cozinha e foi para fora respirar, pensando no que quase tinha feito, não queria acreditar que fosse verdade o fato de Júlia ser virgem, queria que fosse apenas uma desculpa, mas no fundo sabia que era verdade, o olhar desesperado da loirinha e sua voz alterada em um medo não deixavam mentir para si mesma, e isso não a fez se sentir melhor.

 

"Meu Deus, eu quase estuprei a menina, e ela é virgem, ficou completamente assustada, o que eu fiz? Preciso me desculpar, e definitivamente eu sou fraca para bebidas!" Foi com esse pensamento que voltou para dentro da mansão.

 

 

 

 

 

Manu levou Júlia para o quarto e tentou lhe acalmar, a levou para o banheiro e a loirinha tomou um banho e chorou horrores debaixo do chuveiro, saiu do banheiro vestiu um pijama de frio ligou o ar condicionado e se sentou na cama sendo abraçada por Manuela, deixou escapar mais algumas lagrimas.

 

 

 

-- Calma anjo, já passou -- disse a apertando em seus braços e alisando seu cabelo -- eu estou aqui, não vou deixar nada acontecer ok?

 

-- Manu -- disse enxugando as lagrimas e enterrando seu rosto no pescoço da amiga -- foi horrível, eu sou virgem e... e... -- sua voz embargou novamente.

 

-- Virgem? -- ergueu as sobrancelhas em uma expressão de espanto, não esperava isso. Recebeu um aceno positivo de cabeça e viu os olhos da loirinha se encherem de lagrimas e essa cena lhe apertou o coração.

 

-- Se não fosse por você -- caiu no choro novamente.

 

-- Calma, já passou, estou aqui com você linda -- a afastou encarando-a -- olha pra mim, ela conseguiu alguma coisa com você? Me diz, eu vou lá quebrar a cara dela! -- disse se levantando.

 

-- Não -- se apressou a dizer e a segurou pelo braço -- você chegou bem na hora... fica aqui comigo por favor?

 

-- Fico -- a abraçou novamente se deitando e deixando-a deitar agarrada a si escondendo o rosto em seu pescoço -- está tudo bem agora linda, tem certeza que ela não conseguiu fazer nada?

 

-- Tenho.

 

 

 

Ficaram assim nessa posição durante algumas horas, até que Manuela conseguiu acalma-la e a loirinha adormeceu em seus braços recebendo cafune.

 

Minutos após ter adormecido, Amanda entrou no quarto da loira e viu a cena de Júlia deitada no peito de Manuela que a abraçava lhe fazendo carinho, sentiu ciúmes e ficou alterada.

 

 

 

-- Depois ainda vem com esse papo de virgem pra mim, vadia!

 

-- Cala a boca que ela acabou de dormir! -- Manuela disse se desvencilhando da loirinha que continuava dormindo -- veio terminar o que não conseguiu?

 

-- Cala a boca sua idiota, nem sei por que vim, e já vi que você terminou o que eu comecei!

 

-- Respeita a Júlia garota! -- disse se pondo de pé e avançando para cima da ruiva a agarrando pelo braço -- para o seu governo, ela é virgem e merece perder isso em uma noite especial, e não em um estupro como o qual você quase cometeu!

 

 

 

Júlia acordou escutando uma discussão, quando abriu os olhos viu as duas perto da porta, Manu agarrava o braço de Amanda, e a mesma a encarava em uma pose desafiadora, se levantou sonolenta, sem entender o que acontecia e se aproximou das duas.

 

 

 

-- Me solta sua vadia, você e a Júlia, se merecem!

 

-- Vou te mostrar quem é a vadia! -- disse mencionando lhe acertar um soco mas seu braço foi segurado por Júlia, que a puxou.

 

-- Não faz isso Manu, deixa ela, por favor.

 

-- Olha só, se deixa ser controlada por ela? -- disse a ruiva debochando, mas pode ver o nariz e os olhos da loirinha ainda vermelhos e no fundo, desejou se desculpar e a abraçar apertado.

 

-- Sai daqui Amanda! -- disse Júlia antes que Manuela respondesse -- Eu NÃO quero mais te ver entendeu? Sai!

 

 

 

Amanda viu seus olhos se encherem de lagrimas novamente e saiu do quarto deixando-as a sós.

 

Júlia recebeu um abraço apertado de Manu e se deitaram na mesma posição anterior, ficaram assim por mais uma hora, mas dessa vez não conseguiu dormir, ficaram abraçadas, Manu lhe fazia carinho, ela mesmo estava quase dormindo até que seu celular tocou e ela atendeu.

 

 

 

-- Oi... o que?... Como isso Michelle?... Tocou em você?... Está bem?... Tá me diz agora a onde você está... ok estou indo para ai!

 

-- Aconteceu alguma coisa? -- Júlia se afastou a encarando.

 

-- Linda desculpa, mas eu preciso ir, a Michelle, um rapaz forçou a barra com ela e... bom eu preciso ir.

 

-- Claro, você quer ajuda? -- saiu dos seus braços já sentando na cama e vendo sua amiga se levantar indo em direção a porta.

 

-- Não precisa anjo, fica aqui ok? Qualquer coisa me liga, qualquer coisa mesmo.

 

-- Tudo bem, quando chegar em casa me manda uma mensagem.

 

-- Ok beijo, até depois -- disse saindo pela porta.

 

 

 

********××××××********

 

 

 

Já eram 03:30 da madrugada, Amanda depois que saiu do quarto de Júlia decidiu que a festa já tinha acabado para ela então foi para seu quarto, tomou um banho e se deitou, mas não conseguiu parar de pensar na loirinha. A festa ainda corria com algumas pessoas.

 

Amanda foi até a sacada e viu Manuela saindo da mansão em direção à um carro, assim que viu o carro arrancar e sumir da sua visão percebeu que Júlia estava só.

 

 

 

-- Júlia -- entrou em seu quarto -- preciso conversar com você.

 

-- Amanda fora daqui! EU NÃO QUERO FALAR COM VOCÊ!

 

-- Júlia por favor -- disse se aproximando da cama onde a loirinha estava -- Não levanta, espera Júlia, não levanta... Só me escuta.

 

-- Não! -- se levantou dando passos para trás, ainda estava visivelmente assustada.

 

-- Júlia... por favor -- disse se aproximando, a cada passo dado em direção a loirinha a mesma dava passos para trás até encontrar a parede atrás de si e arregalar os olhos em pavor. -- Calma, eu não vou fazer nada com você.

 

-- Não quero saber! Não quero te escutar, não quero nada de você e NAO ME TOCA -- disse afastando as mãos de Amanda que pousavam em sua cintura.

 

-- Júlia só escuta, eu quero me desculpar, não quero te machucar me perdoa, eu não sabia que você... olha Júlia me perdoa eu só não consigo te tirar da minha cabeça.

 

-- Maneira errada de demonstrar isso Amanda, já te ouvi agora vai embora.

 

-- Não até você me perdoar -- disse pondo as mãos em sua cintura novamente, e aproximando seus corpos.

 

-- SAI, ME SOLTA -- disse gritando e tentando se soltar.

 

-- Shii, eu não vou tentar nada com você, eu só vou te beijar ok? -- Não esperou resposta e a beijou, o beijo não foi correspondido, viu a loirinha chorando e isso apertou seu coração -- me perdoa Júlia, por favor, eu não queria te machucar, me perdoa por favor?

 

-- Só me deixa.

 

-- Não posso -- a abraçou -- Júlia, eu não sei o que estou sentindo, mas te ver assim me aperta o coração, é uma dor... eu não sei explicar, eu só não quero te ver assim, me perdoa por favor.

 

 

 

Júlia escutou cada palavra e percebeu uma verdade nelas, a ruivinha a afastou do abraço e a encarou, acariciou seu rosto e a beijou. Dessa vez o beijo foi correspondido, foi um beijo calmo e lento, Amanda a puxou mais para si e o beijo foi se aprofundando e esquentando, quando uma mão de Amanda ia indo em direção para a coxa da loira a mesma parou sua mão, parando o beijo para respirarem.

 

 

 

-- Desculpa -- disse ofegante, com as testas coladas.

 

-- Tudo bem -- disse Júlia em um fio de voz.

 

-- EU NÃO ACREDITO QUE ESTOU VENDO ISSO! -- era Rachel na porta do quarto.

 

 

 

As duas se separam bruscamente para ver quem as pegou no flagra, ao verem a morena na porta, sentiram um alívio por não ser ninguém da família. Rachel entrou como um furacão e foi para cima de Júlia.

 

 

 

-- Eu vou acabar com você! -- desferiu um soco na boca da loirinha.

 

 

 

Foi tão rápido que Júlia ficou sem reação, assim que recebeu o soco sentiu um gosto de sangue e com a língua verificou o corte por dentro do lábio inferior, antes que pudesse revidar ou receber mais um soco Amanda puxou Rachel a afastando da loira.

 

 

 

-- Rachel qual o seu problema? É maluca?!

 

-- Eu vou acabar com essa vadia Amanda! -- disse indo para cima da loira novamente e sendo segurada por Amanda.

 

-- Você não vai fazer nada! Sai daqui agora -- a empurrou para fora do quarto e voltou de encontro com Júlia.

 

-- Vai atrás dela.

 

-- Não, me deixa ver isso -- colocou as mãos no rosto da loirinha -- me desculpa por isso.

 

-- Está tudo bem, é sério, vai atrás da sua namorada ela deve estar precisando.

 

-- Ela não é... -- foram interrompidas por batidas na porta.

 

-- Meninas estão ai? -- era Regina.

 

-- Sim mamãe -- disse se afastando de Júlia -- o que foi?

 

-- Filha a Rachel esta lá fora fazendo o maior escândalo, aconteceu algo?

 

-- Não mamãe, eu vou ver o que ela tem -- disse saindo quase correndo.

 

 

 

********××××××********

 

 

 

Amanda depois de um longo tempo conseguiu acalmar a morena, a levou para casa e acabou ficando por lá mesmo.

 

Júlia depois de um tempo tentava entender tudo que estava acontecendo, recebeu uma mensagem de Manu dizendo que estava tudo bem e que se veriam no outro dia na escola, foi deitar pensando em tudo o que aconteceu.

 

 

 

No outro dia na escola, algumas pessoas estavam com cara de ressaca, mas ninguém ousou a faltar pois hoje era dia de prova, depois de terem terminado duas provas a terceira aula seria vaga.

 

Todos os alunos estavam no pátio, pois haveria uma palestra de profissões, Júlia estava com Manuela, Danilo e Michelle, do outro lado Rachel estava abraçada com Amanda, o pensamento da loira foi um só "O que eu estava pensando? Elas são namoradas e já se acertaram, que idiota que eu sou nossa".

 

Amanda ainda estava chateada pelo escândalo de Rachel, mas para evitar outro aceitou ser abraçada, já Rachel pensou que elas estivessem bem, mas notou os olhares da ruiva para onde Júlia estava com os amigos e decidiu acabar com aquilo. Saiu do abraço da ruivinha e seguiu em direção ao palco e pegou o microfone que foi posto para a apresentação.

 

Todos viram a morena subir ao palco e não entenderam, Amanda de repente sentiu um medo, talvez pensou na cena que a amiga pudesse fazer, o que passou em sua cabeça era que seria feito uma declaração, mas o que veio foi bem pior.

 

 

 

-- Queria a atenção de todos -- ouviu um burburinho mas logo continuou e ganhou a atenção de praticamente todos os presentes -- Acho que vocês devem conhecer a Júlia San'Germany e mais nova Lancasterisso mesmo, pra quem não sabe a digníssima Imperatriz Elisabeth San'Germany teve uma aventura fora do casamento e acabou gerando essa Bastarda, quero dizer, Júlia.

 

 

 

A expressão de Amanda era de desacreditada, não entendia o que Rachel queria com aquilo, já Júlia escutava o que a morena dizia com uma expressão fechada, seu maxilar estava cerrado.

 

 

 

-- O que essa garota quer com isso? -- disse Manu vendo a loirinha encarar o palco.

 

-- Ela é maluca, Júlia não liga – Michelle tentou distrair a loirinha.

 

 

 

Júlia escutava cada palavra e cerrava os olhos em uma expressão desafiadora, e um tanto desacreditada.

 

 

 

--... Bom tirando esse fato da mamãe ser uma puta, temos a surpresa que a filha também é, afinal veio morar na casa do mais novo papai e teve a audácia de pensar que podia se envolver com a enteada de seu pai que é praticamente filha.

 

-- Então é isso, ciúmes da Amanda, que ridícula -- disse Manuela.

 

--... Mas não é por isso que estou aqui, vim contar a vocês quem é Júlia San'Germany Lancaster. Essa loira é uma assassina.

 

 

 

Nesse momento viu um olhar de espanto na face de Júlia e logo em seguida seu rosto se fechou e suas mãos se fecharam em um punho.

 

 

 

--... Isso mesmo, ela matou o próprio irmão Paul San'Germany, a história foi abafada por seus avós e seu padrasto, que até então pensava ser seu pai, não me perguntem como eu sei isso afinal eu sou a filha do senador e consigo tudo o que quero... tempos depois se envolveu com uma garota que a traiu com seu próprio irmão Luciano -- encarou Júlia que a essa altura estava com lagrimas de ódio e colocou ironia na voz debochando -- Que triste não é?

 

-- Júlia o que você vai fazer? -- disse Danilo vendo a loirinha ir em direção ao palco.

 

A loira não respondeu simplesmente andou com passos rápidos e subiu no palco.

 

-- O que você quer com isso garota? -- disse Júlia se aproximando.

 

-- Mostrar quem você realmente é, e você é uma ASSASSINA! -- disse gritando -- matou seu irmão em um acidente de carro.

 

-- EU NÃO MATEI MEU IRMAO! -- disse com a voz alterada e logo depois sua voz falhou ao terminar de dizer -- Foi um acidente.

 

-- Acidente o qual você provocou.

 

-- Quer saber a verdade? -- tomou o microfone com um ódio no olhar e na sua voz, então o desligou mas disse em alto e bom som -- Eu não matei meu irmão, ele morreu em um acidente de carro no qual eu também estava.

 

-- Pelo amor de Deus era você quem dirigia! E ainda deixou ele depois de morto levar a culpa por você... Você é um monstro! -- Rachel gritou já que estava sem o microfone.

 

-- Você não sabe do que está falando -- sua dor era revelada a todos e essa dor estava estampada em sua voz -- Você não sabe de nada.

 

-- Verdade... tudo o que sei de você, foi o que Amanda me contou. Esquece ela entendeu? Volta para a Sophia, uma vadia como você, e quer saber? Você mereceu essa traição, e merece mais por ter matado seu irmão sua assassina! -- terminou gritando para todos ouvirem.

 

 

 

Quase todos perguntavam se aquilo era verdade, Manuela e Danilo temiam que a loirinha perdesse o controle e partisse para cima da morena, apesar de acharem que ela merecia, não queriam que a baixinha tornasse aquele escândalo maior.

 

Júlia apenas saiu do palco com uma expressão de dor, passou por todos sendo olhada e comentada, não escutou nem seus amigos e Amanda que a chamaram. Pulou o muro da escola e apenas saiu de lá, pegou um taxi e foi para casa.

 

 

 

********××××××********

 

 

 

Amanda escutou tudo que Rachel falou calada sem expressar qualquer reação por estar em choque, não esperava que a morena fosse fazer aquilo, só voltou a si quando viu Júlia indo para cima do palco e discutindo com sua amiga tentando se defender, mas sabia que Rachel era boa em argumentos e acabou transformando a história em um escândalo com a intenção de deixar todos contra a loirinha.

 

Pode ver também Júlia descer do palco e passar pelas pessoas que a jugavam com o olhar e as palavras, via em seu olhar dor e magoa, a chamou mas a mesma não lhe deu atenção e saiu andando, tentou alcança-la mas não conseguiu e a viu pulando o muro, imediatamente pegou o celular e ligou para Frederico ir busca-la.

 

Depois que falou com o motorista, foi até o diretor que ia em direção ao pátio saber o que estava acontecendo, Amanda explicou por cima e pediu para ser liberada, como tinha feito maior idade um dia antes o diretor permitiu.

 

Assim que ia seguindo para o portão viu Rachel ir em sua direção. Ia passar direto mas estava tão irritada com a morena que parou para brigar com ela.

 

 

 

-- Por que você fez isso Rachel?

 

-- Para essa garota aprender a se por no lugar dela -- disse com cinismo.

 

-- Chega Rachel! -- a ruivinha alterou a voz e a pegou pelo braço -- seu ciúmes já deu! Eu não sou sua namorada e nunca vou ser entendeu? Você não pode sentir posse sobre mim, eu quero que entenda uma coisa que eu não vou tornar a repetir, presta atenção: EU NÃO QUERO MAIS TE VER ENTENDEU? Isso que você fez foi a gota d'agua pra mim, nossa amizade acabou! -- dizendo isso saiu andando deixando Rachel chamando-a.

 

-- Amanda espera, você não pode fazer isso... Amanda!

 

 

 

********××××××********

 

 

 

Júlia chegou em casa e pediu para o porteiro pagar ao taxista, correu para dentro de casa, subiu em seu quarto e vestiu sua jaqueta de couro e desceu as escadas apressada.

 

 

 

-- Júlia já chegou, quer algo especial para o almoço? -- perguntou Amélia.

 

-- Não Amélia -- disse sem parar e andou apressada praticamente correndo até a garagem.

 

 

 

Amélia achou estranho a atitude da loirinha já que a mesma era sempre simpática, mas não disse nada. Júlia pegou a chave da sua moto e colocou seu capacete, subiu em sua moto e deu a partida e saiu acelerando da casa.

 

Assim que chegou na rua acelerou mais e saiu sem destino, viu o carro da família chegar mas não deu atenção, a única coisa que queria era fazer a dor passar, o ódio que estava sentindo da Rachel se misturava com a culpa que sentia pela morte de Paul, a dor lhe apertava o peito e a fazia sentir um vazio dentro de si e só queria fazer essa sensação passar.

 

Cada vez mais acelerava com lagrimas nos olhos, entrou em uma rodovia que era um tanto deserta e lá acelerou mais, cada acelerada era como um soco em seu estomago, tamanha a potência e a velocidade de sua moto.

 

 

 

********××××××********

 

 

 

-- Que barulho foi esse? -- Cecília desceu as escadas e perguntou para os empregados.

 

-- Era a moto da dona Júlia senhora -- disse o jardineiro que entrou para beber água.

 

-- Quem saiu com a moto da minha neta José?

 

-- Ela senhora, acabou de sair... -- Estava explicando quando uma ruivinha apressada entrou.

 

-- Cadê a Júlia vovó?

 

-- Eu não sei, o José acabou de dizer que ela saiu com a moto, eu não entendi -- disse confusa sem saber o que se passava.

 

-- Eu não acredito! -- exclamou com desespero -- era ela quem acabou de passar por nós feito uma louca.

 

-- Como assim Amanda, o que está acontecendo?

 

 

 

A ruiva fez um relato rápido sobre todo o ocorrido e sua avó também se desesperou, ambas com medo do que poderia acontecer com Júlia.

 

 

 

-- Vou mandar Frederico ir atrás dela -- disse Cecília.

 

-- Eu vou junto -- Amanda dizia andando de um lado ao outro.

 

-- Senhora Cecília, se me permite falar, não acho que resolveria Frederico ir procura-la, ela está de moto e só Deus sabe a onde pode ter ido, e vocês podem precisar dele. -- disse o jardineiro.

 

-- Ele tem razão Amanda, vamos esperar aqui, até porque seu pai foi levar sua mãe ao aeroporto, ela precisou ir terminar de ver os problemas das empresas de vinho.

 

-- Tudo bem vovó, eu vou ligar para os amigos da Júlia pra ver se tem notícias.

 

 

 

********××××××********

 

 

 

As lagrimas não cessavam, por mais que acelerasse com o intuito de diminuir a dor, não funcionava.

 

Na última vez que acelerou viu um animal passar pela pista e desviou para não passar por cima do bichinho, no que desviou acabou passando por cima de uma pedra que a fez perder o equilíbrio por conta da velocidade, quando viu que perdeu o controle não pensou mais em nada, enfim conseguiu parar de pensar e esqueceu a dor que sentia.

 

A única coisa que fez foi desviar sua moto para o mato que tinha a beirada da pista, caiu e capotou duas vezes já relativamente longe de onde a moto estava caída. Fechou os olhos e sentiu uma dor forte no ombro direito, mas sentiu seu corpo relaxar.

 

Não sabe quanto tempo ficou nessa posição, mas abriu os olhos quando a voz masculina e uma feminina a chamava.

 

 

 

-- Chamou a ambulância? -- a voz feminina perguntou.

 

-- Sim, estão vindo, olha ela está abrindo os olhos.

 

-- Oi meu nome é Angélica, esse é meu amigo Fred, você sofreu um acidente mas a ambulância já está a caminho -- disse olhando os olhos verdes que lhe encaravam.

 

-- Minha moto -- Júlia recuperou a noção do espaço e se levantou com uma dor forte no ombro direito.

 

-- Moça não levante, sua moto está ali -- disse o rapaz.

 

 

 

Júlia não deu atenção ao que falavam e foi até onde sua moto estava caída, olhou para ver se tinha algum amassado mas deu sorte pois aparentemente não tinha sofrido nenhum dano, diferente dela que sentia uma dor forte no ombro e sua cabeça começava a rodar, tentou levantar a moto mas pela pontada no ombro desistiu, logo sua visão ficou embaçada e caiu desmaiada.

 

Quando a ambulância chegou Angélica explicou que ela tinha levantado e depois desmaiado, eles imobilizaram seu pescoço e retiraram seu capacete, assim que estavam colocando-a na maca para entrarem na ambulância viram seus olhos se abrirem.

 

 

 

-- Quer que eu avise para alguém? -- perguntou a moça.

 

-- Minha avó, o número está no meu celular, no bolso da minha calça.

 

 

 

Angélica pegou o celular do bolso da calça da jovem e achou o número de sua avó, ligou seguindo para seu carro seguindo a ambulância.

 

 

 

********××××××********

 

 

 

Cecília estava inquieta na sala, Olávo ainda não tinha chego, Amanda falou com Danilo que estava junto das amigas e também não sabiam da loirinha, até que o telefone casa tocou e Cecília atendeu.

 

 

 

-- Alo?

 

-- Oi, eu queria falar com a avó de uma moça jovem loira -- Angélica já estava no hospital na recepção esperando notícias e ligou para a avó da menina, mas não sabia o nome de ambas -- ela estava andando de moto e sofreu um acidente.

 

-- AI MEU DEUS! -- foi o que Cecília falou entrando em choque.

 

-- Olha, estamos no hospital, ela aparentemente estava bem, mas está fazendo alguns exames -- passou o endereço para a senhora.

 

 

 

-- O que aconteceu vovó? -- perguntou Amanda desesperada.

 

-- Júlia sofreu um acidente -- disse após terminar a ligação -- Está no hospital, chame o Frederico.

 

 

 

A ruivinha foi chamar o motorista com lagrimas nos olhos, estava muito agoniada pois não queria que nada acontecesse com a loirinha.

 

 

 

Cecília e Amanda entraram no carro com Frederico que tentou dirigir o mais rápido que pode. Ao chegarem na recepção do hospital, conversaram com Angélica a agradecendo, receberam notícias que Júlia estava bem, tinha tomado uma medicação para dor e imobilizaram seu braço direito para que não movimentasse o ombro. Agradeceram também Fred que levou a moto da jovem até o hospital e entregou as chaves a elas, e brincou dizendo que tinha sorte de sempre carregar um capacete dentro do carro.

 

Amanda queria vê-la mas Cecília não achou uma boa ideia, afinal o incidente ocorreu por causa do ciúmes da amiga dela.

 

 

 

********××××××********

 

 

 

Júlia chegou consciente ao hospital, sentia uma dor muito forte no ombro, fez alguns exames e lhe deram um remédio para dor que a deixou bem sonolenta, ao saberem que se tratava de uma Lancaster a encaminharam para um quarto particular. A loirinha acabou adormecendo por conta da medicação.

 

Assim que abriu seus olhos viu sua avó lhe sorrindo, se sentiu aconchegada naquele sorriso, sentiu uma paz.

 

 

 

-- Oi filha -- Cecília disse tocando sua mão -- Como se sente?

 

-- Oi -- forçou um sorriso de canto de lábios -- estou com sono

 

-- Você me assustou, não faz mais isso por favor eu já sou uma senhora apesar de não parecer -- disse forçando graça arrancando um sorriso da loirinha.

 

-- Me desculpa, eu... eu não queria te assustar, mas na hora que aquela moça perguntou se eu queria avisar alguém a senhora foi a única que me veio a cabeça, e vó desculpa eu não queria te preocupar desculpa.

 

-- Está tudo bem Júlia -- disse sorrindo por escutar ser chamada de vó pela primeira vez -- eu quero que sempre conte comigo, foi ótimo ter me avisado.

 

 

 

Cecília via no olhar da jovem sofrimento então conversou algumas amenidades para distrai-la até terminar o soro que estava tomando com uma medicação para a dor, quando Júlia já estava quase dormindo Olávo entrou feito uma bala no quarto.

 

 

 

-- O que você estava pensando garota?! -- disse com a voz alterada.

 

-- Olávo por favor! -- sua mãe lhe chamou a atenção mas o mesmo ignorou.

 

-- Eu te falei que não poderia dirigir aquela porcaria, mas você é teimosa e pensa que pode fazer o que quiser não é mesmo? Mas não pode! Esqueça aquela moto, aquele ferro velho você não verá mais!

 

-- Você não pode fazer isso! -- Júlia falou sentando-se na cama.

 

-- EU POSSO E VOU! -- vociferou quase cuspindo de nervoso seu rosto estava todo vermelho e as veias de seu pescoço saltavam -- Você podia ter matado alguém, poderia ter se machucado grave sua inconsequente!

 

 

 

Júlia estava magoada e sensível escutou as palavras de Olávo que a feriram mais do que já estava. Não conseguiu vestir sua armadura de pose firme e olhar frio que sempre usava para não ficar por baixo, mas dessa vez não conseguia e lagrimas vieram aos seus olhos.

 

 

 

-- Vamos sair daqui Olávo -- disse vendo como sua neta estava abalada.

 

-- Não! Ela tem que ouvir tudo, para aprender a não ser inconsequente! Não adianta chorar Júlia, você já fez o que não devia.

 

-- VAMOS SAIR DAQUI AGORA OLÁVO -- Cecília impôs autoridade na voz e empurrou o filho para fora do quarto.

 

 

 

Júlia ficou um tempo inerte, apenas lagrimas escorriam por sua face, depois de um longo tempo saiu do estado que se encontrava, secou as lagrimas com certa violência e disse para si mesma que não iria mais chorar.

 

 

 

********××××××********

 

 

 

-- O que você pensa que está fazendo Olávo? -- sua mãe conversava com ele no corredor do hospital.

 

-- Dizendo a verdade para ela, essa menina tem que aprender a me respeitar eu sou o pai dela e, já tinha dito que ela não podia andar com aquela moto, ela não é mais criança tem que parar de ser inconsequente!

 

-- Você é pai dela sim Olávo, mas não é agindo assim com essa grosseria que vai conquistar o seu respeito entendeu? -- disse lhe encarando com a pose firme e intimidadora -- Você por acaso sabe o que aconteceu? Como soube que estávamos aqui?

 

-- Cheguei em casa e perguntei onde vocês estavam e me avisaram.

 

-- Te disseram também o motivo da sua filha ter saído com aquela moto? Creio que não, não é? Saiba que sua filha está ferida por dentro pois a Rachel, amiga de Amanda fez um escândalo na escola e falou para todos que ela havia matado seu próprio irmão, a chamou de assassina, e você sabe de tudo que aconteceu porque seu irmão Otávio nos disse na época, esse é um assunto proibido, você sabe que ela chegou a ficar em depressão e depois nunca mais tocou nesse assunto, então do nada vem uma garota e a faz reviver isso tudo na frente de várias pessoas. Como você acha que ela estava se sentindo?

 

-- Eu não sabia disso -- disse se sentando nas cadeiras do corredor, seu olhar estava no nada, pois sabia que esse era um assunto que feria sua filha.

 

-- É realmente não sabia, e foi impulsivo entrando naquele quarto e a julgando, ela é impulsiva como você filho, vocês dois tem o gênio difícil, e foi por essa impulsividade que ela pegou aquela moto e saiu sem destino, acabou sofrendo um acidente sim, mas graças a Deus não aconteceu nada grave, e agora ela precisa de carinho e compreensão e não de acusações.

 

-- Eu acho que ela não vai querer carinho depois de tudo o que eu disse, mamãe eu não sabia, o que eu faço agora?

 

-- Agora não tem o que fazer, dê tempo ao tempo. -- disse acariciando os cabelos do filho -- eu vou lá ver como ela está.

 

 

 

Entrou o quarto do hospital e viu Júlia já de pé, ela havia retirado o soro do braço, sangrava bem pouco mas Cecília não comentou nada.

 

 

 

-- Vamos?

 

-- Só quero minhas roupas.

 

-- Aqui filha -- disse lhe entregando as roupas.

 

 

 

Júlia a cada movimento sentia um desconforto no ombro, o médico disse que foi uma contusão e para livrar a dor imobilizou seu braço e o ombro para diminuir a dor.

 

Sua avó a ajudou a vestir a roupa e logo saíram do hospital, a loirinha foi o caminho todo calada, Amanda tinha ido embora do hospital com Olávo, assim que Júlia chegou seguiu direto para o quarto, e lá ficou, não desceu para almoçar e nem jantar, simplesmente ficou o dia todo no quarto.

 

Manuela e Danilo foram até a mansão Lancaster mas não viram a loirinha que não quis recebe-los, lhe disseram que ela estava indisposta. Cecília pediu que levassem as refeições ao quarto da jovem mas a mesma não tocou na comida, estava novamente com aquele vazio dentro de si, o mesmo que sentiu após a morte de Paul.

 

 

 

-- Levou o jantar para Júlia, Amélia? -- Cecília que estava reunida na sala com a família perguntou.

 

-- Sim senhora, mas a jovem não tocou na comida, não almoçou nem comeu o lanche que levei, deixei o jantar para ver se ela come.

 

-- Fez bem Amélia, obrigada.

 

-- Ela não saiu do quarto o dia todo mamãe -- disse Olávo preocupado -- minha filha está lá naquele quarto destruída por dentro e o que eu fiz? Piorei o seu sentimento.

 

-- Meu filho, agora não adianta ficar se culpando ok? O que foi feito está feito, vamos dar espaço para ela.

 

-- Com licença, vou para o meu quarto -- disse Amanda se levantando.

 

 

 

Ela se sentia culpada por tudo o que aconteceu, ficou o tempo todo calada. Seguiu para seu quarto e tomou seu banho, se deitou mas não conseguia parar de se sentir culpada então, decidiu ir até o quarto de Júlia, bateu de leve na porta mas não obteve resposta, então entrou e viu Júlia deitada.

 

Júlia se sentia com dor agora não só no ombro mas no corpo todo, devido ter passado o efeito do remédio, deitou e ficou de olhos fechados esperando a dor passar.

 

Amanda se aproximou da cama da loirinha e tocou seu rosto em uma caricia leve, a expressão do seu rosto era de dor.

 

 

 

-- Eu não queria te acordar -- disse vendo os olhos da loirinha se abrirem.

 

-- Não estava dormindo, o que você quer? -- disse ríspida.

 

-- Eu só queria me desculpar Júlia, o que a Rachel fez, ela não podia ter feito isso e...

 

-- Não se de o trabalho Amanda, já passou. -- disse interrompendo a ruivinha, não a encarava, dizia olhando para o lado.

 

-- Júlia eu não tive nada a ver com isso, acredita em mim, olha pra mim por favor -- disse tocando em sua mão, Júlia relutou mas encarou a ruiva que parecia implorar -- Ontem quando eu te beijei e minha mãe disse que ela estava lá embaixo fazendo um escândalo eu fui atrás dela e...

 

-- Amanda eu não quero saber ok? -- a interrompeu novamente e dessa vez a encarou até o fim -- eu não estou com vontade de conversar com você e nem com ninguém, eu quero que me deixe sozinha.

 

-- Mas Júlia...

 

-- Por favor Amanda, respeita e me deixa sozinha.

 

-- Tudo bem, qualquer coisa me chama -- disse beijando-a na testa e saindo do quarto.

 

 

 

********××××××********

 

 

 

Passou uma semana e Júlia não saiu do quarto, durante esses dias, mal saia da cama, apenas tomava seu banho e voltava a se deitar, também não comia, durante todos os dias apenas fazia uma refeição por dia, e essas refeições eram apenas o lanche da tarde, e comia por ser forçada por Amélia, a senhora só saia do quarto quando ela lanchava.

 

 

 

Durante a noite acordava assustada e gritando o nome de Paul e Sophia, nos primeiros dias Cecília, Amanda e Olávo corriam para o quarto da loirinha e percebiam que era apenas um pesadelo, e esses pesadelos apenas continuaram. 

 

 

 

-- Ei, acorda preguiçosa -- Júlia ouvia uma voz lhe chamar e passar o dedo por seu nariz do jeito que Carol fazia e sorriu ainda de olhos fechados pensando ser um sonho -- Ei gatinha, acorda já esta tarde.

 

 

 

Júlia percebeu que não era sonho quando sentiu lábios tocarem o seu, abriu os olhos e se deparou com a imensidão de lindos olhos azuis e uma morena linda.

 

 

 

-- Oi tigrinha -- Caroline abriu um lindo sorriso.

 

-- Carol? -- arregalou os olhos e levantou se sentando rapidamente e sentiu uma dor no ombro que já não estava imobilizado -- Ai!... o que faz aqui?

 

-- Nossa que bela recepção ein meu amor, eu não recebo nenhum abraço?

 

-- Que saudade -- disse chorando e a abraçando.

 

-- Ei tigrinha, não chora ok? Eu estou aqui com você.

 

-- O que está fazendo aqui?

 

-- Sua avó me ligou, ou devo dizer nossa? -- disse fazendo uma careta engraçada -- enfim ela me ligou e contou o que aconteceu e pediu que eu viesse.

 

-- Que bom que você veio -- disse ainda no abraço da prima que lhe apertou -- Ai linda, não aperta que meu ombro ainda está doendo.

 

-- Desculpa, ah e por falar em ombro dona Cecília me falou da sua loucura com a moto Júlia! Não gostei nada disso, e disse também que a senhorita não anda se alimentando.

 

-- Ah Carolzinha veio pra brigar comigo? -- disse com dengo na voz.

 

-- Você é muito manhosa sabia? -- respondeu a abraçando e depois roubando um selinho -- vai tomar um banho que vamos sair desse quarto.

 

-- Ei pensa que chega agora e já vai mandando é? Quem disse que eu quero sair desse quarto?

 

-- Júlia San'Germany, vai agora pro banho! -- fingiu-se de brava.

 

-- Tá bom mãe! -- disse rindo e se levantando mas foi puxada para a cama novamente.

 

-- Vou te mostrar quem é a mãe -- lhe beijou, um beijo saudoso e demorado terminado com um leve selinho e um enorme sorriso -- agora vai.

 

 

 

Enquanto a loirinha tomava banho a morena conversava amenidades com ela e contava como estavam as coisas com seu tio e também com sua família.

 

Desceram as escadas de mãos dadas e sorrindo, foram até a cozinha pois Carol exigiu que se alimenta-se e disse que queria conhecer a cidade.

 

Olávo teve que ir até a escola das meninas para conversar sobre a situação de Júlia, que não estava frequentando as aulas, como se tratava de um Lancaster a direção disse que estava tudo bem. Aproveitou para pegar Amanda e irem para casa, quando chegou lá viu sua mãe indo em direção a cozinha.

 

 

 

-- Mamãe ela continua trancada no quarto? Eu preciso fazer alguma coisa, ela não pode ficar lá -- sua voz demonstrava preocupação.

 

-- Calma filho, ela não está mais no quarto -- disse com um enorme sorriso.

 

-- Não? -- perguntou Amanda surpresa e viu Cecília acenar negativamente e apontar para a cozinha.

 

 

 

Chegaram até a cozinha os três juntos, se depararam com a cena de Júlia abraçando por trás sua prima brincando com ela, e a cozinheira rindo das brincadeiras das duas, e preparavam as três, ou melhor Caroline e Amélia preparavam uma comida para a loirinha.

 

 

 

-- Júlia para faz cócegas -- Carol dava risada enquanto recebia beijos e cócegas da prima -- deixa eu terminar de preparar seu suco amor.

 

 

 

Olávo pigarreou chamando a atenção das três que estavam distraídas na cozinha, Júlia de imediato ficou sem graça mas continuou com as mãos na cintura da morena, mas quando viu o olhar fuzilante de Amanda, disfarçou e soltou sua prima.

 

Todos ouviram a morena chamar Júlia de "Amor" a ruiva ficou muito enciumada, já Olávo se sentia desconfortável apesar de saber da sexualidade da filha presenciar aquela cena de carinho o constrangeu um pouco, mas ele gostou de ver a filha feliz, pensou que fossem namoradas mas logo entendeu.

 

 

 

-- Boa tarde meninas -- disse Cecília sorrindo -- Que bom que tirou minha neta daquele quarto Carol, pelo sorriso seu e dessa loirinha vejo que fiz bem em te chamar.

 

-- Sure... quero dizer -- olhou aflita para a loirinha pois não sabia falar muito bem o português.

 

-- Em português se diz "Claro" linda -- disse lhe sorrindo.

 

-- Ah sim... então é claro senhora, eu amo a Júlia, que bom que me chamou.

 

-- Eu sabia que você seria capaz de tirar minha neta daquele quarto.

 

-- Fez uma boa escolha vovó, se tivesse chamado qualquer outra pessoa eu não sairia -- disse sorrindo e beijando a mão de Carol que agora estava entrelaçada com a dela.

 

-- Deixe-me te apresentar, esse é meu filho Olávo, e minha neta Amanda.

 

-- Prazer sou Caroline Sanches -- disse apertando a mão de Olávo.

 

-- Minha sobrinha? -- Olávo sorriu encantado com a jovem -- prazer te conhecer, vejo que beleza é o forte da família Lancaster, apesar de não usar nosso sobrenome, é uma de nós.

 

-- Obrigada Olávo, estamos cozinhando alguma coisa para essa minha loirinha comer, vocês querem algo? -- enfatizou a palavra "minha" olhando para a ruivinha.

 

-- Não, vamos deixa-las aqui devem ter muito o que conversar, nós já vamos.

 

 

 

Os três saíram da cozinha, Cecília e seu filho estavam muito contentes diferente da ruivinha que os acompanhava. Amanda não gostou da proximidade da morena com a loira, sentiu ciúmes ao ver a cena da brincadeira das duas, percebia que existia um grande carinho entre elas e quis ser ela ali com Júlia. Sim já tinha aceitado que gostava da loirinha.

 

Caroline também percebeu que havia algo entre Amanda e sua prima, pelo olhar feroz que a ruiva deu ao ver Júlia a abraçando e pela loirinha ter se soltado quando percebeu.

 

 

 

Depois de Júlia ter comido levou Caroline para passear, voltaram já era de noite. Olávo pediu para que preparassem um dos quartos de hóspedes, mas Júlia informou que a morena ira dormir com ela, Amanda não gostou nada de saber disso e ficou amuada.

 

Nessa noite em que as primas dormiram juntas, Júlia acordou gritando.

 

 

 

-- Sophia!

 

-- Tigrinha calma, foi só um pesadelo -- Carol dizia passando as mãos em seus cabelos tentando acalma-la

 

-- Carol? -- estava desnorteada.

 

-- Isso amor, olha você está toda molhada de suor, vai tomar um banho e trocar a roupa, foi só um pesadelo ok? Já passou.

 

 

 

Júlia foi fazer o que sua prima falou. Carol percebeu que ela sonhava com Sophia, pensou que esses sonhos já tinham acabado, assim que elas tinham terminado a loirinha acordava durante a noite, mas depois de um tempo tinha parado.

 

 

 

********××××××********

 

 

 

Passaram três dias que Caroline estava na mansão Lancaster, era uma sexta-feira a noite, Cecília fez questão que todos fossem para a fazenda que possuíam no estado do Paraná, a fazenda tinha uma outra enorme mansão. Resolveram pedir algumas pizzas. Aquela noite no Paraná estava bem fria então acenderam a lareira.

 

 

 

Assim que chegaram todos decidiram ir tomar um banho e vestir uma roupa quente, Olávo dispensou os empregados, depois do banho todos sentaram na sala de estar de frente para a lareira, Júlia preferiu sentar no tapete encostando as costas no sofá e recebeu Caroline sentada no meio das suas pernas com o corpo apoiado no seu. Amanda olhava a cena descontente.

 

 

 

-- Ei tigrinha... -- dizia Carol, mas foi interrompida.

 

-- Tigrinha? -- perguntou Amanda erguendo as sobrancelhas.

 

-- Sim minha tigrinha, é um apelido carinhoso que dei a Júlia, porque ela gosta de tigres.

 

-- Hm -- disse enciumada, e esse ciúmes não passou despercebido por Júlia, que gostou.

 

-- Enfim... gatinha aqui tem um piano, toca para nós?

 

-- Não Carol -- disse com desconforto -- Eu não sei... eu não consigo, faz tanto tempo.

 

-- Não sabia que tocava piano Júlia -- disse Amanda erguendo uma sobrancelha novamente.

 

-- Vejo que tem muita coisa que você não sabe sobre ela não é? -- indagou Caroline para provocar, mas antes que a ruivinha respondesse Júlia se intrometeu para evitar discussão.

 

-- Eu não toco Amanda, não mais -- suspirou e encarou um ponto vazio da sala próximo a lareira -- Não toco desde que meu irmão faleceu.

 

-- Filha por que não tenta tocar para nós? Se não conseguir para -- disse Olávo compreensivo, mas querendo ajudar a filha encarar seu passado.

 

-- Concordo minha neta -- Cecília disse sorrindo -- iriamos adorar.

 

-- Está vendo tigrinha? Toca vai -- Carol disse dando beijinhos em seu pescoço.

 

-- Tudo bem -- disse suspirando.

 

 

 

Se encaminhou até o piano agoniada, sentou se acomodando e respirando fundo, tocou algumas teclas se acostumando com os sons. Soltou a respiração que estava presa em seus pulmões e logo as primeiras notas da música soaram preenchendo o ambiente.

 

Tocava a música João de Barro, que ela tinha escutado a cantora Maria Gadu cantar. Logo o espaço não era tomado só pelo toque do piano, mas também pela voz potente e afinada da loirinha.

 

"O meu desafio é andar sozinho e esperar no tempo os nossos destinos, não olhar pra trás e esperar na paz o que me traz a ausência do seu olhar..."

 

 

 

Todos a escutavam e olhavam embevecidos, a emoção que a loirinha impunha na voz e em seu toque nas teclas do piano prendiam a atenção de qualquer um.

 

 

 

"Traz nas asas um novo dia, me ensina a caminhar. Mesmo eu sendo menina aprendi..."

 

 

 

Amanda estava completamente encantada por Júlia, se tinha alguma dúvida do que estava sentindo, todas as dúvidas se foram, por sentir a emoção que ela trazia em sua voz, percebia que dizia através da música que sentia uma tristeza grande.

 

Júlia cantava essa parte da música com uma expressão que se igualava a de dor, suas sobrancelhas franzidas para baixo e seu olhar cerrado, sua voz criou uma potência maior ao cantar esse trecho. O que foi percebido por todos.

 

 

 

"Oh meu Deus me traz de volta essa menina! Porque tudo que eu tenho é o seu amor... João de Barro eu te entendo agora, por favor me ensine como guardar... meu amor."

 

 

 

Assim que terminou a música foi aplaudida por todos, o que a deixou um pouco sem graça, saiu do piano e caminhou para se sentar na posição anterior e recebeu um abraço e um beijo um tanto demorado em seu pescoço de Caroline.

 

 

 

-- Foi lindo tigrinha, nunca tinha ouvido você cantar em português.

 

-- Realmente foi fantástico filha -- Olávo sorria orgulhoso junto de sua mãe.

 

-- Obrigada, mas não foi tudo isso -- disse sem graça. -- Bom eu vou dar uma subida para o quarto... quando a pizza chegar vocês podem me chamar?

 

-- Claro filha -- disse Cecília percebendo que a neta estava mexida por ter acabado de tocar.

 

-- Amor posso ir com você, ou prefere ficar só? -- disse Carol compreensiva, pois sabia que tinha sido difícil para a prima mas queria que ela voltasse a ser como antes do acidente, por isso insistiu para que tocasse.

 

-- Claro, vem -- se levantou esticando a mão para sua prima e assim subiram para o quarto.

 

 

 

Os três que permaneciam na sala observavam a cena de carinho entre as duas, assim que sumiram do campo de visão Olávo comentou ainda sorrindo.

 

 

 

-- Acho lindo o carinho de primas que elas têm uma pela outra.

 

-- Não acho que seja só carinho de primas filho -- disse Cecília.

 

-- A senhora também percebeu vovó? -- Amanda perguntou franzindo a testa.

 

-- Claro, só o seu pai que é ingênuo.

 

-- Vocês querem dizer que... que elas se envolvem não como primas, mas como... namoradas? -- perguntou desacreditado.

 

-- Bom não acho que se envolvem como namoradas, mas acho que já se envolveram como mulheres, mas não agora... Júlia parece não estar envolvida nesse momento com ela, mas a prima gosta dela não somente como primas. -- contestou a senhora.

 

-- Mas isso é errado mamãe! -- exclamou chamando a atenção da ruivinha que pensou o que ele acharia quando soubesse que ela estava gostando da loirinha, e isso a assustou.

 

-- Filho presta atenção, o amor não é errado independente de como seja, entendeu? E outra, elas são primas e não irmãs então não vejo o porquê do alarde, mas não precisa ficar preocupado porque Júlia pode até ficar com a prima de vez em quando mas não a ama, apenas tem um carinho muito grande por ela, eu vejo isso e você sabe que sou boa em observação.

 

-- Mas mamãe...

 

-- Não tem nada de mas Olávo! -- o repreendeu querendo acabar com aquele preconceito ridículo -- Júlia nos conhece agora, e não podemos impor com quem ela se relaciona entendeu? Deixe que da vida pessoal dela ela cuide, nada de se meter estamos entendidos?

 

-- Sim senhora -- disse de cabeça baixa.

 

 

 

"Acho que pelo menos, vou poder contar com a vovó" Pensava Amanda.

 

 

 

Passou alguns minutos e a pizza chegou, Amanda foi chamar as meninas e Carol à viu e deu um selinho demorado em Júlia, a ruivinha ficou irritada de ter presenciado a cena e desistiu de chama-las, Carol já sabia o porquê tinha ido ali, pegou a mão de Júlia e desceram as escadas brincando e viram Olávo as analisando mas não deram atenção, já Amanda as fuzilavam com o olhar.

 

Carol tinha se acomodado abraçada em Júlia quando seu celular tocou, quando atendeu era seu pai dizendo que precisava dela, a mesma quis dizer que não daria para estar lá mas seu pai foi categórico e exigiu sua presença.

 

 

 

-- O que foi Carol? -- Júlia a encarava.

 

-- Meu pai, ele quer que eu vá embora amanhã mesmo.

 

-- Por que? Aconteceu alguma coisa com o tio Otávio? -- perguntou alarmada.

 

-- Não tigrinha, não se preocupe ele está bem, mas disse que precisa que eu vá amanhã mesmo, e depois me explicaria -- disse fazendo careta e fazendo carinho nos braços da loira que a abraçava.

 

-- Carol não se preocupe, você vai com nosso jatinho particular. --disse Cecília.

 

-- Muito obrigada dona Cecília.

 

-- Pelo amor de Deus Carol, você é minha neta, pode me chamar de vovó se quiser sabia? Mas nada de formalidades, tire o dona por favor -- disse sorrindo.

 

-- Claro vovó, obrigada de novo -- retribuiu o sorriso fazendo sua prima sorrir também, virou-se para ela e acariciou seu rosto -- eu adoro ver você assim.

 

-- Assim como? -- perguntou ainda sorrindo e erguendo as sobrancelhas.

 

-- Feliz -- disse beijando o canto da sua boca e sorrindo por ter lhe deixado envergonhada e colocou a mão em sua testa -- para de enrugar a testa.

 

-- Tá bom mãe! -- disse provocando-a e recebendo em troca cócegas.

 

 

 

Olávo percebeu o quase beijo sem graça ainda absorvendo a informação, já Amanda virou o rosto e encarou o nada enciumada.

 

No outro dia de manhã cedo Carol acordou Júlia e se despediu com um beijo de cinema e a loirinha chorou, a consolou dizendo que voltaria logo, então se foi.

Fim do capítulo


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Comentários para 10 - Capítulo 10 Assunto proibido:
Mar
Mar

Em: 22/11/2015

Cada capitulo me intereço mais... to ate sonhando com a historia.. 


Resposta do autor em 07/05/2016:

hmm isso é muito bom haushuas 

Responder

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perolams
perolams

Em: 04/09/2015

Que massa te encontrar aqui. Quando o site foi encerrado senti por não poder ver minhas  historias favoritas atualizadas.Pelo menos a sua eu encontrei. Espero que as outras autoras encontrem esse site também!


Resposta do autor:

Eu espero também que todas que postavam no abcles venham postar aqui, eu também acompanhava muitas historias la >< 

Mas bom, eu to aqui né? Haha espero que continue comigo e acompanhando a historia haha <3

Responder

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Analuz
Analuz

Em: 04/09/2015

Uhul que bom que você voltou!!! Sua história é fantastica...


Resposta do autor:

Voltei siiiim \o/ ... não iria deixar vcs nem se eu quisesse haha

Obrigada de verdade *-*

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