Capítulo 11 Enfim se entenderam
CAPÍTULO 11: Enfim se entenderam.
Retornaram para a mansão Lancaster, no domingo e tudo parecia estar normal, Júlia estava um pouco triste por sua prima ter ido embora, mas não se trancou mais no quarto, ainda não se alimentava bem, mas estava melhor do que antes.
Segunda-feira chegou e com ela o estresse de início de semana, Amanda continuava sem falar com Rachel, mesmo essa insistindo bastante, esses dias que Júlia não estava frequentando o colégio a ruivinha acabou se aproximando mais dos seus amigos dando notícias da loira, e Danilo até achou que talvez ela não fosse tão intragável assim. Estava tudo bem naquela manhã até o humor da ruiva ser testado por Rachel.
Estava no banheiro lavando as mãos quando a morena chegou já segurando seu braço e a prensando contra a pia.
-- Chega você já me ignorou o suficiente Amanda!
-- Solta meu braço agora Rachel, eu não quero mais falar com você entendeu?
-- Qual é Amanda?! O que eu tenho que fazer pra você me perdoar?
-- Não sou eu quem deve te perdoar, você sabe disso.
-- Você não gostava dela Amanda, o que isso agora?
-- Disse bem, eu não gostava mas agora gosto está satisfeita? -- puxou seu braço e se afastou em direção a porta.
Rachel não se deu por satisfeita e continuou a manhã inteira perturbando a ruivinha, e esta quando chegou em sua casa ouviu Júlia conversando ao celular com sua prima a chamando de "amor" aquilo terminou de estragar seu dia, então acabou descontando na segunda causadora do seu nervosismo. Em seu quarto procurou sua bolsa e não achou já nervosa entrou como um furacão no quarto de Júlia.
-- Garota onde está minha bolsa? -- entrou no quarto da loira uma ruiva bem irritada.
-- Ei tem uma porta que serve para bater sabia? -- disse fechando o livro que lia -- esse quarto não é o seu, e eu não limpo seu quarto para saber onde você põe suas coisas.
-- Eu juro que vou te matar se falar comigo assim outra vez. Você é a única estranha nessa casa e minha bolsa sumiu!
-- Eu não sei da sua bolsa, e não sou ladra entendeu? Procure suas coisas e não venha acusar as pessoas, agora sai Amanda!
Amanda foi para cima de Júlia que agora estava de pé, lhe deu um tapa e teve suas mãos seguradas. Júlia não queria revidar a agressão pois sabia que poderia machucar a garota que estava transtornada.
-- Para com isso Amanda!
-- Eu cansei de você garota, some da minha vida, bastarda!
Júlia ouviu o que ela disse e soltou seus pulsos e acabou levando outro tapa, mas não se importou apenas deu as costas em silencio e saiu andando.
Lembrou de quando foi revelado toda a verdade, por mais que dissesse que não ligava, aquelas palavras a atormentavam.
Passou em frente ao escritório de seu pai e o viu lá dentro visivelmente alterado e pensou "Meu Deus hoje é dia de todo mundo dessa casa ficar irritado?" Acabou ouvindo que ele discutia ao telefone.
-- Isso não pode ser verdade Regina, eu estou sendo roubado!
-- ...
-- Estou quase perdendo as empresas de vinhos.
-- ...
-- Eu vou acabar com quem quer que seja! -- esbravejou desligando o telefone.
Por impulso Júlia bateu na porta anunciado sua presença, não sabia ao certo porque fez isso mas algo dentro de si era mais forte.
-- Posso entrar Olávo?
-- Claro, entre Júlia -- ficou surpreso com a presença da loira, já que mal se falavam -- aconteceu alguma coisa?
-- Comigo não, mas com você sim.
-- Como? -- indagou sem entender
-- Pode me dar os balancetes da empresa de vinhos que você está prestes a perder?
-- Ouviu minha conversa Júlia? -- perguntou levantando as sobrancelhas em tom de repreensão.
-- Não precisa fazer essa cara Olávo, eu acabei ouvindo sem querer -- disse sentando de frente a mesa e olhando firme para seu pai -- Vai me dar os balancetes ou não?
-- Você não entenderia nada Júlia, não se preocupe com isso.
-- Olávo me de agora esses balancetes por favor! -- disse mexendo nas pastas que estavam abertas sobre a mesa -- são esses?
-- São Júlia -- disse contrariado cruzando os braços -- Você é só uma menina, não vai entender nada.
Ficaram em silêncio por um tempo, Júlia pediu os outros balancetes desde quando percebeu quedas no lucro da empresa, ficou lendo atentamente.
Olávo ainda achava que ela estava perdendo tempo, nem ele tinha encontrado quem dirá ela, mas já que ela queria ver, deixaria já que não custava nada.
-- Achei! -- exclamou depois de um bom tempo observando.
-- O que? -- perguntou incrédulo. -- Como achou? Eu já revirei esses balanços.
-- Não deve ter olhado com atenção.
-- O que quer dizer Júlia? -- disse alterando a voz.
-- Olha só Olávo, baixa esse tom de voz porque eu só estou tentando te ajudar, para de ser mal agradecido. -- disse encarando-o -- Vem aqui, olha isso, faz seis meses que estão roubando a empresa e parece ser essa pessoa tal de H. Teixeira, ele sempre está nas movimentações, você conhece ele?
-- Não. -- disse indo pegar os papeis -- deixe-me ver.
Ficou um tempo analisando, então percebeu que sua filha estava certa.
-- Você é uma gênia, como não vi isso antes?
-- Porque estava nervoso, as vezes precisamos de um olhar de alguém que está de fora.
-- Filha seu QI é avantajado? É acima do normal? Já fez um teste?
-- Já Olávo, meu QI é comum, e eu sou horrível em matemática, só para saber. Enfim agora precisamos saber quem é esse H. Teixeira.
-- Sim eu vou ligar para o gerente do banco e verificar essas trans*ções.
-- Tudo bem, vou indo boa sorte -- disse indo em direção a porta.
Após sair ficou mais confusa ainda por ter ajudado Olávo, mas queria uma trégua, não iria abaixar a cabeça, mas iria tentar conviver normalmente.
Estava indo em direção a cozinha quando encontrou Amanda descendo as escadas, continuou andando, não entendeu a reação da ruiva mais cedo, e não queria conversar com ela, levou um tapa que até agora estava ardendo.
- Júlia... Júlia espere! -- disse correndo e segurando-a pelo braço -- estou falando com você!
-- O que você quer Amanda? Vai me bater de novo sem motivo?
-- Vem comigo -- disse puxando-a escada a cima.
Chegaram ao quarto da ruiva, Júlia não estava entendendo nada.
Amanda assim que bateu na loirinha se arrependeu quando a viu sair com magoa no olhar, percebeu que não podia trata-la assim então foi procura-la.
-- O que você quer?
-- Seu rosto está vermelho, eu te machuquei não foi?
-- Eu estou bem, era só isso? -- disse com a mão na maçaneta da porta.
-- Espera Júlia -- a puxou pelo braço, tocou o rosto avermelhado de Júlia devido ao tapa -- me deixa ver isso.
Júlia ficou calada sem reação quando sentiu o toque de Amanda, a ruiva tocava seu rosto com delicadeza, era quase um carinho. Sentiu ser puxada para a cama.
-- O que... -- foi interrompida por Amanda que fazia carinho em seu rosto.
-- Calma, só uma massagem esta bem vermelho, me desculpa Júlia, não queria te machucar, eu só... eu só estava nervosa e descontei em você.
-- Está tudo bem, na hora não senti nada, só agora que ardeu um pouco -- a aproximação das duas estava deixando Júlia perplexa, era incomodo aquela aproximação -- Bom... eu... eu vou indo Amanda, está tudo bem.
-- Espera, o que foi? -- disse ainda com a mão em seu rosto.
-- Nada, é que... realmente eu preciso ir... eu... -- não sabia o que dizer, e isso não passou despercebido.
-- Está com medo de mim Júlia? -- disse com um sorriso sacana nos lábios.
-- Não... não tem do que ter medo Amanda -- Júlia que percebeu seu sorriso a encarou com sua postura firme -- Tem?
-- Acho que tem -- disse a encarando e se aproximando de seus lábios.
Júlia percebeu o que a ruivinha faria e trocou de posição rapidamente segurando pela cintura firme, e roçando de leve nos lábios no dela sentindo sua respiração já ficando ofegante, sem deixar de encarar seus olhos. Quando Amanda ia puxar sua nuca para o beijo a loirinha se afastou a soltando e disse.
-- Não, eu não tenho porque ter medo, já você não diria o mesmo -- sorriu debochando.
-- Você é uma cachorra, sai daqui sua bastarda! -- gritou jogando um travesseiro na loira que saiu pela porta.
Amanda ficou desconcertada, ansiava pelo beijo mas quando viu que Júlia tomou conta da situação só para brincar consigo ficou extremamente furiosa.
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Passou uma semana e as duas estavam afastadas e sempre que podia a ruiva provocava a loira, durante essa semana Henrique esteve na mansão conversando com Olávo, Júlia que passava pelo corredor dos quartos ouviu ele conversando no telefone sobre um grande investimento e do dinheiro que tinha em sua conta então teve um estalo na sua mente.
No fim de semana Cecília pediu que todos fossem para a fazenda deles novamente e chegando lá viu que sua avó e seu pai conversavam desesperados devido ao roubo das empresas de vinho então entrou no escritório que eles estavam.
-- Posso entrar?
-- Claro filha, sinta-se a vontade -- sua avó disse com a voz abatida.
-- Como estão as empresas de vinho? -- perguntou sentando-se no sofá e encarando-os.
-- Estamos resolvendo, não se preocupe filha -- disse Olávo, mas Júlia levantou uma sobrancelha de forma avaliativa sobre o que seu pai disse e observou ele e sua avó.
-- Devido a cara de vocês não acho que esteja tudo bem... bom eu vim aqui para te perguntar uma coisa Olávo.
-- Pergunte filha.
-- Qual o nome dos pais do Henrique? Quero saber qual o seu sobrenome de batismo?
-- O nome dele de batismo, antes de usar o nosso sobrenome depois da morte dos pais é Henrique Teixeira por que?
-- Sabia -- disse sorrindo e balançando a cabeça negativamente -- Pense um pouco Olávo.
-- Eu odeio quando você fala assim garota, está me chamando de burro? -- alterou a voz e a loirinha não gostou da sua atitude.
-- Olha se a carapuça serviu use-a! -- disse também com a voz alterada e se levantou -- eu não devia estar aqui tentando abrir seus olhos mas faço isso pela minha avó que está sofrendo com esses problemas da empresa ok?
-- Vai me dizer que sabe quem está roubando a empresa menina? -- disse com deboche.
-- Você é burro? -- viu seu pai se levantar e estufar o peito mas antes que dissesse algo prosseguiu -- Henrique te ajuda a administrar as empresas não é? E você se lembra do nome que achamos da pessoa que está roubando a empresa? H. Teixeira? Agora pense Olávo, pense.
Assim que disse saiu irritada do escritório pela pose de seu pai, estava querendo ajudar e ele era rude, só fazia isso realmente por sua avó que estava sofrendo.
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Olávo ficou perplexo com o que sua filha acabou de revelar, sua mãe pegou o telefone e ligou para a gerencia do banco para verificar se o nome da pessoa que andava fazendo as trans*ções era Henrique Teixeira, e o gerente lhe confirmou que era.
-- Mas mamãe, não pode ser -- disse incrédulo sentando-se.
-- Pelo que tudo parece é verdade filho.
-- Como não vimos isso? E por que ele fez isso?
-- Eu não sei filho, mas tem que chama-lo imediatamente, porém não adiante o assunto.
Olávo ligou para Henrique e disse que precisava da sua ajuda e o mesmo disse que chegaria em uma hora.
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Amanda estava tomando banho de piscina alheia a tudo que estava acontecendo, viu Henrique chegar e o mesmo lhe soltou uma cantada e ela não gostou, ele ainda teve a audácia de dizer "Ruivinha deixa de ser brava você ainda vai ser minha" na hora ela o xingou e o mesmo riu indo de encontro com Olávo.
Assim que chegou no escritório estava Olávo, Cecília e Regina pelo telefone esperando-o.
-- Boa tarde meus amores -- disse sorrindo e sentando de frente para eles.
-- Não sei se será uma boa tarde Henrique -- Cecília o encarou de cara fechada.
-- O que aconteceu? -- perguntou intrigado.
-- Isso aconteceu Henrique -- Olávo jogou os balancetes para que ele pudesse ver e o mesmo arregalou os olhos percebendo que tinha sido descoberto -- Como pode fazer isso?
-- Olávo eu posso explicar.
-- Não tem o que explicar Henrique, eu quero que saia imediatamente dessa mansão, e da outra também, quero que saia de nossas vidas entendeu? -- Cecília disse com firmeza.
-- Mas vovó...
-- Não me chame de vovó, você não é meu neto, nunca foi, pare de usar nosso sobrenome, já entramos em contato com o advogado e tudo que diz respeito a nós você irá perder entendeu? Agora fora daqui!
-- Eu te tratei como um filho, não sei como pode fazer isso! -- Olávo dizia com uma mão nas têmporas.
-- Quer saber você nunca foi meu pai, e muito menos essa velha minha avó, nunca gostei de vocês, e sim do dinheiro de vocês -- disse se levantando.
-- Fora! -- Olávo gritou dando-lhe um soco. -- ainda bem que minha filha abriu meus olhos.
Henrique cambaleou e saiu às pressas do escritório, foi até seu carro e lá mexeu no porta luvas pegando algo que era seu e voltou como um foguete para a fazenda indo em direção a entrada encontrou Amanda no estábulo se enxugando.
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Júlia saiu muito irritada do escritório de seu pai e foi dar uma volta para conhecer os arredores da fazenda, colocou uma camiseta branca, um short jeans e chinelo. Depois de um tempo andando viu a hora e provavelmente todos iriam almoçar, então voltou, viu que o carro de Henrique estava lá e deu um sorriso sarcástico.
Ao passar pela parte da piscina ouviu gritos vindo do estábulo, reconheceu a voz de Amanda, e seu sexto sentido apitou, então correu para lá.
-- Me solta! -- Amanda gritava se debatendo. -- Socorro!
-- Eu disse pra você que ainda seria minha -- Henrique já estava com seu órgão genital ereto e para fora da calça.
Sua mão tentava afastar a parte de baixo do biquíni da ruivinha que chorava e se debatia, seu grito já saia falho pelas lagrimas, quando Henrique afastou um pouco o biquíni de Amanda e fez menção de penetra-la aproximando seu p*nis...
-- Solta ela! -- gritou Júlia puxando-o pelos ombros e acertando um soco em seu nariz.
-- Júlia! -- Amanda gritou extremamente assustada.
Henrique sentiu a pancada e levou uma mão até o local atingido, mas com a outra ainda segurava firme o braço da ruiva deixando a marca de seus dedos.
-- Sua vadia!
-- Eu disse pra solta-la -- Júlia se aproximou o empurrando e puxando Amanda para si lhe abraçando -- Você está bem? Ele conseguiu fazer alguma coisa com você?
A ruivinha só chorava agarrada ao seu corpo, e a apertava forte. Júlia a afastou um pouco e tocou seu rosto tirando os cabelos da face.
-- Ei linda, me diz, ele conseguiu fazer alguma coisa?
-- Não -- disse entre soluços e escondeu seu rosto banhado em lagrimas no pescoço da loirinha e apertou mais o abraço.
-- Está tudo bem princesa -- disse acariciando seu cabelo e suspirando.
-- Que bonitinho, a mocinha salvando a donzela em perigo -- Henrique disse com ironia e fechando sua calça -- agora serão vocês duas para eu brincar, e acho que você vai me olhar possuir sua ruivinha.
-- Esta transtornado garoto? Ah deixe-me adivinhar foi descoberto? -- Júlia provocou e conseguiu.
-- Foi você que contou a eles? -- arregalou os olhos furioso -- sua vadia! Só podia ter sido você sua sapatão! Do jeito que todos são tapados nessa casa! Mas eu vou te ensinar a não ser intrometida!
Dizendo isso sacou a arma que pegou no porta luvas de seu carro e apontou em direção a elas e viu que Júlia não esperava isso, Amanda que já tinha afastado o rosto do pescoço da loirinha viu e se assustou.
-- Se assustou? Agora estou pensando, atiro em você ou na Amanda? Vejo que você gosta bastante dela não é? Como iria lhe dar com mais uma morte por sua culpa? -- disse sorrindo e apontando a arma para Amanda.
-- Como você sabe da morte de Paul? -- perguntou querendo ganhar tempo.
-- Todos sabem -- disse rindo balançando a arma. -- seu tio contou na época e seu papai ficou todo alarmado.
Júlia aproveitou enquanto ele falava e colocou Amanda atrás de si, ele viu e seu sorriso só aumentou, deu um tiro para assusta-las, o tiro foi do lado de Júlia que fechou os olhos tentando se acalmar, já Amanda acabou apertando-a mais em si por trás.
Olávo e Cecília ouviram o barulho de tiro e se encaram assustados, de imediato Olávo saiu correndo procurando da onde veio o tiro, assim que chegou no estábulo se deparou com a cena.
-- Pronto agora a família está completa não é? -- Henrique disse ainda apontando a arma para Júlia. -- ou quase, cadê aquela velha Olávo?
-- O que está fazendo Henrique? -- a voz de Olávo já tinha desespero.
-- Acho que posso matar todos vocês, mas realmente quero matar a ruiva primeiro, será divertido te ver sofrer loira aguada.
-- Para com isso Henrique, fui eu quem te entreguei para eles ok? Amanda não tem nada a ver com isso. O seu negócio é comigo deixa eles fora disso, deixa meu pai e a Amanda saírem.
Nem percebeu que tinha chamado Olávo de pai, mas ele sim e sorriu, não era o momento mais apropriado para ter essa alegria de ouvir ser chamado de pai, mas não pode se conter.
-- Olha só, está defendendo o papai? Pensei que o odiasse.
-- E o odeio, aliás odeio todos vocês, e quer saber? Nem sei por que me meti e tentei salvar Amanda, acho que só estou querendo salvar minha alma mesmo -- disse aparentando calma e ironia. -- mas quer atirar em mim? Então anda logo! -- deu um passo para frente se afastando mais de Amanda.
-- O que está falando Júlia? -- Olávo não acreditava no que ouvia e deu um passo pra frente, Henrique apontou a arma para seu peito então ele parou de andar.
Assim que Júlia percebeu sua distração com Olávo e viu que não tinha engatado a arma correu em sua direção e segurou sua arma para baixo e deu uma joelhada na altura do estomago. Henrique sentiu o golpe e ficou atônito, esqueceu da arma e derrubou Júlia no chão, Júlia rolou com ele ficando por cima e deu alguns socos em suas costelas, aplicando golpes de muay thai, sem esperar levou uma coronhada relativamente forte.
Ficou tonta e nessa hora Henrique se pôs de pé, logo Júlia também se levantou ainda tonta e, viu que Henrique tinha engatado a arma e em segundos segurou sua mão novamente, os dois travavam uma guerra, Júlia sentia sangue pelo seu rosto, e do lado direito na direção da sobrancelha sobre o couro cabeludo estava doendo bastante devido a pancada. Nessa guerra corporal houve um disparo, e logo em seguida os seguranças da fazenda chegaram.
Henrique viu que estavam armados saiu correndo, sendo seguido.
Foi tudo muito rápido Olávo e Amanda viam tudo em choque, o disparo tirou eles do estado que estavam e quando viram o rapaz sair correndo, se aproximaram de Júlia que estava sentada no chão.
-- Júlia você está bem? -- Amanda correu em sua direção e se abaixou.
-- Estou, olha o que eu disse pra ele era mentira, eu só queria distrai-lo e...
-- Você é maluca garota?! -- Olávo gritava pelo desespero.
-- Para de gritar que eu não sou surda e... -- ao tentar se levantar sentiu uma dor em seu pé direito e se sentou no chão novamente -- Ai!
-- Júlia, você está sangrando! -- gritou Amanda vendo sangue do lado do calcanhar da loirinha. -- Olávo chama uma ambulância!
Olávo saiu correndo de dentro do estabulo pedindo para os empregados tirarem seu carro da garagem, e chamarem a polícia.
-- Calma, eu to bem -- Júlia disse tentando acalmar a ruiva que tinha lagrimas nos olhos.
-- Logico que não está, olha seu pé, e sua cabeça está sangrando também, a onde estava com a cabeça?
-- Tentando te salvar, vai ser mal agradecida também? -- disse com cara de dor e levou a mão onde recebeu a coronhada e se deitou -- que dor!
-- Se pondo em perigo? Você é idiota? -- se aproximou tirando sua mão da cabeça, para analisar o corte.
-- Não sei talvez eu seja, por ter me arriscado por você! -- disse a olhando nos olhos então a puxou pela nuca tomando-lhe os lábios.
Seu beijo foi correspondido e sua língua pediu passagem. O beijo foi se aprofundando e Júlia sentia o gosto da boca de Amanda, só pararam por Júlia ter sentido uma dor forte.
-- Ai!
-- Te machuquei? -- Amanda estava ofegante e com os lábios avermelhados.
-- Não – Júlia respirou fundo e deu um leve sorriso, afagou seu rosto -- olha o que eu disse de não me importar com você e que não deveria ter te salvado era mentira, eu só queria distrair ele e...
-- Eu sei, agora deita sua cabeça -- sorriu ajudando-a encostar sua cabeça ao chão. -- Não teria sentido, você dizer aquilo e se arriscar tentando desarma-lo.
-- Vamos, vou te levar até o hospital, a ambulância iria demorar para chegar até aqui -- disse Olávo se pondo ao lado das duas para pegar a loirinha no colo.
-- Ai minha cabeça! -- Júlia gritou assim que foi levantada. -- Anda devagar pai...
Olávo a colocou deitada no banco de trás com Amanda apoiando sua cabeça e seguiram em direção ao hospital. No caminho Júlia começou a sentir uma forte dor na cabeça e em seu pé, seu sangue já tinha esfriado e a adrenalina passou dando lugar à dor. Pela pancada na cabeça ela foi ficando sonolenta, até apagar por completo.
Chegaram e a loira foi imediatamente atendida, havia levado um tiro na altura do calcanhar direito, o tiro fora apenas de raspão, o corte na cabeça não foi profundo e por esse motivo, foi apenas limpo.
A medicaram para a dor na cabeça e o incomodo no pé e levaram para o quarto.
Durante a noite dormindo chamava o nome de Paul.
Olávo e sua mãe estavam inquietos, Cecília disse para Regina o que aconteceu, a tranquilizando, ela e seu filho tiveram que passar a noite na delegacia prestando queixa e deixaram Amanda com Júlia no hospital.
-- Paul... Paul -- Amanda ouvia a loira chamando o irmão e sentia seu coração se apertar então ouviu seu nome -- Amanda...
-- Eu estou aqui linda -- apertou sua mão e ficaram assim, com Amanda alisando em cima de sua mão.
-- Hi... -- disse em inglês abrindo seus olhos devagar, sua cabeça estava confusa. -- Oi...
-- Como se sente?
-- Com dor.
-- Eu vou chamar alguém.
-- Não, fica aqui um pouco? -- disse segurando sua mão.
-- Claro -- acariciou seus cabelos e se aproximou um pouco mais -- Você me assustou muito, não faz mais isso, por favor.
-- Eu prometo que não faço mais, se você estiver sempre a salvo.
-- O que eu faço com você ein? -- disse sorrindo e passando sua mão pelo rosto da loirinha que estava de olhos fechados. -- Eu acho que estou cada dia mais me apaixonando por você.
-- Esta? -- perguntou com dengo, sentindo o carinho que era lhe dado -- Eu também acho que me apaixonei por você ruivinha.
Amanda se alegrou ao ouvir a declaração e sorriu feito boba, por impulso deu um selinho nos lábios da loirinha, respirou fundo e criou coragem de dizer...
-- Júlia, você quer namorar comigo? -- disse fechando os olhos, e não viu quando a loirinha ergueu as sobrancelhas e arregalou os olhos verdes a encarando.
A verdade é que no fundo Amanda já queria dizer isso desde o primeiro beijo delas, e a cada dia mais queria estar junto dela, sentia ciúmes e a queria só para ela, e depois de ver Júlia se arriscando para salva-la decidiu que não podia e nem queria ficar sem ter sua loirinha para si.
-- V-você disse o... disse o que Amanda? -- suas palavras saíram gaguejando pelo susto.
-- Ai Júlia esquece -- disse se levantando mas foi segurada pela loira.
-- Repete por favor Amanda.
-- Júlia... você... Ai esquece... eu só... é besteira minha e... – tentava falar, e gaguejava devido ao nervosismo, mas foi interrompida.
-- Repete Amanda. – Júlia a encorajou.
Amanda respirou fundo, não encarava a loirinha mas tomou coragem e se pronunciou.
-- Eu perguntei se você quer namorar comigo Júlia, foi isso que eu falei.
-- Quero. – falou sorrindo.
A surpresa era visível no rosto da ruivinha que arregalou os olhos sem acreditar, abriu e fechou a boca duas vezes tentando pronunciar algo, mas suas palavras não saiam.
-- Acho bom você me beijar ao invés de tentar falar algo -- disse a loirinha sorrindo e puxando-a pela mão -- minha namorada.
Amanda não tentou dizer mais nada e avançou na boca da loira lhe dando um beijo de tirar o folego, sua língua pedia passagem que foi concedida e sugava a língua da loirinha saboreando, a sentindo, suas mãos apertavam de leve o corpo de Júlia e a mesma a puxava com uma mão na nuca e a outra na sua cintura aprofundando o beijo, só pararam quando faltava o ar, a ruivinha estava com um sorriso enorme e os lábios avermelhados tentando recuperar o ar, Júlia abriu os olhos e sorriu com a imagem de Amanda.
Ficaram um tempo trocando beijos e carinhos, até que a loirinha sentiu seus olhos pesarem e soltou um suspiro.
-- Esta com dor? -- Amanda perguntou preocupada.
-- Um pouco.
-- Eu vou chamar um médico.
Saiu do quarto e instantes depois o médico entrou e a examinou, um enfermeiro administrou uma medicação para dor e logo a ruivinha entrou e se sentou ao seu lado na poltrona, acariciou seus cabelos e viu que os olhos da loirinha estavam pesados e a mesma lutava contra o sono.
-- Dorme meu anjo.
-- E você vai ficar sozinha? Por que não vai pra casa descansar? -- dizia com a voz pastosa.
-- E acha que eu vou te deixar sozinha aqui? De jeito nenhum, eu não estou cansada, mas você sim -- disse lhe dando um selinho -- agora dorme amor, amanhã a gente vai pra casa.
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Era de madrugada quando a loirinha abriu os olhos, o quarto estava com uma luz fraca sentia uma dor torturante na cabeça, sentiu um leve peso em sua mão e forçou virar um pouco sua cabeça de lado e viu uma ruivinha vestindo um sobretudo, dormindo desajeitada em uma poltrona segurando sua mão.
-- Amanda... Amanda.
-- Hã?... ah oi, você acordou -- perguntou se ajeitando na poltrona e dando um sorriso sonolento.
-- Acordei -- sorriu e soltou um suspiro mexendo sua mão sob a da ruivinha -- Você estava dormindo toda desajeitada, vai ficar com dor, por que não vai pra casa descansar?
-- Não, nem era para eu ter dormido desculpa, me diz como está se sentindo?
-- Com dor -- disse fechando os olhos.
-- Eu vou chamar alguma enfermeira...
-- Espera, fica aqui -- disse apertando a mão que ainda estava sobre a sua.
-- Eu vou ficar anjo, mas primeiro vou chamar alguém, é rapidinho anjo, eu já volto.
Saiu do quarto e voltou com uma enfermeira que administrou uma medicação para dor, assim que ela saiu Amanda e Júlia, ficaram um tempo em silencio até que a ruiva percebendo uma careta de dor da loira quebrou o silêncio.
-- Júlia, quer que eu traga algo pra você?
-- Não precisa e... eu estou falando de forma pastosa, olha isso que forma débil -- disse fazendo uma careta e arrancando uma gargalhada de Amanda.
-- É por causa da medicação anjo, já já você vai estar dormindo.
-- Quando saio daqui?
-- Ainda não tenho certeza, talvez hoje, está em observação... Você me assustou tanto quando foi pra cima do Henrique – falou suspirando e pegou em suas mãos – Não faz mais isso por favor.
-- Desculpa, mas eu não podia deixar que aquele energúmeno fazer alguma coisa com você
-- Obrigada, agora dorme linda, descansa que eu vou ficar aqui com você. -- disse dando um beijo em sua testa.
Não demorou muito e Júlia pegou no sono já Amanda dessa vez não dormiu, ficou o tempo todo velando seu sono. Pela manhã Olávo e sua mãe foram busca-las, Júlia já tinha acordado e recebeu alta, mesmo o tiro tendo sido de raspão a loirinha não conseguia e nem podia por peso sobre o pé atingido, por isso iria andar com auxílio de muletas. Passaram na delegacia para a ruivinha prestar queixa, e depois disso foram para a mansão, Cecília tinha reforçado os seguranças.
Júlia tomou um analgésico e subiu para o quarto, sentia uma dor muito forte na cabeça, apesar da coronhada não ter feito um corte profundo, apenas superficial, a pancada estava lhe causando uma dor muito grande e sentia também um desconforto no pé quando mexia a perna, ficou deitada algum tempo de olhos fechados e escutou a porta se abrir e olhou quem era.
-- Desculpa, não queria te acordar.
-- Não estava dormindo, só descansando as vistas -- disse sorrindo -- entra Amanda, senta aqui do meu lado.
-- Eu só vim ver se precisava de alguma coisa -- entrou e ficou em pé ao lado da cama.
-- Senta aqui -- a puxou pela mão e a fez sentar. -- Me diz, alguma notícia do Henrique?
-- Nada ainda.
-- Já tomou banho
-- Que? -- perguntou confusa e viu Júlia dar uma risada.
-- Nada, só comentei porque eu reparei você vestida com um sobretudo, por baixo estava só com o biquíni no hospital, devia ter vindo pra casa se trocar.
-- Não ia te deixar sozinha lá.
-- Eu mais dormi do que fiquei acordada linda -- disse segurando sua mão -- devia ter vindo sim, olha sua carinha de cansada.
-- Nossa estou tão ruim assim? -- disse fazendo bico.
-- Esta, mas é uma cansada linda. -- o bico não durou muito e deu espaço a um enorme sorriso. -- fica aqui comigo hoje?
-- O que? – perguntou novamente para ter certeza que ouvirá direito, e levantou as sobrancelhas.
-- Eu... quer dizer que é... é pra caso eu precise de ajuda sabe? -- disse de imediato se corrigindo -- ainda sinto dor, a cabeça dói bastante e toda vez que mexo a perna sinto um incômodo.
-- Fico sim, já tomou seu remédio?
-- Sim.
-- Tudo bem, posso deitar ao seu lado?
-- Deve, mas antes pode pôr um filme para assistirmos?
-- Claro, qual você quer?
-- Um de terror -- riu da careta que a ruivinha fez -- o que foi? Tem medo?
-- Não... tá, as vezes me assusto um pouco, mas será um filme de terror.
Colocou o filme e se deitou ao lado da loirinha, não demorou nem 15 minutos de filme e Amanda pegou no sono, Júlia percebeu e a cobriu com o lençol, depois que acabou o filme desligou a televisão e pegou um livro.
Já passava das 23:00 horas, Amanda tinha agarrado a cintura da loirinha e apoiado seu rosto no ombro da mesma, Júlia a envolveu com um braço e com a outra mão segurava seu livro. Júlia se mexeu tentando se ajeitar de um modo confortável, mas acabou acordando a ruiva.
-- Desculpa não queria te acordar – falou fazendo uma careta por ter despertado a ruiva.
-- Nossa eu dormi, que horas são? -- disse erguendo o rosto para encara-la, mas ainda abraçava sua cintura.
-- Já passa das 23:00, você realmente estava cansada, assim que deitou dormiu -- disse com um sorriso que encantou Amanda.
-- Que péssima enfermeira eu sou, durmo e ainda me agarro em você -- disse olhando para seus braços depois encarando-a novamente deixando de abraça-la. -- enquanto eu dormia eu te machuquei?
-- Não, ei fica assim -- segurou seu braço em volta dela -- tá gostoso assim, fica.
-- Júlia? -- seu olhar ia direto para sua boca -- eu... eu...
-- Você? -- indagou levantando as sobrancelhas.
-- Nada... É, eu só queria saber se está com dor ou quer alguma coisa.
-- Eu estou bem pequena, só continua assim comigo.
Ficaram por algum tempo abraçadas em silêncio, Júlia sentia suas vistas arderem então ficou de olhos fechados, Amanda pensou que já estivesse dormindo e fez menção de se levantar mas foi impedida pela loirinha que segurou seus braços, para que continuassem na mesma posição.
-- Fica.
-- Pensei que estava dormindo.
-- Não -- disse abrindo os olhos -- Só estava com os olhos ardendo.
-- Estão um pouco vermelhos, você nem descansou desde que saiu do hospital, devia dormir um pouco.
-- Não quero, me responde uma coisa?
-- O que?
-- Vocês sempre me chamam de loira aguada -- disse fazendo uma careta e acariciando os braços da ruiva em volta de si -- o que isso significa?
Amanda soltou uma gargalhada gostosa e começou a rir, se ajeitou na cama ficando com o rosto na altura do pescoço da loira. Júlia não entendeu nada e ficou a encarando.
-- Qual é a graça?
-- Nada é que... -- continuava rindo e mal conseguia falar, mas ao ver a expressão séria da loirinha se forçou a parar de rir.
-- Não estou vendo graça. -- disse deixando de abraça-la pensando que estivesse caçoando de sua cara. -- o que é tão engraçado?
-- Nada, é só que te achei linda perguntando isso, tão inocente -- voltou a rir e viu a loirinha cruzando os braços e fazendo bico. -- E esse bico lindo?
-- Não vejo graça, você pode responder minha pergunta? É algum tipo de xingamento em português?
-- Não chega a ser um xingamento linda, mas é uma ofensa.
-- O que significa?
-- Aguada é algo sem sal, sem sabor sabe? Então quando te chamamos de loira aguada queremos te ofender te chamando de sem sal, sem nenhum atrativo entende?
-- Vocês têm coragem de dizer que eu sou sem sal? Sem sabor? -- disse erguendo as sobrancelhas.
-- Júlia, é um modo de falar até que infantil, não fica brava.
-- Vem aqui e olha nos meus olhos Amanda -- disse puxando seu rosto e a fazendo encara-la -- agora me diz se sou sem sal, e sem sabor pra você.
Dizendo isso a beijou, um beijo que imediatamente foi correspondido. Júlia sugava os lábios da ruivinha, com a ponta da língua contornou os lábios de Amanda e a permissão para introduzir sua língua em sua boca foi concedida, o beijo começou lento e cada uma descobria os espaços da boca uma da outra.
Amanda se aproximou mais da loirinha se pondo por cima dela mas tomando cuidado com seu pé, as mãos de Júlia a puxava para si pela cintura em um modo dominador, apenas pararam o beijo quando já não tinham ar, e foram recuperando aos poucos com as testas ainda coladas uma na outra.
-- Júlia... -- Amanda disse ofegante, quebrando o silêncio.
-- Amanda, não estraga isso ok? -- disse Júlia que já estava menos ofegante que a ruiva.
Assim que Júlia disse para Amanda ficar quieta a mesma riu e deixou a loira sem entender, com aquilo Amanda percebeu estava completamente apaixonada pela loirinha, não adiantava mais negar, e ela não queria mais negar.
-- Quem disse que eu iria estragar o momento? -- ergueu uma sobrancelha e deu risada da expressão confusa da loirinha.
-- Eu pensei que você ia perguntar o que foi aquilo e...
-- Júlia cala a boca e me beija!
Amanda não deixou que falasse mais nada e a tomou os lábios dando um beijo sôfrego que depois passou para calmo, terminaram o beijo com um selinho carinhoso e ficaram se encarando. O silêncio seria até constrangedor se ambas não estivessem perdidas nos olhos uma da outra.
-- Você realmente não é sem sabor -- Amanda quebrou o silêncio com um sorriso sacana e arrancou uma gargalhada gostosa e rouca de Júlia.
-- Disso eu já sabia -- disse no meio de uma gargalhada e recebeu um tapinha no ombro -- Ai! Pra que a violência linda?
-- Para você parar de ser convencida.
-- Ta bom -- disse ainda rindo -- mas em uma coisa você tinha razão.
-- Em quem? -- ergueu as sobrancelhas a encarando.
-- Eu sou sem sal. -- disse seria.
-- Júlia, não é verdade, não leva a seri... -- tentava fazer com que a loira não ficasse chateada mas foi interrompida.
-- Eu sou doce -- disse rindo e encarando a expressão de aflição da ruiva -- sou sem sal, não tenho sal nenhum, pelo contrário, eu sou doce, praticamente de açúcar, ou é melhor mel?
-- Você é ridícula -- disse caindo na risada e dando tapinhas no ombro da loira.
-- Ah para vai, olha a agressão, eu ainda estou machucada, lembra que acabei de ser baleada?
-- Desculpa, te machuquei? -- disse parando de dar tapas em seu ombro e se afastando para encara-la.
-- Não, eu só estou fazendo charme -- sorriu e a puxou para colar seus corpos novamente -- agora me diz, sou doce não sou?
-- Você é convencida, é isso que você é.
-- É? -- disse erguendo uma sobrancelha e sorrindo, fez menção em beija-la mas apenas mordeu seu lábio inferior de leve e puxou para si e perguntou -- mas você gosta não é?
-- Uhum -- produziu um som em afirmação e soltou um gemido, e tomou os lábios da loira em um beijo apressado.
-- Calma -- disse rindo no meio do beijo a puxando pela cintura e a apertando diminuindo a velocidade do beijo.
Ficaram se beijando por mais algum tempo e logo depois Amanda encostou sua cabeça entre o ombro e o pescoço da loira que a abraçava, e ficaram em silêncio curtindo o clima, até que a ruivinha quebrou.
-- Eu não consigo mais fingir que não sinto isso que está acontecendo, com a gente.
-- E o que está acontecendo Amanda?
Por um momento a ruivinha ficou com medo de Júlia não sentir o mesmo que ela, e que aquele momento fosse apenas curtição, mas resolveu dizer o que sentia.
-- Eu estou gostando de você Júlia, eu sei que talvez você não sinta o mesmo, mas eu... eu estou sentindo isso e...
-- Calma -- disse a interrompendo por estar visível seu desespero -- Amanda, eu também sinto o mesmo que você, gosto de estar com você, assim te sentindo perto de mim -- disse a abraçando mais forte – e é por isso que aceitei seu pedido, não pense que estou apenas curtindo o momento, eu sinto algo forte por você.
-- Sente mesmo? -- indagou com olhos marejados.
-- Ei não chora, e sim eu sinto isso, gosto de ter você assim comigo, gosto de te beijar também sabia? -- disse aproximando seus lábios e dando-lhe um selinho -- mas odeio quando você implica comigo.
-- Eu só implico com você, porque você me faz sentir essas coisas -- disse rindo e vendo a loirinha a olhar erguendo uma sobrancelha.
-- E o que eu te faço sentir?
-- Um frio na barriga toda vez que estou do seu lado...
-- Isso eu também sinto -- disse sorrindo.
-- Me faz sentir também um ciúmes que eu nunca senti por ninguém.
-- Hum, então quer dizer que é ciumenta?
-- Eu não sabia que era até começar a gostar de você -- disse apertando seus braços envolta do corpo da loira -- Você não sabe o quanto eu odiei aquela sua priminha com você -- disse carregando a voz de ironia ao se referir a Carol.
-- Ah sério? Para, ela é minha prima -- disse rindo do ciúmes da ruiva.
-- Sua prima mas você fica com ela.
-- Quem disse isso? -- fez cara de inocente.
-- Vai mentir pra mim Júlia? -- disse cerrando os olhos a encarando -- já começamos de forma errada então.
-- Não, não começamos de forma errada, e também não vou mentir pra você, realmente Carol e eu as vezes ficamos e trocamos uns beijos mas não tenho nada com ela.
-- Eu detestei ela -- disse enciumada.
-- Eu também não gosto da sua namorada e ai? Para de implicar com a Carol, ela é minha prima. Por falar nisso não posso namorar com você sendo que a senhorita já namora – concluiu se lembrando, do que achava.
-- Eu não tenho namorada Júlia, mas que ideia.
-- E a Rachel? Por falar nisso está errado estarmos aqui com você namorando ela, por mais que ela seja detestável.
-- Eu nunca fui namorada dela -- disse acariciando o rosto da loirinha que estava ficando vermelha -- Não tenho e nunca tive nada com ela além de uma amizade colorida.
-- Como nunca teve nada com ela? Eu via o jeito que vocês se tratavam.
-- Do mesmo jeito que você e sua prima se tratam, com carinho.
-- Espera ai, eu e a Carol somos primas e...
-- Não vem com essa Júlia, o tratamento de vocês não é apenas de primas, e a Rachel era minha amiga, nós ficávamos as vezes.
-- Ela tem posse sobre você, já deixou claro que vocês não têm nada?
-- Que isso, ciúmes? -- disse rindo e viu a expressão fechada da loira a encarando -- ela sabe que não, nunca tivemos nada, e eu não estou mais falando com ela ok?
-- Serio?
-- Sim, não falo com ela desde o dia que ela fez aquele escândalo, enfim não vamos falar dela, vem aqui -- disse beijando-a.
Ficaram assim trocando carinhos até que Júlia começou a se render ao sono, seus olhos ainda estavam ardendo e sua cabeça doía, sentia uma queimação no local do tiro mas não era tão incomodo se deixasse a perna imóvel.
-- Júlia dorme, você está lutando contra o sono.
-- Eu não quero dormir -- sua voz era bem sonolenta.
-- Não quer mas precisa, olha esses olhos vermelhos...
-- Pensei que eles fossem verdes -- disse sorrindo.
-- Está cheia de gracinhas não é? Bom senhorita dos lindos olhos verdes, você precisa descansar, dorme um pouco.
-- Você vai ficar aqui? -- disse apertando de leve os braços envolta da ruiva.
Júlia ainda não tinha se entregado de vez ao sono com medo de Amanda ir embora, e a ruivinha percebeu isso.
-- Claro que vou -- deu um selinho na loirinha e se acomodou em seus braços posicionando a cabeça no pescoço de Júlia -- afinal para onde mais eu iria?
-- Não sei, você pode sair e me deixar sozinha e sei lá eu...
-- Júlia, eu vou ficar aqui com você, olha seus braços em trono de mim, caso eu tente sair você vai saber, mas fique tranquila, porque não há outro lugar onde eu queira estar -- dizendo isso deu um beijo no pescoço da loirinha e viu os pelos se arrepiarem e sorriu.
Júlia pegou no sono sentindo a respiração da ruivinha em seu pescoço.
********××××××********
Cecília entrou no quarto e se deparou com a cena das duas garotas dormindo abraçadas. Saiu do quarto fechando a porta e informando que não queria que ninguém incomodasse sua neta.
-- Falou com ela mamãe? Como ela está? Vou subir para falar com ela – Olávo atropelava suas próprias palavras.
-- Ela está dormindo filho, a deixe descansar.
-- Ah eu queria ver como ela está, mas se a senhora acha melhor deixa-la descansar tudo bem, vou ir dar um beijo na Amanda então.
-- Filho ela também está dormindo -- apressou-se em dizer -- foi difícil para as duas.
-- Nem me fale mamãe, se eu pego aquele cretino eu acabo com ele.
-- Filho deixe que a polícia faça seu serviço, não queira fazer justiça com as próprias mãos.
-- Mas mamãe ele podia ter matado uma das duas, as minhas princesas não precisavam passar por isso, ele atirou na Júlia.
-- Eu sei filho, mas elas estão bem, e você não vai fazer nada.
-- Tudo bem mamãe, mas o que foi aquilo que a Júlia fez? Ela enfrentou ele sem medo nenhum e nos defendeu, eu pensei que ela não gostasse de Amanda e de mim mas pelo que parece estava enganado. -- disse com um sorriso.
-- Filho, Júlia tem sua forma de demonstrar seus sentimentos, e defendendo vocês foi a forma que encontrou.
-- Eu sei mamãe, ela me chamou de pai -- disse abrindo mais o sorriso e recebendo um abraço de Cecília.
-- Parabéns filho, está vendo? Logo, logo a família Lancaster entra de vez no coração dessa loirinha.
********××××××********
Júlia acordou ainda sentindo o peso da ruivinha sobre seu corpo, Amanda a abraçava de forma possessiva, e com uma perna por cima da loirinha.
Achou a visão de ter a ruivinha em seus braços linda, ela dormia serena em um sono tranquilo, não ousou acorda-la e ficou acariciando seus cabelos de leve, um tempo depois a ruivinha foi abrindo os olhos e se deparando com a imensidão dos olhos verdes sobre ela.
-- Ai não! – exclamou.
-- O que foi? -- Júlia indagou erguendo as sobrancelhas e franzindo a testa.
-- Você, me observando dormir -- disse escondendo o rosto no pescoço a loira – Quanto tempo faz que está me olhando dormir?
-- Algum tempo -- disse rindo.
-- Não ri! Eu devo estar horrível.
-- Você está linda -- beijou o topo da sua cabeça.
-- Não estou.
-- Esta sim, pode me ajudar a levantar?
-- Claro vem -- se pôs de pé e estendeu sua mão para ajudá-la levantar e entregou as muletas.
Júlia foi para o banheiro fazer sua higiene pessoal, e ruiva também fez o mesmo indo para seu quarto. Devido não poder apoiar o pé no chão Júlia demorou um tempo a mais que a ruivinha.
Amanda terminou de se arrumar e foi buscar a loira no quarto, Júlia estava terminando de se arrumar, logo depois desceram para o café, iriam para a mansão Lancaster, já que ainda estavam na fazenda.
Todos tomaram café enchendo a loira de paparicos, era até gostoso mas um pouco incomodo pois a mesma não estava acostumada, teve que dizer várias vezes que estava se sentindo bem, depois do café seguiram todos em um mesmo carro para casa.
-- Está se sentindo bem? -- Amanda que estava ao seu lado perguntou preocupada.
-- Estou bem, não se preocupe.
-- Está com cara de dor Júlia.
-- Só um pouco de dor de cabeça, mas estou bem, acredite.
-- Tomou seu remédio filha? -- disse Olávo que estava ao volante e ouviu a conversa das duas.
-- Não, eu não encontrei, mas só preciso dormir que passa.
-- Vamos parar para comprar o remédio então.
-- Não é preciso Olávo -- disse ficando constrangida por receber esse tratamento, via que seu pai tentava lhe agradar, mas não queria contato com ele.
O celular de Olávo tocou e foi atendido de imediato pelo comando do carro, a voz de um homem soou, prendendo a atenção de todos.
-- Bom dia família Lancaster, sei que todos estão me procurando mas só para poupar trabalho aviso que não vão me encontrar, estou bem distante e graças a fortuna que roubei de você querido Olávo -- dizia o jovem rapaz rindo com deboche.
Todos no carro não diziam nada apenas ouviam atentamente, tentando entender o que Henrique queria.
-- Sei que todos estão se perguntando, o por que eu liguei, então irei direto ao ponto. Estou ligando para avisar a todos vocês e em especial a Júlia Lancaster que vou acabar com você, custe o que custar, pode ter certeza que sua vida já era loirinha.
-- O que quer com isso Henrique?! -- gritou Olávo, já vermelho de raiva -- Deixe Júlia em paz, seu problema é comigo!
-- Engano seu, ela me desmascarou porque se dependesse de vocês eu estaria mais rico que agora, e além do mais ela me impediu de ter essa ruivinha -- outro riso.
Ao falar de Amanda Júlia perdeu a paciência que restava, não tinha medo das ameaças do jovem mas, não queria que nada acontecesse com Amanda. Sua voz saiu totalmente carregada de sotaque americano, devido ao nervosismo.
-- Se seu problema é comigo deixe os demais fora disso, mas se quiser resolver apareça feito homem e não se esconda.
-- Júlia... -- Amanda tentou dizer, mas a loirinha apertou de leve sua mão para que a mesma não dissesse nada.
-- Olha só que lindo, defendendo a donzela indefesa -- sua voz era totalmente irônica e carregada de risos, o que deixava todos mais irritados -- não se preocupe loirinha, agora não me interessa mais possuir a ruivinha, eu apenas quero acabar com a sua vida.
Dizendo isso encerrou a ligação, Júlia ficou extremamente irritada, já Amanda sentiu medo do que o rapaz disse, Olávo e Cecília que estava sentada ao seu lado ouviram incrédulos, sua mãe ligava para os seguranças, no objetivo de reforçar, já Olávo dirigia irritado sem prestar muita atenção no que fazia.
-- Ele vai pagar por isso! -- vociferou.
-- Filho se acalme, nós vamos resolver isso.
-- Como me pede calma mamãe? Ele vai pagar!
-- Olávo presta atenção na pista! -- Júlia gritou ao ver um ciclista que passava na frente deles.
Seu pai de imediato pisou no freio fazendo o carro dançar na pista, e todos que estavam dentro dar um solavanco para frente.
Assim que parou, por pouco não atropelou o ciclista, perguntou se todos estavam bem, o susto foi grande, Cecília chegou a ficar pálida.
-- Que droga! -- Olávo disse tirando o cinto de segurança. -- meninas estão todas bem? Mamãe?
-- Sim.
Júlia soltou o seu cinto e virou para Amanda, colocou as mãos no rosto da ruiva em sinal de preocupação, sua mente vagava e não prestava mais atenção em nada a sua volta, não ouviu a pergunta de seu pai e nem de sua avó, apenas prestava atenção em Amanda.
-- Você está bem? – perguntou preocupada e em choque.
-- Sim, eu estou bem e você? – Amanda respondeu a encarando.
-- Tem certeza que está bem Amanda? -- Júlia não ligava para o que lhe perguntavam, suas mãos passavam pelo rosto da ruivinha, desciam pelo pescoço apalparam os braços, e voltou para o rosto novamente.
-- Júlia eu estou bem, olha pra mim -- disse pegando em suas mãos que estavam sobre seu rosto -- Nossa Júlia você está gelada.
Júlia não dizia nada, estava em estado de choque, de repente quando seu pai freou o carro ela se viu no dia do acidente com seu irmão.
Seu pai percebeu o estado de sua filha e junto com sua mãe desceram do carro e foram para o banco de trás onde as meninas estavam.
-- Júlia? Filha se acalma estamos todos bem -- dizia Cecília passando as mãos no rosto da neta.
-- Olávo tira ela do carro -- Amanda disse ainda segurando a mão da jovem.
Olávo fez o que Amanda disse e com a loirinha no colo a sentou no acostamento, a ruivinha se aproximou se abaixando onde Júlia estava e segurou suas mãos novamente dizendo que estava tudo bem.
Cecília disse que tinha um posto que eles tinham passado, era melhor que fossem para lá e comprassem água para a jovem, e assim fizeram, Júlia que estava em estado inerente foi posta novamente no carro e assim seguiram para o posto. Aos poucos a loirinha voltava a si.
-- Se sente melhor? -- Amanda estava sentada ao seu lado em um banco toda preocupada com a loirinha.
-- Sim, me desculpa – respondeu baixo.
-- Não precisa se desculpar anjo -- disse a abraçando e beijando sua testa. -- está tudo bem.
-- Tem certeza? Não se machucou? Acho melhor irmos em um hospital para te examinarem, cadê Cecília e Olávo? -- dizia em um folego só, e acabou fazendo a ruiva sorrir com sua preocupação.
-- Ei, eu juro que estou bem, mas se quiser posso ir em um médico sim, está bem? -- disse no intuito de acalma-la e recebeu um aceno se cabeça em sinal de sim -- tudo bem, então eu vou ok? Já respondendo sobre seu pai e sua vó, um foi na farmácia comprar remédio pra você e outro foi comprar água.
Júlia respirou fundo e jogou sua cabeça para trás fechando os olhos, Amanda estava preocupada com a loirinha e acariciou seu cabelo, Júlia abriu seus olhos e a observou, a ruivinha se aproximou e lhe deu um beijinho nos lábios arrancando um sorriso acanhado da loira, se afastaram quando viram Cecília chegar com uma garrafinha de agua e um suco, Júlia recusou o suco e só tomou a agua, logo depois seu pai chegou com o remédio para dor, ela bebeu dois comprimidos, um tempo depois se encontrava calma e bem sonolenta.
-- Vem, você deita a cabeça apoiada em mim -- Amanda tentava convencer Júlia a entrar no carro.
-- Amanda...
-- Por favor linda, nós precisamos ir embora, vem você fica agarradinha em mim, vamos?
-- Está bem, vamos.
Depois de muito insistir conseguiu levar a loira pro carro e a acomodou com a cabeça em seus ombros, não demorou muito e Júlia estava dormindo.
Chegaram na mansão Lancaster, Olávo levou a filha que ainda dormia para o quarto, Amanda foi com ele e ficou cuidando da jovem enquanto ele e sua avó iam até a delegacia mais uma vez em menos de 48 horas.
********××××××********
-- Amanda? -- Júlia assim que abriu os olhos viu a ruiva sentada na cadeira de frente para a cama lendo um livro.
-- Oi, como você está?
-- Estou bem, que horas são? Nem lembro de ter chegado aqui
-- Agora já são 20:30, Olávo que te trouxe, você apagou por causa do remédio.
-- Deita aqui comigo.
Amanda deitou ao seu lado e colocou a cabeça no ombro da loirinha que lhe abraçou, ficaram em um momento de carinho conversando amenidades, e mais uma noite dormiram juntas.
********××××××********
Passaram duas semanas e Júlia já conseguia apoiar normalmente o pé no chão, ela e Amanda estavam bem mas não demonstravam nada na frente dos outros, a ruivinha sempre que chegava da escola ia ficar com a loirinha e conversavam amenidades.
No outro dia Júlia retornaria a frequentar a escola.
Quando chegou lá as pessoas olharam para ela diferente como se estivessem a julgando, mas a mesma nem ligou, apenas ficou apreensiva com os amigos já que os ignorou durante esse tempo.
-- Olha quem voltou -- disse Manuela.
-- Júlia, senta aqui com a gente, estamos de aula vaga -- Danilo sempre com um enorme sorriso no rosto levantou e deu seu lugar para a amiga.
-- Obrigada Dandan, oi Manu.
-- Oi né Júlia.
-- Olha eu sei que devo desculpas a vocês ok? Me desculpem, sei que os ignorei, mas eu precisava de um tempo.
-- Nós entendemos Júlia. -- Danilo dizia compreensivo.
-- Fale por você negão, eu não entendo nada, alias a única coisa que entendo dona Júlia, foi sua falta de consideração. -- disse Manuela cruzando os braços e encarando a loirinha.
-- Manu me desculpa eu precisa...
-- Mas como eu sou uma ótima amiga -- Manu a interrompeu -- considere-se perdoada.
Júlia deu um abraço na amiga e a encheu de beijos por seu rosto, pescoço e cabelos, do outro lado do pátio Amanda os observava com uma expressão fechada, até ser interrompida.
-- Ciúmes?
-- Ciúmes de quem Rachel? -- disse irritada.
-- Ah para vai, você está caidinha pela loirinha.
-- Não viaja, e eu ainda não estou falando com você, com licença -- falou já saindo mas foi segurada pelo braço -- me solta.
-- Amanda para de me ignorar, eu gosto de você, sempre gostei -- sua voz era de súplica -- por favor me perdoa.
-- Já disse que não é a mim que deve pedir desculpas, e eu realmente não quero falar com você.
Rachel não se conformava com o desprezo da ruivinha, mas decidiu que ainda não era hora de ser insistente. Amanda deixou a morena para trás e foi para o banheiro, Júlia a viu e sua expressão era tristonha então resolveu ir ver o que ela tinha, chegou lá a ruiva estava lavando o rosto.
-- Amanda o que você tem?
-- O que está fazendo aqui Júlia? Alguém pode nos ver -- disse secando suas mãos e o rosto.
-- Não estou ligando para o que vão achar, eu quero saber o que você tem?
-- Nada.
-- Como nada? Me diz o que aconteceu? -- disse se aproximando.
-- Nada, mas me diz você, como foi com seus amiguinhos? Vejo que com a Manuela você fez as pazes rapidinho né, teve até direito a beijinhos, aposto que ela adorou.
-- Ciúmes? -- disse rindo da expressão da ruiva ao falar da Manuela -- deixa de bobagem, Manu é minha amiga.
-- Tem certeza que é só sua amiga Júlia?
A loirinha não respondeu apenas a pegou pela cintura e a beijou, foi um beijo calmo terminado com um selinho carinhoso.
-- Passou o ciúmes? -- disse com um sorriso ainda a segurando pela cintura.
-- Uhum... -- disse abrindo os olhos e se afastando um pouco -- sua louca alguém podia ter entrado e visto.
-- Se você não parar de falar, eu vou te beijar de novo. Agora me diz o que te chateou?
-- Já disse que não foi nada Júlia
-- Não mente pra mim, me diz honey, o que aconteceu?
-- Me diz o que? Me chama de novo de honey, é tão bonitinho você falando em inglês comigo -- disse rindo colocando as mãos nos ombros da loira, mas ao ver sua expressão séria erguendo as sobrancelhas achou melhor falar -- Não foi nada ok? Só a Rachel que veio falar comigo.
-- Ah, e o que ela queria? -- disse com um leve desconforto.
-- Nada, só veio me pedir desculpas mas eu disse que não é a mim que ela tem que pedir desculpas.
-- Amanda, se você gosta dela volte a falar com ela princesa, não precisa comprar minha briga.
-- Eu sei -- disse lhe dando um selinho -- mas eu realmente não gostei do que ela fez, e ela sente posse sobre mim, eu não gosto disso.
-- Tudo bem, agora não quero ver você triste ok? Senão eu te agarro na frente de todo mundo.
-- Não vou ficar mais triste sua doida -- disse rindo.
-- Nossa isso tudo por não querer que eu te agarre? -- fez uma cara de indignação.
-- Você pode me agarrar sempre que quiser mas não na frente das pessoas, agora vamos antes que sua amiguinha entre aqui.
-- Incrível -- disse soltando sua cintura.
-- O que?
-- Esse seu ciúmes -- disse sorrindo e foi agarrada novamente pela ruiva.
-- Não é ciúmes -- deu um beijo curto em seus lábios -- agora vamos, eu vou primeiro depois você sai.
-- Está bem senhorita.
Fizeram como Amanda disse, logo a ruivinha se a juntou a umas colegas e seguiram para a classe, o mesmo fez Júlia e seus amigos.
Fim do capítulo
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