Capítulo 12 Rachel ataca novamente...
CAPÍTULO 12: Rachel ataca novamente...
Júlia acordou durante a noite pois teve um pesadelo que envolvia sua irmã Rebecca, o restante de sua noite foi agitada. Pela tarde quando chegou da escola resolveu ligar para a mansão San'Germany já que não falava com ninguém de lá desde que foi revelado que não era filha de Otton.
-- Mansão San'Germany.
-- Alô, Lara?
-- Sim, quem fala?
-- Sou eu Larinha, a Júlia.
-- Minha filha! Que saudade de você, por que ficou esse tempo todo sem dar notícias? -- a voz da governanta era de pura alegria.
-- Eu também estou com saudades, desculpa por não ter ligado antes, mas é que eu estava me acostumando com as coisas sabe, mas enfim eu queria saber como estão todos ai?
-- Está tudo como sempre filha... espera só um momento Júlia.
Júlia escutou Lara falando com alguém, mas não conseguiu identificar o que ou com quem falava, mal sabia que era Bryan.
Bryan chegou na mansão e perguntou para Lara se o almoço já tinha saído, quando ouviu a governanta pedir para Júlia aguardar um momento, não pode acreditar, e foi em direção ao telefone e pegou da mão da senhora.
-- Alô Júlia? -- no momento que Júlia escutou a voz masculina, ficou estarrecida.
-- Sim.
-- Sou eu o Bryan.
-- Oi Bryan, como vai?
-- Bem, e você?
-- Também.
-- Por que não ligou antes? Você nem se despediu!
-- Me desculpa, acho que você viu como foi complicado tudo, e depois eu ainda briguei com o Breno.
-- Nossa eu sei ein maninha, você arrebentou com ele sabia? Ele acabou de passar pela segunda cirurgia plástica para arrumar o nariz que você quebrou.
-- Serio? Desculpa eu... não queria machucar ele desse jeito. Me diz, como estão todos?
-- Estão todos bem, mas todos contra você, pela história da Victoria.
-- Eu juro que não agarrei ela Bryan. – tentou se defender.
-- Eu sei mana, você acha que eu nunca percebi que aquela víbora te comia com os olhos? -- disse com a voz "afetada" -- Você quem sempre foi inocente demais, ou tapada mesmo, que não percebia.
-- Eu realmente nunca percebi.
-- Pois é eu sei, mas deixa eu falar, depois desse rolo todo dela ter te agarrado e o Breno ter visto vocês e tal a família toda ficou do lado dele, e advinha?
-- O que?
-- Os pais da Victoria a obrigaram a ficar com ele, e ainda disseram que se fosse para ficar com outra pessoa tinha que ser da família, ou seja maninha, não importa com qual dos irmãos ela fique, contanto que fique na família San'Germany.
Júlia escutava e estava incrédula, Victoria não era uma má pessoa, mas seus pais eram horríveis e agora estava claro que a obrigavam a namorar seu irmão mesmo sem ela gostar.
-- E o Breno a aceitou de volta?
-- Acredite, ele aceitou, foi ele mesmo que foi atrás dos pais dela para que eles a obrigasse ficar com ele e tem mais, fez ela se humilhar na frente de toda a família e pedir perdão de joelhos.
-- Eu não acredito! -- Sentiu uma revolta ao escutar tudo o que seu irmão falou. -- E ela fez isso?
-- Pode acreditar maninha, sim ela foi obrigada a fazer. Eu achei ridículo, mas não posso fazer nada você sabe... eu, é... eu sou um covarde... é essa a verdade, por isso eu sempre gostei de você, porque você sempre faz alguma coisa.
-- Não fala assim Bryan, você não é um covarde, você apenas não pode fazer nada eu te entendo, eu tanto fiz e olha a onde eu estou? Não quero que nada aconteça com você, então toma cuidado... Eu queria estar ai para ajudar a Vick, ela não merece isso.
-- Também acho, mas mana você acha que ia ajuda-la como? A menina morre de amores por você -- disse rindo e fez Júlia sorrir.
-- Eu nunca percebi que ela gostava de mim, talvez por ser namorada do Breno né... mas enfim eu preciso desligar, eu só liguei mesmo para saber como vocês estavam.
-- Tudo bem minha princesa, não se preocupe estamos todos bem. Beijo.
-- Beijo.
Júlia se despediu assim que viu Amanda e Olávo entrando na sala, depois que desligou foi almoçar com a família.
Cecília iria viajar junto de seu filho para encontrarem Regina e tentar reerguer as empresas de vinhos.
-- Meninas sabem que eu e a avó de vocês iremos viajar daqui a pouco não é? -- disse Olávo segurando as mãos de sua mãe -- Vamos ficar por algum tempo lá, e quero pedir que se comportem e tenham juízo.
-- Nós teremos papai -- disse Amanda tentando tranquiliza-los.
-- Eu sei que terão filha, mas nunca é demais falar novamente -- Cecília dizia com sua alegria de sempre. -- Júlia esta quieta, aconteceu algo?
-- Não, está tudo bem.
-- Você ficou assim depois do telefonema que estava filha, aconteceu algo? -- indagou Olávo.
-- Não, era meu irmão Bryan, estava apenas matando a saudade dele. -- disse se levantando da mesa e indo na direção de sua avó -- Eu já terminei, vou indo para o meu quarto ler um pouco, boa viagem para vocês. -- deu um beijo no seu rosto.
-- Obrigada filha, qualquer coisa nos ligue – Cecília lhe respondeu carinhosa.
-- Pode deixar.
Júlia estava com saudades de seu país, dos empregados da mansão de sua mãe, ficou deitada por horas pensando em tudo, os bons momentos com seu irmão Paul e sua prima Caroline, não era muito chegada no restante dos irmãos, mas após a morte de Paul os únicos que não a ignoravam tanto era Bryan que sempre a tratou cordialmente, e Rebecca que sempre foi simpática.
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Amanda chegou a escutar a metade da conversa da loirinha, ficou esperando para conversar com ela mas Olávo chegou, e não conseguiu.
Passou horas que Júlia tinha ido para seu quarto e assim que seu pai e avó saíram foi até o quarto da loira.
-- Ei posso entrar?
-- Claro linda, entra e senta aqui -- Júlia bateu na cama indicando para sentar ao seu lado.
-- Ta tudo bem?
-- Sim, por que?
-- Você ficou estranha depois de ter falado com seu irmão.
-- Não, eu só fiquei com saudades.
-- Posso perguntar uma coisa? -- indagou deitando-se ao lado da loirinha e a abraçando.
-- Claro.
-- Quem é Vick, que você queria ajudar? -- era visível o ciúmes na voz.
-- Você estava ouvindo minha conversa dona Amanda? -- disse sorrindo pelo ciúmes da ruiva e a apertando de leve nos braços.
-- Eu estava esperando você desligar para falar com você, mas você demorou e Olávo chegou então não consegui falar -- falou em um folego só, tentando se explicar -- Não pude deixar de ouvir sua conversa.
-- Bom, a Vick é minha cunhada, namorada do meu irmão Breno.
-- E você queria estar lá para ajudar sua cunhada? -- perguntou levantando uma sobrancelha.
-- Hum... bom, eu descobri um dia antes de vir pra cá que ela é apaixonada por mim, ela me agarrou e meu irmão viu o beijo, foi uma confusão, enfim os pais dela estão a obrigando a ficar com meu irmão, sem falar que o Breno a humilhou perante toda a família.
-- Sua cunhada agarrou você Júlia? Como assim agarrou? -- disse saindo do abraço para lhe encarar
-- Me agarrou Amanda, agarrando sabe? Me beijou.
-- E você correspondeu?
-- Não, no início não, depois acabei aceitando, mas eu sempre a vi como minha cunhada -- disse tentando se explicar para acabar com o ciúmes da ruiva.
-- Espera, você me diz que sempre a viu como sua cunhada, mas aceitou seu beijo, me explica isso dona Júlia.
-- Acontece dona Amanda -- disse com ar de riso mas depois seguiu dizendo seria como se revivesse daquele dia -- no dia anterior descobri que o homem que eu pensava ser meu pai, não era. Nós brigamos e eu descobri pela minha mãe que Olávo era meu pai, estava muito magoada, no outro dia a Victoria veio me dando atenção e me beijou eu não correspondi no início mas depois sim, acho que estava sensível, sei que não justifica, mas é uma boa desculpa que eu dou para mim mesma.
Amanda observou o olhar triste e distante que a loirinha ficou assim que tocou no assunto, percebeu que falar sobre seu passado era algo que sempre a machucava. Percebeu também que seu ciúmes era sem fundamento então deitou novamente ao seu lado e a abraçou, colocou seu nariz no pescoço da loira e inspirou fundo e depois soltou o ar e a encarou novamente.
-- Me desculpa, não queria fazer você reviver isso.
-- Está tudo bem pequena -- disse já se recuperando e a apertando nos braços.
-- Quer sair comigo hoje?
-- Pra onde?
-- Eu vou dançar, a Lana acabou saindo do grupo e eu consegui o lugar dela, mesmo tendo caído naquele dia -- disse fazendo uma careta.
-- Hum... então está me chamando caso precise que alguém te carregue se cair novamente? -- perguntou provocando.
-- Claro que não, estou te convidando porque gosto da sua companhia.
-- É? Gosta da minha pessoa também ou só da minha companhia?
-- Eu gosto de tudo em você -- disse lhe dando um beijinho -- Então vamos?
-- Eu vou pensar.
-- Serio? Vamos comigo Júlia! – falou sem acreditar que a loira não lhe acompanharia.
-- É claro que eu vou princesa, só estou brincando -- lhe agarrou e encheu de beijos.
-- Está bem, então vai se arrumar, eu também vou ir tomar meu banho, vai lá no meu quarto depois. -- disse dando um selinho.
Júlia se arrumou e foi até o quarto da ruivinha que ainda estava no banho, um tempo depois quando a esperava sentada na cama mexendo no seu celular, viu Amanda sair do banheiro já arrumada, uma camisa regata preta com detalhes dourados bem soltinha, e um short curto jeans na cor vermelho manchado de preto.
-- Uow, pensei que estivesse se arrumando para sairmos -- disse Júlia admirada com a beleza da ruiva.
-- E vamos -- disse de costas para a loira mexendo em seu closet -- nossa não sei a onde está meu boné.
-- Espera, você vai sair com esse short curto desse jeito?
-- O que tem de errado com meu short? -- disse parando de procurar seu boné e virou para encara-la.
-- Ta muito curto Amanda.
-- Ah para vai -- ela riu e foi até a loirinha e sentou em seu colo enlaçando seu pescoço e dando-lhe um selinho -- Você vai comigo e vai me proteger de qualquer coisa não é?
-- Não sou o superman Amanda -- disse fazendo careta de contrariada -- põe outro short esse ta super curto.
-- Não é o suprrman mas é minha capitã América não é? -- disse beijando o pescoço da loirinha e a arrepiando -- E não dá para trocar Júlia, esse é parte do figurino do grupo, nós vamos dançar Funk, não posso ir com um short muito cumprido, tem que ser sexy.
-- Isso ta sexy de mais pro meu gosto -- disse fazendo bico.
-- Ai que coisa linda e gostosa esse bico seu -- disse mordendo seu lábio inferior -- para vai, minha namorada linda vai estar comigo e não precisa ficar assim.
-- Namorada linda é? -- disse a tirando de seu colo e deitando-a na cama -- Você vai dar atenção e ficar juntinha dessa sua namorada ou vai deixa-la de lado? -- disse beijando seu pescoço e ouvindo suspiros.
-- Logico que eu vou ficar juntinha, agarradinha assim com você -- a beijou na boca e completou enlaçando seu pescoço e olhando em seus olhos -- Acha que deixaria você de lado para os gaviões caírem em cima?
-- Gaviões? -- disse confusa.
-- É modo de falar amor -- soltou uma gargalhada pela expressão da loirinha e deu um selinho -- Quero dizer pessoas dando em cima de você entende?
-- Ah sim.
-- Então vamos que se não eu vou me atrasar.
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Um tempo depois estavam as duas entrando na danceteria de mãos dadas, chamando a atenção de Manuela e Danilo, e também de uma certa morena que foi para prestigiar a apresentação da ruivinha, mas ao ver a cena não gostou nada.
A ruiva não estava ligando para o que as pessoas pensariam, só queria estar junto de Júlia.
Amanda ficou o tempo todo com a loirinha, estavam no canto da balada Júlia encostada na parede e Amanda apoiada com as costas em seu corpo sendo abraçada por trás, tendo braços em volta de sua barriga, a ruivinha estava extremamente feliz e acariciava os braços da loira enquanto recebia beijinhos no pescoço. As duas eram só sorrisos e se tratavam com carinho, o que não passava despercebido por todos que as olhavam.
-- Júlia, não me beija assim -- dizia sentindo os beijos de Júlia em seu pescoço e sua respiração ao pé do seu ouvido -- ai... assim não da!
-- O que foi? -- perguntou sorrindo fingindo inocência, e soltou um riso baixinho ao ouvir um suspiro da ruivinha, deu mais um beijo em seu pescoço. -- Está bem linda, parei, desculpa.
-- Ai olha como você me deixou -- disse com manhosa e virou-se encarando-a -- não precisa pedir desculpas, mas eu preciso ir me preparar para a dança. -- colocou as mãos na cintura de Júlia e deu um selinho.
-- Eu sei princesa, vai lá se preparar -- disse dando mais um beijo recheado de carinho e desejou, terminou com um selinho estalado, que fizeram ambas sorrirem.
Amanda foi se preparar com seu grupo para se apresentar mas querendo estar ali com sua loira, Júlia ficou vendo sua ruivinha se afastar ainda com um sorriso enorme no rosto quando foi abordada.
-- Olha ai esse sorriso bobo no rosto dela negão, não falei que ela está apaixonada? -- disse Manu se aproximando e tocando seu braço.
-- Eu não quis acreditar Manu, mas vendo com meus próprios olhos agora acredito, se tivessem me contado não acreditaria.
-- Não exagera Dandan -- disse Júlia envergonhada mas ainda com um sorriso no rosto.
-- Menina me conta como foi! -- disse Danilo com a voz meio afetada, ficou imediatamente envergonhado quando recebeu o olhar das duas em cima de si.
-- Bom... eu realmente estou apaixonada.
-- Mas como? Quando começou? -- perguntou Danilo puxando as duas amigas para sentarem nos puffs.
-- Bom, estamos juntas faz um tempinho, mas ninguém sabe.
-- Namoro escondido amiga? -- indagou Manu.
-- É, estamos juntas mas sem ninguém saber, tem os nossos pais e vocês sabem ne, acho que ela tem medo de desapontar eles.
-- Mas hoje vocês estão aqui juntas, e todos viram, inclusive Rachel, e ela ficou muito brava -- disse Danilo com oscilações na voz.
-- Ela está aqui?
-- Sim mas acho que já foi embora -- Manu falou levantando e puxando seus amigos para se levantarem -- Vamos loirinha que tua ruivinha vai se apresentar agora, acabaram de anunciar o grupo dela.
Os três seguiram para perto da pista de apresentação e viram o show que Amanda e seu grupo deram, fazendo todos gritarem e aplaudirem, todos chamavam a ruivinha de gostosa, o que Júlia concordava mas sentiu ciúmes por sua namorada estar sendo cobiçada.
Ao fim da apresentação Amanda correu dando pulinhos e abraçou Júlia pulando em seu colo com as pernas em volta de sua cintura e os braços enlaçando o pescoço e lhe deu beijinhos.
-- Parabéns... princesa -- disse entre beijos segurando as pernas da ruiva.
-- Você gostou?
-- Estava linda -- disse dando mais um beijo.
Amanda desceu do colo de sua namorada e cumprimentou os amigos da loirinha que estavam as observando sentou com eles em uma mesa, surpreendendo aos três.
Todos conversaram animadamente como se fossem sempre amigos, Amanda estava esbanjando felicidade e simpatia, a loirinha estava toda sorriso com sua ruivinha que segurava sua mão de forma dominadora sentada ao seu lado com o corpo encostado ao seu.
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-- Ei não acho bom beber princesa -- disse Júlia preocupada, com a ruivinha.
-- Calma é só um copo, não vou ficar de porre Ju.
-- Deixa ela se divertir Júlia, e vê se bebe com a gente também -- disse Manuela achando graça da preocupação da loirinha que era visível.
Manu e Danilo apostavam quem bebia mais, e Amanda dava risada junto de Júlia que a abraçava. A ruivinha já tinha bebido seu copo e agora estava bebericando o da loirinha.
-- Eu estou vendo você beber minha bebida viu -- Júlia disse dando beijinhos em seu pescoço.
-- Ah amor você não bebe e não me deixa beber -- disse fazendo bico -- Eu vou ao banheiro -- disse ao seu ouvido.
-- Quer que eu vá junto?
-- Não precisa, fica aqui cuidando das nossas bebidas e dos seus amigos que logo, logo vão ficar altos, eu já volto -- disse dando-lhe um beijo e saiu em direção ao banheiro.
Júlia ficou conversando animada com seus amigos que tiravam sarro de sua cara de boba apaixonada, Danilo apoiava o namoro das duas e disse que Amanda era bem legal afastada da Rachel, já Manuela ficava com o pé meio atrás com esse romance das duas, talvez por ainda ter uma queda pela loirinha.
-- Você faz muito bem para essa ruivinha amiga -- disse Danilo ainda com a voz afetada, nem notando que Júlia percebia seu modo de falar. -- arrasou!
-- Eu não sei não viu, essa história de vocês duas, não me desce sei lá -- se manifestou Manu.
-- Deixa de recalque Manu, se joga Júlinha, vai fundo amiga! – Danilo apoiou.
-- Obrigada Dandan, e relaxa Manu, sei o que estou fazendo, não vou me machucar -- disse olhando para a porta do banheiro.
-- O que foi? -- perguntou os dois amigos.
-- Amanda está demorando demais.
-- Vai atrás dela -- sugeriu Danilo.
-- Deixa ela Júlia, deve estar com fila o banheiro.
-- Eu vou lá, fila não deve ter porque aquela morena -- disse apontando para uma menina que passava -- entrou agora pouco e já saiu.
Se levantou e foi em direção ao banheiro.
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Amanda quando saiu da mesa foi para o banheiro, estava apertada e agradeceu mentalmente por não ter fila, não demorou muito no reservado e saiu para lavar as mãos, quando já estava as secando pelo espelho viu que estava sendo observada por Rachel e se assustou.
-- Que susto Rachel! -- disse levando as mãos em direção ao coração.
-- Se assustou Amanda? Está devendo?
-- Que ideia garota, o que está fazendo aqui me observando?
-- Eu estava tentando entender o que você está planejando ficando com aquelazinha lá, com certeza você vai fazer algo horrendo, mas tudo bem, agora estamos só nós -- disse se aproximando dela e sem que a ruiva esperasse grudou as mãos em sua cintura e a prensou contra a pia do banheiro -- Não precisa fingir, eu estava morrendo de saudade de você.
-- Está ficando louca? -- disse empurrando seus ombros evitando que a beijasse -- Eu não estou fingindo e nem planejando nada Rachel, me solta! Eu realmente gosto da Júlia.
-- Mais do que de mim? É impossível Amanda! -- gritou tentando um contato maior -- eu sempre fui apaixonada por você! O que ela fez? Te enfeitiçou?
-- Eu sinto muito Rachel, mas é dela que eu gosto, sempre te vi apenas como amiga.
-- Amigas não fazem o que nós já fizemos Amanda! -- gritou.
-- Eu sei, e isso foi um erro, eu ter deixado nossa amizade ir para esse lado, sinto muito Rachel, você vai encontrar alguém que goste de você como merece, mas eu estou perdidamente apaixonada pela Júlia.
-- Isso não vai ficar assim! -- gritou saindo do banheiro transtornada.
Assim que saiu do banheiro encontrou dois rapazes altos e fortes do lado de fora e acenou com a cabeça, passou por eles e dizendo "Pode fazer" os dois acenaram de forma positiva.
Amanda ficou alguns segundos se recuperando da surpresa de ver Rachel ali e da conversa que tiveram. Quando saiu do banheiro foi abordada por dois rapazes que a pegaram pelo braço e levaram até a parte escura do corredor do banheiro, que também tinham alguns armários de ferro. A empurraram com um pouco de força contra os mesmos.
-- O que isso? Estão me confundindo, me soltem! -- dizia tentando se soltar quando foi posta contra a parede e os dois na sua frente.
Eles nada falaram apenas lhe acertaram uma joelhada na altura do estomago.
Amanda já gritava e tentava se soltar e desviar dos golpes que eram desferidos contra si e ficou desesperada quando viu que ninguém a ajudava, a música era alta o que abafa seus gritos, e algumas pessoas que viam não se atreviam a se meter. Sentiu seu celular vibrar em seu bolso e rezou para ser Júlia, sem os dois rapazes verem ela conseguiu apertar o botão que atendeu a ligação.
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Júlia entrou no banheiro procurando a ruivinha e não a encontrou, saiu do banheiro e ligou para o celular de Amanda, ela atendeu mas não respondia, a música era alta e quase impossível de ouvi-la então escutou a voz da ruiva gritando, era algo parecido como se estivesse pedindo ajuda, foi seguindo o barulho da música e encontrou Amanda apanhando de dois rapazes fortes.
-- O que está acontecendo aqui?
-- Sai daqui garota, e você não viu nada entendeu? -- disse um dos rapazes.
-- Larga ela -- Júlia falou avançando contra os dois.
Deu uma joelhada nas partes intimas de um deles o fazendo se contorcer, e desviou do soco no rosto que o outro rapaz tentou lhe acertar, ela lhe deu um chute que pegou na altura das costelas e recebeu um soco na boca do estomago a deixando sem ar, o rapaz aproveitou esse momento e a empurrou contra os armários de ferro batendo seu rosto neles e a segurando ali naquela posição, torceu um braço seu para trás. Júlia ainda estava se recuperando do baque do seu rosto contra o armário e do soco no estomago, o rapaz era realmente forte.
-- Solta ela! -- gritou Amanda tentando ajudar, mas não conseguia, o rapaz virou e a empurrou fazendo se desequilibrar.
-- Me deixa acabar com essa vadia! -- disse o outro rapaz já recuperado e empurrando o amigo e virando a loirinha de frente apertando seu rosto. -- Você vai me pagar!
Júlia não disse nada apenas impulsionou seu corpo para frente e conseguiu se soltar, deu um soco em seu nariz, o rapaz não esperava tanta força e logo teve suas partes intimas atingidas novamente mas agora por um chute, foi tão forte que de imediato verteu lagrimas em seus olhos e se ajoelhou com as mãos no local atingido apertando e se contorcendo.
-- Vagabunda! -- gritou chorando.
Júlia foi até o rapaz que olhava a cena mas já estava segurando o braço da ruiva, sem que ele falasse nada lhe deu um chute nas pernas, ele reagiu a empurrando contra os armários novamente e lhe dando um soco na altura da cabeça mas a mesma desviou e ele acertou o armário, urrou de dor e deu um soco com a outra mão na altura das costelas de Júlia acertando duas series de socos, a loirinha prendeu a respiração e tentou a técnica de luta para receber golpes, saiu do contato do rapaz e pegou no cabelo dele e deu um soco na altura dos olhos, logo deu outro entre seu nariz e maçã do rosto.
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O barulho dos armários quando Júlia foi jogada chamou a atenção de algumas pessoas que agora se aglomeravam, como a loirinha não voltava para a mesa Manu e Danilo resolveram ir atrás das duas, viram o montinho de pessoas e se juntaram a elas e viram que era a ruiva e a loirinha, presenciaram a loira batendo no rapaz e quando o mesmo fez menção em ir para cima de Júlia Danilo passou pelas pessoas e o segurou dando uma chave de pescoço forte o imobilizando, o rapaz mal conseguia pedir para solta-lo.
-- O que aconteceu? -- perguntou apertando mais o golpe no rapaz.
Júlia ignorou a pergunta que lhe foi feita e foi em direção a ruivinha que chorava e a abraçou.
-- Vai ficar tudo bem amor -- disse beijando seu cabeça e a abraçando forte -- o que eles fizeram com você?
Amanda nada respondia apenas ficou abraçada a loirinha. Rachel que se aproximou das pessoas viu Danilo segurando um dos rapazes e o outro no chão, se aproximou e viu Júlia abraçando Amanda que chorava copiosamente.
-- O que aconteceu? -- se fez ouvir já que a música tinha parado devido a confusão.
-- Nós estávamos fazendo o serviço com a ruivinha e essa loira chegou estragando tudo! -- o rapaz que ainda estava ao chão disse nervoso, o que falou irritou a morena.
-- Idiota! O serviço era para a loira e não para a ruiva! -- gritou irritada -- fizeram alguma coisa com você Amanda? -- disse se aproximando da ruiva, mas a mesma não lhe deu atenção -- amor responde!
Júlia ouviu tudo o que foi dito e entendeu, foi Rachel quem mandou os rapazes fazem aquilo, se irritou profundamente, soltou Amanda que parecia estar em estado de choque e avançou sobre a morena lhe acertando um soco um pouco abaixo do olho, assim que Rachel recebeu o soco desequilibrou, não esperava por aquilo, antes que fosse ao chão Júlia a segurou pelo colarinho da roupa e a jogou contra os armários e lhe deu socos e chutes no estomago costelas e rosto, deu mais um soco que dessa vez pegou na boca da morena e ouviu a voz de Amanda e Manuela a chamarem, ouviu Danilo falar alguma coisa mas não distinguiu o que eles falavam, até que ouviu novamente.
-- Júlia solta ela -- disse Amanda com um certo desespero na voz.
-- Ela mandou fazerem isso! -- disse ainda segurando Rachel para que não escapasse, e só então viu que o rosto da morena estava sangrando em todas as partes que foi atingida por seus socos.
-- Júlia larga ela, não vale apena. -- disse Manuela tentando acalmar a loirinha.
-- Vai machuca-la Júlia! -- Amanda falou novamente com apreensão na voz.
Júlia que ainda estava de costas para as duas que tentavam a acalmar e se indignou com o que Amanda disse, como assim machuca-la? Por culpa dela Amanda tinha apanhado de dois brutamontes, e podia ter se machucado serio, sendo que aquilo foi encomendo para ela. Não pode acreditar que Amanda estava realmente a defendendo e virou o rosto para encara-la com a expressão de desacreditada.
-- Vou machuca-la Amanda? -- disse com sarcasmo na voz -- Você viu o que ela quase fez com você? Isso era pra mim, ela encomendou isso!
-- Você está machucando ela Júlia, solte-a por favor.
Júlia não entendia, e quando foi olhar Rachel a soltando, ia dizer algo mas teve seus olhos atingidos por spray de pimenta que a morena tirou do bolso, levou a mão aos olhos e a morena ainda jogou novamente mais um jato que pegou em sua boca, nariz e mãos. Júlia deu dois passos para trás tentando enxergar e com dor, já não conseguia respirar devido a ter inspirado o spray, teve suas mãos puxadas do rosto e a morena jogou mais um jato generoso em seus olhos o que fez a loirinha gritar de dor.
-- Para Rachel! -- gritou Amanda se pondo entre as duas vendo que a morena ia aplicar o spray novamente.
Júlia estava ajoelhada no chão, não conseguia respirar direito pois sua garganta ardia, seu nariz também e seus olhos então? Ardiam tanto que não conseguia enxergar nada.
-- Não esfrega os olhos e nem o rosto Júlia! -- gritou Danilo que ainda segurava o rapaz paralisado com a cena -- se aproxima dela Manu, não deixa ela esfregar nenhuma parte do corpo que vai ser pior!
Manuela obedeceu o amigo e se ajoelhou ao lado da loirinha segurando suas mãos e dizendo que iria piorar, a levantou e levou até o banheiro para jogar agua em seus olhos.
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Amanda encarava Rachel e viu Manu levando Júlia ao banheiro.
-- Eu nunca mais quero te ver, some da minha vida!
-- Amanda, não era pra ter acontecido isso com você desculpa... Amanda eu... -- tentava se desculpar.
-- SOME DA MINHA VIDA! ME ESQUECE! -- dizendo isso lhe deu um tapa no rosto.
Os seguranças chegaram e pegaram o rapaz que estava joelhado ao chão o arrastando e pegaram o rapaz que Danilo segurava, as pessoas que estavam a volta explicaram o que aconteceu.
-- Amanda vem comigo nós temos que explicar o que aconteceu, a polícia já está vindo – disse Danilo se aproximando da ruiva.
-- Eu preciso ver como a Júlia está.
-- Calma a Manu está com ela, nós ligamos para elas enquanto resolvemos isso.
Foram junto com os seguranças, Danilo quando chamou a polícia informou que se tratava de uma ocorrência que envolvia uma Lancaster e que não poderiam demorar, ligou para seu tio que tinha amigos na polícia e pediu que o mesmo os apressassem, e assim foi feito, não demorou nem 5 minutos e os policiais estavam lá, abriram a ocorrência e levaram os dois rapazes presos.
Amanda voltou correndo para o banheiro, e encontrou a loirinha com lagrimas escorrendo pelos olhos e forçando a visão, tentava apertar os olhos com as mãos mas via Manuela segurando suas mãos e jogando água em seus olhos.
-- Eu vou te levar ao hospital -- disse Manu sem notar que Amanda entrou feito bala no banheiro.
-- Amor! -- Amanda disse se aproximando da loirinha e tentando toca-la, a loirinha ao sentir seu toque se desvencilhou.
-- O que você quer Amanda? Já foi ver como o rosto da sua amada ficou? -- disse irritada e com a garganta ardendo, impedindo que sua voz saísse normal.
-- Não fala isso Júlia! -- disse a tocando novamente segurando seus ombros mais forte quando a loirinha tentou se soltar -- para de me repelir!
-- O que você quer?! -- tentou gritar quase sem voz.
-- Ver como você está, ver como minha namorada está!
-- Depois de ver como seu amor ficou após meus socos?
-- Para com isso! Eu não fui ver como ela estava ok? Eu tive que acompanhar o Danilo e os seguranças esperando os policiais que levaram os rapazes presos! E me perdoa, eu sei que a culpa foi minha por ela ter te acertado com o spray.
-- Que bom que você sabe -- dizia com a voz repleta de sarcasmo.
-- Não me trata assim Júlia, eu só pedi para você parar de bater nela porque você ia a desfigurar, e ela é filha do senador lembra? Ele no Brasil é um homem muito poderoso, me desculpa.
-- Melhorou Júlia? -- Manuela perguntou se intrometendo na conversa.
-- Eu não consigo enxergar -- disse chorando de dor -- nem respirar direito, e minha pele está toda ardendo.
-- Vamos ao hospital -- disse guiando a loirinha para fora do banheiro e Amanda as acompanhava.
Encontraram Danilo apoiado na parede de frente ao banheiro as esperando preocupado, assim que saíram ele perguntou como ela estava Manu explicou que ia leva-la ao hospital mas o mesmo disse que tinha ligado para sua irmã que era médica e a mesma explicou o que devia ser feito então decidiu leva-las para sua casa.
Seguiram todos para casa de Danilo, chegando lá a irmã dele uma moça um pouco mais baixa que seu irmão de pele negra e olhos castanhos claros, cabelos longos atendeu a loirinha, lavou seus olhos com sono fisiológico e foi até seu quarto pegou um shampoo de bebê e entregou a ela.
-- Aqui, toma um banho no banheiro do Danilo, que eu vou providenciar roupas para você -- disse entregando o shampoo -- passa esse shampoo na pele toda onde foi atingida pelo spray, vai aliviar.
A loirinha que ainda sentia seus olhos arderem mas já conseguia enxergar, embaçado mas conseguia, pegou o shampoo e acompanhou Danilo ao banheiro, tomou seu banho e fez o que a irmã de Danilo disse aliviando a ardência da pele.
Saiu do banho vestindo um roupão e encontrou Amanda a esperando sentada na cama do rapaz.
-- Está melhor?
-- A ardência da pele diminuiu bastante mas minha visão ainda está embaçada e ardendo, minha garganta também.
-- Amor -- disse levantando e indo em direção a loirinha -- Me desculpa é sério.
-- Eu não quero conversar agora Amanda.
-- Por favor amor, eu só pedi aquilo porque você estava irritada perdeu o controle, acredita em mim, eu cheguei até a dar um tapa nela depois.
-- Amanda por favor, agora não, minha garganta dói, quando eu respiro dói e meus olhos estão doendo muito.
A irmã do Danilo bateu na porta e entrou, trouxe uma muda de roupa para a loirinha.
-- Aqui está, tem uma camisa um short e uma calcinha, ah esta nova enfim, vou dar licença para se trocar -- disse saindo.
Amanda pegou a roupa para entregar a Júlia e viu a calcinha de renda fez uma expressão de desagrado.
-- Acho que essa garota está mal intencionada.
-- Para de besteira Amanda, nem todo mundo é gay, agora me dá logo essa roupa porque meus olhos ainda estão ardendo e estou começando a ficar com dor de cabeça.
-- Desculpe -- disse esticando as roupas -- aqui.
A ruivinha saiu do quarto para sua namorada se trocar, minutos depois Júlia já vestida foi de encontro com o restante do pessoal.
-- Como você está Júlinha? -- perguntou Manuela.
-- Eu estou melhor, mas meus olhos ainda ardem muito, eu estou vendo tudo embaçado -- disse apertando os olhos.
Laura irmã de Danilo saiu depressa do sofá e foi de encontro com a loirinha tirando suas mãos dos olhos.
-- Ei não aperta, só vai fazer doer mais.
-- Mas ta ardendo muito, o soro aliviou mas agora continua ardendo.
-- Vem -- disse a puxando pela mão para o sofá -- deita que eu vou passar o soro novamente ok?
Júlia fez o que foi dito, e logo depois Laura se sentou pondo sua cabeça em seu colo e passando o soro.
-- Isso ta gelado.
-- Desculpa – disse sorrindo -- mas aliviou?
-- Uhum.
Amanda apenas observava a cena se mordendo de ciúmes e já ficando vermelha, Danilo percebeu e se aproximou dela dizendo em seu ouvido.
-- Relaxa ruiva, minha irmã não é lésbica.
-- Não é o que está parecendo.
-- Isso se chama insegurança, não é porque brigaram que vão terminar ok?
-- Caramba Danilo, eu sei que ela está brava e chateada comigo por eu ter pedido pra ela parar de bater na Rachel, mas o que queria que eu fizesse? Ia deixar ela matar a garota de porr*da? -- disse estourando de fragilidade, ainda estava nervosa e sensível pelo episódio da balada, e agora estava demonstrando isso.
-- Eu sei Amanda, mas fica calma vocês vão se acertar, vem aqui -- abriu os braços oferecendo um abraço que foi prontamente aceito.
-- Eu espero que sim -- disse começando a chorar.
-- Vamos tomar um ar pra você se acalmar.
Os dois saíram para a varanda, e Júlia viu, percebeu os dois abraçados e o rosto da ruivinha rosado, em um tom quase passando para vermelho, levantou-se e pediu licença para Laura e Manuela e foi atrás de sua namorada. Assim que chegou viu Amanda chorando com soluços abafados ainda abraçada a Danilo, aquela cena lhe apertou o coração e se esqueceu de toda a raiva que sentiu mais cedo, se aproximou dos dois e tocou o braço da sua namorada.
-- O que aconteceu?
-- Vou deixar vocês a sós -- disse Danilo saindo do abraço da ruiva e entrando na casa.
-- O que aconteceu Amanda? -- repetiu a pergunta.
Esperou que ela lhe respondesse, mas a mesma continuou chorando e controlando os soluços, então Júlia a puxou para um abraço e pensou o pior.
-- Amor, o que aconteceu? Eles conseguiram fazer alguma coisa com você lá na balada? Me diz a verdade.
A ruivinha ao ouvir ser chamada de "amor" ficou feliz, mas ao mesmo tempo com medo de perder a loirinha, seu choro aumentou e ela apertou o abraço.
-- Júlia... -- conseguiu dizer ainda chorando entre soluços e o rosto entre o ombro e o pescoço da loirinha.
-- O que foi meu amor? Me diz o que aconteceu linda, eles fizeram alguma coisa com você?
-- Não.
-- Então o que houve?
-- Me desculpa... eu... eu não queria te chatear, não fiz por mal, me desculpa...
-- Shii -- disse a interrompendo e afastando-a um pouco para olha-la -- já passou amor, esquece isso, não chora.
-- Me desculpa, eu não queria que você ficasse brava comigo, eu não quero te perder.
-- Não vai me perder, da onde você tirou essa ideia?
-- É que você ficou magoada comigo, e eu pensei... pensei que...
-- Não termina a frase, eu não vou terminar com você por causa disso, eu fiquei sim irritada e chateada, mas já passou, eu estou aqui com você minha princesa.
Amanda a abraçou forte e respirou fundo o perfume do pescoço de sua namorada e depois soltou o ar dos pulmões aliviada com um sorriso leve nos lábios e beijou Júlia, o beijo foi calmo cheio de carinho, e foi terminado por Júlia lhe dando selinho e secando algumas lagrimas que ainda insistiam em cair.
-- Não chora bebê, agora vamos pra casa? Meus olhos ainda estão ardendo um pouco e quando respiro sinto um leve incomodo.
-- Não é melhor irmos no hospital? – perguntou preocupada
-- Não, minha cota de hospitais eu já estourei por uma vida toda, e outra eu odeio hospitais, e está passando, acredite estava bem pior.
-- Está bem, vamos, você precisa descansar -- disse beijando seus lábios e mostrando um sorriso encantador -- minha heroína.
Recebeu um sorriso lindo de Júlia, e foram para dentro se despedir do pessoal, iam ligar para um taxi, mas a irmã de Danilo ofereceu uma carona que Amanda dispensou de imediato, Manuela entendeu e esboçou um sorriso e ofereceu dar carona as duas, a ruivinha também dispensou dizendo que preferir ir de taxi, mas Manu insistiu, até que Júlia aceitou alegando para a namorada que estava cansada e seus olhos ainda ardiam, Amanda se deu por vencida e aceitou.
Foram abraçadas no banco de trás, Júlia por seu trauma de andar de carro, já Amanda por não ser muito fã de Manuela.
Júlia abraçava Amanda pela cintura e encostava sua cabeça no ombro da ruivinha, que a abraçava como se estivesse a protegendo, e fazia carinho em seus cabelos, fazendo quase a loirinha dormir.
Manu as olhava pelo espelho retrovisor, e as vezes perguntava se Júlia estava bem, se não queria ir ao hospital, a mesma dizia não, e o silêncio retornava, até que colocou uma música para quebrar o silêncio. Estava tocando Dear Mr. President da cantora Pink.
-- Adoro essa música -- disse Júlia.
-- Eu também -- concordou Manu animada.
-- O que foi? -- Júlia perguntou ao notar a testa da namorada enrugada.
-- Nada. - disse cortando o assunto e olhou para a janela.
A verdade é que Amanda não conhecia a música que as duas diziam gostar, e sentiu um leve incomodo, e esse incomodo só aumentou quando percebeu que Manuela tentava flertar com sua namorada, pelo menos era isso o que parecia para ela.
Manuela colocou outras músicas mostrando para a loirinha, ambas tinham o mesmo gosto musical e conversavam animadamente, já Amanda se mantinha calada, não conhecia nenhuma das músicas que tocavam.
-- Olha essa música Julinha, o nome é Disease. Já ouviu Matchbox Twenty né? --perguntou Manu animada com a conversa.
-- Claro, adoro essa banda.
-- Serio? Quais suas músicas preferidas?
-- Gosto de muitas, mas adoro essas "How far we've come" ... "Unwell" ... "Push" ... "She's so mean" essas são as minhas preferidas.
-- Eu gosto dessas também, mas de todas que você falou, gosto mais da "Unwell".
-- É bem antiga, mas eu gosto também.
Continuaram conversando animadas, já estavam a duas quadras da mansão Lancaster, Júlia percebeu que Amanda não interagia na conversa e tentou chamar sua atenção.
-- O que foi? -- perguntou dando-lhe um beijinho no pescoço, mas a ruivinha só suspirou e continuou olhando a janela.
-- Nada.
-- Tem certeza? -- indagou erguendo as sobrancelhas.
-- Sim.
Júlia achou melhor não insistir, pensou que talvez a namorada ainda estivesse a balada com o que ocorrerá mais cedo.
Voltou a conversar com Manuela sobre seus gostos musicais, e logo chegaram na mansão, Amada desceu junto da loirinha e se despediu agradecendo a carona de longe, já Júlia saiu do carro e foi até o banco da motorista e se despediu com um beijo no rosto de Manu, algo normal pois sempre se tratavam com carinho, mas Amanda não via dessa forma e se mordia de ciúmes, a verdade é que se sentia muito insegura, com medo de perder a loirinha, realmente estava amando ela.
Já dentro da mansão as duas entravam de mãos dadas, mas a ruivinha ainda continuava calada, assim que entram na sala Amélia estava saindo da cozinha e viu as duas, olhou de olhos arregalados para Júlia e se aproximou dela tocando seu rosto e virando seu rosto de um lado para o outro.
-- O que aconteceu com você menina?!
-- Não foi nada Amélia -- disse sorrindo para tentar amenizar a preocupação da senhora -- Só irritação nos olhos, não se preocupe.
-- Como não menina? Seus olhos estão muito vermelhos, está quase parecendo que vai verter sangue por eles.
-- Ai que exagero Amélia -- disse forçando um riso -- Não estou tão ruim assim, estou?
-- Vai me dizer o que aconteceu, ou não?
-- Amanhã te digo curiosa -- disse beijando seu rosto -- vou descansar.
Subiu para o quarto seguida por Amanda, o silêncio já estava incomodando a loirinha, viu que ao se aproximar de seu quarto a ruivinha diminuiu os passos, como se estivesse hesitando se entraria com ela.
-- Amanda quer me dizer alguma coisa?
-- Hã? -- perguntou confusa, estava distraída pensando se iria entrar no quarto de sua namorada ou seria melhor ir pro seu.
-- Eu perguntei se você quer me dizer alguma coisa? O que você tem? Desde que entramos no carro da Manu você está calada.
-- Ah... não é nada.
-- É alguma coisa sim, que você não quer me contar -- disse se encostando no batente da porta e pondo um mão sobre os olhos os apertando de leve.
-- Não faz isso -- disse Amanda se aproximando e puxando suas mãos dos olhos -- Você ouviu a irmã do Danilo, isso vai irritar mais seus olhos.
-- Mas ta doendo, incomoda -- disse enrugando de leve sua testa em forma de dor.
-- Vem, vamos entrar no seu quarto, veste uma roupa confortável enquanto eu vou ver se tem soro aqui em casa -- disse a pegando pela mão e abrindo a porta do quarto.
Deixou a loirinha se trocando e foi até a Amélia, que parecia a única que estava acordada na mansão, a cozinheira disse que tinha um vidro de soro fisiológico na geladeira, entregou para a ruivinha perguntando se estava tudo bem, a garota tratou de lhe acalmar dizendo que sim, que era para diminuir a irritação dos olhos de Júlia, pegou o soro e subiu para o quarto.
Encontrou Júlia deitada na cama por cima dos lençóis de barriga para cima e com as mãos no rosto, ela vestia uma camisa larga e um short bem curto mas que era confortável para dormir, estava com fone nos ouvidos, escutava "Lifehouse - Everything" nem ouviu Amanda se aproximar.
-- Júlia -- disse sentando ao seu lado e tirando suas mãos dos olhos.
A loirinha abriu os olhos e tirou os fones pausando a música.
-- Como é teimosa meu Deus, já não sabe que apertar ou esfregar os olhos vai piorar?
-- Desculpa -- disse franzindo a testa novamente fazendo uma cara de cão que caiu da mudança e colocou manha na voz -- É que está doendo amor.
-- Eu sei anjo, deita mais pra cima pra eu passar o soro no seus olhos.
Júlia fez o que foi mandado e deitou colocando a cabeça no travesseiro, Amanda abriu o soro e começou a passar nos olhos da loirinha, que reclamou que estava gelado, ficou ganhando paparico da namorada, Amanda dobrou um pano e molhou no banheiro, o torceu e pôs sobre os olhos da loira e apagou a luz do quarto apenas deixando a do abajur.
********××××××********
-- Por que parou de fazer o cafune? Estava gostoso -- contestou Júlia tirando o pano de seus olhos.
-- Pensei que tivesse pego no sono amor.
-- Não consigo dormir -- disse encarando a ruivinha que estava sentada na cama com as pernas esticadas e as costas encostada na cabeceira da cama.
-- Ainda dói muito?
-- Diminuiu, mas não é por isso que não consigo dormir... Você vai me contar o que você tem?
-- Eu não tenho na... -- ia dizendo mas foi interrompida.
-- Sim, você tem alguma coisa, não quer me contar, mas eu sinto, e não consigo dormir com você assim.
-- Poe uma música que você goste pra eu escutar? -- disse suspirando e olhando pra frente.
Júlia colocou a música "Fake Plastic Tree - Radiohead".
-- Pronto, agora vai me dizer o que você tem? Me diz o que está sentindo.
-- Eu estou com medo Júlia -- disse de uma só vez como se dizer aquelas palavras fosse um segredo que já mais poderia ser revelado.
-- Medo de que pequena? -- disse sentando como ela estava encostada na cabeceira da cama.
-- De te perder, hoje quando você me ajudou eu fiquei com medo de você se machucar, depois tive medo de você fazer algo com a Rachel que você poderia se arrepender, tive medo de você me deixar, e ainda tenho esse medo.
-- Eu já disse que não vou te deixar, pensei que você tivesse entendido. -- disse puxando ela e a abraçando, a fazendo deitar-se no seu abraço.
-- Mas eu tenho medo, estou insegura, hoje você no carro conversando com a Manuela sobre música, percebi que nós não temos nada em comum, você gosta de músicas, e bandas que eu nunca ouvi e nem sei quem são, por exemplo essa música que está tocando agora.
-- Essa música que está tocando agora é "Fallen - Sarah McLachlan". Mas isso não é problema, eu posso te mostrar meus gostos, e você me mostra os seus, e temos algumas coisas em comum sim.
-- O que por exemplo?
-- Um dos meus livros preferidos é "A montanha entre nós" e percebi que você já o leu.
-- Sim, gosto desse livro.
-- Está vendo? Temos coisas em comum. -- disse sorrindo.
-- Isso é só uma coisa que temos em comum Júlia -- revirou os olhos chateada.
-- Mas já é alguma coisa, e temos outra coisa em comum, nós nos gostamos, esse sentimento é recíproco, o resto não importa.
Dizendo isso a beijou, um beijo que começou lento e suave, mas aos poucos foi se tornando intenso, Júlia sugava os lábios de Amanda, a puxando pela nunca com a mão entre os cabelos ruivos, mordeu de leve o lábio inferior da ruiva e o puxou para si, Amanda suspirou durante o beijo e o desejo se fez mais do que presente, apertou a cintura da loirinha ficando mais por cima dela, concedeu a passagem para a língua da loira, que explorava sua boca, e ela fazia o mesmo, a cada sugada em sua língua mais forte sentia seu corpo pegando fogo, gem*u entre um beijo e outro.
Já ia tentando subir a camisa de Júlia, quando notou que a loirinha parecia ter ficado tensa, então se lembrou que ela era virgem e provavelmente tinha medo dela por ter agido como louca da outra vez, por esse motivo cessou o beijo com leves selinhos nos lábios da loira.
-- Desculpa, fui rápida demais.
-- Eu quem te beijei desse jeito e você quem pede desculpa? -- Júlia riu a apertando em seus braços.
-- Isso é verdade, mas eu quero que sua primeira vez seja especial.
Júlia gostou de ouvir as palavras de Amanda, e esboçou um leve sorriso de lábios, inspirou o perfume dos cabelos ruivos que estavam abaixo de seu pescoço, e sentiu os braços de Amanda a apertarem mais um pouco, como se tivesse medo que ela fugisse.
-- Você já sabe que não precisa ter medo de me perder não é?
-- Mas eu sinto... sinto medo de te perder por não termos coisas em comum como você e a Manuela tem, seus gostos musicais, sinto medo de te perder, me sinto insegura.
Júlia resolveu falar o que já tinha pensado mas vinha escondendo com medo de se machucar mais uma vez, mas sentia que se não falasse, que se não passasse uma segurança para sua namorada isso iria machuca-la.
-- Escuta Amanda, eu vou te dizer isso, e espero que eu não me arrependa depois -- disse respirando fundo criando coragem.
Amanda nada disse, apenas esperou o que a sua loirinha tinha para lhe dizer ansiosa.
-- Você não precisa se sentir insegura, porque eu realmente gosto de você, não estou fingindo ou brincando, eu realmente gosto, eu não vou te trocar, não existe essa opção entendeu? Eu também sinto medo de te perder, sinto medo de você me trair ou me trocar, sinto muito ciúmes também...
Amanda escutava tudo absorvendo cada palavra com as sobrancelhas levemente levantadas, sua expressão facial era de desacreditada porque até então a loirinha não demonstrava muito o que sentia.
--... E eu tenho medo de estar aqui, agora falando dos meus sentimentos e me machucar, medo de você me machucar, e é por isso que procuro não demonstrar tanto o que eu sinto, não quero me machucar novamente -- disse respirando fundo e suspirando então prosseguiu -- mas hoje o que eu mais tive medo, foi de que aqueles caras pudessem ter feito algo com você, eu tive medo, não quero que nada te aconteça entendeu? Por isso eu perdi a cabeça.
-- Eu não vou te machucar -- disse acariciando o rosto da loirinha, e repetiu como se fosse algo de outro mundo existir essa opção -- Não vou.
-- Eu espero que não, você é importante pra mim, eu acho que me apaixonei por você desde a primeira vez que te vi, uma ruivinha mal educada mas extremamente linda, no aeroporto me tratando super mal -- disse sorrindo se lembrando do dia -- E se for analisar todos meus sentimentos por você, eu acho que isso já passou de paixão Amanda... e já que eu me expus que se dane, enfim... eu acho que te amo garota.
Amanda abriu mais o sorriso como se fosse uma criança de 6 anos que ganha o presente tão almejado, não resistiu e a beijou, praticamente "pulou" em cima da loirinha, lhe deu um beijo longo e cheio de sentimento.
-- Eu também sinto tudo isso por você, eu sinto que te amo, e não quero te perder... é isso Júlia San'Germany Lancaster, eu te amo muito -- disse dando-lhe mais um beijo e repetiu entre beijos -- muito... muito... muito.
Júlia sorriu e ficaram trocando carinho, até que dessa vez Júlia que se deitou com a cabeça encostada no ombro da ruivinha recebendo cafune quase adormecendo quando a Amanda lhe perguntou
-- Quer dizer então que foi amor a primeira vista? -- Amanda perguntou em um tom engraçado, fazendo a loirinha rir
-- Acho que sim, ainda mais ao te ver toda molhada, com a garrafinha de água que você me fez derrubar.
-- Não foi culpa minha, você que não sabe segurar direito a garrafinha.
-- Serio que vamos discutir sobre isso de novo?
-- Não -- disse sorrindo -- mas deixa eu te falar, eu acho que me apaixonei por você assim que te vi de costas no aeroporto, toda perdida.
-- Oi? -- disse rindo -- Como assim?
-- Quando eu estava te procurando, eu vi uma moça de costa, de calça jeans colada jaqueta de couro e cabelos loiros e longos, achei ela linda, e me perguntei se seria tão bonita de frente, então quando ela se virou meu queixo caiu.
Júlia soltou uma gargalhada gostosa e Amanda estava rindo junto.
-- Hum, então quer dizer que essa loira era exatamente linda de frente, e você se apaixonou por ela a primeira vista? -- indagou divertida.
-- Exatamente, eu me encantei por aquela garota, mas então percebi que já a tinha visto, foi quando eu fiquei irritada comigo mesma, por ter achado linda a tal de Júlia San'Germany, ou melhor Júlia Lancaster.
-- Ficou nervosa consigo mesma e comigo também né? descontou toda sua raiva em mim, e olha que no começo quando você tirou o celular da minha mão eu fiquei perplexa.
-- Me desculpa, mas também o que queria? Que eu te tratasse como uma princesa? Eu te odiava, morria de ciúmes de você.
-- Me julgou antes de me conhecer, mas tudo bem eu te perdoo -- disse rindo.
Amanda estava radiante com toda essa declaração que receberá, não podia conter o sorriso bobo que estava em seus lábios. Júlia antes de se entregar ao sono olhou mais uma vez para sua namorada e ao ver o sorriso no rosto dela acabou sorrindo também. Estava lutando contra o sono só para olhar sua amada.
Amanda percebeu que ela estava sendo observada, então lhe deu um selinho carinhoso.
-- Dorme amor... seus olhos ainda ardem?
-- Um pouco, mas estou sem sono.
-- Não está não, seus olhinhos estão quase se fechando.
-- Não estão -- disse erguendo as sobrancelhas para arregalar os olhos, e fez Amanda sorrir.
-- Para de graça, e... nossa amor estão ainda bem vermelhos, e bem mais verdes.
Júlia pegou um espelho que tinha sobre o criado mudo e checou seu estado.
-- Nossa estão horríveis, parece que eu fiquei chorando o mês inteiro, eles sempre ficam dessa cor quando eu choro, mas nunca nesse vermelho, Amélia tem razão parece que vai verter sangue.
-- Ai para de falar besteira, agora dorme amor, descansa pra ver se diminui essa vermelhidão.
Júlia se aconchegou mais nos braços de sua ruivinha e começou a receber carinhos nos cabelos novamente a fazendo ficar mais sonolenta, acabou dormindo e logo em seguida Amanda apagou o abajur e se deitou melhor, ainda com a loira agarrada a ela e dormiu se sentindo feliz.
Fim do capítulo
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Mar
Em: 24/11/2015
Quase morre alguém nesse capítulo. Uffa. Mo do céu sacudi o celular saio sangue. Gostei bem agitado. Além de linda meu amor tem umas idéias bem diferenciadas .. Parabens meu anjo loiro.
Resposta do autor em 07/05/2016:
é meu anjo, quando não se tem o que fazer a imaginação vai longe kkkk e eu fico matutando aqui ideias de filmes haushaus
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