Capítulo 9 Provocações
CAPÍTULO 9: Provocações.
Os dias passaram, já fazia um mês que Júlia estava na mansão dos Lancaster, sua relação com sua avó era boa, sempre conversavam, mas continuava reservada e tentava manter a distância.
Amanda continuava a implicar com a loirinha, ficava perturbada com a presença de Júlia, sempre que podia fazia alguma coisa para irrita-la esse era um dia desses, ela só não esperava que a loirinha iria perder a paciência de verdade.
A aula de educação física, era a única em que Júlia participava com prazer sem que lhe pedissem, porem nesse dia ficaria apenas assistindo a aula por não saber jogar handebol.
As garotas da classe montaram um time de handebol, mas Manuela se machucou e pediu que ela entrasse no seu lugar.
-- Por favor Júlinha, você viu é só entrar lá esperar a bola e arremessar para alguém que vista o mesmo colete que você ou para o gol
-- Manu eu não sei...
-- Por favor, meu time odeia perder ainda mais para aquelas meninas -- disse apontando para o time adversário formado por Amanda e Rachel -- e eu odiaria fazer meu time perder.
-- Está bem você venceu, me dá o colete.
Manuela sorriu entregando o colete, quando Júlia seguiu para falar com o time disse que não sabia jogar e eles a tranquilizaram dizendo que deixasse com eles.
Amanda viu Júlia entrar na quadra e levantou a sobrancelha a observando, Rachel riu da situação. Desde o dia em que discutiu com Rachel no banheiro, a ruivinha irritava cada dia mais Júlia, talvez esse fosse o único jeito de ter atenção sem demonstrar que se sentia atraída.
-- Olha só uma novata no jogo gente, será que a americanazinha sabe jogar? -- disse alto para todos ouvirem. -- Vamos lá bastarda mostra o que sabe fazer!
Sua paciência se esgotou quando ouviu ser chamada de bastarda, Amanda sempre estava implicando com ela mas ser chamada assim novamente lembrava Otton, então foi o limite de sua paciência.
-- Já chega Amanda, o que você quer? Qual o seu problema comigo? É o Olávo? Não se preocupe porque ele vai continuar sendo seu pai, agora para de me encher! -- disse alto e próximo o bastante.
Júlia nunca respondia as suas provocações, mas hoje ela parecia estar sem paciência, e realmente estava. Ela ter respondido fez Amanda ficar calada, não esperava essa reação.
Então o apito tocou, e Júlia ficou perdida no começo do jogo.
Danilo se aproximou da arquibancada e olhou para Manuela.
-- O que a Júlia faz ali?
-- Eu me machuquei e ela entrou no meu lugar -- disse apontando para o pé.
-- Ela sabe jogar? -- perguntou com uma expressão apreensiva.
-- Não -- respondeu rindo da situação.
-- Não de risada Manuela! Ela vai ser massacrada, Amanda odeia ela.
-- Relaxa, acho que ela já aprendeu o jogo, olha lá ela com a bola -- apontou em direção a quadra.
Júlia pegou a bola e não viu ninguém do seu time então por impulso foi em direção ao gol, passou por algumas meninas e acertou o gol fazendo a rede estufar. Todos do time a cumprimentaram, Amanda ficou irritada por que odiava perder, e mais irritada ainda ficou Rachel, ela foi uma das garotas por quem Júlia passou, com esse gol ficaram empatadas.
Júlia pegou o ritmo do jogo e logo desempatou, assim seguia quando foi fazer seu terceiro gol sentiu uma dor na garganta e logo depois foi jogada ao chão, foi rápido e não viu quando Rachel foi para cima de si com o cotovelo armado lhe dando uma cotovelada no pescoço na região da garganta a fazendo ficar sem ar, e foi empurrada fazendo cair no chão.
O empurrão foi tão forte que ao cair sua cabeça bateu no chão com certa violência. Todos foram para cima de onde a loira estava caída, inclusive Manuela e Danilo que estavam na arquibancada.
-- Júlia? -- Manuela estava ajoelhada à sua frente.
Júlia não disse nada estava ainda tentando recuperar o ar, a garganta estava ardendo.
Amanda ficou sem reação e se aproximou de Rachel que ria.
-- Por que fez isso Rachel?
-- Não fiz nada, sua irmãzinha que é uma manteiga -- viu a expressão fechada da ruiva e não gostou -- o que foi Amanda, esta preocupadinha com sua irmãzinha é?
-- Vai se ferrar! -- disse indo em direção que Júlia estava.
Rachel seguiu Amanda e viram quando a loira estava se levantando ainda com a mão na garganta, seu rosto estava todo vermelho, tanto pela falta de ar quanto por raiva, assim que viu Rachel foi pra cima dela sendo segurada por Danilo.
-- O que foi Rachel, não sabe perder?! -- gritou ainda tentando se soltar.
-- Calma loirinha, você é muito mole, foi só uma faltinha de nada.
-- Vem me dar uma falta agora! -- disse tentando tirar as mãos de Danilo de cima de si.
-- Para as duas! – Amanda falou se pondo na frente de Júlia a olhando, tocou seu rosto que estava tão vermelho que parecia que a loirinha tinha corrido em uma maratona -- Você está bem?
-- Estou Amanda, não me toca! -- disse tirando as mãos da ruiva do seu rosto. -- sua amiga e você.
-- Júlia eu não fiz nada, eu...
-- Solta ela Danilo! -- gritou Rachel indo pra cima de Júlia, brava por ver Amanda tentando se justificar.
Danilo viu Rachel em cima de Júlia todos em choque pela reação da morena, antes que pudesse soltar a loira viu a mesma levar um soco na altura dos olhos, o soco não chegou a pegar em cheio porque Júlia por reflexo moveu seu rosto na mesma direção que a mão de Rachel foi.
Júlia se soltou e acertou um chute na perna de Rachel, e um soco em sua boca, Rachel com o impacto dos golpes ficou um tanto desnorteada, mas foi questão de segundos, então a segurou e jogou no chão.
As duas travaram uma guerra no chão da quadra, Júlia conseguiu ficar por cima da Rachel que puxava seu cabelo, a loira desferiu alguns socos no estomago da morena que chegou a ficar sem ar e afrouxou um pouco as mãos do cabelo da loira, mas conseguiu acerta um tapa que pegou entre a boca e a bochecha da loira.
Danilo puxou Júlia de cima da Rachel e Amanda segurou a morena, as duas estavam irritadas e tentavam se soltar. Danilo quando puxou Júlia a sentou no chão não deixando com que se levantasse para não ir em cima da morena.
-- Para Rachel! -- gritou Amanda ficando de frente para ela -- O que você está fazendo?
-- ME SOLTA AMANDA, EU VOU ACABAR COM ESSA LOIRA AGUADA!
-- Eu disse para parar!
-- Qual é? Você odeia essa menina! Me solta agora.
-- Eu já disse para parar, está ficando louca? -- disse quando ouviu um grito de Danilo e virou para trás.
Júlia já tinha se acalmado enquanto ouvia as duas discutir.
-- Pode me soltar Danilo.
-- Júlia...
-- Eu não vou ir em cima dela como ela fez comigo, me solta.
Seu amigo à soltou, ela se ajeitou e levantou, nessa hora sua cabeça pesou, e onde tinha batido quando caiu latejou, balançou a cabeça de forma negativa tentando clarear a visão que ficou embaçada, mas ficou tonta e viu tudo desfocado e do nada foi ao chão, ouviu uma voz distorcida chamar seu nome.
-- Júlia! -- gritou Danilo se ajoelhando ao lado da loirinha.
-- Júlinha? -- Manuela fez o mesmo que o amigo e tocou no rosto da amiga.
Assim que Amanda ouviu Danilo gritar o nome de Júlia olhou pra trás e viu a loirinha chegar ao chão, soltou os ombros de Rachel correu até onde estavam os amigos da loira.
-- O que aconteceu?! -- disse pegando a mão de Júlia
-- Eu não sei, ela levantou colocou a mão na cabeça e cambaleou quando eu vi já estava caindo no chão.
-- Chama alguém pra ajudar! -- gritou olhando para Manuela e os outros que estavam se aglomerando -- se afastem! -- voltou sua atenção para a loira caída ao chão e tocou seu rosto --Júlia acorda.
-- Para com isso, é tudo fingimento, se afasta dela Amanda, agora! -- disse Rachel chutando as pernas de Júlia que permanecia desacordada.
-- Sai daqui Rachel! -- gritou Amanda e quando ia se levantar viu Danilo pegando Rachel com força e a tirando de lá.
Júlia foi abrindo os olhos, piscou algumas vezes e sua visão foi ficando nítida focando no rosto da ruiva, piscou mais uma vez e fechou os olhos suspirando.
-- Júlia? Está me ouvindo?
-- Sim... ai! -- disse levando a mão a cabeça.
-- Está doendo a onde exatamente? -- disse com apreensão na voz
-- A cabeça -- disse mencionando se levantar mas a ruivinha colocou a mão sobre a altura de seus seios e seu colo e à impediu de levantar
-- Não levanta, fica assim foram buscar ajuda.
Júlia ouvia a voz apreensiva de Amanda mas não entendia, pensou que a queda estava fazendo ouvir e ver alucinações.
-- Não precisa eu estou bem – tentou levantar, mas novamente foi impedida pela ruiva.
-- O que aconteceu aqui? -- disse o professor de educação física que tinha ido até a diretoria quando tudo aconteceu -- Senhoritas Lancaster?
-- Ela e a...
-- Eu cai e bati a cabeça professor -- respondeu impedindo a ruiva de dedurar sua amiga, sabia que ela gostava muito de Rachel.
-- Você está bem?
-- Ela desmaiou Professor -- Amanda falou ainda segurando a mão da loira.
-- Meu Deus! Consegue andar?
-- Sim.
-- Então vem vou levar você até a enfermaria.
-- Deixa que eu a levo professor, termine a aula. -- a ruiva se prontificou.
Ele ficou apreensivo mas deixou Amanda levar Júlia.
Júlia quando tentou se levantar viu as vistas ficarem escuras de novo, Amanda ao perceber que ela estava tonta a segurou pela cintura e caminharam devagar.
-- Júlia o que você está sentindo? -- perguntou enquanto caminhavam.
-- Estou só com dor de cabeça Amanda, não se preocupe.
-- Porque não deixou eu falar que você e Rachel brigaram?
-- Amanda sei que você gosta dela -- viu a ruiva endurecer a expressão -- Não precisa fazer essa cara, achei que não era justo você falar algo que pudesse se arrepender.
Chegaram a enfermaria, fizeram alguns exames e dispensaram as duas para que pudessem ir ao hospital, queriam levar Júlia mas a mesma recusou várias vezes o que fez Amanda ficar brava, então ligaram para a casa das meninas para irem busca-las.
-- Você é muito cabeça dura Júlia, tem que ir ao hospital fazer um exame, você desmaiou.
-- Eu já disse que eu não vou.
-- Você vai sim, e vamos de taxi vem! -- disse puxando Júlia que se desequilibrou e a prensou na parede.
-- Desculpa, te machuquei?
-- Nã... não -- disse gaguejando pela proximidade do rosto de Júlia, conseguia sentir sua respiração.
-- Eu não quero ir ao hospital, então por favor para de insistir -- dizia com as bocas próximas -- eu estou com dor de cabeça.
Ouviram passos e se afastaram, caminharam em silencio, passou alguns minutos e Frederico chegou para busca-las.
-- Meninas estão bem? -- disse olhando pelo retrovisor -- me disseram que se machucaram.
-- Júlia bateu a cabeça, mas é teimosa e não quer ir ao hospital.
Júlia estava ficando sonolenta encostou a cabeça na janela do carro mas ao passar em um buraco balançou e sentiu uma dor mais aguda e levou as mãos até a cabeça.
-- Vem aqui, encosta em mim -- Amanda disse puxando-a pelas mãos que estavam na cabeça.
-- Estou com sono.
-- Então deita aqui -- disse encostando a cabeça de Júlia em seu peito e começou a mexer nos seus cabelos.
-- Ai!
-- Desculpa -- quando percebeu que Júlia já estava bem sonolenta disse ao Frederico -- para o hospital por favor.
-- Não -- ouviram Júlia murmurar com uma voz pastosa, mas não deram atenção.
Seguiram para o hospital, Amanda fazia carinho nos ombros de Júlia que parecia está quase dormindo.
-- Não dorme Júlia, estamos chegando -- sussurrou ao seu ouvido.
-- Eu estou com sono Amanda.
-- Eu sei, mas não dorme.
Chegaram ao hospital, na recepção Amanda falou que o atendimento era para uma Lancaster e imediatamente foram atendidas, Júlia não gostou de passar na frente das pessoas, foi examinada tiraram um raio x para verificar se a queda deixou alguma sequela, logo foi constatado que estava tudo bem, passaram um remédio para dor e foram dispensadas. A caminho do carro onde Frederico as esperava Júlia reclamou com Amanda.
-- Eu falei que não precisava!
-- Nossa Júlia, eu só queria ter certeza que estava bem.
-- Consciência pesada?
-- Não Júlia! – responde seca e magoada com a loira -- eu não mandei Rachel fazer nada com você, não teria porque ficar com consciência pesada!
Entraram no carro e seguiram em silencio, Amanda saiu do carro e foi direto para seu quarto, Júlia percebeu que tinha magoado a ruivinha com o que falou, independente do que aconteceu Amanda ficou o tempo todo do seu lado, mas iria se desculpar, só que depois porque agora precisava de um banho e descansar.
Fazia algumas horas que chegaram, Amanda se sentiu triste por Júlia pensar que ela pudesse mandar Rachel fazer aquilo, lógico que Júlia a perturbava deixando incrivelmente irritada só com sua presença, mas nunca teria feito aquilo. Chorou no banho sem saber o que estava acontecendo, ficou muito preocupada com Júlia e quando a viu desmaiada sentiu um desespero que apertou seu coração. Que sentimento era aquele?
Não era raiva, por mais que quisesse sentir raiva da loirinha não estava conseguindo, queria cuidar dela, fazer sua dor passar.
Passou um tempo e foi até o quarto de Júlia, a porta estava só encostada então entrou, viu a loirinha dormindo e ficou com dó de acorda-la quando estava voltando a porta fez barulho e fez Júlia abrir os olhos.
-- Amanda?
-- Ah... oi -- disse sem graça e virando de frente -- eu... eu vim ver como você estava, está melhor?
-- Diminuiu bastante, vem aqui -- disse sentando-se encostada na cabeceira da cama -- quero conversar com você.
Amanda se aproximou e sentou na beirada da cama apreensiva, o olhar de Júlia a desconcertava.
-- O que foi?
-- Eu só quero conversar com você, chega mais perto Amanda, eu não mordo.
-- O que quer conversar? -- disse se sentando e viu Júlia se desencostar da cabeceira e se aproximar mais dela as deixando pouco sentimentos de distância.
-- Amanda eu cansei de brigas e implicância, eu já falei pra você que não estou aqui para tomar o carinho da sua família nem nada, assim que eu fizer maior idade eu vou embora, mas por favor vamos dar uma trégua?
-- Júlia eu não tenho medo de que você tome minha família, no começo sim mas agora não -- disse encarando os olhos verdes, parecia impossível mentir para eles.
-- Então o que é? -- perguntou confusa franzindo as sobrancelhas.
-- Eu... eu já não sei -- disse tentando manter sua respiração normal, seu olhar foi para boca de Júlia e com esforço a encarou nos olhos de novo -- Você me deixa desconcertada, eu não sei explicar o que estou sentindo.
Se levantou para sair do quarto querendo fugir do contato com aqueles olhos verdes que pareciam querer lhe desvendar a alma.
-- Espera Amanda -- disse levantando e segurando seu braço nesse ato Amanda se desequilibrou e aproximou mais os corpos -- Por que está fugindo?
-- Por isso! -- avançou na boca da loirinha roubando-lhe um beijo que foi prontamente correspondido.
Amanda sugou seus lábios, a loirinha por sua vez a puxou mais para si passando suas mãos em volta do pescoço da ruiva. O beijo foi se aprofundado, Amanda pediu passagem com a língua e foi concedida, a empurrou para a cama se deitou sobre Júlia. Passou sua mão pelas pernas da mesma, foi subindo as mãos por suas pernas, quando Júlia inverteu as posições encaixando sua perna na entre as da ruivinha, Amanda foi surpreendida pela troca de posição e gem*u entre o beijo, em seguida Júlia desceu beijando seu pescoço, ali deu uma leve mordida vendo os pelos eriçarem e por fim beijou, subiu as mãos alisando a barriga da ruivinha que gemia ao seu ouvido e arranhava suas costas.
Amanda perdeu todo o controle da situação e se entregou aquele momento, quando Júlia subiu sua blusa sentiu seu ventre se contrair, arranhou-lhe as costas e soltou um gemido alto quando Júlia colocou as mãos sobre seus seios os apertando, nesse momento a loirinha a beijou abafando os gemidos da ruiva, quando ia tirando o sutiã ouviram batidas na porta e se afastaram.
Ambas estavam vermelhas e ofegantes, Júlia se levantou apressada saindo de cima de Amanda.
-- Quem é? -- perguntou Júlia
-- Sou eu dona Júlia, a Kelly, vim avisar que seus amigos Manuela e Danilo estão a sua espera na sala.
-- Tudo bem, eu já estou indo, Obrigada Kelly.
Logo em seguida se aproximou da cama onde Amanda ainda estava e a olhou dentro dos olhos sem saber o que dizer. Se não fosse pela interrupção da empregada aquele momento teria se prolongado.
-- Amanda, isso que aconteceu agora... -- disse pensando nas palavras certas mas foi interrompida.
-- Júlia não sei o que aconteceu.
-- Como não sabe Amanda? Nós nos beijamos, e se não tivessem batido na porta nós...
-- Nós nada Júlia! Me desculpa por isso está bem? -- disse a interrompendo com a voz alterada e se levantando -- isso tudo foi um erro, eu estou confusa e carente, acabei te beijando e... desculpa. -- falou saindo do quarto batendo a porta.
Júlia foi até o banheiro e lavou o rosto para ver se diminuía a vermelhidão.
" Essa garota só pode ser louca, deve sofrer de bipolaridade. Primeiro me beija, depois diz que foi um erro e sai andando, definitivamente não entendo... eu tenho que tirar esses pensamentos, ah quer saber? Que se dane isso de parar de ter esses pensamentos, esse beijo foi muito bom."
Saiu do banheiro com esses pensamentos, indo encontrar seus amigos na sala.
-- Gatinha como você está? -- Manuela a abraçou assim que a viu.
-- Estou bem linda, me levaram para o hospital contra minha vontade.
-- Ficamos preocupados, assim que saímos da escola viemos direto para cá -- disse Danilo se sentando de frente para as duas.
Ficaram conversando amenidades, e antes da hora do almoço os dois foram embora.
Amanda não desceu para almoçar, o que preocupou Cecília e Olávo, a ruivinha disse que estava com uma leve dor de cabeça e que estava sem fome.
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Amanda ficou o dia todo em seu quarto pensando no que tinha acontecido, ela tinha beijado a loirinha e gostou.
"Aquele beijo, e essa pegada que ela tem? Definitivamente se Kelly não tivesse chego nós teríamos feito amor ali mesmo... espera! Amor Amanda? Quem falou em amor pelo amor de Deus! É apenas atração física, ela é muito linda, gostosa e... ai eu estou perdida!"
Passou uma semana e Amanda sempre se esquivando de ficar no mesmo ambiente que Júlia, arrumou diversas desculpas para não fazer as refeições junto com a família e foi para a escola de taxi, conseguiu ficar assim durante uma semana, mas no domingo Olávo exigiu sua presença no jantar.
Estavam na sala de jantar, o clima estava um tanto constrangedor com os olhares que Júlia lançava para a ruivinha.
-- Amanda você está bem? -- perguntou Olávo.
-- Sim.
-- Não tocou na comida filha, você tem certeza que está bem?
-- Sim senhor, só não estou com fome mesmo.
-- Faz uma semana que você está assim, quer me contar algo? -- perguntou Cecília
-- Não -- disse encarando o prato evitando os olhares de Júlia.
-- Tudo bem, sabe que se precisar de qualquer coisa pode nós procurar, mas agora -- disse Olávo estampando um belo sorriso -- seu aniversário é semana que vem, o que vamos fazer? Ainda não sei o que preparou.
-- Semana que vem? -- disse se assustando -- eu me perdi no tempo eu... eu não preparei nada pai.
-- Eu pensei que já tivesse visto tudo, mas não tem problema, eu vou entrar em contato com empresas de festas para organizarem tudo, tem algum tema que prefira?
-- Adoro festas -- disse uma mulher de aproximadamente 33 anos, ruiva e elegante entrando pela sala com algumas malas.
-- Mamãe! -- gritou Amanda saindo da mesa e correndo para os braços de sua mãe.
Regina entrou na sala de jantar deixando as malas na porta e recebendo sua filha em seus braços, era um abraço apertado, repleto de saudades, estava vestida com elegância, uma saia social junto de um blazer e um sapato de salto alto completando seu visual.
Júlia viu a cena de mãe e filha, e percebeu que na relação das duas existia bastante carinho e amor, por um momento desejou viver uma cena como aquela, já que nunca teve esse tipo de afeto com sua mãe, mas logo tirou esse pensamento da cabeça.
-- Que saudade -- disse Amanda ainda agarrada a mãe.
-- Eu também meu amor -- beijou o rosto da filha a apertando mais em seus braços.
-- Você não avisou que vinha amor, eu teria ido te buscar -- Olávo disse indo abraça-la.
-- Eu queria fazer uma surpresa anjo -- respondeu saindo do abraço da filha e abraçando seu marido, recebendo um beijo demorado.
-- Mamãe, pensei que não viria esse mês.
-- E acha que eu ia perder o aniversário de 18 anos da minha filhota?
-- Amor deixe-me te apresentar a Júlia -- disse Olávo pegando-a pela mão e conduzindo até a mesa.
-- Muito prazer em conhece-la Júlia, esperei bastante por isso.
-- O prazer é meu senhora -- se levantou para cumprimenta-la em um aperto de mão, mas se surpreendeu quando sua mão foi ignorada, e no lugar de um aperto de mão recebeu um abraço.
-- Me chame só de Regina querida, você é muito mais linda pessoalmente -- se afastou a olhando -- vejo que seu pai terá problemas com seus pretendentes.
-- É muita bondade sua senho... digo, Regina -- disse ficando embaraçada.
-- Imagina linda -- se virou e foi até a matriarca da família -- Dona Cecília que saudades!
-- Eu também minha filha, jante conosco -- disse a abraçando.
Regina se juntou com a família no jantar, conversaram amenidades e fez sua filha comer, conheceu um pouco de Júlia, a loirinha gostou da senhora que era a cópia mais velha da ruivinha, além de elegante era simpática.
-- Filha, sua festa pensei que poderia ser um baile de máscaras, o que acha?
-- Pode ser mamãe.
-- Eu achei uma ótima ideia -- disse Cecília.
-- Então está de cedido, vou ligar para organizarem sua festa filha, não se preocupe que eu e sua mãe veremos tudo. -- Olávo estampava a alegria em ter sua esposa junto a si.
Após o jantar ficaram por um tempo na sala de estar conversando sobre a viagem de Regina, esta disse que trouxe presentes para todos inclusive para a loirinha, mas depois iria desfazer as malas, no momento precisava descansar.
No momento quando Olávo, Cecília e Regina começaram a conversar sobre os assuntos da empresa Amanda pediu licença e se retirou para seu quarto, Júlia foi logo atrás.
-- Amanda espera! -- Júlia a alcançou já na porta do quarto.
-- O que você quer garota?
-- Quero conversar com você.
-- Não temos o que conversar, boa noite -- disse abrindo a porta do quarto e entrando.
-- Espera! -- colocou o pé na porta para que não fechasse -- Você fugiu a semana inteira de mim.
-- Porque eu não gosto de você! -- disse forçando a porta para fechar.
-- Não gosta? E aquele beijo que você me deu foi de ódio? -- sorriu debochada -- ei olha meu pé, para de forçar a porta.
-- Tira o pé, e sim foi de ódio, te beijei para não te bater bastarda!
Nesse momento Júlia abriu a porta com tudo e entrou pegando-a pelo braço e assustando a ruivinha. A prensou na parede e a beijou, um beijo um tanto quanto agressivo, o qual a ruivinha rejeitou e tentou empurrar a loirinha para se afastar, mas esta segurou suas mãos acima da cabeça e puxou o lábio inferior para si, Amanda se rendeu ao beijo e encontrou a língua de Júlia a ch*pando como se fosse o ar para alguém que está se afogando. Júlia soltou seus braços e a puxou pela cintura mais para si, pararam o beijo para recuperar o ar e Amanda a afastou lhe dando um tapa em seguida.
-- Ai! -- levou a mão até o local atingido e a encarou -- por que fez isso Amanda?
-- Porque você é uma abusada! Nunca mais me beije assim entendeu?
-- A é? E como você quer que eu te beije? -- de aproximou dando um sorriso safado e a puxou pela cintura novamente aproximando os corpos.
-- Me solta! -- a empurrou -- Não quero que encoste mais em mim entendeu? Está pensando o que garota? Só porque eu te beijei se apaixonou? É uma tola mesmo, sai daqui bastarda!
Júlia não respondeu apenas suspirou e saiu magoada do quarto, odiava quando era chamada de bastarda.
Tinha passado a semana inteira procurando Amanda para conversarem sobre o beijo, queria por um ponto final naquilo, mas a verdade é que toda vez que estava perto da ruivinha queria ter seu corpo colado ao dela e provar de seus beijos, então desistiu de fugir do que sentia, mas ouvir essas palavras de Amanda lhe machucaram.
"Sou uma idiota, o que pensei? Que ela estivesse gostando de mim? Nós mal nos conhecemos, sou realmente tola."
Fim do capítulo
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Em: 06/09/2015
Parabéns pelo capítulo, linda!
História com ótimo enredo.
bjs
Resposta do autor:
Aaaah muito obrigada! Que bom que esta gostando *-*
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