CAPÍTULO 8: As coisas parecem que estão se acertando?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Passaram alguns dias, o trabalho de mitologia grega estava feito, escolheram falar de Andrômeda, conseguiram uma boa nota.

 

 

 

-- Júlia, quero te levar hoje para um lugar bem legal.

 

-- Que lugar Dandan?

 

-- É uma Danceteria.

 

-- Balada? Não frequento baladas. – “Pelo menos não mais.” pensou.

 

-- Você vai gostar, não é balada, é mais um lugar para competição de dança. Eu vou dançar, a Manu também.

 

-- Eu vou falar com a Manu, qualquer coisa te aviso ok?

 

-- Ta certo -- ia saindo quando se aproximou e falou baixo -- Júlia, não fala isso pra Manu, mas ela ia adorar que você fosse, ela comentou comigo, ela gosta da sua presença.

 

-- Está bem -- disse sorrindo -- vou falar com ela, e te digo depois que horas iremos.

 

 

 

Já era de noite aproximadamente umas 23:00 horas quando Júlia chegou na danceteria com Manu e Danilo, em 15 minutos o grupo do rapaz iriam se apresentar.

 

 

 

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Em uma parte pouco iluminada Rachel e Amanda estavam sentadas em uns puffs que estavam no local.

 

 

 

-- Eu não acredito que essa garota está aqui -- dizia Rachel bebendo, já estava no seu terceiro copo.

 

Desde o incidente na piscina Rachel não ia mais com a cara da loirinha, no começo era apenas por diversão que implicava com a garota, ou para ajudar Amanda a perturbar a vida de Júlia, mas agora ela não queria nem ouvir falar dela.

 

-- Droga! Esses amigos dela tinham que trazer ela logo hoje que eu vou dançar. – Amanda reclamou emburrada.

 

-- E agora, você ainda vai dançar?

 

-- Vou, não vou deixar essa garota destruir minha vida -- disse pegando o copo de bebida que estava na mão da Rachel e bebendo de uma só vez.

 

-- O que você está fazendo Amanda? Sabe que é fraca pra bebida.

 

-- Rachel eu não perguntei, no momento eu estou precisando ok? -- foi até o bar e pegou outro copo de bebida e tomou de uma só vez.

 

 

 

Seguiu para a pista de dança, Danilo já começava a dançar. O rapaz dançava uma música de hip hop que levou as pessoas que assistiam a loucura gritando seu nome, Júlia que nunca tinha visto o amigo dançar, ficou como todos os outros que olhavam o jovem dançando.

 

 

 

-- Você mandou super bem Dandan -- disse Manu indo abraçar o amigo, acompanhada de Júlia.

 

-- Imagina Manu, nem fui tudo isso -- disse rindo sem graça.

 

-- Concordo com a Manu, você mandou muito bem. -- Júlia disse também o abraçando.

 

-- Ta certo, mas Manu já viu sua rival? -- disse apontando para onde estava Rachel e a ruiva.

 

-- Amanda? O que ela faz aqui? -- perguntou Júlia vendo só agora que a ruivinha estava ali lhe encarando.

 

-- Ela vai dançar hoje substituindo a Lana que machucou a perna, compete contra o grupo da Manu hoje.

 

-- Ela dança bem? -- perguntou ainda olhando a ruivinha que a encarava bebericando uma bebida.

 

-- Eu danço melhor -- Manu disse a puxando pela mão -- vem dançar comigo!

 

 

 

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-- Chega Amanda! -- disse retirando o terceiro copo que a ruiva bebia -- Você já bebeu dois copos está indo pro terceiro, chega! Você é fraca pra bebida, e vai dançar hoje, quer o que, perder?

 

-- Tem razão, como sempre -- disse vendo Júlia e Manuela se afastando do seu campo de visão.

 

-- Ok agora vem cá, que eu vou te dar um beijo de boa sorte. – Rachel disse já a agarrando.

 

 

 

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Júlia que foi puxada por Manu ainda conseguiu ver o beijo que Rachel deu em Amanda, sentiu-se incomodada, parecia que sempre Rachel queria mostrar posse sobre a ruiva, mas logo tentou tirar aquela cena da cabeça, não sabia o porquê daquele incomodo ou pensamentos, seja lá o que fosse aquilo.

 

 

 

-- Manu, eu não sei dançar... espera Manu -- disse parando de andar com Manuela -- eu realmente não sei dançar, ia em baladas mas só me soltava quando estava bêbada, eu não danço, é como se tivesse dois pés esquerdos.

 

-- Ah isso não é possível -- disse virando de frente para a loirinha e enlaçando seu pescoço aproximando seus corpos e encostando sua boca no ouvido da mesma. -- Vem no ritmo da dança, eu danço por você.

 

 

 

As palavras sussurradas ao seu ouvido, fizeram os pelos do corpo de Júlia eriçarem, e instintivamente soltou um suspiro. Manuela começou a dançar com o corpo colado ao da loira remexendo o quadril de forma sensual, Júlia permanecia parada e estava ficando encabulada, mas com toda certeza com desejo de agarrara-la. Sem dúvidas Manuela era uma garota muito bonita, e dançando daquela forma, lhe dando aquele mole, não conseguiu pensar em outra coisa.

 

 

 

-- Vocês poderiam ir para um motel sabia? -- disse Amanda que se aproximou de onde elas estavam junto de Rachel.

 

-- Eu não acredito -- suspirou Rachel olhando para cima.

 

-- O que foi Amanda? Esta com ciúmes? -- disse Manuela.

 

-- Ciúmes? Você bebeu garota?

 

-- Não, mas você sim, e pelo visto muito.

 

-- Chega, vem dançar Amanda -- Rachel a puxou e então começaram a dançar.

 

 

 

Manuela voltou a dançar extremamente agarrada em Júlia, e Amanda fazia o mesmo em Rachel, a ruiva dançava daquela forma para chamar atenção, Rachel sempre que podia mostrava a todos que olhavam babando para a cena, que a ruivinha estava com ela, arrancando beijos extremamente sensuais.

 

 

 

-- Manu, é a sua vez de se apresentar -- disse Danilo que estava agarrado a uma morena alta.

 

-- Estou indo, Júlia vai me ver dançar?

 

-- Claro, vim pra isso. – respondeu sorrindo.

 

-- Ótimo -- disse roubando um selinho -- eu já volto.

 

 

 

Manuela também dançou uma música de hip hop, Danilo logo explicou a loirinha que essa fase da competição era daquele gênero. Manu dançava com mais três pessoas formando seu grupo, os passos eram bem ensaiados, e envolvia qualquer pessoa que estivesse vendo o espetáculo.

 

 

 

Ao terminar a dança Manu foi aplaudida por todos, por ser destaque no grupo. Correu para os braços de Júlia e lhe roubou um beijo que foi correspondido.

 

 

 

-- Me desculpa Ju, é que eu estou feliz e... -- dizia eufórica.

 

-- Está tudo bem -- sorriu Júlia a abraçando.

 

 

 

Ouviram ser anunciado o nome do grupo de Amanda.

 

A ruiva começou a dançar e todos praticamente babavam, eram aplausos, assobios e palavras gritadas como "Linda, gostosa!". Os movimentos eram sensuais e seus olhos estavam presos nos verdes de Júlia, era como se a dança fosse somente direcionada para ela, e não existisse mais ninguém.

 

 

 

-- Nossa acho que ela bebeu demais -- disse Manu abraçando Júlia por trás.

 

-- Mas ela está dançando bem -- disse a loirinha com os olhos vidrados na ruiva.

 

-- A É? -- se pois na frente de Júlia e lhe deu um beijo, ao fim mordeu o lábio inferior puxando-o para si.

 

 

 

Amanda que viu a cena acabou se distraindo e não viu quando os dois rapazes do grupo a pegou no colo para joga-la para cima, feito isso sem que a ruivinha estivesse preparada acabou caindo no chão, sua percepção estava falha por conta da bebida, só percebeu quando chegou ao chão e colocou o braço direito para sustentar a queda.

 

 

 

-- Ai! -- gritou quando sentiu o impacto e de imediato deixou de se apoiar no braço jogando as costas no chão.

 

-- Amanda? -- Rachel passou pelas pessoas e se aproximou da amiga que gemia ao chão de dor.

 

-- Ta doendo!

 

-- Onde dói Amanda? -- era Júlia.

 

 

 

Júlia que recebeu o beijo de Manu mas mesmo a beijando seus olhos não deixaram a ruivinha e viu o acidente acontecer, assim que a ruivinha caiu no chão a mesma afastou Manu e correu até onde ela estava, a cara de dor que Amanda fazia no chão gem*ndo apertou seu coração que só queria ajuda-la para a dor passar.

 

 

 

-- Amanda, a onde dói? -- repetiu a pergunta.

 

-- Meu braço, dói meu braço -- já não conseguia conter as lagrimas. -- Droga, estão todos olhando... Ai!

 

-- Calma, consegue andar?

 

-- Acho que sim.

 

-- Então vem, eu te ajudo -- disse se abaixando para ajudá-la mas foi impedida por Rachel.

 

-- Deixa comigo Júlia, sai -- disse puxando Amanda pelo braço, mas pegou justo no braço machucado.

 

-- Ai, AI! Rachel SOLTA! -- disse se jogando ao chão novamente -- meu braço!

 

-- Me desculpa amor – Rachel disse desesperada – desculpa, vem me deixa ajudar.

 

-- Não Rachel, está doendo.

 

-- Amanda vem amor -- disse se abaixando e tentando levanta-la -- desculpa vem.

 

-- Não Rachel... ai

 

-- Licença Rachel -- disse Júlia se ajoelhando ao lado da ruivinha

 

-- Garota sai daqui, está atrapalhando! -- contestou a morena, mas a loira nem deu atenção

 

 -- Amanda, vê se dói em mais algum lugar -- disse passando as mãos por suas pernas e chegando aos pés, tocou o tornozelo esquerdo da ruiva e a mesma gem*u. -- dói?

 

-- Uhum -- disse mordendo o lábio inferior ainda com lagrimas escorrendo.

 

-- Não vai conseguir andar, olha só eu vou te pegar no colo ok?

 

-- O que? -- disse arregalando os olhos apavorada -- está louca? Vai me derrubar e...

 

-- Não vou te derrubar, confia em mim, e Rachel chama um taxi ou qualquer coisa para nos levar ao hospital.

 

-- Você vai machuca-la garota. -- contestou Rachel morrendo de ciúmes

 

-- Amanda se segura no meu pescoço com o braço bom -- disse a pegando com um braço envolta das costas da ruiva e o outro braço envolta das pernas.

 

 

 

Pediu licença a todos que estavam no caminho e saiu de dentro da danceteria com a ruiva nos braços, Manu acompanhou a loirinha e mandou uma mensagem para Danilo que tinha sumido no meio das pessoas.

 

 

 

-- Rachel chamou um taxi? -- perguntou Júlia ja vermelha pelo peso da ruivinha, a arrumando no colo.

 

-- Ainda não -- disse com desdém, não gostando da loira ter ajudado a "sua" ruiva, então encheu de ironia a voz e disse -- que foi hulk, ta cansando? Não aguenta com o peso?

 

-- Qual é a sua garota? A sua amiga está morrendo de dor e você fica com ciúmes? Liga logo pra essa porcaria! – falou irritada com a atitude da morena.

 

-- Eu já chamei Júlia -- disse Manu -- ele disse que em cinco minutos está aqui.

 

 

 

Júlia caminhou até um banco que tinha próximo a calçada da danceteria, fazia tempo que não fazia esforço físico, desde o acidente. Antes quando treinava muay thai não se cansava tanto, conseguia pegar Carol no colo que por sua altura era mais pesada que a ruiva.

 

Sentou com Amanda ainda em seu colo, a ruivinha escondia o rosto em seu pescoço chorando e gem*ndo.

 

 

 

-- Calma, já vai passar pequena -- disse Júlia tentando distrai-la afagando seus cabelos.

 

-- Está doendo.

 

-- Eu sei anjo... olha o taxi chegou, se segura no meu pescoço.

 

 

 

Se levantou e quase tropeçou, mas conseguiu se equilibrar, Amanda apertou-se mais em seu corpo com medo de cair, seguiram para o taxi e a colocou sentada com cuidado.

 

 

 

-- Obrigada por ajudar Júlia, agora deixa comigo -- disse Rachel já entrando no taxi.

 

-- Desculpa, mas sou eu quem vai com ela, e por favor para de atrapalhar -- disse a puxando pelo braço.

 

-- Quem você pensa que é?! – Rachel exclamou muito irritada.

 

-- Eu não penso querida, eu sou Júlia San'Germany Lancaster -- sorriu com deboche e entrou no carro -- ah e da próxima vez prefiro que me chame de Capitão América. -- abraçou a ruivinha e se dirigiu ao motorista -- Para o hospital por favor senhor.

 

 

 

Rachel ficou sem reação, o taxista arrancou em direção ao hospital da família, ao chegarem Júlia retirou Amanda de dentro do carro com a ajuda do motorista, a pegou no colo e seguiu para a emergência tinha algumas pessoas na fila de espera.

 

 

 

-- Júlia por favor... usa o sobrenome... eu estou com muita dor -- dizia entre gemidos no colo da loira.

 

-- Por favor, preciso que atendam Amanda Lancaster -- disse na recepção.

 

 

 

De imediato chamaram um enfermeiro que trouxe uma cadeira de rodas para Amanda.

 

 

 

-- Júlia, vem comigo? -- pediu com a voz embargada.

 

-- Claro linda -- disse fazendo carinho na sua mão do braço que estava bom, se virou e perguntou ao enfermeiro. -- Eu posso?

 

-- Quem é a senhorita?

 

-- Júlia Lancaster.

 

-- Claro senhorita Lancaster, nos acompanhe.

 

 

 

Foram atendidas, fizeram um exame de raio x e constataram uma fratura no braço direito, e deu apenas um mau jeito no tornozelo esquerdo.

 

Encaminharam a um quarto e a colocaram no soro por causa da bebida que ingeriu, ficaram aproximadamente 1 hora, Júlia que estava sentada em uma poltrona ao lado do leito da ruiva acabou pegando no sono debruçada a cama.

 

 

 

-- Júlia?  -- passou a mão esquerda nos cabelos loiros -- Júlia?

 

-- Hum... oi? -- disse sonolenta levantando-se -- Desculpa Amanda acabei dormindo, como você está?

 

-- Eles me colocaram no soro e agorinha uma enfermeira me medicou, ainda dói, mas imobilizado assim dói menos. Já me deram alta.

 

-- Ah desculpa eu não vi, acabei pegando no sono... desculpa eu...

 

-- Está tudo bem, não precisa ficar assim -- disse sorrindo pelo nervosismo da loirinha -- podemos ir?

 

-- Claro.

 

 

 

Saíram do hospital direito para a mansão, já passava das 02:00 horas da manhã. Amanda mancava mas a dor do tornozelo já tinha diminuído.

 

 

 

-- Júlia, não faz barulho. – chamou a atenção da loira enquanto se dirigiam até a escada que dava acesso aos quartos.

 

-- Eu não estou fazendo, mas você está... vem cá -- disse pegando-a no colo, a mesma deu um gritinho assustado -- shii não grita, vai acordar todo mundo da casa.

 

-- Você me assustou -- sussurrou ao ouvido da loirinha e segurando ao seu pescoço -- Não me derruba?

 

-- Claro que não, confia em mim ok?.

 

 

 

Subiu as escadas com Amanda em seu colo, sua respiração estava pesada, e seu rosto completamente vermelho.

 

 

 

-- Júlia me põe no chão, você não está aguentando, olha seu rosto.

 

-- Amanda... fica, quietinha... não me faz falar -- disse subindo o último degrau.

 

 

 

Entrou no quarto da ruiva e a acomodou na cama, feito isso sentou-se ao chão encostando na cama recuperando o ar.

 

 

 

-- Júlia, vem aqui em cima comigo

 

-- Não, eu já vou indo para o meu quarto, qualquer coisa me liga.

 

-- Espera -- disse pegando-a pelo braço -- fica aqui um pouco? Ainda estou com dor, não gosto de ficar sozinha.

 

-- Tudo bem eu fico -- disse puxando a cadeira do computador para se sentar.

 

-- O que está fazendo?

 

-- Pegando a cadeira para sentar? -- disse como se fosse obvio.

 

-- Para com isso Júlia, deita aqui comigo, você está cansada, vem aqui.

 

-- Eu posso... posso te machucar -- disse nervosa pela situação.

 

-- Não vai, por favor vem aqui.

 

 

 

Júlia respirou fundo e deitou-se ao lado da ruivinha. Amanda se aproximou aconchegando-se aos braços de Júlia, a loirinha a abraçou com cuidado, mas firme.

 

 

 

-- Seu rosto ainda está todo vermelho -- disse tocando seu rosto -- estou tão pesada assim?

 

-- Não, lógico que não -- disse rindo -- Sou eu que desacostumei a fazer esforço físico, acho que estou ficando velha.

 

-- Obrigada por ter me ajudado hoje -- disse ainda tocando-lhe o rosto. O toque virou um leve carinho, a loirinha ao perceber fechou os olhos e suspirou.

 

-- Não tem o que agradecer pequena.

 

-- Pequena? Sou mais alta que você ô gigante -- disse rindo.

 

-- É dois centímetros mais alta Amanda -- disse sorrindo e a apertando de leve em seus braços -- e foi uma forma carinhosa de dizer.

 

-- Eu sei -- disse afundando seu rosto no pescoço de Júlia ao suspirar viu os pelos da loirinha eriçarem e gostou do que viu -- é tão bom ficar assim com você.

 

-- É sim, agora dorme princesa -- beijou os cabelos ruivos.

 

 

 

Júlia demorou a pegar no sono, mas dormiu primeiro que Amanda. A ruiva se sentia bem em estar nos braços da loirinha. Assim acabaram adormecendo, agarradas uma a outra como se tivessem medo da outra fugir.

 

 

 

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Amanda acordou ainda nos braços da loira, ficou observando a mesma dormir.

 

"Você é linda garota, é gostoso e seguro estar aqui nos seus braços" Os pensamentos de Amanda eram esses quando viu Júlia acordar a apertando de leve nos braços.

 

 

 

-- Bom dia -- disse sonolenta -- que horas são?

 

-- Bom dia, agora deve ser umas 08:00 da manhã.

 

-- Como está o braço?

 

-- Não ta doendo tanto, só um leve incomodo.

 

-- Que bom, vou indo pro meu quarto -- disse só então percebendo que ainda a abraçava.

 

-- Ah... tudo bem.

 

 

 

Júlia se levantou e caminhou até a porta, percebeu um tom diferente da ruiva assim que disse que iria para seu quarto, mas pensou ser coisa da sua cabeça. Antes de sair virou-se para Amanda.

 

 

 

-- Amanda tem certeza que está bem? Quer que eu traga alguma coisa?

 

-- Está tudo bem -- disse sorrindo -- Não quero nada obrigada.

 

" Nada exceto que você fique aqui" pensou.

 

-- Está bem.

 

 

 

Saiu do quarto respirando fundo, queria ficar perto da ruivinha mas logo se lembrou de Sophia. Decidiu que afastaria qualquer coisa que nutrisse esse novo sentimento.

 

"Já sofri por amor uma vez, e definitivamente não vou me dar ao desfrute desse sentimento de novo... mas quem falou de Amor Júlia? É apenas atração física!"

 

 

 

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Amanda levantou e fez sua higiene pessoal, logo depois saiu do seu quarto para tomar seu café com a família, sabia que teria que explicar o que ocorreu com seu braço.

 

Assim que chegou foi a primeira coisa que Cecília perguntou.

 

 

 

-- Amanda o que aconteceu com seu braço?

 

-- Não foi nada vovó. -- disse baixando a cabeça, e de repente ficou com medo que Júlia contasse o que tinha acontecido, mas a loirinha que também estava à mesa permaneceu calada.

 

-- Como não filha? -- disse Olávo se levantando e indo até ela -- como machucou esse braço?

 

-- Ai pai, não encosta que dói -- disse protegendo o braço -- eu escorreguei ontem e trincou o braço.

 

-- Amanda por que não me ligou? – perguntou Olávo todo preocupado.

 

 

 

Júlia ainda não tinha presenciado esse afeto familiar, achou bonita essa preocupação de sua avó e seu pai com a ruivinha, sentiu até uma ponta de inveja já que nunca teve uma vida assim, sua mãe e Otton nunca se preocuparam e nem demonstraram carinho com ela.

 

 

 

-- Filha por que não me ligou? – repetiu a pergunta.

 

-- Eu ... eu -- gaguejava sem saber o que responder e foi interrompida por Júlia.

 

-- Eu estava com ela Olávo, não achei necessário preocupa-los.

 

-- Que bom que estavam juntas, mas quando for assim me liguem por favor, não posso imaginar nada de ruim acontecendo com você – falou olhando nos olhos da ruiva, suspirou e voltou para o seu lugar – É ótimo ver que minhas filhas estão se dando bem.

 

 

 

Júlia acenou com a cabeça de forma afirmativa e viu a ruivinha movimentar a boca em forma de "obrigado".

 

 

 

 

 

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Passou alguns dias, Júlia tentou falar com Manuela na escola mas a mesma a ignorava, Danilo não queria se meter na confusão das duas e resolveu ficar calado, já Michelle não fez o mesmo.

 

No corredor da escola enquanto Júlia estava mexendo em seu armário, Michelle a abordou.

 

 

 

-- Olha Júlia, eu gosto de você, mas você não percebe que a Manu gosta de uma forma diferente?

 

-- Michelle... eu... eu não sei o que dizer – falou embaraçada por Michelle ter sido direta.

 

-- Se desculpar com a minha irmã seria um bom começo, ela gosta de você.

 

-- Eu não posso corresponder esse sentimento -- disse parando de mexer no armário para encara-la -- Porque eu não sinto o mesmo.

 

-- Tudo bem mas precisava deixa-la naquela balada sozinha sem dizer nada?

 

-- Eu estou tentando pedir desculpas a ela, naquele dia Amanda precisou de mim.

 

-- Espero que você não a magoe.

 

-- Isso é o que eu menos quero, acredite. -- disse fechando seu armário e indo para a sala.

 

 

 

Quando ia entrar na sala avistou Manuela no bebedor, já tinha tentado falar com ela na sala e no pátio mas a mesma não lhe dava atenção e sempre arrumava uma desculpa para sair de perto. Dessa vez não iria deixa-la fugir.

 

 

 

-- Manu preciso falar com você.

 

-- Agora não dá Júlia -- disse se afastando.

 

-- Espera Manuela -- a segurou pelo braço -- por favor me escuta, eu sei que aquele dia na balada a gente ficou e eu fui embora sem dizer nada, eu queria me desculpar, a Amanda precisava de mim.

 

-- Você sabe que ela estava com a Rachel não sabe?

 

-- É eu sei -- abaixo a cabeça realmente ela sabia, mas naquela hora queria estar com a ruiva e não ligou para nada, que não fosse aquilo. -- Eu só queria me desculpar Manu.

 

-- Não precisa se desculpar Júlia, eu entendi -- deu um suspiro e a encarou -- Você está gostando da Amanda.

 

-- O que? -- arregalou os olhos ficando vermelha.

 

-- Júlia, você pode até negar, mas sabe que o que estou falando é verdade, e eu te entendo ok? Não escolhemos quem amamos.

 

-- Eu não a amo Manu, não viaja -- disse vermelha.

 

-- Não ama ainda, mas gosta Júlia, tá tudo bem.

 

-- Estamos bem?

 

-- Estamos -- disse com a mão no pescoço e voltando com seu bom humor -- E sabe o que mais estamos?

 

-- Hã? O que?

 

-- Estamos perdendo a aula bobona -- disse rindo e a pegando pelo braço -- vamos logo porque a senhorita é sabichona e já passou de ano, mas eu ainda não, e preciso dessa aula por causa da prova.

 

 

 

Entraram rindo na sala e pediram desculpas ao professor de história, Danilo ficou mais tranquilo ao ver aquela cena, tranquilo por suas amigas terem se entendido. Já Amanda não gostou de vê-las juntas.

 

 

 

-- Júlia -- disse o professor -- sei que você não precisa interagir nas aulas, mas poderia fazer um favor de copiar a lição para Amanda? Essa matéria irá cair na prova e ela com esse braço imobilizado não ajuda.

 

-- Claro professor -- disse mesmo não querendo tanta proximidade com a ruiva, já que a mesma sempre gostava de irrita-la na escola.

 

-- Professor Abel eu posso emprestar meu caderno para a Amanda -- disse Rachel não gostando da ideia do professor.

 

-- Prefiro que Júlia copie, por favor Danilo pode trocar de lugar coma senhorita Amanda? Quero que ela sente do lado de Júlia e junte a carteira com a dela.

 

-- Isso é preciso professor Abel? -- indagou Rachel novamente bufando de raiva.

 

-- Já disse que sim senhorita Rachel.

 

 

 

Danilo trocou de lugar com Amanda, e a mesma juntou a carteira com a de Júlia como foi pedido. O professor ficaria nas três últimas aulas, ou seja Amanda e Júlia teriam exatas três horas para ficarem juntas dentro da sala, passou 30 minutos copiando a lição da ruiva em silêncio, aparentava tranquilidade mas no fundo estava bem nervosa de estar ao lado da ruivinha.

 

Amanda não ficava atrás, a aproximação estava deixando-a bem nervosa e inquieta.

 

 

 

-- Sua letra é bonita -- falou baixo quebrando o silêncio.

 

-- Obrigada.

 

-- Eu que agradeço por estar copiando minha lição.

 

-- Amanda não precisa fingir gentileza ok? Só estou te ajudando.

 

-- Júlia para de ser grossa, eu só queria conversar, mas deixa pra lá. – falou sem graça e um tanto magoada.

 

-- Me desculpa, eu só estou nervosa -- disse percebendo que a ruivinha tinha se chateado, e só foi grossa por não saber como agir. -- me desculpa?

 

-- Está bem, deixa pra lá -- fez bico abaixando a cabeça.

 

-- Amanda? -- disse chamando sua atenção, quando a mesma a encarou ela prosseguiu -- Desfaz esse bico, me desculpa de verdade.

 

-- Por que você às vezes é tão grossa comigo? -- disse irritada tentando entender porque se sentia assim vulnerável com a loirinha, ainda mais com ela lhe pedindo desculpas, isso a desmontava.

 

-- Porque você sempre me trata mal, me irritando, mesmo sem eu ter feito nada, não é óbvio? – respondeu erguendo as sobrancelhas.

 

-- Eu odeio suas ironias. – Amanda falou revirando os olhos e com irritação na voz.

 

-- E eu odeio suas implicâncias. -- disse se irritando também.

 

-- Ok vamos parar com essa discussão de crianças de 7 anos -- suspirou e prosseguiu -- Me desculpa te irritar, mas é que eu me sinto diferente em relação à você, eu nunca me senti assim entende? Acho que é uma forma de me defender de você. – foi sincera, não sabia o porquê mas precisava que Júlia soubesse disso.

 

-- Não precisa se defender de mim Amanda -- disse parando de copiar a lição e a olhando nos olhos -- eu não sou uma ameaça para ter que se defender. Eu não quero que se sinta assim.

 

-- Me desculpa por agir assim com você Júlia.

 

-- Está tudo bem pequena, eu queria me desculpar com você também por as vezes ser grossa e usar de ironia com você, sei que você odeia, e faço isso porque sei que te irrita, e as vezes quero dar o troco em você.

 

-- Gosto quando você me chama assim de forma carinhosa, nem parece ser você mesma, pedra de gelo.

 

-- Eu... é... -- tentou formular uma frase mas nada vinha a cabeça, estava vermelha de vergonha e nervosa.

 

-- Fica linda assim envergonhada, sem saber o que dizer sabia? -- Amanda gostou do que viu e deu risada querendo deixa-la mais vermelha.

 

-- Se você quiser já pode parar, está me deixando sem graça -- falou copiando a lição sem a encarar.

 

 

 

Ficaram conversando amenidades e nem perceberam que a aula tinha chego ao fim. Manuela e Danilo trocavam olhares de longe, como se concluíssem que as duas estavam ficando bem, pois os dois já tinham conversado e chegado a conclusão de que ambas se gostavam, por isso de tanta implicância.

 

 

 

-- Pelo jeito gostou da companhia da loira aguada não é Amanda?! -- disse Rachel com a voz alterada.

 

-- Rachel... do que está falando? -- disse Amanda se assustando, estava tão distraída que não percebeu a morena se aproximar.

 

-- Você ai toda derretida com essa garota!

 

-- Está louca Rachel? – Amanda lhe perguntou sem entender a cena que a amiga fazia.

 

-- Fala baixo, ninguém precisa ver suas crises de ciúmes -- disse Júlia guardando o material da ruiva.

 

-- Cala a boca vadia! -- assim que vociferou a última palavra alguns olhares foram lançados até as três, Júlia colocou a mão nos olhos tentando se acalmar e respirou fundo.

 

-- Rachel para com isso! -- Amanda se levantou e a puxou pelo braço -- Vamos sair daqui e conversar.

 

-- Amanda você e essazinha ai fic...

 

-- Chega Rachel! Vamos logo -- disse pegando sua bolsa e olhou para a loirinha que permanecia sentada as olhando -- Júlia... eu...

 

-- Está tudo bem Amanda, vai com ela, sua namorada esta insegura e precisa de você -- disse apontando para a morena, viu que a ruiva ia dizer algo mas continuou -- essa é a hora que você vai com ela e nós voltamos como antes ok? E você Rachel, por favor para de fazer escândalos, que coisa chata.

 

 

 

Antes que Rachel pudesse falar qualquer coisa Amanda a empurrou para fora da sala, estava bem irritada com a situação e a cena que a morena fez minutos atrás.

 

Júlia caiu em si e suspirou deixando a sala, as aulas já tinham acabado, foi se despedir de seus amigos e decidiu ir de taxi para casa, não estava legal para esperar Frederico nem Amanda.

 

 

 

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Amanda levou Rachel até o banheiro e lá começou a discutir com a amiga.

 

 

 

-- O que foi aquilo Rachel? Está ficando louca, que cena foi essa? -- disse andando de um lado para o outro.

 

-- Não foi nenhuma cena Amanda -- disse se encostando na pia do banheiro e cruzando os braços -- Você estava toda derretida para cima daquela lá, todo mundo viu!

 

-- Primeiro: para de falar dela como se fosse uma qualquer, o que foi aquilo de xinga-la? Enlouqueceu? -- disse parando de frente para ela e prosseguiu -- Segundo: sabe que eu odeio quando você age como se fosse a minha namorada! Sabe que não temos nada além de amizade e terceiro: Eu não ligo para o que as pessoas pensam!

 

-- Ah não liga? E por que sua família ainda não sabe que quando você está entediada você me pega?

 

-- O que é isso, está me ameaçando? -- perguntou incrédula.

 

-- Não, você sabe que não.

 

-- É o que parece! Para de agir como se fosse a minha namorada, eu já estou ficando de saco cheio disso, e não xingue mais a garota, ela não te fez nada!

 

-- O que é Amanda? Por que está a defendendo? Está gostando dela? -- disse a encarando, e viu uma ruivinha ficando desconcertada.

 

-- Da onde você tirou isso Rachel?!

 

-- Já faz um tempo que eu venho percebendo isso, mas não perguntei, e agora posso dizer que tenho certeza.

 

-- Não tem certeza de nada porque não é verdade ok? Não vou mais discutir com você, tchau.

 

 

 

Saiu sem esperar resposta, ficou desconcertada pela indagação da morena, logo decidiu voltar com a velha Amanda de sempre, e junto dela voltou as implicâncias com a loirinha.

 

 

 

Passou alguns dias e tirou o gesso do braço, ficou com um pouco de dor na mão mas logo foi retomando os movimentos normalmente. 

Fim do capítulo