No dia seguinte, Mayara estava no quarto com uma bandeja de café especialmente para quando Antonela acordasse o que não demorou muito.

Antonela sorriu ao acordar com a carícia de Mayara, que disse: Ahh.... Eu não queria te acordar.

Antonela, ainda sorrindo: Estava me vendo dormir é? Por que não me chamou?

Mayara: E perder a oportunidade de poder te contemplar, nunca! (as duas riram) Mas confesso que esse sorriso de agora tá mais do que perfeito!

Antonela a olhou com ternura, e percebeu a bandeja com o café da manhã e disse: E esse desjejum aí? Você que fez né garota?

Mayara: Foi sim, eu acordei e fui preparar pra gente, gostou?

Antonela: Visualmente muito, quero ver o gosto...

Mayara: Não seja por isso ué, (Ela ia pegar a bandeja, mas Antonela a deteve pelo braço e ficaram com os rostos muito próximos).

Antonela: E o meu beijo de bom dia não tem não? (Se olharam por uns instantes e começaram um beijo suave, sem pressa, experimentavam-se e sentia o calor das bocas, Mayara sentiu necessidade de estreitar o contato e pôs uma das mãos na nuca e outra nas costas da sua amada e assim o beijo tornou-se urgente, ávido e cheio de desejo, as duas já estavam deveras excitadas e Mayara começou deitar na cama sobre Antonela que curtia as caricias e toques sutis de sua amada que demostrava ter uma "pegada" que ela nunca imaginou, mas como num rompante, Mayara parou).

Mayara corou envergonhada e excitada também: Acho que eu me empolguei, desculpa.

Antonela acabou sentindo-se constrangida também, havia gostado e não queria que tivesse parado, mas ao mesmo tempo não conseguia entender os sentimentos.

Mayara aceitou o convite de Antonela em ir para uma de suas fazendas do interior, para ficar o final de semana.

Antonela e Mayara passeavam pela fazenda e pararam numa árvore.

Mayara: é muito lindo isso aqui.... Sabe não consigo entender como você consegue demorar tanto para vir aqui.

Antonela: Já faz uns cinco anos mais ou menos que vim.

Mayara: Mas por quê? Um lugar desses energiza-te e você tem uma vida tão atarefada e estressante que seria revigorante!

Antonela: Você tem razão, mas depois que casei perdi a vontade de fazer as coisas, minha única vontade é estar trabalhando e esquecendo...

Mayara: O que tanto você quer esquecer?

Antonela: Ora Mayara (riu brevemente sarcástica). Você viu o que ele fez a você, e fez dentro da minha própria empresa, debaixo do meu nariz, acha que foi a primeira vez? Acha que você foi à única? Talvez a única com quem ele não consumasse o ato! E nem é só isso...

Mayara: Percebo que este assunto te incomoda, te entristece, então se não quer mais falar eu fico na minha!

Antonela: O que quer perguntar mais sobre isso?

Mayara: Vale a pena se sujeitar a isso só pra manter seu patrimônio intacto, se você não ficar com ele não vai ficar pobre, aliás, bem longe disso né?

Antonela: Uma mulher bem casada é bem vista pela sociedade.

Mayara: Não posso acreditar que você tenha esse pensamento pequeno e machista, nós vivemos o século XXI e as coisas mudaram isso não vai afetar em nada nos negócios, talvez nem haja dissolução entre as empresas.

Antonela: E porque eu me separaria dele em? Para ficar com você? (Falou carregada de ironia).

Mayara controlou-se: Não! Talvez pra tentar ser feliz, para viver com mais satisfação, ninguém deve fazer isso por ninguém, mas por si próprio. (Mayara afastou-se e caminhou para ir embora, Antonela percebeu como havia sido rude e a acompanhou).

Antonela: Garota! Ei, para um pouco espera! (Ficaram de frente) Pra onde você vai?

Mayara: Você é muito estranha Antonela, quando eu imagino que você me trouxe aqui porque tá disposta a...

Antonela foi hostil: A que? Em? O que você tá fantasiando agora?

Mayara, atônita: Fantasiando? Foi você que entrou ontem na minha casa, me pedindo paciência, pedindo pra eu ter calma pra você entender seus sentimentos. Aceitou, quis dormir de conchinha comigo, eu não te obriguei, e me convida pra passar o final de semana com você aqui nesse lugar, e agora vem me perguntar o que eu tô fantasiando? Realmente, eu sou muito boba mesmo (começou a andar). Eu vou embora agora mesmo! (Mayara caminhava apressada, Antonela estava atônita, a seguiu andando atrás dela sem nada dizer).

Ao chegar à casa da fazenda, Mayara se depara com Teodoro.

Mayara, surpresa: Boa tarde!

Teodoro: Boa tarde! Você quem é?

Mayara: Eu me chamo Mayara, mas já estou de saída...

Antonela entra e se surpreende ao ver o pai: Pai? Pai, que surpresa, você não falou que vinha! (Os dois se abraçam com carinho e saudade).

Teodoro: Faz um tempo que a gente se viu, só falamos por telefone, quando você me disse que viria resolvi fazer uma visita. (Abraçou o pai).

Antonela: Estava com saudade do senhor, como está?

Teodoro: Bem, mas e você? Essa moça, Mayara, é sua amiga!

Antonela e Mayara se entreolharam: é....

Mayara: Eu vou deixá-los à vontade, tenho que arrumar algumas coisas pra ir embora. Foi um prazer conhece-lo seu Teodoro (acenou para Teodoro e subiu as escadas apressada, queria arrumar as coisas e ir embora o mais rápido possível, antes que chegasse à noite).

Começou uma pesada chuva, com raios, trovões. Enquanto isso Antonela e o pai conversavam.

Teodoro: Não sei por que se sujeita a isso, sacrifica a própria felicidade pelo poder unanime da empresa, o tempo passa filha e passa rápido demais pra gente desperdiçar sendo infeliz!

Antonela: Não quero mais falar disso pai, você mesmo disse que eu deveria vir para esquecer, relaxar!

Teodoro: Relaxar sim, mas não esquecer e sim refletir esses problemas... E essa moça em?

Antonela deu um sobressalto: O que tem?

Teodoro: Vai deixar que ela vá assim no meio dessa chuva?

Antonela, fingindo uma indiferença que não tinha, disse: Não posso obriga-la a ficar pai, ela quer ir! (Mas o pai notou a aflição em seus olhos).

Teodoro: Mas eu quero conhecê-la melhor e me preocupa ela sair no meio dessa chuva, estamos longe da capital, suba lá e trate de convencê-la a ficar!

No quarto Mayara já havia arrumado a pequena malinha que levou e saia do banho, quando Antonela entrou no quarto sem bater e a surpreendeu só de toalha e ainda molhada.

Mayara assustou-se com a entrada inesperada: Porque não bateu na porta antes de entrar? Ahh claro, (foi irônica). Você está na sua casa, eu que sou a intrusa! (Antonela não parava de olhar o corpo de Mayara, estava embevecida).

Antonela: Não precisa essa ironia! Eu não quero que vá.... Quero que fique aqui comigo.

Mayara: Seu pai já está ai, ele fica!

Antonela: Mas com ele eu não durmo de conchinha!

Mayara, aperreada com a situação: Você não vai me fazer surtar Antonela, eu não sei que tipo de sádica você é, mas eu não sou masoquista. Eu preciso que você me der licença pra que eu me troque!

Antonela, repleta de desejo: Se troca na minha frente então! Deixa-me entender o que é isso que eu sinto!

Mayara olhou no fundo dos olhos dela: Escuta bem uma coisa, por mais que eu queira estar com você, eu não vou virar brinquedo e muito menos objeto sexual pra você ter uma experiência e depois cuspir fora! (lagrimas saíram descontroladas de seus olhos, mas ela manteve o equilíbrio) Eu quero muito mais que só trans*r, eu quero amar e ser amada e se esse teu desejo é só por esse corpo, essa carne que um dia vai apodrecer, tá aqui (tirou a toalha do corpo e ficou totalmente nua diante dos olhos de Antonela, ela chorava muito) Se é desejo animal pra saciar um desejo como a maioria dos homens querem, venha e seja a primeira, talvez depois isso deixe de ser importante na minha vida, afinal são 22 anos pra quer ser virgem né? Pra quer querer alguém especial, se isso nada significa! (Antonela apanhou a toalha cobriu Mayara, abraçou-a e também se permitiu chorar, estava diante da criatura mais apaixonante que já havia conhecido, aquela garota era especial de mais, aquela garota era tudo que ela sempre desejou na vida e nunca acreditou que existisse).

Antonela: Não fala isso nunca mais na sua vida, ouviu! Nunca mais se diminua ou se reduza a tão pouco, você não existe, eu não mereço alguém como você minha garota, você é especial de mais! Perdoa-me, me perdoa, por favor, não vai embora, fica aqui comigo, me ajuda ser merecedora do teu sentimento! (Fez que Mayara a olhasse). Eu nunca senti isso na minha vida garota, eu tô completamente apaixonada por você. Eu te amo Mayara! Amo-te! (As duas iniciaram um beijo suave, calmo).

Mayara cintilando amor disse: Eu te amo como nunca amei ninguém!

Antonela: Você tem um corpo lindo moça, você inteira é linda, mas nua é.... (Riram). Não me ache safada, mas não tinha como não notar, entendi tudo que você falou viu, você é muito mais do que esse corpo, e eu sempre quis ter alguém que pensasse assim viu! Você é perfeita!

(Teodoro sem que elas tivessem se quer percebido, ouviu toda a conversa e estava muito surpreso).

Fim do capítulo