Capítulo 22
Fred e Clara chegaram ao prédio de Mariana e logo avistaram o porteiro fazendo sinal para que ele entrasse com o carro no estacionamento.
- Clara, vou entrar com o carro e ficarei alguns minutos aqui, depois vou sair novamente. - O jovem falava com a morena enquanto entrava com o carro na garagem. - O Apartamento da Mari é o 301. Assim que você sair do elevador já vai dar de frente para a porta dela. A porta da sala é a da esquerda. Vá, agora é com você.
Clara respirou fundo e deu um abraço agradecido em Fred.
- Jamais me esquecerei de tudo isso que você está fazendo, Fred. Muito obrigada!
- Não precisa agradecer, quero vê-las felizes. Qualquer coisa liga no meu celular, ok?
- Fred, meu carro ficou em frente à sua casa, e agora, não é perigoso?
- Se você quiser deixar a chave comigo eu tento conseguir uma vaga lá no meu prédio. Afinal, acho que você não volta hoje para casa. - Disse o jovem com um sorriso otimista no rosto.
- Aii Fred, assim fico mais ansiosa ainda. - Respondeu a morena enquanto abria sua bolsa. - Toma, fique com a chave e cuide bem do meu carrinho.
- Pode deixar!
- Agora vou indo, pois meu coração não vai aguentar continuar nessa ansiedade. Obrigada, Fred. Beijos
- Beijos, gata. Aproveite e seja feliz.
Clara saiu correndo do carro de Fred e subiu para o apartamento de Mariana. Ao chegar no andar da loira avistou a porta que Fred se referira, caminhou até ela e tocou a campainha, tentando controlar os batimentos cardíacos.
- "Calma... calma... calma...". - Mentalizava repetidamente a palavra "calma" até escutar a voz de Mariana:
- FRED, ENTRA AI... ME ESPERA NA SALA QUE JÁ ESTOU ACABANDO.
- Ai meu Deus, minha loirinha, está há poucos metros de mim. O que vou dizer? E se ela estiver muito brava? Aiii, calma Clara, vamos entrar e deixar as coisas acontecerem.
A morena se agachou e pegou a chave que estava debaixo do tapete. Abriu a porta bem devagar e notou que seu coração estava ainda mais acelerado.
- "Meu Deus, preciso me acalmar, respira Clara... respira. - Clara encheu os pulmões de ar e começou a caminhar pelo corredor do apartamento a procura de Mariana. Escutou um barulho vindo do quarto e sem mais pensar aproximou-se da porta. Ao chegar lá sentiu uma onda gostosa percorrer sua barriga, ao avistar a loira de frente para um espelho penteando seus cabelos.
Clara respirava rápido e como se estivesse hipnotizada, mantinha seu olhar fixo na imagem de Mariana refletida no espelho.
- "Como ela é linda... é minha loirinha, minha. "
Percebeu que a loira também estava olhando para ela, como se não acreditasse em sua presença ali. Mariana deixara a escova de cabelo cair no chão, porém os olhares não se desviaram uma da outra. Clara ao se dar conta de que Mariana permanecia imóvel olhando para ela, começou a caminhar vagarosamente em sua direção. Parecia que a cada passo que se aproximava da loira seu coração batia ainda mais rápido. Quando estava quase de frente para Mariana, sentiu o corpo da jovem se virar de frente para ela. Segurou em sua mão e quando olhou para a profundeza daquele olhar verde, se sentiu segura e em casa.
- Mari... - A loira mantinha o olhar brilhante para a morena. - ...eu não sei ficar sem você.
Ao ouvir aquelas palavras, os olhos de Mariana se encheram de lágrimas. Há poucos minutos estava desejando estar com a morena,almejava ouvir de sua boca que tudo aquilo não passava de um engano, e agora seus pensamentos se tornavam reais.
- Mari, eu sei que você tem todos os motivos para sentir raiva de mim, mas eu preciso te explicar o que aconteceu. - A loira continuava com os olhos marejados sem conseguir pronunciar uma única palavra. - Mari, podemos conversar?
A vontade que Mariana tinha era de tomar a boca da morena e matar toda a saudade que sentia dela, porém achou melhor primeiro escutar tudo o que Clara tinha a dizer.
- Er.. Clara, estou confusa, jamais imaginei que você pudesse aparecer aqui.
- O Fred me ajudou, Mari. - Respondeu a morena com um sorriso no rosto, já se sentindo mais tranquila por ver que a jovem não lhe expulsaria de seu apartamento.
- Eu imaginei mesmo. - Disse Mariana com o pensamento no amigo- "ai.. eu amo aquele menino".
- Mari, er.. você não está brava comigo?
- Clara, eu... eu fiquei muito mal, muito confusa, eu.. eu.. eu senti muito sua falta, muito mesmo. - Disse a loira já se rendendo à presença de Clara.
Agora fora a vez dos olhos de Clara lacrimejarem.
- Eu.. eu também... - Clara levou a mão até o rosto de Mariana. - Mari, me perdoa por ter sido tão cruel, tão rude.
A loira encostou seu rosto ao de Clara, deixando suas bocas muito próximas e falou baixinho:
- Não acreditei em suas palavras. Sempre tive a certeza de que você não estava falando a verdade.
- Como loirinha? Como você teve essa certeza? - Clara perguntava no mesmo tom de voz utilizado por Mariana, como se estivesse inebriada com a proximidade de suas bocas.
A loira pegou a mão de Clara, levou até seu coração e disse.
- Foi ele quem me fez acreditar nisso, foi meu coração que me fez ter esperanças... sente...
- Er... e-ele está rápido Mari... - Gaguejou a morena ao sentir as rápidas batidas do coração de Mariana.
- Está rápido por que você está aqui. Clara, meu coração só bate assim por você, não me deixe mais,não faz mais isso comigo - Disse Mariana olhando nos os olhos da morena. Porém Clara não conseguiu dizer mais nada. Segurou o pescoço da loira e colocou seus lábios nos dela... sonhou em tocar novamente aqueles lábiosdurante todos os dias em que estivera separada da loira, e agora, com ela ali, tão próxima, não conseguira mais segurar sua vontade.
Mariana correspondiaao beijo na mesma ânsia que Clara, mantinha uma mão na nuca da morena enquanto a outra segurava sua cintura. Aquele momento invadia de forma tão intensa seus corações,que as jovens não conseguiam desgrudar suas bocas.
O beijo fora longo, profundo e carregado de sentimentos. As bocas foram se separando e as jovens abriram vagarosamente os olhos para se encararem... ficaram se olhando por algum tempo, deixando que apenas os olhares expressassem o tamanhoda saudade que sentiam uma da outra. Até que finalmente Clara tomou coragem e quebrou o silêncio.
- Mari, vamos conversar?
- Vamos. - Respondeu a loira, despertando de seu transe. - Eu preciso de respostas Clara, quero a verdade.
- Falarei tudo, Mari, tudo o que você quiser saber.
- Então vem, senta aqui - Disse a loira puxando Clara para se sentar na cama. - Clarinha, por que você fez tudo isso com a gente? Me diz, como você conseguiu falar todas aquelas coisas, como se não gostasse mais de mim?
- Mari, não teve nenhum dia que eu deixasse de me sentir mal por tudo o que te falei, mas eu tive que fazer... er... - Clara abaixou a cabeça para tentar colocar as ideias em ordem. - Mari, estão me ameaçando, alguém andou nos seguindo e tirou várias fotos nossas. Inclusive em algumas, nós estávamos nos beijando. Essa pessoa, que eu não tenho nem ideia de quem seja, está obcecadapor você. Disse que se eu não me afastasse o próximo lugar a receber uma foto nossa seria na casa dos meus pais.
- O QUE???? Não posso acreditar que existem pessoas assim, Clara! - Mariana estava chocada. - Me explica melhor, como assim a pessoa está obcecada por mim?
- Mari, na carta a pessoa dizia para eu deixar você, como se você fosse dela. Por isso eu acabei chegando à conclusão de que não era o Henrique. - Clara falava ainda de cabeça baixa.
- Mas, não entendo Clara, por que você não me disse isso então? Por que inventou toda aquela história? Aquilo foi muito dolorido, você tinha que ter me falado a verdade. - Disse Mariana triste.
- Mari, eu... eu não pude. Essa pessoa ameaçou fazer algo contra você... eu... eu fiquei com medo, Mari, pensei que ele fosse contar tudo para seu pai, mas aí...
- Eu não tenho medo! - Respondeu Mariana, cortando a morena. - Quem tinha que ter decidido isso era eu, Clara, você não tinha o direito de decidir por mim.
- Eu... eu não agi por mal, Mari. - Clara olhava para Mariana com os olhos cheios de água. - eu quis te proteger, por favor, me perdoa? Acho que eu subestimei sua coragem, você não é fraca como eu.
- Pare de se rebaixar, Clara, ninguém disse que seria fácil esse relacionamento. Também não acho que você fez isso só para me proteger, você tem medo, um medo que deveria ter compartilhado comigo.
Clara engoliu seco ao ouvir a última parte da frase de Mariana, mas no fundo sabia que era verdade.
- Eu sei,você está coberta de razão. - Respondeu pensativa. -Hoje, quando fui conversar com o Fred e ele falou que você tinha contado para seu pai, eu me senti uma idiota, uma fraca. Eu estava com medo de você perder o amor do seu pai por minha causa, mas você encarou a situação de frente. Mesmo estando separada de mim contou para ele, você fez o que eu não tenho coragem de fazer.
- Clara, nunca tive medo de perder o amor do meu pai. - Mariana olhava com um olhar firme para a morena. - Sempre soube que não seria fácil para ele aceitar, mas jamais achei que ele deixaria de me amar por causa das minhas escolhas.
- Mari, mas... mas eu não sou assim como você... eu tenho medo, meus pais não me perdoariam.
- Clara, eu entendo, de verdade. Não estou chateada pelo fato de você não querer que seus pais saibam, mas sim por você não ter me contado a verdade. Eu merecia saber, eu te ajudaria e respeitaria seus medos. Você preferiu mentir para mim, me deixar mal.
A loira falava ressentida, pois jamais faria tal coisa com a morena. Clara, por sua vez olhou para a jovem e sentiu o quanto havia agido errado com ela. Aproximou-se e pegou em sua mão...
- Mari, me perdoa? Preciso ouvir de sua boca, você me perdoa? Agora estou vendo como agi errado e não há nada que eu possa dizer aqui, que justificaria minhas atitudes. Por isso, do fundo do meu coração eu te peço, me perdoa? - Mariana olhou para a jovem, que fazia o pedido de desculpas de forma muito sincera e respondeu com um brilho no olhar.
- Clara, eu te perdoo, você não faz ideia de como eu esperei para ouvir isso de você. Te perdoo, mas por favor, não me esconda mais nada. Seja sincera comigo, sempre.
- Sempre Mari, te direi a verdade sempre! - Disse a jovem com um lindo sorriso no rosto.
Mariana ao olhar para aquele sorriso levou a mão até o rosto de Clara e disse:
- Aii, que saudade senti de ver esse sorriso, é tão lindo, me traz tanta paz.
- Esse sorriso é seu, loirinha, todo seu. - Clara aproximou-se da boca de Mariana e voltou a beijá-la de forma carinhosa. - Senti saudades de tudo, Mari.
- Clarinha, você completa meu mundo. Fiquei perdida sem você. - Disse a loira, ainda com a boca próxima dos lábios de Clara.
- Mari, também fiquei perdida sem você. - Falava a morena sussurrando. - Mari, meu coração dispara só de te ver, não quero ficar longe de você.
- Então não fica, essa decisão é sua e não de um infeliz qualquer que acha que pode controlar sua vida. - Disse Mariana afastando um pouco o corpo para poder olhar para Clara.
- Mas, Mari, é o que eu te disse, tenho medo, não tenho ideia de quem seja essa pessoa e não quero que meus pais descubram. - Mencionou a morena com o semblante preocupado.
- Calma, vamos descobrir quem é essa pessoa. Você sabe de mais algum detalhe?
- Bom, o que eu sei é que é uma pessoa que está afim de você e que estava com roupa social quando me deixou o embrulho com as fotos. - Disse Clara com a cabeça baixa por ver que tinha poucas pistas sobre quem a pessoa poderia ser.
- Roupa social? - Perguntou Mariana pensativa.
- É, ele mandou um menino entregar o embrulho lá em casa e esse menino disse que era uma pessoa toda engravatada que havia mandado.
- CLARA, VOCÊ RECEBEU ESSE EMBRULHO UM DIA ANTES DE TERMINAR COMIGO? - Perguntou Mariana com a voz elevada e assustada, se levantando da cama.
- Er.. fo-foi, por que? Você desconfia de alguém? - Gaguejou a morena se assustando com a reação da loira.
- Clara... - Falava a loira se sentando novamente ao lado da jovem -...nesse mesmo dia que você está falando, o Thiago foi me procurar lá na agência.
- O QUE??? - Agora fora a vez de Clara alterar a voz - COMO ASSIM, VOCÊ DISSE O LOCAL ONDE TRABALHAVA PARA ELE?
- Não, não disse, e muito menos, disse para ele que eu estava com um carro. - Mariana falava de forma nervosa. - Clara, ele estava no estacionamento do meu serviço, achei aquilo muito estranho. Ele queria me chamar para sair... ele... ELE ESTAVA TODO ENGRAVATADO!
Mariana ficara apavorada ao ligar os fatos.
- Meu Deus, Mari, vamos ter calma, por que o Thiago faria isso? Ele nem sabe da gente, não acredito que ele seria capaz de nos seguir, eu... eu conheço ele. - Clara tentava esfriar a cabeça para não acusar o rapaz sem ter certeza, porém a loira continuou com sua hipótese.
- Clara, o Thiago desconfiava da gente sim. A Duda me disse que no meu aniversário ele perguntou para ela se eu ficava com mulheres.
- MEU DEUS!!! - Clara se levantou da cama mais uma vez assustada. - Ooo... o Thiago????
- Clara, e se naquele dia ele realmente viu a gente quase se beijando no seu apartamento? E se a partir dali ele começou a desconfiar?
- Mas Mari, o Thiago nunca foi de se apaixonar por ninguém, sempre foi "um galinha". Não acredito que ele esteja apaixonado por você. - Cogitou Clara com as duas mãos na cabeça.
- Eu também não acredito nisso Clara. - Disse a loira pensativa. - mas, talvez, o fato de ter tomado um fora, feriu o orgulho dele.
- Meu Deus, pode ser verdade, Mari, ele não gosta de perder, acha que sempre consegue tudo o que quer e na verdade o caráter dele é bem duvidoso. - Clara estava muito nervosa que não conseguia parar de andar de um lado para o outro. - AIII EU MATO AQUELE MENINO!!!
- Calma Clara, calma, precisamos ter certeza disso.
- Mari, isso já está mais do que certo, foi aquele filho da puta!!
- Mas, não temos provas, Clarinha, precisamos esperar um pouco, vamos pensar friamente. Agora estamos com a cabeça quente, não é bom agir assim. - Disse a loira caminhando até Clara para tentar acalmá-la.
- Tudo bem... tudo bem, você tem razão. - Respondeu a morena se deixando levar por Mariana até a cama. - Vamos pensar com calma. Mas, não vou permitir que ele se intrometa na minha vida, Mari.
- Não vamos, estou com você agora! - Disse a loira com um sorriso no rosto, procurando tranquilizar a morena.
Ao olhar para aquele sorriso Clara se deu conta de que não estava mais sozinha. Sentiu uma força diferente em seu coração e uma vontade enorme de abraçá-la.
- Você tem razão, não estou mais sozinha! - Disse a morena puxando Mariana para um abraço. - Mari, só ao seu lado eu consigo ter essa força misturada com calmaria.
- Força e calmaria, é? - Perguntou a loira, achando engraçado o comentário da morena.
- É loirinha, se você não estivesse aqui, certamente eu estaria a caminho da casa do Thiago.
- Mas, nós vamos tirar isso a limpo, Clara, se realmente for o Thiago, nós vamos dar uma lição nele. Sou muito tranquila, mas quando mexem com o que é meu eu viro uma fera! - Falou a loira fazendo com que seu olhar se transformasse, deixando Clara surpresa.
- Quando mexem com o que é seu? - Perguntou a morena com um sorriso no rosto.
- É, ninguém mexe com a minha morena. - Respondeu a jovem pegando a mão de Clara. - Agora vamos esquecer um pouco tudo isso, estou com tanta saudade de você.
O coração de Clara voltou a bater mais forte ao ouvir aquelas palavras.
- Vamos, eu também quero matar toda saudade que estou sentindo, loirinha - Disse a morena, já envolvendoos braços na cintura de Mariana e levando a boca até o pescoço da jovem. - Quero você Mari, aii que saudade do seu cheirinho, da sua pele.
A loira fechara os olhos para sentir melhor o toque dos lábios de Clara.
- Aii, não acredito que você está aqui, como você fez falta. - Falava a loira com a voz baixa, enquanto entrelaçava os dedos nos cabelos de Clara.
A morena foi distribuindo beijos pelo pescoço da loira, até chegar a boca, onde passou levemente a língua em seus lábios.
- Quero te beijar a noite toda, em todos os lugares... - Sussurrou a morena.
Mariana apenas emitiu um gemido e colou a boca nos lábios de Clara. Beijava-a com vontade, com desejo, deixando as mãos livres para também passearem pelo corpo de sua amada. Desceu-as até ponta da blusa da morena e começou a levantá-la delicadamente, expondo primeiro a barriga da jovem, depois os seios, o colo até finalmente arrancá-la por completo.
- Como você é linda, Clara. - A loira admirava a beleza da jovem e ao mesmo tempo passava a mão delicadamente em seu colo, descendo-a por entre os seios até chegar à barriga. Clara fechara os olhos, procurando sentir cada momento e eliminar de uma vez por todas a saudade que sentia de ser tocada por Mariana.
- Seu toque é maravilhoso, loirinha, me deixa arrepiada. - Clara falava ainda de olhos fechados, enquanto Mariana começava a beijar seu colo. Beijava de forma carinhosa e ao mesmo tempo sensual deixando Clara já louca de desejo em possuir a loira.
Obedecendo ao impulso que sentira, Clara começou a tirar a roupa de Mariana,deixando-a apenas de sutiã também. Deitou a jovem delicadamente na cama e colocou seu corpo sobre o dela, beijando-a em diferentes locais...
- Você é minha, Mari, toda minha. - A morena levara a mão até o seio de Mariana e começou a apertá-lo com vontade. - Você é muito gostosa, me deixa louca.
- Me toca mais, quero mais. - Pediu a loira entre gemidos.
- Toco, faço o que você quiser. - Disse a morena ch*pando o pescoço da loira e apertando seu seio.
- Quero ser toda sua de novo...
Sem pensar duas vezes, Clara voltou a arrancar o restante de roupa da loira expondo toda beleza de sua nudez...
- Será com muito prazer que te farei toda minha de novo!
A loira soltou um suspiro de desejo ao ouvir aquelas palavras e deixou-se entregue nas mãos da morena, como se tivesse lhe dando passagem para fazer o que quisesse com ela. A morena ficou um tempo olhando para o corpo de Mariana pensando como conseguira ficar todas aquelas semanas sem vê-la, sem tocá-la. Até que não mais resistiu e começou a beijá-lapor toda parte.
Os beijos se iniciaram na barriga, subindo bem devagar pela costela até chegar aos seios, onde Clara fez questão de se delongar. Deu leves beijinhos no mamilo da loira até perceber eles ficarem enrijecidos. Olhou para Mariana que estava deitada de olhos fechados, emitindo suaves gemidos e desceu a boca mais uma vez sobre o seio da jovem. Porém agora ch*pava com força e passava a língua no biquinho duro de seu seio.
Instintivamente Mariana arqueou o corpo e levou as mãos até as costas da morena dando-lhe leves arranhadas. Aquele gesto deixara Clara ainda mais desejosa de possuir Marianae, sem pensar duas vezes,desceu a mão até o sex* da jovem. Esta, ao perceber a intenção da outra, abriu as pernas autorizando o toque mais íntimo.
- Aiii, como você está gostosa Mari, está molhadinha para mim.
Mariana gem*ra ainda mais ao sentir o toque em seu ponto sensível. Clara estava enlouquecida com toda aquela umidade que começara a deslizar sua mão sobre o sex* de Mariana fazendo movimentos circulares em seu clit*ris. Ch*pava o seio da loira e esfregava sua mão de forma ágil, provocando gemidos cada vez mais altos por parte da jovem.
- Aiii, me ch*pa, quero a sua boca em mim. - Mariana abrira ainda mais as pernas ficando em uma posição perfeita para que a morena atendesse seu pedido.
Aquela atitude da loira tirara qualquer resquício de controle que Clara ainda pudesse ter, e de forma apressada, desceu até o sex* de Mariana e começou a ch*pá-la apressadamente. A loira gritava de prazer, fazendo com que Clara ficasse ainda mais faminta e descontrolada.A língua da jovem trabalhava rapidamente sobre aquele local tão desejado provocando delírios na loira. Logo Clara começou a brincar também com os dedos sobre a entrada de Mariana, aumentando a vontade desta, de ser penetrada.
- Me faz sua, vai... vai... - A loira pedia com a voz ofegante, fazendo com que Clara percebesse sua ânsia pelo prazer.
Sem mais enrolar a morena penetrou dois dedos no sex* da jovem, arrancando gritos ainda mais altos da loira. Acelerou a velocidade das estocadas e voltou a posicionar sua boca no clit*ris de Mariana. Esta por sua vez, segurava os próprios seios eflexionava a cintura no mesmo ritmo em que a morena lhe penetrava, até finalmente se render à onda de prazer que lhe viera. Soltou um grito forte e contínuo como se ele estivesse preso em sua garganta há muito tempo.
Seu corpo tremia de forma involuntária e percebeu suas forças se esvaindo ao ser dominada por aquela forte sensação. Clara permaneceu mais um tempo extraindo todo o mel que a jovem lhe dera e também buscando recuperar suas forças, antes de voltar com seu corpo para ao ladode Mariana.
A sensação fora indescritível. Mariana estava em êxtase por ter novamente a morena em seus braços.
- Clarinha, você é perfeita para mim. - Disse a loira assim que sentiu a morena se deitar em seus braços e entrelaçar a coxa entre suas pernas.
- Você que é perfeita, loirinha, como eu gosto de te tocar, senti muita falta do seu gosto... - Clara falava baixinho ainda tentando recuperar as forças.
A loira abraçou forte a morena e falou em seu ouvido:
- Eu também senti saudades do seu toque, mas agora é minha vez de saciar o meu desejo por você! - Mal terminou de falar e já estava com o corpo sobre o da morena. Clara ainda estava de sutiã e calça jeans e, sem perder tempo, Mariana começou a arrancar sua roupa na mesma pressa em que a morena estava há minutos atrás.
- Nossa, achei que tinha te dado uma canseira. - Brincou a morena, adorando ver a atitude da loira. - Aii, que disposição é essa, loirinha?
- É a vontade que estou de te sentir de novo, de te ter só para mim. - Falava a loira com a voz carregada de desejo, enquanto terminava de tirar a calça de Clara. - Eu ficava pensando todos os dias se teria seu corpo de novo para mim.
Clara pôde sentir as batidas fortes de seu coração ao ouvir o quanto era querida e desejada pela loira. Olhou para Mariana que estava agora sentada ao lado dela, contemplando seu corpo e lançou-lhe um sorriso carregado de significados. Mariana avistou aquele sorriso e compreendeu na hora os sinais ali implícitos.
Terminou de tirar todas as peças de roupa de Clara e colocou seu corpo sobre o da morena, aproximou a boca de seu ouvido e pediu:
- Fecha os olhos Clarinha. - A morena obedeceu a loira sem questionar. - Agora sente o que é uma pessoa cheia de saudade.
A loira entrelaçou suas pernas as da morena, mantendo seu rosto colado ao delae começou a movimentar seu corpo sobre o da jovem, deixando-os tão próximos como se estivesse ocorrendo uma fusão entre eles. Mariana mostrava seu desejo pela morena de uma forma diferente, difícil de se explicar. Tinha urgência em tomar por completo o corpo da jovem, mas ao mesmo tempo sentia calma. Acabou se lembrando na hora das palavras de Clara: "Força e calmaria". Era sempre assim que se sentia com ela, os sentimentos se misturavam dando a sensação de algo totalmente incomum, porém fascinante, envolvente.
Clara, mesmo de olhos fechados, percebera que a loira estava pensativa, pois ela voltara a se sentar ao lado da morena, passeando com a mão sobre seu corpo. Aquele momento estava tão perfeito que Clara pôde compreender o que a jovem lhe falara há pouco no ouvido. Os toques de Mariana eram tão profundos, tão sensíveis que Clara entendeu a saudade que a loira sentia dela. E como num passe de mágica, começara a experimentar as sensações de Mariana como se de fato seus corpos tivessem se transformado em um só.
- Estou sentindo, eu sinto você, loirinha, não apenas seus toques, eu sinto VOCÊ! - Clara enfatizou a palavra "você", procurando mostrar para a loira que seu interior se desvelava para ela.
Mariana sorriu ao ouvir aquelas palavras, pois sentiu que as duas estavam em completa sintonia. Voltou a colocar o corpo sobre o de Clara e sentiu seu coração batendo sobre os seios da morena. Tornou a beijar seu pescoço, deixando o calor do corpo da jovem envolver igualmente seu corpo. Logo os beijos se tornaram mais ousados e Mariana começou a descer até os seios da morena.
- Saudade deles. - Disse a loira mordiscando o biquinho escuro do seio de Clara. - Eu adoro eles.
A partir dali a loira deixou para trás a calmaria e cedeu espaço para urgência que sentia em possuir a morena. Começou a sugar mais forte um dos seios da jovem enquanto apertava igualmente forte o outro. Clara continuava com os olhos fechados, deixando apenas seus gemidos revelarem o prazer que sentia com aqueles toques.
Depois de se deliciar nos seios da morena, Mariana começou a descer a boca, passando pela barriga, até chegar ao ossinho lateral de Clara. Passava a língua fazendo a morena se arrepiar com aquelas sensações. Logo segurou a coxa de Clara e iniciou uma série de mordidas na parte interna até chegar à virilha da jovem. Ali mesmo a loira pôde avistar os sinais de excitação da morena e não mais esperou, passou a língua de forma sedenta sobre seu sex* arrancando um grito entusiasmado de prazer da jovem.
- Isso... isso loirinha... não para... como é bom... aii.. não para. - A morena falava apressadamente, revelando o quanto estava sedenta para sentir aquele toque novamente.
Mariana atendeu aquela quase súplica da morena e começou a passar a língua de forma mais rápida. Porém seu desejo por aquele ponto sensível era tão grande que logo o abocanhou, fazendo a morena praticamente se contorcer na cama de tanto prazer. Mariana continuava com suas carícias intrépidas e antes que a morena alcançasse o ápice do prazer, introduziu dois dedos na entrada da jovem aumentando as sensações prazerosas.
A morena gemia cada vez mais rápido até que não mais segurou e emitiu um grito forte de prazer que fizera a loira também se estremecer. O orgasmo chegara junto para as duas jovens, que degustaram o momento, cientes de que ele só acontecia quando elas estavam juntas.
Mariana deitou-se ao lado da jovem e começou a fazer carinho em seu rosto.
- Clarinha, me abraça?
- Claro, minha linda, vem, deita no meu braço. - Disse a jovem beijando a testa da loira e envolvendo-a em um abraço apertado. - Mari, foi perfeito, foi.. foi mágico.
- Foi mesmo, você é maravilhosa, como é bom ter você aqui. Clarinha, não vai embora hoje não, fica comigo? - Perguntou a loira com a voz dengosa.
- Só fico se você me fizer um favor. - Disse a morena acarinhando os cabelos da loira.
- Er... favor? - Perguntou a loira curiosa.
- Aham, quero um favor seu.
- Pode pedir, o que é? - Perguntou a loira levantando seu corpo para poder olhar para a morena.
- Me deixa ficar olhando para seus olhos? Só eles me trazem a paz que tenho precisado.
- Mas isso é fácil, nem chega a ser um favor. - Respondeu a loira sorrindo. - Me agrada tanto ficar olhando para você.
Clara passava a mão no rosto da loira enquanto ficava olhando para a profundeza de seus olhos. Mariana também olhava para os olhos da morena, que brilhavam de uma forma linda. E em meio a essa troca de olhares começou a pensar em seus sentimentos, em como queria voltar a dizer o quanto a amava, porém teve receio de deixar a morena confusa, afinal não sabia ainda como elas ficariam diante daquela situação de ameaça, sem saber ao certo se era o Thiago mesmo quem tinha enviado a carta.
Aquele momento havia sido maravilhoso, mas não podia negar que ainda sentia dúvidas se a morena iria continuar se encontrando com ela, mesmo que escondido. Sabia o quanto Clara gostava dela, mas também tinha ciência dos medos da morena e do quanto aquela situação toda era complicada.
Clara, ao perceber que a loira franzia um pouco a testa perguntou:
- Linda, o que você tanto está pensando aí, hein?
- Estou aqui pensando se você vai fugir de mim de novo.- Falou a loira sem fazer rodeios.
- Ai Mari,não fala assim, agora você sabe por que tive que me afastar.
- Eu sei, mas não posso deixar de pensar em como nós vamos ficar agora. - Disse a loira se sentando na cama.
- Mari, olha nos meus olhos. - Pediu a morena, também se sentando na cama. - Eu quero ficar com você, sempre quis. Mas, eu gostaria que você entendesse que as coisas estão complicadas, ainda temo que meus pais fiquem sabendo.
- Eu sei Clara, por isso que estou pensando em tudo isso, não quero viver na insegurança também, eu preciso saber, como vamos ficar agora? - Mariana perguntava de forma segura, embora tivesse medo da resposta. -Eu não quero te perder de novo.
- Nem eu quero te perder, Mari. - Clara falara pensativa. - Mas, precisamos achar uma forma de descobrir se é o Thiago mesmo que está por trás de tudo isso. Eu quero você, loirinha,mas quero te pedir para ter paciência comigo. Não estou preparada para revelar isso tudo.
- Eu sei, Clara. Não estou te pressionando, não pense assim. - Disse a loira olhando para a cama de forma pensativa, como se estivesse buscando as palavras certas para falar. - Eu só quero que você me diga claramente que independente de tudo isso, você vai continuar comigo, que não vai deixar um infeliz qualquer estragar nossa felicidade. Eu... eu não me importo de ter que me encontrar escondida com você, por enquanto,mas, eu preciso de uma posição bem clara sua.
- Não vou me afastar de você! Vamos descobrir juntas se é o Thiago e assim que tivermos a certeza eu vou dar uma lição nele e a gente não vai precisar mais ficar se encontrando escondido. - A loira respirou fundo, sentia ainda uma pontada de insegurança, mas começou a se sentir mais aliviada ao ouvir aquelas palavras.
- Está bem, Clarinha, eu acredito em você, vou ser paciente. - Disse, dando um selinho na jovem. - E agora que você está aqui nada vai abalar minha felicidade, quero aproveitar esse fim de semana, quero ficar juntinha de você.
- Humm, então vem aqui. - Chamou a morena, puxando Mariana para bem próximoa ela. - O que você acha de ficarmos deitadinhas aqui, o resto da noite nos beijando?
- Acho que vai ser perfeito, eu amo seu beijo. - Respondeu a loira, segurando o rosto de Clara com as duas mãos e tocando-lhe os lábios. - Mas acho que não vou conseguir ficar só no beijo.
- Então, além de beijar vou atender a todos os seus pedidos. - Respondeu a morena dando mordidinhas nos lábios da loira.
- Aiii, será que estou sonhando? - Perguntou Mariana, se sentindo nas nuvens.
- Ahh, é um sonho sim, estou até vendo uma anjinha loirinha que faz meu coração bater rápido.
- Humm, tenho ciúmes dessa anjinha - Disse a loira manhosa.
- Ownn, tem ciúmes é? Vem cá então, vou mostrar para você quem é a única loirinha que faz meu coração bater. - Falou a morena, deitando Mariana na cama e beijando delicadamente sua boca.
E assim permaneceram as duas,o restante da noite, trocando carinhos e matando a saudade acumulada pelas semanas que passaram separadas, deixando em suspenso, pelo menos por enquanto, o assunto que tinha sido motivo para tanto sofrimento.
No dia seguinte as jovens demoraram para se levantar da cama. A vontade que tinham era de poder parar o tempo para ficarem juntas, sem precisar pensar na vida complicada que lhes aguardavam do lado de fora daquele apartamento. Porém as coisas não eram tão simples assim e, embora desejassem apenas aproveitar o restante do domingo, o incômodo assunto ressurgiu logo que terminaram de tomar o café da manhã, ainda na mesa da cozinha...
- Clarinha, sei que você está pensando a mesma coisa que eu. - Disse a loira ao olhar para a expressão pensativa de Clara.
- Ai Mari, eu realmente queria deixar esse assunto de lado, pelo menos por hoje, mas não consigo. Eu estou nervosa com isso tudo. Fico ansiosa só de pensar que o Thiago, que estava tão próximo de mim, pode ser o autor dessas ameaças. Eu quero descobrir logo, não consigo ser paciente como você.
- Ei minha linda, vamos tentar manter a calma. - Disse a loira puxando a cadeira para perto de Clara e pegando em sua mão.- Eu também não consigo parar de pensar nesse assunto, mas temos que pensar que agora nós vamos agir juntas.
- Mas Mari, eu estava aqui pensando, e se de fato foro Thiago e ele tiver me visto chegar aqui na sua casa? - Clara apertava as mãos da loira em sinal de preocupação.
- Clarinha, ele não viu nada, você chegou aqui com o Fred, não tem lógica isso, estamos ficando paranoicas já.
- É, você tem razão, isso está me deixando maluca. - Concordou a morena encostando-se na cadeira
- Calma minha linda. Ele não vai fazer nada, por que ele nem imagina que você está aqui e que eu já sei de tudo. - A loira agora fazia carinho no rosto de Clara. - Mas eu confesso para você que pensei em algo que talvez nos ajude a desmascarar ele.
- O que você pensou? - Perguntou a morena curiosa.
- Bom, acho que você não vai gostar muito da ideia, mas pode ser uma forma de descobrir algo. - Mariana falava cautelosa.
- Aii Mari, fala logo, o que você pensou?
- E se eu saísse com o Thiago? Sei lá, e se eu fingisse que estava afim de sair com ele e tentasse arrancar algo?
- NÃOOO, NEM PENSAR MARIANA! VOCÊ NÃO VAI SAIR COM AQUELE MAGRICELA. - Falou Clara nervosa, se levantando bruscamente da cadeira. Porém quando Mariana ouviu Clara chamar Thiago de magricela, começou a rir ao invés de ficar assustada com sua reação.
- Magricela? - Perguntou a loira ainda rindo.
- É MAGRICELA SIM, ESTÁ RINDO DO QUE? - Perguntou Clara ainda impaciente.
- Aii Clarinha, você fica linda com ciúmes.
- Não- não estou com ciúmes, só não achei uma boa ideia. - Respondeu a morena,voltando a se sentar na cadeira.
- Hum, sei, por que não é boa ideia?
-Porque.. porque... ahhh, porque ele pode ser perigoso Mari, e se ele forçar você a fazer alguma coisa?? - Falava a morena, procurando mostrar um bom motivo para Mariana esquecer aquela ideia.
- Mas Clara, eu sei me defender muito bem,ele não vai fazer nada comigo. Eu apenas iria perguntar algumas coisas para ele, de forma discreta é óbvio.
- Não Mari, não quero você com aquele babaca. Vamos pensar em outra coisa.
- Está bem. - Respondeu a loira se rendendo ao pedido de sua amada. - Vem cá então, vamos ficar um pouquinho lá na sala, abraçadinhas?
- Hummm, vamos. - Concordou a morena, deixando-se levar por Mariana até o sofá da sala.
Ao chegar lá Mariana sentou-se primeiro e puxou a morena para repousar a cabeça em seus braços.
- Mari, não lembrei de falar ontem, mas seu apartamento ficou tão lindo. Se parece com você.
- Ahh, se parece comigo, é? Essa frase não me é estranha. - Brincou a jovem ao ouvir a morena pronunciando uma frase que era típico dela própria falar.
- Pois é, acho que agora eu entendi o que você queria dizer com essa frase lá no meu apartamento. A decoração é a sua cara Mari, esses quadros na parede, os objetos modernos retratando diferentes lugares no mundo. Nossa, não poderia ser diferente a sua casa.
- Ah, obrigada, minha linda. Que bom que você gostou. - Agradeceu a loira dando um beijo na testa de Clara e a abraçando forte. - É muito bom ter sua própria casa né, mas eu confesso que não gosto de ficar sozinha.
- Sente falta do seu pai, Mari? - Perguntou Clara, sentindo um aperto no peito.
- Sinto sim, Clarinha, mas, é uma ausência necessária. Não poderia viver sempre debaixo das asas do meu pai, e muito menos viver segundo as vontades dele. Tenho certeza que essa distância entre nós não durará muito. Mas, agora só preciso saber esperar o tempo de aceitação dele. - Mariana falava tudo aquilo de forma tão madura que Clara não pôde deixar de pensar em sua própria vida. Ela era o oposto de Mariana, morria de medo da reação de seus pais e não conseguia nem imaginar a cena dela contando tudo para eles. - Clara.... Clarinha??
- Er.. oi... hã?
- Você ouviu tudo o que eu disse? Parece que estava em outro lugar...
- Não linda, eu estava bem aqui mesmo, ouvi sim. Estava apenas admirando sua coragem. - Disse a morena dando um beijo no pescoço de Mariana. - Você está certa, logo seu pai vai te procurar, ele te ama muito, pude perceber isso nas poucas vezes que fui à sua casa.
- É sim, e tenho certeza que seus pais também te amam muito Clara. - Disse a loira tentando mostrar para a Clara que a situação entre elas era a mesma.
- Me amam sim Mari, mas jamais aceitariam que a filha, que cresceu seguindo os preceitos da igreja, se relacione com uma mulher. Isso seria o fim para eles. - Clara falara de forma tão automática que parecia até que a resposta já estava decorada em sua mente.
- É... eu sei. - Concordou Mariana, tentando ser paciente com a falta de coragem de Clara.
- Aii Mari, não vamos falar sobre isso, sei que isso te chateia. - Falou Clara ao perceber a reação de Mariana com sua frase anterior. - Vamos voltar a pensar em uma forma de tentar provar quem está nos ameaçando.
- Tudo bem, você está certa.
As duas ficaram por mais algum tempo abraçadas, pensando sobre o assunto, até que Mariana voltou a falar.
- Talvez então você pudesse procurar o Thiago, Clarinha!Er.. não gosto muito dessa ideia, mas pelo menos não acho que ele vá te fazer nada, é só você agir como se fosse amiga dele.
- Aii Mari, não sei conseguiria controlar minha raiva, eu sou muito impulsiva, a vontade que dá é de ir atrás dele e falar tudo o que está entalado aqui. - Falou Clara, colocando a mão na garganta.
- Tudo bem então linda, você está certa... - Disse a loira um pouco desanimada por não conseguir pensar em outra forma para desmascarar a pessoa.
- Vamos fazer assim, a gente espera mais um pouco, e se não aparecer nenhuma outra ideia eu dou um jeito de me encontrar com ele sim. Não vou aguentar esperar muito tempo mais, quero tirar essa história a limpo.
- Combinado então!
- Nossa, realmente vou precisar controlar meus nervos, por que da última vez que desconfiei de alguém foi do Henrique e acabei ligando para ele e falando um monte, sem dar chances para ele se explicar.
- O que?? Você ligou para o Henrique? Como assim? Você não me disse isso. - Perguntou a loira surpresa, se ajeitando no sofá e fazendo com que Clara se sentasse de frente para ela.
- É Mari, eu não cheguei a comentar, mas eu recebi um bilhete uma vez, antes de receber a carta com as fotos.Também era um bilhete de ameaça, mas eu achava que era do Henrique. Então eu simplesmente peguei o celular e liguei, quando ele atendeu eu disparei a falar um monte de coisas e não dei brecha nenhuma para que ele se defendesse. Só que, depois dessa carta, eu descobri que não tinha sido ele.
- Nossa Clarinha,então essa pessoa está te ameaçando há algum tempo. - Falou a loira preocupada.
- Está Mari, eu não te falei nada antes para não te preocupar, até por que, eu achei que fosse uma bobeira qualquer e que já tinha se resolvido depois que eu falei um monte para o Henrique.
- É, mas não era ele...
- Não,tenho certeza que não é ele, Mari.
- Er.. você ligou para se desculpar com ele? - Perguntou Mariana curiosa.
- EU NÃOO, você já se esqueceu que ele estava me seguindo??? - Falou a morena impaciente, fazendo com que Mariana ficasse pensativa.
- Seguindo... CARAMBAAA!!!! - Gritou a loira empolgada ao se atinar para um fato. - Clara, e se o Henrique tiver visto alguém nos seguindo? Eu sei que é uma coisa absurda, mas pode ser possível...
A morena fazia cara de incredulidade para Mariana.
- Clara, pensa, se ele tiver visto o Thiago pelo menos perto da gente, nós teremos a prova que faltava para comprovar que é ele mesmo que está nos ameaçando.
- Ai Mari, você acha mesmo? Isso parece uma coisa tão surreal, duas pessoas seguindo a gente? - Falou a morena pensativa.
- É eu também acho, mas, depois que você recebeu essa ameaça por carta, eu passei a acreditar em qualquer coisa. Mas a verdade é: nós temos praticamente certeza que é o Thiago, só precisamos de uma pequena comprovação. - Insistiu a loira, procurando manter sua hipótese.
- Tudo bem, você tem razão nisso, mas o que você me sugere? Abrir o jogo com o Henrique???? - Falava Clara de forma irônica. - Não posso fazer isso Mari, não confio no Henrique, imagina se ele também resolve me chantagear.
- Não estou falando para você falar tudo né Clara, mas, você pode conversar com ele,diga que você tem recebido algumas ameaças por que está ficando com um carinha, e como o Henrique já havia te seguido antes você acabou achando que fosse ele. Aí depois você diz que descobriu pistas que indicavam que não era ele e aproveita para pedir desculpas.
Clara ficou um tempo pensativa e depois voltou a falar.
- Nossa, estou impressionada, você não tem ciúmes dele?
- Claro que tenho né, mas eu confio em você. - Respondeu a loira pegando nas mãos de Clara. - Nós precisamos fazer isso, precisamos descobrir se é o Thiago e eu sinto que o seu ex vai poder nos ajudar. Aii, nem acredito que estou falando isso.
- Muito menos eu. - Riu a morena. - Ai Mari, mas como vou falar essas coisas todas? Você está lembrada que ele queria voltar comigo né? - Falou,procurando alertar Mariana.
- Eu sei, por isso mesmo que a senhorita vai deixar claro que está com alguém. - Disse a loira de forma séria, olhando nos olhos de Clara. - Clarinha, não vai dar ideia para ele, né!!
- Com certeza não, minha linda, só tenho olhos para você. - Falou a morena de forma doce, acariciando o rosto da loira. - Mas, confesso que não será nada fácil conversar com o Henrique. Ele me irrita, Mari, não o perdoei ainda pelo que ele causou ao meu pai e acho que ele vai estranhar o fato de eu me aproximar dele agora, do nada.
- Ai Clarinha, não sei então. - Disse a loira já desanimada.
- Vamos fazer assim, eu vou procurar Henrique só para falar a ele que eu me equivoquei naquela ligação e se aparecer alguma brecha, eu tento arrancar informações dele sobre o Thiago. Pode ser?
Mariana soltou um suspiro e disse:
- Pode ser, mas me prometa que não deixará ele cometer nenhuma gracinha com você. - Falou um pouco emburrada. - Aii, por que fui dar essa ideia?
- Ownn... você fica tão linda com essa carinha enciumada. - Falou a morena encantada. - Mari, não tem com o que se preocupar, o Henrique não representa nada para mim, já você, representa muito... é minha loirinha linda e vou fazer de tudo para resolver nossa situação.
A loira olhou para Clara com um sorriso no rosto e acenou com a cabeça.
- Eu te apoio, nós vamos descobrir quem está por trás de tudo isso. Agora vem aqui, chega de pensar nessa história por hoje. Vamos aproveitar o domingo, pois sei que não vamos poder ficar nos encontrando durante a semana, enquanto não solucionarmos isso.
- Hunf, é verdade loirinha, já está até me batendo saudades antecipadas de você. - Falou a morena dando um leve beijo na boca de Mariana.
- Então fica quietinha aqui comigo, me beijando. - Pediu a loira com a voz baixa.
- Fico, eu adoro seu beijo. - Respondeu a morena, no mesmo tom de voz de Mariana e aproximando sua boca aos lábios da loira..
As duas permaneceram no sofá, se beijando e trocando carícias apaixonadas, sem mais se preocuparem com o que iriam fazer para desmascarar a pessoa que estava lhes ameaçando. Apenas se permitiram viver aquele momento em que estavam juntas... que a propósito, era o único que as deixava tranquilas e em paz.
Quando já estava prestes a dar 10 horas da noite, com grande dificuldade, Clara avisou a Mariana que precisaria ir embora. Afinal, segunda-feira ela não poderia chegar atrasada no escritório, pois tinha assuntos importantes para tratar com dois de seus principais clientes. Sem contar que a morena havia deixado o carro na casa de Fred e precisaria passar lá, antes de ir para casa.
- Linda, infelizmente preciso ir, queria passar a noite aqui com você, mas não será possível. - Disse a morena dando um abraço apertado em Mariana.
- Ai Clarinha, não, fica aqui hoje. - Pediu a loira.
- Eu não posso, Mari, amanhã tenho uma reunião 8h com dois clientes. Preciso mesmo ir loirinha. - Respondeu Clara, beijando o rosto de Mariana.
- Poxa, já fico com o coração apertado pois, agora não sei quando nos veremos novamente.
- Calma Mari... a gente vai dar um jeito... e amanhã mesmo eu vou procurar o Henrique, quem sabe a gente já consiga solucionar isso, né? - Falou Clara, tentando fazer Mariana se sentir mais tranquila em relação a elas.
- Tomara, eu quero você, não quero deixar de estar ao seu lado por causa de um qualquer. - Falava a loira séria enquanto se deixava ser levada por Clara até a sala. Ao chegar lá, a morena puxou a loira e lhe deu um abraço gostoso e demorado.
- Logo logo estarei aqui de novo, você vai ver, a semana vai passar rapidinho. - A morena falava de forma doce no ouvido de Mariana. - E a gente também vai ficar se falando no celular.
- Está bem, Clarinha, e já estou muito feliz pelo fato de estarmos juntas de novo. Agora não será problema esperar, pois sei que você está ao meu lado, que você me quer. - A loira também respondia ao pé do ouvido de Clara.
- Claro que te quero e quero muito. - Enfatizou Clara, aproximando sua boca a da jovem para lhe beijar. Depois de um longo beijo a morena saiu dos braços de Mariana e a puxou até a porta. - Vamos Mari, tenho mesmo que ir.
- Me liga assim que você chegar em casa? - Pediu a jovem, já com a mão na fechadura da porta.
- Ligo sim, linda. - Respondeu a morena com seu lindo sorriso no rosto. - Ah, me faz um favor?
- Faço, claro.
- Tem como você ligar para o Fred e avisar a ele que estou indo para lá pegar meu carro?
- Ai Clarinha, não é melhor eu levar você até lá? - Disse a loira um pouco preocupada por conta da hora.
- Não Mari, não acho muito prudente a gente ficar se arriscando a sair juntas. Vou pegar um taxi aqui em frente e rapidinho chego lá.
- Tudo bem então, eu aviso a ele. - Respondeu a loira, procurando novamente ser paciente com o medo exagerado de Clara.
- Obrigada, loirinha. Agora vou mesmo, se cuida aí. - Disse a morena beijando Mariana mais uma vez e se direcionando para o corredor do prédio. A loira ficou acompanhando com o olhar a morena caminhar até o elevador.
- Ei, Clarinha... - Chamou Mariana, antes que Clara entrasse no elevador.
A morena virou-se para ela, que estava encostada com a cabeça na porta, vestindo um shortinho curtinho e uma blusinha azul. Suspirou longamente e esperou que a loira falasse.
- Volta logo para mim. - Ouvir aquele pedido fez o coração de Clara queimar. E num impulso, correu em direção a loira e tomou seus lábios, ali mesmo, na porta de entrada de seu apartamento. Mariana pouco se importou se os vizinhos iriam ver, já tinha decidido a não esconder sua opção sexual de mais de ninguém, porém o gesto vindo de uma pessoa tão medrosa como Clara, a pegara de surpresa, fazendo com que o beijo ficasse ainda mais gostoso.
As duas permaneceram alguns minutos se beijando, até que Clara se deu conta do que estavam fazendo e se separou da loira.
- Mariii, pelo amor de Deus, estamos no corredor do seu prédio, alguém pode nos ver! - Falou com a voz baixa e assustada.
- Eu não me importo, Clara, não tenho mais nada a esconder.
- Er.. vo-você vai se assumir para todo mundo? - Perguntou a morena apreensiva.
- Vou sim, Clarinha. - Respondeu a loira. Porém, ao olhar para a expressão preocupada de Clara se deu conta do que a morena temia. - Mas não se preocupe, não vou falar nada sobre você, não vou falar com quem eu estou ou por quem eu sou apaixonada. Não precisa ficar com medo, ok?
- Ufa, que susto Mari, quanto menos as pessoas souberem, melhor. - Clara falara aliviada, sem perceber o quanto aquelas palavras foram difíceis para Mariana ouvir.
- Fique tranquila, não vou sair falando para ninguém sobre minha opção sexual, só não quero ter que fingir algo que eu não sou.
- Sim, eu entendi Mari, mas, agora realmente preciso ir. - Falou tentando cortar o assunto. Olhou rapidamente de um lado para o outro e deu um selinho em Mariana. - Eu volto logo.
- Estarei te esperando. - Disse a loira com o coração apertado de ter que deixar Clara ir embora. Olhou para a morena, que lhe acenava já de dentro do elevador e esperou que a porta se fechasse para retornar ao seu apartamento.
Trancou a porta e caminhou pensativa até seu quarto.
- Minha Clarinha voltou para mim, isso parece um sonho. - Disse para si mesma antes de se jogar na cama. - Mas, não consigo entender por que ainda tenho esse aperto no coração.
A loira deitou a cabeça no travesseiro que fora usado por Clara e ficou um tempo sentindo o cheiro dela, ainda impregnado lá.
- Ai Clara, eu te amo tanto, por que você tem tanto medo assim? Hunf, esse medo dela me faz ter tanta insegurança, nossa ela quase morreu de susto depois que se deu conta de que estávamos nos beijando no corredor do prédio. Vou precisar ter muita paciência.
A loira estava agora olhando para o teto, abraçada com o travesseiro.
- Mas é claro que vou ter paciência, eu a amo, quero ficar com ela, mesmo que eu tenha que me privar de algumas coisas para que as pessoas não fiquem sabendo. Vou mostrar para Clara que ela pode confiar em mim, eu manterei em sigilo nosso relacionamento até ela ganhar segurança para poder encarar a situação.
Mariana levantou-se da cama e pegou o celular que estava em cima da cômoda.
- "Deixa eu ligar para o Fred, tenho que avisar que a Clara está indo para lá e também tenho que agradecer. Aquele sim é um amigo de verdade!" - Pensou a loira, já discando o número do amigo.
O celular chamou várias vezes até que finalmente o jovem atendeu...
- Alô, Mari? - Falou o jovem com a voz rouca do outro lado da linha.
- Fred!!!! Boa noite gato! Vai me dizer que já estava dormindo?
- Ai Marizinha, meu domingo foi tão corrido que acabei chegando em casa e capotando aqui na cama.
- Gente, deve ter sido muito bom seu domingo hein, para derrubar um morenão como você.. - Brincou a loira.
- Humm, nem te conto Mari, foi ótimo meu domingo. Passei com o Anderson, mas depois te falo direito. Me diga, tem uma morena perdida aí no seu apartamento? - Perguntou o jovem divertido.
- Ahh, bem que eu queria que ela ainda estivesse aqui, mas a Clara já foi. - Lamentou a loira.
- Mas, está tudo bem? Vocês se entenderam né?
- Aii Fred, você é demais, obrigada amigo, nos entendemos sim. Nem acreditei na hora que vi a Clara aqui no meu apartamento. - Falou a loira, como se estivesse vendo a cena novamente.
- É minha querida, quando é para as coisas acontecerem o universo todo conspira a favor.
- Concordo, mas ainda bem que tem os amigos para dar uma mãozinha para o universo né? - Falou a jovem rindo e fazendo Fred rir também.
- Ah, mas eu faço parte desse universo meu bem!
- É verdade! - Concordou a jovem ainda rindo. - Mas, deixa eu te falar, a Clara pediu para eu te avisar que ela está indo aí pegar o carro dela.
- Ah, é verdade, já tinha até me esquecido disso. Tudo bem, vou esperá-la aqui.
- Está bem Fred, mais uma vez obrigada por tudo!
- Por nada Mari, mas amanhã vou querer saber todos os detalhes dessa reconciliação. Quero saber se vocês já desconfiam de quem deve estar lhes ameaçando.
- Já desconfiamos sim Fred, mas amanhã eu te falo.
- Ahhh não, vai me deixar curioso? Que injustiça isso, me fala, Mari, quero saber, isso parece coisa de novela.- Falou o jovem curioso.
- Você ainda não viu nada. - Falou a jovem, mostrando que a história era mais absurda do que ele imaginava. - Mas amanhã eu conto, amigo, a Clara já deve estar chegando aí.
- Tudo bem então, amanhã eu te procuro depois da aula.
- Combinado, Fred, beijinhos.
- Beijos.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Lana queen
Em: 16/05/2016
Reconciliação é sempre muito bom, que delícia de ler...sempre muito bem escrita que a gente senti tudinho daqui kkk...
Tomara que Thiago seja logo desmascarado, safado, chantagista, aff...
Beijos, chega por hoje, não consigo mais passar a noite...snif
Resposta do autor:
Ei Paty,
Ah, que bom que minha escrita tem lhe causado sensações diversas, rs... De fato as reconciliações são sempre gostosas, rsrs
Vamos ver se o mala do Thiago dá sossego agora...
Beijos, obrigada!
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