Capítulo 58
Todos os dias um pensamento ficava martelando na minha cabeça, ficar com a Camila ou voltar pra casa e resolver minha história com a Natália?
Eu não conseguia e nem podia escolher entre uma delas.
Fato que a Camila nunca me magoou e a Natália já fez isso várias vezes, mas o que mais me perturbava na escolha é que mesmo a Natália tendo feito besteira no passado eu ainda a amava, sim eu amava a Natália e por todos esses anos eu tentei esquecer disso, mas nem o tempo conseguiu.
Os dias passaram muito rápido e já estava no dia de eu partir ou decidir se ficaria.
Estávamos no quarto e eu tinha que começar a fazer minhas malas.
A Camila, ficava me olhando enquanto eu andava de um lado pro outro no quarto tentando achar uma saída pra isso.
Olhando para cima, como se a resposta para a minha vida estivesse no teto daquele quarto.
-- Bia, quanto a aquela proposta que eu te fiz, você pensou?
-- Pensei, estou pensando, não paro de pensar nisso.
-- E ai, você vai embora ou vai ficar aqui comigo?
-- Cah, eu te amo. Você é perfeita, não tem outra palavra pra descrever você. Tenho certeza que muitas mulheres me invejam de estar com você e eu sei que você é a pessoa que me faria feliz pro resto da vida. Mas eu preciso arriscar, eu não posso viver o resto da minha vida pensando “E se tivesse sido diferente?”. Eu tenho e desde que te conheci eu sempre tive a felicidade caminhando ao meu lado, mas esta na hora de eu correr atrás da felicidade. Você é o meu porto seguro, é a pessoa que eu quero ao meu lado pro resto da vida, mas existe outra pessoa que mesmo depois de anos ainda esta no meu coração e isso deve significar algo.
-- Natália.
-- É. Cah, eu queria que tudo isso fosse mais fácil, que eu pudesse ficar com você aqui e ser feliz e pronto, mas eu não posso mudar o que eu sinto, não da pra escolher uma e tirar a outra do meu pensamento pra sempre e eu sei que se eu fizer isso sempre vai haver um “e se...” na minha vida.
-- Eu sempre soube que você ainda amava a Natália, mas achei que eu pudesse ser o alvo desse amor um dia, e fui, mas você ainda a ama e eu respeito isso. Não da pra você mandar no coração não é? É claro que eu fico triste de você partir, eu te amo. Você mudou a minha vida e vai ser um capitulo essencial dela, mas a vida nem sempre é como a gente quer, então eu respeito a sua decisão e entendo.
-- Obrigada Cah, você é maravilhosa e eu sei que você vai encontrar uma pessoa tão maravilhosa quanto você que vá te fazer tão feliz quanto você me fez. Eu te desejo toda sorte, felicidade e sucesso do mundo e quando você voltar para o Brasil, não pense duas em vezes em me procurar, eu vou estar morrendo de saudade.
-- Eu te desejo tudo em dobro Bia. Lute pelo que você quer e seja feliz independente do que os outros falem e do que é certo ou não. Você merece ser feliz. E pode deixar que quando eu voltar eu vou te procurar pra você me dar mais umas aulinhas de skate.
Sorrimos e nos abraçamos já chorando pela despedida.
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-- Posso te pedir um ultimo beijo? – Cah
-- Não precisa pedir.
Segurei seu rosto, acariciava seus lábios que tremiam pelo nervosismo do momento, ela fechou os olhos e uma lagrima escorria pelo seu rosto, eu tentava contê-las passando o dedos para seca-las, mas elas foram se intensificando. Ver a Cah triste era com a pior coisa do mundo, um rosto que só me trazia alegrias, estava ali triste e banhados de lagrimas de tristeza que eu estava causando.
Fui me aproximando e nos beijamos lentamente, um beijo de despedida que foi tão intenso e marcante quanto o primeiro, nos perdemos no tempo e só ficamos ali aproveitando de um ultimo beijo que deixaria saudades.
Foi o nosso final feliz...
Natália
Depois que a Beatriz foi pra África eu fiquei sem saber o que fazer, não podia mudar a decisão dela e ir atrás não adiantaria então como sempre contei com eles fui a casa dos meu pais pedir ajuda.
-- Bem, já que eu perdi a Bia pra sempre eu estive pensando em aceitar a vaga no hospital da Itália, o que vocês acham?
-- Eu acho que é uma oportunidade ótima minha filha, você tem que seguir a sua vida.
-- Eu também acho. Não deu certo com a Bia, mas haverão outras pessoas.
-- Mas eu já aceitei a vaga aqui no hospital.
-- Bem, vá até lá e converse com eles. Com certeza entenderão.
-- Tudo bem.
Fui até o hospital conversar com o chefe.
-- Com licença, posso falar com o senhor?
-- Claro, entre Natália.
-- Eu vim aqui para me desculpar e avisar que não vou poder ficar com a vaga, recebi outra proposta na Itália e por motivo pessoais, achei melhor pra eu ir pra lá.
-- É uma pena saber que vou perder uma profissional tão competente como você, mas posso te pedir uma coisa?
-- Claro.
-- Você poderia ficar aqui no hospital pelo menos por uma semana? Estamos com muitos pacientes que precisam de tratamento psicológico e estamos sem profissionais.
-- Claro, eu fico uma semana sim.
-- Obrigada. Nos vemos amanha então.
-- Ok, até amanha.
Uma semana a mais aqui não mudaria muita coisa.
No outro dia já comecei a trabalhar e o trabalhar ali era muito bom, os funcionários eram todos ótimos e o hospital mesmo tinha uma ótima estrutura.
Desde que me formei eu não tinha trabalhado em nenhum hospital ainda, só em clinicas de tratamento psicológico e a diferença era bem grande.
Os pacientes daqui geralmente vinham de acidentes graves com perdas de familiares e com seu psicológico totalmente destruído.
O trabalho foi intenso, acabei criando laços com alguns dos funcionários e até pacientes, mas eu saberia que em poucos dias eu já estaria bem longe.
A semana passou bem rápido e foi bem produtiva.
Eu tentava me manter ocupada para não ficar mais deprimida por saber que nunca mais veria a Bia e que tinha perdido ela de vez.
Um dia eu encontrei a Mari pelos corredores e ela vendo que eu estava triste me parou.
-- Natália, como você esta?
-- Bem.
-- Tem certeza? Parece meio abatida.
-- Eu estou bem Mari, obrigada.
-- Eu recebi noticias da Bia.
-- Hum, que bom.
-- Ela esta trabalhando bastante, mas vol....
-- Mari, por favor, não fala dela. É difícil lembrar que eu não vou mais vê-la.
-- Mas Nat, ela vai...
-- Mari, por favor. Não fala mais dela, eu preciso ir. Com licença.
Só de ouvir o nome dela eu já sentia vontade de chorar. Perder o amor da minha vida assim depois de tantas besteiras e nem ter a chance de me redimir.
Nos meu ultimo dia de trabalho me despedi dos colegas que fiz, os pacientes pediram para que eu ficasse, mas eu não podia mais ficar ali naquele lugar que me trazia tantas lembranças.
Fui para a casa dos meu pais, passei a noite com eles, fizemos um jantar e no outro dia a tarde eu voltaria para a Itália.
Fim do capítulo
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