BIA

Depois da noite passada na boate que a Nat tinha começado a chorar e eu nem sabia por que eu fiquei preocupada, não sabia se ela estava passando por algum conflito com os pais, ela nunca me falava nada sobre isso. Na segunda feira depois da aula ela me ligou me pedindo pra ir a noite na casa dela. Depois da aula fui pro trabalho e depois fui direto pra casa dela.

 

Eu estava realmente preocupada, nos últimos dias a Nat sempre falava comigo de uma maneira diferente, eu via em seus olhos que ela não estava bem, ela parecia querer me agradar a todo momento, mas ela mau sabia que só a presença dela já era tudo pra mim.

 

Cheguei no prédio e o porteiro já me conhecia e entrei sem ser anunciada, fui subindo para o seu quarto e ouvi alguns barulhos.

 

Quanto mais eu chegava perto, mais os barulhos que pareciam gemidos aumentavam. Eu estava achando aquilo muito estranho, por que esses barulhos estão vindo do quarto da Nat?

Abri a porta e pro meu espanto e eterna decepção vejo a Natália trans*ndo com a Karolina.

 

Eu queria gritar, bater, xingar, quebrar tudo naquele quarto, mas não consegui. Fiquei ali parada em um choro baixo que ficou inaudível pelos gemidos altos no quarto. Eu sei que eu estava me torturando ficando ali vendo aquela cena, mas eu não conseguia acreditar no que eu via. Sem querer esbarrei em um criado mudo e derrubei um porta retrato com uma foto minha e da Natália e o vidro do mesmo se quebrou fazendo o barulho despertando a atenção delas e olharam pra mim.

 

-- Bia!

 

A Natália me olhou de um jeito tão intenso, querendo falar tantas coisas em um olhar, mas naquele momento, nada que ela me dissesse justificaria o que ela tinha feito.

 

Virei as costas e sai correndo. Quando cheguei no andar de baixo ela me alcançou.

 

-- Bia, deixa eu explicar.

 

-- Explicar? Isso tem alguma explicação, além da obvia que você estava me traindo?

 

-- Você tem razão, eu sou uma idiota, eu não te mereço pelo que eu fiz, mas eu não fiz de proposito, eu fui fraca, mas meu maior medo é te perder Bia, me da uma chance.

 

-- Uma chance Natália? Você acha que eu não tenho sentimentos? Que eu posso ver a pessoa que eu amo na cama com outra e simplesmente esquecer? Não da!

 

-- Mas foi um erro, não significou nada pra mim.

 

-- Se você teve coragem de trair a pessoa que você dizia amar com uma que não significa nada pra você, então você é muito pior do que eu imagino.

Ela ficou em silencio e só olhava pra baixo.

 

-- Se você não tem o que dizer é por que sabe que errou e seu erro não tem perdão. Acabou Natália, e se você ainda tem pelo menos um pouquinho de respeito e consideração por mim, não me procura não ta? Eu vou fazer de tudo pra te esquecer.

 

NAT

Ela saiu do apartamento e eu fiquei ali parada. Não tinha direito de correr atrás dela e pedir desculpas. Eu já trai muitas vezes outras pessoas, mas em nenhuma delas eu me senti mau com isso, mas dessa vez eu estava acabada, perdida, confusa.

 

Subi para o meu quarto e a Karol ainda estava na minha cama, sem roupas.

 

-- Ponha as suas roupas e va embora.

 

-- Mas não vamos terminar o que começamos?

 

-- Você acabou com o meu namoro, esta feliz? Já conseguiu o que queria, agora pode ir embora.

 

-- Eu não fiz nada Nat, eu não acabei com o seu namoro, você quem acabou.

 

Ouvir aquelas palavras me rasgava por dentro, eu não podia nem culpa-la por que eu era a culpada.

 

Entrei no banheiro e chorei como nunca chorei na vida, eu desejava voltar no tempo ou acordar desse pesadelo horrível.

 

Depois de horas no banheiro ouço uma voz amiga no outro lado da porta.

 

-- Nat, você ta bem? – Dani                  

 

Corri pra abrir a porta e abracei a minha amiga.

 

-- Ouwn meu amor, eu to aqui agora. – Dani

 

Eu chorava ainda mais no abraço da Dani, ela me entendeu e não perguntou nada, só me abraçava forte.

 

Depois de um tempo nos separamos do abraço e então ela falou.

 

-- A Karol me ligou e disse pra eu vir por que estava precisando de mim. O que houve?

 

Contei tudo que havia acontecido para a Dani.

 

-- Eu sabia que isso acabaria mau.

 

-- Eu sou uma idiota Dani, eu acabei com o meu namoro, afastei de mim a pessoa mais maravilhosa do mundo, ela não merecia isso.

 

-- Não merecia mesmo, você vacilou Nat e agora tem correr atrás do prejuízo.

 

-- O que eu devo fazer?

 

-- Da um tempo pra ela pôr as ideias no lugar, depois tente reconquistá-la. Ela te ama muito e um amor assim não acaba de uma hora pra outra, o que acabou foi a confiança e é isso que você tem que conquistar de novo.

 

-- Eu não posso ficar sem ela, Dani.

 

-- Então lute pelo seu amor e ponha a cabeça no lugar Nat.

 

-- É o que eu vou fazer, eu não vou perder a Bia.

 

BIA

Sai do apartamento da Natália sem rumo, eu não sabia pra onde ir e nem tinha muitos amigos pra desabafar, a única pessoa que me veio a mente e que eu tinha certeza que me ajudaria era a Camila, então liguei pra ela.

 

-- Oi Biiia, como você esta?

 

-- Não muito bem, onde você ta?

 

-- No hospital, por quê?

 

-- Queria te ver.

 

-- Já estou saindo então, onde você esta?

 

-- Perto do hospital, estou indo ai então.

 

-- Tudo bem, estou te esperando no estacionamento.

 

Fui para o hospital e ela já estava la me esperando.

 

Quando me viu não disse nem uma palavra, apenas me abraçou com um abraço que cura tudo, que sente tudo, que fala tudo e eu chorava muito nos braços dela.

 

Ficamos por um bom tempo ali abraçadas e então nos separamos.

 

-- Vamos sair daqui, pelo que vejo você precisa se acalmar, entra.

 

Entrei em seu carro e fomos pro apartamento dela.

 

Quando chegamos la ela preparou um chá, nos sentamos no sofá e então ela falou.

 

-- Esta mais calma?

 

-- Um pouco.

 

-- Quer me contar o que aconteceu?

 

Só em pensar no que tinha acontecido eu voltei a chorar, ela veio e me abraçou novamente.

 

-- Tudo bem, tudo bem, a gente tem tempo, não precisa ter pressa pra falar, eu estou aqui com você.

 

A Camila era realmente de mais, ficamos um tempo vendo tv e comentando sobre a novela, quando já era tarde da noite eu já estava calma e resolvi contar a ela.

 

-- Eu peguei a Natália na cama com outra.

 

-- Como é que é?

 

-- Eu fui até a casa dela e peguei as duas na cama trans*ndo.

 

-- Não acredito que ela pode fazer isso.

 

-- Eu não sei o que fazer, eu não esperava isso dela.

 

-- Tem gente que realmente não da valor ao que tem. Mas você tem que seguir sua vida, eu sei o quanto você a ama, mas ela provou não merecer esse amor.

 

-- E o que eu faço agora?

 

-- Você vai continuar como sempre foi.

 

-- Eu não vou conseguir esquecer ela.

 

-- Não precisa esquecer ela, você tem é que se acostumar a não vê-la mais com tanta frequência..

 

-- Como eu vou fazer isso?

 

-- Eu estou com você, eu vou te ajudar.

 

-- Não quero te atrapalhar.

 

-- Você nunca me atrapalha. Já te disso que adoro ficar perto de você.

 

-- E a Renata? Não vai ficar com ciúmes não?

 

-- Eu e a Renata terminamos.

 

-- Sério? Por quê?

 

-- Não deu certo nós duas, então achamos melhor terminarmos.

 

-- Nossa, que chato. Somos duas solteiras abandonadas então.

 

-- rsrs é, acho que somos.

 

-- Nossa, ta muito tarde, eu preciso ir pra casa.

 

-- Não quer ficar aqui?

 

-- Não posso, minha mãe já deve estar preocupada

 

-- Ok, eu te levo então.

 

Ela me deixou em casa, sempre atenciosa e perguntando se não queria que ela ficasse comigo.

 

Eu adorava a companhia dela, mas precisava pensar no que faria agora, como ser forte depois de uma decepção dessas.

Fim do capítulo